Apaixonado por Caio! Meu brother do Orkut. (13)

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 6730 palavras
Data: 10/12/2016 23:54:40
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Voltei, seus gay.

Bruno C.: Babaca, ainda tô com raiva de ti. Espero que não demore muito. Um ano é de mais.

magus: Isso é verdade, nada melhor que um dia após o outro. E outro após o outro e assim sucessivamente. A imaturidade leva a gente a fazer coisas impensáveis, mas tem muito maduro aí que erra né. Vai da ocasião mesmo kk. Beijos, cara.

lari12: Esses meninos do Pará são fogo kkk. Paraense é bicho que gosta de um drama e de passar perrengue, pense numa raça novela-mexicana kkk. Beijinhos, Lari ♡

JockerAffair: Viu? Sou bem dedicado quanto as postagens dos capítulos (#sqn). Hahahaha Caio é Gaylo, acho bem feito terem perdido. Embora o grêmio tenha se tornado maior campeão da Copa, ultrapassando o Raposa, a rivalidade fala mais alto. Ah, pra não dizer que sou injusto, o gol do Cazares foi LINDDO! #RaposaPorra! Abracinhos, cara ♡

Martines: Vai demorar não, moço. Tudo vai ser bem breve. Lá pelo capítulo 20 tudo termina, e sim, o amor é uma droga. Mas é o bem maior dado por Deus. Fazer o quê né. Abraços, Martis ♡

William26: Hey, Will. O 26 pra mim e bem característico, pois é o dia em que eu nasci *-*. Obrigado pela homenagem haha. Cara, achei que a parte paulera tinha sido os 3 primeiros períodos. Jesus, já sei o que me aguarda e tô me preparando ao máximo. Mas não falemos de faculdade, estou de férias, ok? Nem me lembre do inferno, lugar escuro, depressivo e ermo ;-; Caramba, quero conhecer sua história, quando vai postar? Tenho que acompanhar seus contos, acho que adicionei alguns nos favoritos e vou aproveitar o tempo livro pra ler eles. Grande abraço, meu brother. E fique bem ♡

afonsotico: Nunca pensar em suicídio, rapaz. Mesmo sendo a barra, jamais desperdiçar algo tão bonito que é a vida. Não, não. Pelo contrário, sofra, mas sofra vivo. O mundo é assim mesmo né? Beijinhos ♡

layla55: Um filho (a)? Ownttt modeuzo. Qual o nome? Ah, nada mais lindo na vida que uma criança né. Ainda tô nessa pendenga de querer ter um, ou por meio de adoção ou barriga de aluguel. A primeira ideia é mais viável e a que eu mais penso em botar em prática. Da parte do Caio ele já teria adotado faz tempo, mas a questão é a burocracia e o tempo, um muita e outro pouco. Enfim, tão bom ver finais felizes como o seu. Mande o nome dele ou dela viu. Beijos pros dois e pro seu amor ♡♡♡♡♡

Guilmarajwinsk: Fala miriam, cadê tua voz, (meme da Internet) kkk. ♡

Diego21: Não posso te dar algo que não é mais meu, uai. Ele vai casar, baby. Perdeu, playboy muhahaha ♡

arrow: Até em mim bateu forte. Aquela bad que leva você a ouvir músicas da Adele, as mais sufridas haha. Beijos ♡

Fernando Sp: Nada é para sempre, nem mesmo a fria chuva de novembro. Essa música define essa fase, haha. Caramba, Chará, que barra heim. Mas é assim mesmo, temos que superar. A vida não gira em torno de um único objetivo, então, nós temos que ser o centro, algo bem heliocêntrico. Abraços, meu cumpade e olha... amores melhores sempre vêem. ♡

Bibizinha2: Hey, nada de depre, alto astral. Mesmo sendo um capítulo bem barra temos que levar em conta que isso faz parte né. Fazer o quê. Obrigado pelo carinho, nina. Beijinhos ♡

Irish: Fossa bem profunda. Mas fazemos besteiras para aprendermos né. Fiz umas poucas, mas o limite sempre bate na porta e, ou você se dá conta de que não é assim que funciona, ou se afunda mais. No meu caso, foram ambas as coisas em promoções diferente. André foi bem importante na mimha vida, e sempre será. Brigado pelo carinho e espero que curta esse cap. ♡

Arthurzinho: Não chore, rapazie... vemk pra eu te fazer um cafuné, vem. Te acalma que coisas boas virão :)

Menina Crítica: Vocês e esse fascínio pelo André u.u Olha olha, viu. Pois é, é bom relembrar esses fatos e escrever todos eles. Tipo, fica como um desabafo, algo que tirei das costas e que agora assisto de camarote sem nada sentir, a não ser a nostalgia. Enfim, beijinhos, menina encrequeira ♡

Plutão: Uma vez disseram que o tempo não existe, então essa minha situação ou demorou ou não, talvez nem tenha acontecido em um espaço tempo lógico. Confuso né. Mas o que digo é que, para mim tenha sido uma eternidade, enquanto para os demais não passasse de meros dias e meses. Mas tudo ruim demora, não é. Beijos, querido Plutão ♡

Mr. John: Rapazie, quem é vivo sempre aparece. Claro que senti tua ausência, mais imaginei o melhor, tipo você sumiu por ter herdado bilhões e foi pras zoropas. Quanto tempo, e eu estou bem sim, e você? O que tem aprontado? Pois é, até eu chorei com o final do Iago. Fazer o quê né. Caramba, faz tempo heim... some mais não, mano. Abração e quero saber as novidades. Tá namorando? Casou? Conte tudo ♡

Revengeevil: Meu cabelo já é liso naturalmente, bjs. Caramba, fica assim não. Tem capítulo de mais ainda, uns oito. Aproveite. E sim. Quero a chapinha, aproveito e já monto um salão de beleza. A beleza já tenho, falta o salão haha. Abraços ♡

Querido606: Fofoqueiro. Nem era pra contar. E foi um erro, tá bom. Todo mundo confunde um paracetamol de buclina... pelo menos eu acho kkk. Tô de mal contigo também ù.ú

LC..pereira: Obrigado, fofo ♡

Vi(c)tor: Eu nunca curti muito essas divas pops, mas Lana é bacana. Curto algumas letras. Ficou loca? Louquissima, mana chama teu advogado lá na Alemanha e manda cancelar esse casamento e fisga o boy pra ti. Cadê a panterona que vive em você? Seria meu sonho nós em casal? Posso nem pensar que já adoro. Não fumo mais, Deus me livre. Nunca mais, fumo só charuto de carne. É cada tragada, não vou mentir, adoro. Pega o café, e põe vodka. Melhor coisa hauahau. Beijos e uma última noite pra você ♡♡♡♡♥

VAMOS AO QUE DE FATO IMPORTA

-

A vida repete eventos e momentos, é até cômico. Eu sentia isso, a repetição de tudo. Do abandono, da solidão.

A música enchia meus ouvidos de todos os lados e os lazares me cegava a medida que piscavam, incessantes. Um copo de suco na mão, um cigarro na outra e uma vontade enorme de ir embora. Eu não me embebedaria, não seria uma boa ideia dada as circunstâncias. Mário estava ali, do meu lado dando conselhos medíocres sobre superar separação. Me pus em modo "mudo" e não dei muita importância pro que ele falava. Juan, Henrique, Pedro, Pablo e cia ficaram felizes por me ver, não falaram no nome Dele nem nada do tipo, mas ressaltaram minha falta de ânimo. Me limitei a rir e dizer que era só fome. Músicas eletrônicas lembravam Ele. Algumas do Guetta me lembravam Ele. Remixada rolou uma do Black Eyed Peas - XOXOXO - a qual eu amava ouvir com Ele na varanda do meu antigo apê e mantive a postura para não lagrimar. Músicas são ruins, te maltrataram a alma, não têm pena de você quando são entoadas. Deus, que bad!

Bebi meu suco, fumei meu cigarro. Tentei falar sobre futebol, mas era tão medíocre o assunto que eu logo desistia. Pedro me incentivava, a ficar alegre. A ficar sussa. Um amigo nosso não muito próximo, Lucas, meio brisado mas gente fina, se juntou até nossa área vip da boate e começou a contar umas piadas as quais ri sem querer. Ele tinha o dom e um jeito cômico pra imitar cada voz de cada sujeito na piada.

Lucas: Hey, Fêr! Cadê o Caio?

O nome me provocou uma agitação na minha barriga e eu dei de ombros: Foi embora.

Lucas: Ata. Tu tá meio abatido. Tá doente? - perguntou enxerido.

Eu: É só fome mesmo. - Ele riu e se aproximou mais de mim.

Lucas: Que tal fumar um back? Fica animadinho rapidinho. Ae tu esquece aquele marombado.

Eu olhei pra ele e ele piscou: Não quero esque...

Lucas chegando próximo do meu ouvido por causa da música: Coé, sem essa pra cima da galera, né. Vamo, mas é lá no banheiro. Sem o Pedro ver. Ele é todo cheio onda a ser certinho.

Nunca na minha vida eu tinha fumado maconha. Fiquei pensando quando ele saiu e se encaminhou em direção ao banheiro. Será que eu esqueceria? Um cigarrinho não me mataria. Disse pra Pedro que ia no bar e já voltava. Quando me afastei, a música deu uma pausa e ouvi Henrique falar "tá foda mesmo. Coitado do Nando". Fiquei com uma puta raiva por eles estarem sentindo pena de mim pelas minhas costas. Trotei até o banheiro e lá estava uns dois caras mijando. Não vi Lucas, os caras saíram e ouvi um "psiu" vindo de um dos box. Lucas fez um gesto com a cabeça para eu me aproximar, entrei, fechei a porta e ficamos juntos lá. Ele era cheiroso, o Lucas. Um menino de 17, magrelo, só andava arrumado e bonito, de cabelos loiros e olhos castanhos. Ele puxou uma latinha do bolso, a abriu e vi 5 cigarros prontos dentro dela. Tudo organizado.

Eu olhei pra ele: Eu não vou virar um craqueiro não né?

Ele rindo: Puff, que nada. Relaxa, Nadão. É mó suave. Pega - me ofereceu um cigarro e pegou um pra si. - Vou te dar dois, e de graça, pra tu num dizer que não sou parça.

Eu peguei o meu: Um já basta. Não quero ter uma overdose - a gente riu. Ele ascendeu o dele, depois o meu.

Lucas: Também tenho umas pastilhas aqui que são loucura pura. Tu dança sem ver o amanhã. - Eu olhei pra ele desconfiado. Nunca na vida usei algo do tipo para ir pra balada.

Eu: Se eu ficar louco, te mato.

Lucas: Só tragar, menino. Traga com gosto... isso. Sente a fluidez da coisa, a leveza, a delícia que o mundo é.

E eu senti muitas coisas. Só sei que eu estava atracado com Lucas, beijando ele violentamente. Não, não era ele, e eu não me encontrava mais no banheiro e sim na pista de dança. No meio do povo. A boca pertencia a uma menina, menor que eu, gordinha dos olhos verdes. E sabia beijar. As luzes piscavam e eu não via e via ao mesmo tempo. As músicas ficaram mais legais de serem dançadas, as pessoas mais engraçadas, o mundo mais colorido e ilimitado. Tomei um comprimido da mão de Lucas, uma alegria desconhecida me fez pular de contentamento minutos depois. Lucas chegou perto do meu ouvido "isso, cara, se diverte de verdade". Bebi um pouco, eu acho. E beijei, como beijei. Senti uma barba roçando minha boca, depois foi pro meu pescoço e isso me levou à loucura. No corredor escuro que levava ao banheiro, eu já estava aos beijos com um cara alto e magro. Bonito.

Cara: Que boca deliciosa.

Sua mão apalpou minha bunda e eu o afastei: Quem é tu? Nem te conheço.

Saí de perto e ele pediu pra eu voltar. O som explodia de vários lados, as pessoas conversavam coisas legais, eu tirei a camisa, amarrei na cabeça e dancei como nunca antes. Tocou "Exagerado" do Cazuza e eu cantava alto, para Ele que não estavam mais do meu lado.

"Amor da minha vida, daqui até a eternidade

Nossos destinos foram traçados na maternidade.

"Exagerado! Jogado aos teus pés, eu sou mesmo exagerado. Adoro um amor inventado."

Eu cantei e chorei, mas ri ao mesmo tempo. Pedro chegou perto de mim e disse que me levaria para casa. Disse pra ele soltar meu braço que eu não ia com ninguém. Não sei de onde, eu já me agarrava com outra menina, que não desgrudou e a qual eu achara a mais adequada pra relembrar uma boa foda com uma boceta. Pedro ficou pegando no meu pé, brigou com Lucas por ter me dado drogas e maconha. Eu peguei a mão da menina, saímos de mansinho sem ele me ver. Pegamos um táxi e ela pediu pra irmos pra casa dela. Só concordei e beijei ela de várias formas. Acariciei seus peitos medianos e meus dedos foram até sua calcinha e lá fiquei brincando com o grelo dela. O taxista olhou para nós de quando em vez, e nos advertiu sobre a libidinagem ali praticada. Só lembro de ter acordado no dia seguinte. Numa cama molenga de mais, com um perfume doce de mais, com um monte de cabelo na minha cabeça. Desorientado, abri os olhos e os tentei focar em algo. Eu estava deitado de costas para cima, com a cabeça virada em um ângulo não muito saudável. Sentei, tudo sentou comigo, a cama, o quarto, o mundo. Depois giraram. Uma vontade imensa de vomitar me dominou, mas me controlei o suficiente para não fazer isso.

Eu bebera vinho? Se sim, isso explicava a dor horrível na cabeça. Percebi está pelado, e o cabelo antes jogado na minha cara, pertencia à uma menina, a qual eu não me lembrava muito bem. Lembrei do sexo, fora bom e desconhecido. Claro que eu trepara com várias meninas antes, mas parecia errado para mim agora. Não senti nojo, pelo contrário; eu queria. A menina dormia pesado, o lençol a cobria metade do corpo, deixando à mostra um dos seios e parte das pernas. Senti fome e levantei para ir mijar. Depois, sem nem pensar, me vesti e saí da casa olhando atentamente os lugares onde passava. Pelo visto a menina morava sozinha, sem pais neuróticos. Peguei um mototáxi e zarpei pra minha casa. Cheguei lá, tomei um banho rápido e respondi algumas perguntas do meu pai. Levei um tempo para lembrar que eu tinha um pai, e mais tempo para lembrar se ele era legal.

Por se domingo, dormi a tarde inteira acordando só de noite. Desorientado pelo sono, comi algo fácil de fazer e dormi de novo. O estranho que era a primeira vez que o tempo passava rápido e também a primeira vez que eu não pensava em Caio. Opa! Eu falara o nome dele. Mas, estranho, não senti nada. Liguei, do celular do pai, pra Pedro e ele dissera que estava puto comigo, que eu fora me meter logo com o brisado do Lucas. Eu pedi desculpas e o número do Lucas. Ele mandou eu tomar no cu, pra eu sair dele. Tentei com Henrique, ele falou a mesma coisa, mas me deu. Liguei pra Lucas e ele atendeu na gíria. Perguntei onde comprava aquelas latinhas com aqueles cigarros. Ele riu e disse que era pra eu passar na casa dele no outro dia. Me deu o endereço e disse pra não falar nada pros pais dele sobre o lance dos baseados - como se ninguém soubesse que ele era um maconheiro de prima.

No outro dia fui até lá e levei uma grana. O quarto do moleque tinha um purificador de ar, o que tirava todo o futum dos baseados. Fumei um com ele e os outros comprei. Esse eu só fumei, não cheguei a tragar, então não fiquei tão brisado assim. De tardezinha trabalhei sorrindo de orelha à orelha, pra disfarçar qualquer cheiro, me banhei de perfume a ponto de reclamarem. De noite Nóia levou um celular da BlackBerry com teclado e tudo mais, comprei por 30 reais e o aparelho se encontrava novinho. Não me importei com a vítima o qual foi roubado o celular, ele pediu pra gente dar um volta de moto e aproveitei pra fumar mais um cigarrinho com ele. Ele ficou abismado e até chegou a me dá sermão, o qual ignorei. Nóia era bacana de mais e disse que a "parada" com a minha ex amiga aconteceria no outro dia. Cheguei em casa tarde da noite e por sorte não acordei meu pai. Dormi depois de um banho rápido e só quando peguei no sono de vez, lembrei que não sentia saudades. Caio estava se tornando passado.

Meu pai me deu folga da padaria no dia seguinte por confundir o fato de eu estar chapado com o de eu parecer doente. Fiquei feliz e ruim ao mesmo tempo. Ficar em casa sozinho fazia eu lembrar, sem ocupação as lembranças viam, me machucavam forte e não tinha nada no mundo que amenizasse isso. Saí de casa, com o celular novo, liguei pra Pedro e fiquei falando umas besteiras com ele. Cogitei em ligar pra Lise, mas desisti - a voz dela e o sotaque me deixariam ruim, muitas lembranças. Então vi André chegando em casa de moto, com um shot malha fina do quartel e uma camisa do Barcelona. Ele tava bem gato.

O mesmo me viu, encostado na parede de casa mexendo no celular e buzinou. Eu acenei pra ele e voltei minha atenção pras msg de texto. Então ouço passos e vejo ele vindo atravessando a rua, abre meu portão e vem até mim: Bom dia, flor do dia - disse irritantemente feliz.

Olhei pra ele rápido e depois foquei na tela do celular: Oi.

André: Hey, tá de bode?

Eu: Não, só não tô com saco pro teu ânimo de besta.

Ele riu divertido: Tá parecendo um velho.

Eu olhei pra ele, todo todo vestido na virilidade: Precisa mostrar as pernas desse jeito? - perguntei apontando pras suas pernas grossas e meio cabeludas.

Ele: Quê? Isso? Égua! Pode não?

Eu dando de ombros: Pode, só acho besta.

André rindo maroto: Ciúmes?

Eu ri alto: Vem cá, tu não tá namorando ninguém?

Ele: Por quê? Tá afim?

Eu revirei os olhos: Que babaca. Fale sério.

André: Ninguém me quer - disse ele com falsa tristeza.

Eu: Mentiroso, gostoso como tu tá e ninguém querer.

André completou: Ninguém que "eu quero" me quer.

Eu entendi a indireta e bufei: Qual teu número? Não tenho mais. Salva ae - puxei um assunto bacana e ele me convidou pra assistir um jogo do Paysandu no domingo. Olhando a moto dele, e não tendo nada pra fazer, eu tive uma ideia. Eu: André, vendeu minha moto?

André riu: Não né, tampinha.

- E tu tá fazendo algo agora de manhã?

André: Tô de bobs, mano. Por quê?

Eu: Queria aprender a andar de moto.

Ele: Bora, pra já. Posso abusar de ti durante a aula?

Eu: Cacete, que doido. Vou só ligar pro pai e fechar a casa.

André: De boa, tem um campinho de futebol que é perfeito pra tu levar umas quedas.

Eu: Quem sabe eu não te atropele sem querer lá.

Ele me levou na moto dele e deixou a minha guardada, pois a mesma estava parada fazia quase um ano e era melhor ele dá uma olhada nela antes de eu pilotá-la. André se lançou numa conversa louca enquanto dirigia e de minuto em minuto mandava eu abraçar ele pro mesmo levantar o pneu da moto. Eu brigava com ele e André me chamava de franga. Quando ele falou isso, automaticamente eu lembrei de Caio - ele costumava me chamar de franga. Ri ao lembrar disso e fiquei amuado, só que disfarcei. Chegamos ao campinho que tinha um pouco de grama aqui e ali, o resto era areia, não o suficiente para me fazer deslizar. André desceu da moto e a desligou, tirou a chave da ignição e me deu.

André: Toma.

Eu arregalando os olhos: Pra quê?

André girando os olhos: Pra tu montar nela e sair voando. Pra ligar a moto né.

Eu: Ok, ok. E se eu ligar e a moto correr e eu morrer?

André: Moço, sobe aí e liga.

Me tremendo todo, obedeci e ele foi falando o que fazer. Liguei, apertei no botão da injeção eletrônica e a moto rugiu abaixo de mim. Eu fiquei com medo e sem querer fui deixando-a, pesada, caindo pro lado. André me segurou e ficou resmungando sobre eu ser muito burro. Mandei ele tomar no cu e ficamos nos ofendendo por uns segundos. Paciente, ele mandou eu segurar a embreagem, o fiz. Depois, com o pé esquerdo, sair do neutro e ir pra primeira marchar, o fiz. Então pediu pra eu soltar a embreagem e girar o acelerador lentamente. Ao fazer isso, a moto andou e eu fiquei apavorado. O veículo estancou. Era muito ruim ser leve de mais com a mão no acelerador e mais leve ainda soltando a embreagem.

André: Pelo visto vou ter que ir atrás de ti, te guiando.

Eu meio desconfortável: É necessário?

André indignado: Diabo, olha pra ti. Todo morrendo de medo - subiu na garupa e ficou colado a mim. Ao sentir o corpo dele, percebi que isso me fazia falta; o corpo de um homem. A quentura dele me ascendeu coisas apagadas à semanas e eu me arrepiei. As mãos dele ficaram sobre as minhas e ele colou a boca no meu cangote. - Agora vamos lá. E gostei do perfume.

Disse e descaradamente deu uma fungada no meu pescoço. Eu acertei as costelas dele com o cotovelo e, desconcentrado por ter um homem daquele atrás de mim, tentei manter o foco. André falou e mandou fazer. Em meia hora a gente andava pelo campo e depois de um tempo eu já pilotava sozinho, só com ele atrás de mim sem as mãos suas me guiando. Só tive dificuldades com as marchas e o freio, de resto era fácil. Então, em determinado momento, senti algo nas costas e parei a moto com tudo.

Eu: André o que é isso?

Ele: Desculpa, foi mal. Mas não deu pra controlar.

Ele tava de pau duro.

Eu: Meu Deus! Você é impossível.

André: Porra, tô triscando em ti, na tua bunda, quer o quê?

Eu: Depravado babaca.

André desceu da moto e ficou na minha frente: Esquece o que eu disse sobre ser só teu amigo ou irmão na hora que tu quisesse. Eu quero ser teu, cara, e te desejo.

Eu olhei pra mala dele e pro seu rosto: Desculpa, cara. Desculpa por te maltratar desse jeito. Sei as tuas pretensões e fico forçando a barra.

André: Não seria o contrário?

Eu: Tu ta sendo objetivo e eu aqui, todo cheio de mimimi.

André: Hum... isso aí. Eu sou apaixonado em ti, cara. Pelo amor de Deus, deixa eu te mostrar isso.

Eu: André... Vamo com calma. Não quero te machucar de um forma emocional. Tá tudo muito recente pra mim.

André: Eu sei. E me desculpa, tô sendo um babaca te prensando desse jeito.

Eu: Estamos meio perdidos nisso tudo né?

André: Verdade. Desculpa, vou me controlar e esperar.

Eu tocando o braço dele: Valeu, cara. Eu te amo de mais, tu sabe disso.

Ele entendeu que tipo de amor era aquele, amor irmão. O resto da manhã foi mais leve, ele ainda tirou pedaço de mim, mas com menos intensidade. Eu ri, gargalhei, me senti solto com ele e ele estava sendo o irmão que antes prometera ser. Depois de 3 horas de aula, fomos até uma vendinha e comemos uns salgados com suco e conversamos sobre nossas vidas. Não falei tudo sobre a minha, mas o suficiente e ele me contou que no quartel tudo ia bem. Em casa também, mas a mãe já lhe cobrava netos. Eu ri e perguntei sobre as meninas do bairro. Ele disse que fazia umas semanas que não ficava com ninguém a não ser a mão. Fomos pra casa e eu agradeci a ele pela aula.

André: Vou olhar a tua moto hoje, amanhã se tu quiser tem mais.

Eu contente: Claro que quero. Mesma hora?

André: Pode ser mais cedo, com o sol mais baixo.

Eu: Fechado, eu te ligo.

Ele piscou pra mim. Ele foi se afastando e eu vi que o cara a cada dia ficava gato. André poderia ser um lance amoroso. Por que não? Nada nos impedia.

*

Acordei de noite com o celular tocando. Era Nóia. Atendi com a voz rouca: Alô?

Nóia: Fala, bacurí. Tá onde?

Eu: Em casa.

Nóia: Vamo fazer o lance? É pra agora.

Eu: Sério?

Nóia: Aham, vai arregar?

Eu: Não, não. Vamo sim.

Nóia: Me encontra aqui na vendinha do Jota que te pego de moto, pode ser?

Eu pulando da cama: Já é. Tô indo.

Me vesti e desci rápido. Meu pai estava na sala assistindo jogo e nem ligou pra mim: Não volta tarde - dissera ele sem interesse.

A vendinha do Jota ficava perto, olhei a casa de André e uma vontade de ir até lá ver ele surgiu do nada. Me controlei e andei apressado. Nóia tava numa broz preta, de boné e dois capacetes: Aeee, assim que gosto de ver. Pega (me entregou um capacete) e sobe. Só não me abraça pra não se apaixonar.

Eu ri nervoso: Sem essa. Tu nem faz meu tipo, cara. - Ele gargalhou e deu a partida na moto. No caminho ele contou que uma galera dele, de confiança, pegara a puta da Kelly e a levaram pra um terreno próximo à um campo de futebol. Estavam com ela esperando a gente. Eu senti uma felicidade malvada dentro de mim ao imaginar o que rolava na cabeça dela, o desespero, medo de morrer, confusão por não entender nada do que ocorria, pavor etc... Eu não era assim, de ser mau, não gostava de muitas coisas que muitas pessoas faziam. Sempre ficava de mal com Nóia por ele ser um delinquente, eu odiava as manobras perigosas de André com sua moto e ralhava sempre com os meninos sobre eles serem uns PlayBoys arrogantes e brigões. Mas sabe, eu não ligava mais pra isso. Eu não tava nem aí pro bom e ruim. Bem ou mal. Nada importava. Nóia pegou uma estrada de terra e logo pervebi que íamos pro mesmo local o qual eu andara de moto com André mais cedo. Que mundo pequeno. Com tantos locais abandonados tinha que ser justo aquele? Não falei nada e deixei seguir.

Eu: Nóia, pelo amor de Deus, me diz que não tocaram nela.

Nóia: Relaxa que ninguém vai fazer nada... a não ser que tu mande, chibas (outro apelido que me deram na escola. Eu tinha tantos apelidos, pelo amor).

Chegamos e eu vi uns três caras ao lado de um carro. Paramos do lado e eu desci sem tirar o capacete. Reconheci Hugo, um loirinho tatuado que sabia de mim e de Caio e que era parceiraço da gente. Os outro dois eu nunca tinha visto. Nóia falou: Eae, cambada. Cadê a puta?

Hugo: Tá ali no carro morre e não morre de medo. Eae, Nando.

Eu tirei o capacete: Hugo, eai - o abracei. - E os dois aí?

Um eu conhecia de distância, o outro não fazia ideia. Eu disse que depois disso pagaria um litro de SKY pra eles. Então foi rápido, eles foram até o carro que estava a uma distância razoável de onde paramos a moto. Ouvi uns gritos e uns "não's" e "calaboca, piranha, que tu vai morrer agora". Eu ri malicioso. Lembrei da cara de Caio quando chegou no nosso antigo apê, arrazado pelas fotos e de mim, vendo aquelas mentiras absurdas. Uma raiva me subiu e me motivou ir até o fim naquela história toda. Nóia riu e disse.

Nóia: Geral sabe que tu tava de lance com um cara ae.

Eu olhei pra ele: E daí?

Ele me olhou divertido: Calma, bichão. Eu não manjava.

Eu: Pois é, pra tu ver as coisas.

Nóia: E a vadia aí fez vocês se deixarem?

Eu: Foi bem isso. Se tu tem algum preconceito, desembucha logo.

Nóia: Nada, moleque. Sou teu brother e ligo pra isso não. O cu e teu mesmo.

Eu dei um soco no ombro dele: Valeu, eu acho.

Hugo e o outro cara trouxeram Kelly e Nóia ligou a moto e focou o farol na cara dela. Vi que a mesma estava branca e pingava de suor. Os cabelos pretos lisos, colavam na testa e ela tremia. Com as mãos amarradas, colocaram ela de joelho e fizemos uma roda em volta dela. Não daria em nada se ela visse o rosto da gente, mesmo se ele fosse denunciar seria a nossa palavra contra a dela. A minha palavra, aliás e provas de quem tinha feito a palhaçada no Facebook. Nóia e os demais sabiam se esconder da polícia até o Flagrante passar, então estava de boa. Eu fiquei na frente dela.

Eu: Eae, Kelly.

Ela olhou pra mim assustada: Fernando?

Eu: Eu mesmo. Preparada pra morrer, mermã?

Ela tremendo ainda mais: Na... na... naão. Desculpa... Não me ma-mata. Por... por favor. Não...

Eu: Trouxe um facão, Coelho?

Olhei pra Nóia: Quem é Coelho, porra?

Eu: Teu apelido né, zé. Pelo menos aqui. - Resolvi usar code nomes para não comprometer meus brother's

Ele: Ahh, tá. Truxe não, Gavião - falou dando ênfase.

Eu ri: Então a gente mata ela na rola. Uma boa curra até ela sangrar por tudo que é buraco.

Hugo saliente: Opa, comigo é no seco. Como cu de vadia com terra.

Kelly: Por favor, gente. Fernando, por favor!

Eu: Que vovô. Tu vai morrer hoje pra aprender como é as coisas. Pensa que eu não sacaria que foi tu a fazer aquelas porcarias?

Kelly chorando: Desculpa, desculpa... Foi sem querer.

Eu: Como que tu diz que eu tenho aids sem querer? E o pior, diz que eu tô passando pra Deus e o mundo, como se eu fosse um maníaco? Tu tem noção o que a merda que tu fez na minha vida, sua cadela.

Ela começou a chorar a ponto de soluçar e eu senti pena, parecia aqueles vídeos cruéis os quais os traficantes postam torturando suas vítimas antes de matar. Mas ela não sentira pena de mim no momento em que pegou fotos minhas e do Outro lá e estragou nossas vidas com lorotas infundadas. Ela não pensara na barra que eu passaria, nas consequências que isso acarretaria para nossas vidas - minha, Dele e dos nossos amigos e familiares. Ela não pensou. Ela não teve pena.

Kelly: Me perdoa. Me per-perdoa. - Sua testa estava melada de suor e o cabelo grudava na altura do pescoço.

Eu: Tu vai morrer agora, vamo picotar teu corpo e jogar nas valas pra ninguém achar.

Ela começou a chorar histérica e alto, um dos meninos ria daquilo e outro, pra entrar na cena, mandou ela se calar. Kelly: Não quero mo-morrer. Pelo am-mor de de De-Deus.

Eu: Coelho.

Nóia levou um tempo pra perceber que era com ele, eu revirei os olhos: Fala, Capivara. - Segurei o riso e me mantive frio.

Eu: Damo uma segunda chance pra ela?

No momento que Kelly ouviu isso, começou a chorar mais e a agradecer, mandei ela se calar e disse que se ela falasse algo eu mudaria de ideia. Nóia: Podemu pensar.

Eu: Escuta, vadia. Não vamo te matar hoje, não porque não quero, mas a vontade é bem grande. Mas te liga; se tu abrir o bico, se tu falar algo e citar meu nome... ESCUTA, CARALHO.

Gritei quando ela começou a balbuciar "obrigados" sem parar. Continuei: Se tu contar algo, eu te mato mesmo. Sei onde tu mora, os teus irmãos, teus pais. Não vou na delegacia dar parte de ti porque sei que tua mãe é gente de bem e não merece saber que a filha e uma cadela de baixo nível.

Hugo: Issae, Nando. Pode deixar que a gente vai ficar de olho nessa vagaba.

Eu: Valeu, Gu. Então, o que tu acha, Kelly?

Ela agradeceu e disse que não contaria pra ninguém. Ela quis beijar meus pés e reuni todas as minhas forças pra não chutar a cara dela. Eu queria assustar, não machucar. Não se bate em mulheres, mesmo elas sendo de nível deplorável. Eu não bateria nela. Eu impaciente: Mas te liga que ainda vou transformar tua vida num inferno. Ah se vou. Isso aqui é só um aviso, só uma demonstração, ouviu?

Ou olhar pra ela chorando, eu lembrei do rosto do meu Ex grandão, quando viu as fotos no Facebook. Dele calado e sentindo coisas que eu sentia, coisas ruins. Meu sangue novamente ferveu e eu falei: Não quero tu perto da minha família, de nenhum conhecido meu, se me ver na rua desvia o caminho, tu me fez um mal danado e espero que um dia tu pague. Não vou ser eu que vai cobrar, mas a vida mesmo.

Ela ficou calada e ainda parecia muito assustada. Bom, ver ela ali, ajoelhada, implorando pela vida e depois agradecendo feito um animal, eu me senti bem. Satisfeito. Dei o aviso de que se ela falasse pra alguém eu mesmo cuidaria dela umas 3 vezes antes de chamar os meninos e levarem ela pro carro pra deixarem-a perto da casa dela. Imaginei o pânico da mesma quando foi pega por eles e posta no carro, o pavor e medo em saber que poderia acontecer algo horrível com ela. Ri comigo mesmo, vingado. Vingado meus amigos que ficaram abalado comigo, vingado meus familiares. Meu ex namorado. Vinguei todos eles. Eu não a denunciaria, mesmo porque não resultaria e nada. Mas a assustaria sempre que possível. Nóia, Hugo e eu ficamos trocando umas ideias e fumando. Os outros dois foram deixar a piranha perto da casa dela e logo depois voltaria pra buscar Hugo. Peguei a moto de Nóia e tentei andar, eles ficaram me zoando quase cai e mandei eles tomar no cu. Dei 50 reais pra Nóia e ele não quis, insisti e ele pegou mas disse que gastaria com cachaça mais eu. Eu não queria beber, não naquela noite. Enrolei e disse que outro dia eu iria. Hugo contou sobre o filho que tivera recentemente e me mostrou fotos do pequeno, Guilherme. Depois de um tempo, os outros dois voltaram e pegaram Hugo. Nóia me levou até na esquina de casa e no caminho o cretino fazia igual a André e empinava o pneu da moto. Eu me sentia bem com eles, um outro Fernando. Muito irresponsável - pois os cinquenta reais eu roubara do meu pai para dar pra eles - e menos adulto. Era legal.

Nóia: A vadia lá vai te complicar não?

Eu descendo da moto: Claro que não. É minha palavra contra a dela. Além do mais tenho alguns álibis se ela falar que levei ela pra um campo deserto. E além do mais, eu disse que não a denunciaria, o que pioraria a situação dela. Relaxa.

Nóia: Tô preocupado comigo não, é contigo. E vem cá, tu tá mudado.

Eu: E isso é bom?

Nóia: Sei não, é bom pra ti?

Eu não soube responder e me perguntei isso. Dei de ombros e disse que iria antes que meu pai me ralhasse por chegar tarde. Nóia disse que ainda teria a festa na casa do Jax e tudo mais. Disse que não tinha esquecido e que compareceria. Pela ruela de casa, com buracos no asfalto, lama no meio da rua, postes com luzes queimadas há anos, fiações clandestinas, zuada de televisão nas casas de madeira, eu andei vagaroso chutando uma pedra ou outra que encontrava pelo chão. Cumprimentei uns vizinhos e uns conhecidos antes de entrar pelo portãozinho de casa. O fechei e olhei pra casa de André e vi a janela do quarto dela com a luz desligada. Ele deveria tá dormindo. Entrei em casa e meu pai ainda via o jogo na TV. Fui até a sala olhar um pouco ele. Meu pai, não muito alto, com uma barba meio grisalha e um rosto com semblante duro. Usava uma camiseta de malhar e um short malha fina, despreocupado e concentrado na partida. Meu pai. Minha mãe. Eles eram tão felizes antes. Por minha causa e por causa daquele namoro imbecil eles se separaram, e agora eu perdera o namoro e minha mãe. Fiquei com raiva disso e sem querer deixei a chave cair no chão.

Meu pai me olhou e falou: Chegou? Nem te ouvi chegar.

Eu: Também, tá quase entrando na tevê.

Ele voltou a atenção pro jogo: Há há. Engraçado.

Eu ri. Então o telefone da cozinha tocou e ele falou "deixa que eu atendo". Mas eu disse "não precisa, pai. Fica aí que eu vejo quem é" enquanto ia até a cozinha. Despreocupado, andei até o aparelho que gritava e meu pai veio atrás. Estranhei isso mas não a ponto de parar de andar distraído e atender. Meu pai ao ver isso colocou a mão no rosto e fez uma careta.

Eu: Alô.

Voz na outra linha: Oi, seu Nilton? Eai, como ele tá?

Minha feição tranquila de antes se desfez e eu olhei pro meu pai. Eu sabia de quem era aquela voz. Era Dele. A rouquidão e borsalidade no modo de falar, o sotaque mineiro, a voz que eu amava ouvir. Meu coração gelou e eu senti minhas entranhas desabarem. Encarei meu pai e ele me encarou de volta, o rosto branco. Ele não tinha o direito, eu percebi o que acontecia no momento em que repeti na cabeça a frase "Como ele tá?". Então a voz ficou calada e percebeu que não era eu que ele queira falar.

Ouvi a respiração da pessoa e depois perguntou: Fernando?

Quando ele falou esse nome eu segurei o choro. Uma onda de raiva se apoderou de mim e a ira lacrimosa que sempre me invade falou mais alto: Nunca mais liga pra cá - falei com os dentes cerrados, quase sem separá-los. - OUVIU, CARALHO!

E desliguei com raiva.

Respirei fundo e encarei meu pai: Fernando... - começou ele. - Escuta, ele só queria...

Eu: Por isso que o senhor sempre atendia os telefonemas.

Meu pai: Meu filho, eu...

Eu irado: O senhor não tem o direito de fofocar pra ele como eu... - segurei o choro. - Não tem o direito.

Meu pai: Desculpa, Nando e...

Eu: Não tem o direito.

Ele falou mais alguma, não ouvi e subi pro meu quarto. Quando cheguei no primeiro degrau o telefone tocou novamente. Voltei até lá, eu iria quebrar aquilo. Meu pai atendeu e estendeu a mão para que eu me acalmasse: Caio, melhor não ligar mais - e desligou.

Eu subi pro meu quarto já morrendo de chorar. Porra, era ruim aquilo. Eu sentia falta dele, eu queria ele perto, eu amava ele. Por que diabos fazer isso? Ligar e perguntar se estou bem? Pra quê estar longe e querer ser bonzinho comigo? Ele ligava pra ver se eu não fizera nenhuma merda, para não se sentir culpado? Que idiota! Desgraçado idiota! E o pior, meu pai maculado com isso, escondendo de mim essas ligações e passando informações daqui pra ele. Pro viadão imbecil. Bati a porta do quarto e limpei com a costa do braço as lágrimas de ira, de tristeza, de saudades. Quando ouvi aquela voz eu não aguentei por dentro. Eu me destrocei tudo. Sabe quando você se destrói, depois de um término conturbado, onde a dor é tanta que você pensa que vai pirar? Uma dor gelada bem no meio do peito que te fura da pior forma. Pois é, quadriplique ela. Sentei na cama, tonto, pensando. Repensando. Fui até minha gaveta onde guardava a cueca dele, a camisa e o boné. Desci as escadas rápido e joguei tudo no lixo da cozinha. Depois, sobe protestos do meu pai, saí de casa rápido e fui andar um pouco, fumando. Uma vizinha próxima viu eu com o cigarro na boca, soube que estava ferrado pois a mesma contaria pro meu pai assim que o visse. Foda-se meu pai. Cheguei numa pracinha meio abandonada e com iluminação parca. Sentei num dos bancos e chorei audívelmente. Cara, como era ruim sofre por isso. A voz dele fresca na minha cabeça. A repetição de tudo aquilo era engraçada, pois ano passado a aquele, ele fora embora e me deixara. No mesmo mês eu andava ruim. Só que naquele tempo eu o amava como amigo, não como homem. Repetição.

Peguei o celular e disquei um número, eu tinha que esquecer ele um pouco. Eu: Alô, Lucas? Vamo se encontrar? Preciso de uma das tuas ervas.

Quem disse que Caio estava se tornando passado? Ele jamais seria passado enquanto eu lembrasse que o amava. No momento eu sentia ódio dele, mas como dizem - o ódio é uma emoção apaixonada.

Continua...

É, que barra. Desculpa não ter postado ontem. Fiquei meio mau da saúde. Mas cá está. Agora, galera. Só terça ou segunda. Sempre nessa faixa, tá bom? Entre 20:00 e 0:00 horas da noite. Grande beijo em cada um e ótimo domingo de descanso.

♥♡♥♡♥♡♥

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Fernando808 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Tô há um ano esperando o próximo capítulo u.u

0 0
Foto de perfil genérica

kd tu menino vei? avi maria nam,,.. affs!!

0 0
Foto de perfil genérica

E tu ta sumido de novo acho que vou ter que fazer uma viagem pra pode te caçar homi!!! Menino mas como eu chorei com esses capitulos acho que to emotiva de mas rs, olha tua sogra e uma bela puta que raiva essa forma de amar dela ninguem nunca vai entende pelo menos eu nem tento gente meu filho e tudo pra mim e sei que vou amo-lo incondicionalmente que vou luta contra o mundo pra protege ele entao qndo vejo "maes" dizendo umas asneiras como essas me deixam com uma raiva sem fim. Entao a putinha da kelly que fez a grande merda olha eu daria pelo menos uns tapas na cara por que nao sou obrigada rs e meu filho ta lindao menino gordao minha bolotinha ele e flamenguista ta desculpa mais eu e o pai dele torcemos para o melhor time kkk entao na minha meia lua de mel fui pra um hotel fazenda em minas mtoooo lindo amei o lugar, ve se aparece logo ta fiz um comentario grandao pra ver se tu volta rs bjao em ti e no caio meu lindo

0 0
Foto de perfil genérica

Muito bom, o Fernando em apenas algumas semanas de término de namoro já pegou três, e o André, não perde tempo. Continua

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

haha voltei, mano esse seu conto tem cada emoção, o Caio foi embora :/ mas vai dar tudo certo, li os capítulo 12 e me lembrei de um amigo que terminou com o namorado e tipo eu fui o ombro amigo, o cara voltou com o ex e simplesmente me esqueceu:/, como sempre nota 1000 abraços Nando.

0 0
Foto de perfil genérica

Esses capítulos do Fernando são umas singularidades, pois cada um é uma montanha russa de emoções. Não se repete em momento nenhum e acima de tudo, sai de um climax pra outro em perfeita sincronia. É sem palavras, comecei alucinado a ler, ri com o André e você, fiquei bem atônito com o susto na amiga cobra e chorei com sua dor. Como você consegue juntar tudo isso em um único e breve texto? Meu, na boa... Você tem o dom. E COMO ASSIM ACABAR NO CAPÍTULO 20? Pode alongar isso aí.

0 0
Foto de perfil genérica

Capivara? Serio? AHUASHUASHUASHUASH como eu ri. Como assim só mais uns 8? U_U

0 0
Foto de perfil genérica

Ameiiiiiiii. Entendo sim o lance das drogas. Tbm já usei pra esquecer e no começo funciona sim perfeitamente. Mas bastar ter cuidado pra não se viciar

0 0
Foto de perfil genérica

ih miga os plano já tá tudo arquitetado aqui, irei por uma cabeça de capivara e roubar o andré e levar ele pra sua casa pra ameaçar ele e dizendo q se ele n casar cmg ele nunca mais vai ver a luz do dia, bem cativeiro msm adoro kkkkk. n fumo esse charuto de carne pq sou a vegana da família enton vou fazer um charuto de batata kkkkk. tu tá metida com buceta e drogas morena ? fala miram cadê sua voz ?! vai continua comendo buceta como se fosse uma coisa normal, uma coisa abitue ?? eu devia ter vergonha de te ter como filho hetero ! vc é nojenta garota vai chupar uma rola pra se tratar ! kkkkkkk adoro pagar de raivosa. tô sendo bobo mas fico mal pakas lendo esses capítulos pq eu imagino isso tudo e dói no core. mas já q vcs estão juntos hj em dia é oq vale <3 kkk, se quiser dar mais um susto na kelly só chama gavião q as meninas superpoderosas vão dar uma surra de glitter nela. bj no cuu esfaqueado q eu esfaqueei

0 0
Foto de perfil genérica

to curioso pra saber como vai ser a primeira vez de vc e andre

ele te vendo pelado pela primeira vez (ele n tinha te visto pelado antes n ne?)

kkkk brincadeirinha

meu voto : um milhao

eu digo sem medo vc eh o melhor autor da cdc no momento ( os outros morreram ) ou abandonaram

fiquei sabendo q o Rafinha do conto Pitboy morreu ...chorei tanto

por falar em historia boa tenho uma sinopse de uma

Eh sobre um cara q trabalha numa empresa a esposa dele ta prestes a morrer se n fizer uma cirurgia mas o problema e q a cirurgia eh cara algo em torno de um milhao ...ele vai pedir esse dinheiro ao chefe q esta prestes a se casar e este o faz uma PROPOSTA INDIGNA

esse seria o nome mas eu n tenho tempo de escrever e tenho preguica entao ja viu ne?

n sai do papel!!!

ta ai se quiser escrever

do meu sinal positivo

a cdc ta precisando de historias diferentes

to cheio desses contos adolescentes idiotas

0 0
Foto de perfil genérica

O q dizer dessa historia fantastica?!andei sumido so dos coments tava lendo smpadoro o jeito de escrever seu o tempo vai passando e a gente nem se da conta quando acaba o cap.a sua historia eh uma valvula de escape pro meu sofrimento atualJunior terminou comigo ...eh uma historia longao cara q eu gostava no ensino medio eh parceiro de pelada dele e ele me chamou pra ver ele jogar e quando eu cheguei la eu fiquei meio em choque e ele achou q eu fiquei assim pq ainda sinto alguma coisa por elepegou o carro saiu voando liguei pro irmao dele caio falou q ele n tinha chegado lembrei de um lugar q ele sempre vai quando quer pensar( um terreno baldio distante)cheguei e la tava ele sentado numa pedra sem camisa suado e de costaseu chamei e ele virou de frente com o rosto vermelho e lagrimas nos olhosantes de eu dizer alguma coisa ele gritou: SEMPRE FOI ASSIMEU NUNK TIVE NADA Q EU QUIS SEMPRE PERDI TUDO O Q EU AMAVA MAS AGORA EU JA TINHA PERDIDO ANTES DE TERpassou por mim com raiva e antes de entrar no carro gritou:AH SE VC AINDA N ENTENDEU ACABOUA UNICA COISA Q EU PRECISO EH QALGUEM FIQUE COMIGO POR PENA ...n me deu um segundo pra falar nd .ai eu te pergunto pode isso?de onde ele tirou essa merda de ta com ele por pena?Davison n esperou nem a raiva passar e veio no meu local de trabalho perguntar se agora ele tinha chanceah descontei foi neleTU NUNK TEVE CHANCE E NUNK VAI TER EU TENHO EH NOJO DE TUdepois desse dia nunk vi elepior eh q ele n teve culpa mas eh como dis henrique e juliano Na hora da raiva.....voltando a historia to curioso

0 0
Foto de perfil genérica

kra n vou te julgar por ter usado drogas pq cada um reage a dor de uma forma diferente mas eu espero sinceramente que vc tenha aprendido a lição após isso e que nunca mais cometa esse erro mas e como vc ta? já tá melhor? Cuida da sua saúde primeiro e se der vc posta algo depois um grande abraço ae pra vcs ^^

0 0
Foto de perfil genérica

Cada um lida com as adversidades de forma diferente. Alguns erguem a cabeça e enfrentam de frente; outros, preferem enfiar a cabeça num buraco e ver se a turbulência passa. Sinceramente, espero que não tenhas feito nada nesse período que possa te prejudicar pelo resto da vida. Um abraço carinhso aos dois,

Plutão

0 0