A Vida é pra ser Vivida #17- Olhares, Sorrisos e Amor.

Um conto erótico de Hyuuga5
Categoria: Homossexual
Contém 4014 palavras
Data: 10/12/2016 22:58:23

A VIDA É PRA SER VIVIDA #17

OLHARES, SORRISOS E AMOR.

*Narrado por JP

Poderia dizer que tudo está correndo bem depois que Antonio foi passar alguns meses no interior, antes de começarmos a faculdade de Direito em uma universidade de Fortaleza, mas estaria mentindo. Sinto muita falta dele.

Desde que Antonio veio morar em minha casa, que venho tendo sentimentos para com ele, em segredo. Sei lá, eu gostei dele de cara. Antonio é inteligente, lindo, carinhoso. Pena que durante os meses que ele morou com minha família não tenham sido os melhores. Pelo contrário, vários conflitos ocorreram. Uma pena, pois sei que poderíamos ter sido mais que amigos.

Bom, pelo menos ele conheceu Fernando e o amou durante um final de semana. Parece loucura, mas ele ficou muito mal depois que ele foi embora para os Estados Unidos, acho que realmente aquilo foi um amor passageiro. Não de mentirinha, da boca pra fora. Só não sei dizer que foi um amor real ou apenas um amor de amizade perdida, a perda de alguém importante que foi embora. Lembra um enredo de filme de drama romântico. Dei graças aos céus depois que ele foi embora. Parece egoísmo de minha parte, mas eu não queria concorrência.

Logo depois da cena que minha mãe fez com Antonio, depois que o mesmo confessou ser homossexual, ela fez um escândalo insinuando que nós dois, tínhamos um caso há muito tempo e que Antonio tinha me influenciado a entrar no “mundo promiscuo” dos gays. Parece até brincadeira, já que eu tive experiências homossexuais antes mesmo de ter absoluta certeza que era gay. Ainda bem que tudo se esclareceu posteriormente.

...

Estava decidido que não voltaria para o fundo do meu “armário bissexual”. Acabei de inventar esse termo. Bom, eu sempre me considerei bissexual, apesar de que homens sempre me atraíram mais que mulheres. No entanto, eu sempre neguei isso, até mesmo quando estava namorando Jonas, meu ex- melhor amigo dos tempos de escola. A bissexualidade sempre foi um refugio para mim. Era como se eu fosse heterossexual, mas também homossexual. Essa dualidade sempre me deixava de mente tranquila.

Bom, longe de eu querer insinuar que os bissexuais sejam gays, por favor, não pensem nisso. Estou dizendo que me sentia assim, por que era mais cômodo. Acho que meu auto-preconceito era maior que o medo de que todos soubessem da minha condição sexual. Tanto que eu, o eu bissexual, nunca confessou a ninguém que era bi. Então, eu criei esse refugio para que tudo ficasse da mesma maneira.

Apesar de ter tido relações sexuais com mulheres, eu evitei o máximo possível de ir pra cama com elas. Sim, elas. Foram algumas quando era jovem. Quer dizer, mais jovem. Sempre fiquei com meninas, afinal, minha aparência sempre me ajudou. Infelizmente, tanto homossexuais quanto heterossexuais são fascinados pela beleza exterior e excluem aqueles que não “condizem” com seu “padrão de beleza” pré-estabelecido anteriormente pela hegemonia do “bonito, belo e corpo perfeito”.

Corpo bonito e rosto bonito. Essas são as duas características que os gays mais admiram em seus “pretendentes”. Bom, não entrarei em detalhes sobre o tamanho do pênis, pois acho isso totalmente idiota. Afinal, existem milhões de asiáticos gays. Mas voltando... A beleza exterior sempre me proporcionou boas amizades, olhares de desejo, autoestima elevada. Isso ficou evidenciado quando comecei a ficar com Jonas e posteriormente com Amanda. Porém, vocês já sabem o que aconteceu e estou apenas deitado em minha cama olhando para a antiga cama de Antonio relembrando tudo isso e imaginando o que estará fazendo nesse momento. Ele pode estar dormindo. Pode estar numa festa. Será que tendo uma noite de amor com algum conhecido? Há essa possibilidade. Por que não!?

...

DIA SEGUINTE...

Acordo cedo e vou até a sala. Era mais de 8hrs. E para minha surpresa Amanda está na sala conversando com minha mãe. “Não é possível”, penso. Faz alguns dias que não converso com ela. Na verdade eu não me esqueci de ligar para ela ou coisa do tipo. Apenas não queria ter que explicar tudo para ela. Sei lá. O medo de sair do armário me abateu e senti um pouco de medo. No entanto, o pior já havia passado que foi contar para minha querida mãe. Então para Amanda, deveria ser mais fácil. Deveria, mas não.

Quando ela me viu entrar na sala foi logo até mim.

Amanda: Meu amor. Pensei que tinha acontecido alguma coisa com você. Estava tão preocupada. – falou me dando um abraço seguido por um selinho.

JP: Não. É que... – não consegui inventar uma desculpa. – Precisamos conversar! Vamos ao meu quarto.

Minha mãe ouvia tudo sentada no sofá. Sei que ela não queria que eu terminasse com Amanda, afinal, sua família é bastante influente em Fortaleza e ser namorado da filha dos donos de uma empresa respeitada, proporcionaria um bom futuro para um advogado. Parece idiotice, mas é assim que funciona o nosso mundo e não irei negar nada. Porém, ela sabia que eu não gostava de Amanda e que só estava enganando-a. E isso era muito errado.

Fomos para o meu quarto. Um silêncio pairou no ar até ser quebrado por Amanda.

Amanda: Ué, cadê o teu primo?

JP: Ele precisou voltar para o interior para resolver alguns problemas. Mas não quero falar disso agora. O que tenho pra te falar é importante!

Amanda: Vixe. Lá vem coisa. Fala logo que já estou ansiosa. E não estou preparada para ser pedida em casamento. Tenho que viajar para Paris, Nova York, Milão, Los Angeles, Tóquio, Hong Kong e Barcelona.

JP: Eu sou gay. – decidi falar para ver se ela calava a boca.

Amanda: O quê? – começou a rir. – Amor meu querido, suas piadas são tão sem graças.

JP: Não estou brincando. Eu sou realmente gay. – seu sorriso se desfez.

Amanda: Tá louco!? Como assim você é gay? Nós já transamos diversas vezes!

JP: Eu sinto muito. Eu estava enganado e com medo quanto a minha sexualidade. Eu não tive a intenção de te machucar ou de brincar com seus sentimentos.

Ela se afastou um pouco como se não acreditasse em minhas palavras. Baixei a cabeça e quando levantei a cabeça senti sua mão em meu rosto. Um tapa. Depois vários. Apenas me defendi e não revidei, pois sei que eu fui o errado naquilo tudo.

Amanda: Viado!? Cara tu é um babaca de marca maior. Como assim tu transa comigo e depois vem com esse papo de “descobri minha sexualidade”. – Ela estava lacrimejando.

JP: Eu sei. Eu fui um idiota. Eu sei.

Amanda: Se tu estiver pensando que vai ficar livre de mim tu está redondamente enganado João Pedro. Me espere que vai ter troco.

Ela saiu possessa, espumando ódio. Sei que nenhuma mulher merece ouvir do cara que ela estar namorando que ele é gay, mas eu não podia continuar enganando-a daquela maneira. Eu fiz o certo.

...

Estava com todos os problemas da minha vida resolvidos: não escondi nada da minha família sobre minha sexualidade e terminei meu namoro com Amanda. Tudo estava correndo bem.

Estava no shopping com minha mãe e Miguel, quando decidi sair para ver quais filmes estava passando no cinema. Você pode se perguntar: “por que você não olho no app?”, por que eu queria bater perna nas lojas, comprar algumas camisas, shorts, tênis. Essas coisas.

Havia comprado três camisas polo lindas. Todas pretas. Não sei se já comentei isso, mas, amo preto. Na verdade, amo preto e vermelho. As cores do Flamengo do meu coração. Kkkkkkk

Estava vendo algumas camisas da vitrine de uma loja qualquer quando sinto uma mão pesada no meu ombro. Bateu-me um frio na espinha naquele momento. Adivinhem quem era!?

Bom, infelizmente não era nenhum cantor famoso, mas era o João Felipe. Por que diabos aquele cara estava aqui e como me achou nessa multidão de pessoas!? Eram perguntas que vinham à minha cabeça, no entanto, eu já sabia a resposta: Amanda.

JP: João Felipe, que surpresa! – falei o máximo de falsidade que pude, mas sem deixar transparecer.

João Felipe: Então quer dizer que você resolveu dar um pé na bunda da minha querida e doce irmãzinha!?

JP: Bom, na verdade... É... que aconteceu algumas coisas na minha vida e não tive coragem de enganá-la.

João Felipe: É estou sabendo. Bom, eu quero que saiba que não tenho nada a ver com sua vida. Que você viva sua vida como quiser, independente do que os outros vão falar. Bom, então, só vim dizer que não tenho nada contra você. Então... Até qualquer dia.

Eu não estava entendendo aquela reação dele. Tipo, eu jurava que ele iria me dar uma bela surra, mesmo que fosse na frente de toda aquela gente no shopping. “Até” foi a única resposta aquilo que acabara de ocorrer. No entanto, dei graças que ele não me bateu. Ufa!

...

NATAL e RAVEILLON.

No Natal fui para Caucaia, uma cidade que fica na Região Metropolitana aqui de Fortaleza. Minha mãe resolveu ir à casa da minha avó paterna. Fazia algum tempo que não nos víamos, pois minha mãe trabalhava muito e não tínhamos permissão para visitá-la. Minha mãe nunca gostou muito da minha vó, pois quando meu pai morreu, minha vó quis a guarda de Miguel e a minha. O que deixou minha mãe louca de raiva. Depois de perder o amor de sua vida ainda passar por um problema desses novamente.

Não pude deixar de negar que foi um ótimo jantar de Natal. Sempre gostei muito daquela cidade. É bem aconchegante, mas ainda tem aquele ar de cidade grande. Sei lá, se escolhesse algum lugar para morar seria aqui em Caucaia.

O final de semana passou rápido e voltamos pra casa. Ainda bem que nem minha avó e nem a mamãe fizeram barracos. Foi um milagre natalino, pois minha vó Jussara é muito metida. Amo-a, mas não posso negar.

Era dia 30 de dezembro. Faltava exatamente um dia para chegar o Ano Novo. Aliás, tantas coisas aconteceram. Finalmente conclui o ensino médio e passei logo para a faculdade de Direito, que sempre foi um sonho meu, assim como da Dona Ana, conheci o Antonio, que acabou se tornando um grande amigo, e finalmente me tornei, verdadeiramente, aquilo que sempre fui. Nada de esconder mais nada. Aquilo me deixou mais tranquilo.

Eram exatamente 13hrs da tarde e estava olhando minhas redes sociais. Tinha visto algumas fotos de Antonio com algumas pessoas no shopping. Ele continuava lindo. Aquele sorriso meio torto e aqueles olhos sempre querendo dizer algo que ninguém nunca sabe o que é. Estava com saudades daqueles olhos castanhos profundos.

Estava prestes a me masturbar quando minha mãe bateu na porta. “Que droga. Ninguém não pode nem se masturbar em paz nesse mundo!?”, pensei.

JP: Pode entrar! – fingi que estava mexendo no celular.

Mãe: João Pedro é que... Eu tenho algo não muito agradável pra contar pra você! – ela estava com uma cara séria e preocupada!

JP: Pode falar. – me sentei na cama.

Mãe: É o Antonio filho. Ele levou uma facada de um bêbado em Barbalha, passou alguns dias no hospital e está se recuperando em casa.

JP: O quê!? – falei preocupado! – mas quando isso aconteceu?

Mãe: Foi há alguns dias atrás. Sua tia me ligou agora para me contar o que tinha acontecido. Ela disse que ele já está em casa se recuperando e está muito bem.

JP: Caramba! – fiquei sem ação. – E se tivesse acontecido algo com ele antes dele saber que eu o amo!?

Mãe: Filho já está tudo bem com ele. Foi apenas um susto.

JP: Mãe, eu quero ir vê-lo! – eu a encarei.

...

Reservei minha passagem para às 4hrs, pois era o único voo para Juazeiro do Norte. Não era surpresa, pois aquele era o último dia do ano. Dei bastante sorte de encontrar um voo naquele dia.

Estava ansioso em reencontrar Antonio. Saber como ele estava. Eu queria abraçá-lo novamente...

E então se passaram às duas horas de viagem para Juazeiro. Demorei a achar um táxi que me levasse para Barbalha. Foram quase meia hora de espera até que liguei para uma companhia de táxi. Sairia mais caro, mas, pelo menos, chegaria ao meu destino.

Minha mãe havia me dado o endereço da casa da minha tia, então não tive problemas em achar a casa dela. Pedi para o taxista ir devagar. Queria pensar no que diria a Antonio quando chegasse de surpresa na casa dele.

“Pronto. É aqui”, pensei. Paguei o táxi e passei alguns minutos parado em frente à casa pensando no que diria. Resolvi agir. Bati na porta. E ele abriu...

*NARRADO POR ANTONIO*

Estava tranquilamente vendo televisão quando alguém bateu na porta. Fui abrir resmungando. Quando abri uma surpresa apareceu.

Antonio: JP!? – ele apenas sorriu.

...

Antonio: O quê está fazendo aqui? – falava surpreso.

JP: É que me perdi. Bebi um pouco e vim parar aqui. – falava sorrindo.

Aquele jeito moleque de ser. Sempre inventando bobagens para justificar suas ações idiotas. Eu senti saudades daquele moleque idiota. Sorri para ele e o abracei com força. Ele retribuiu.

JP: Sinto que há algo diferente em você! Por acaso você cresceu? Pintou o cabelo de azul? Ou colocou lentes de contato? – falava rindo.

Antonio: Ainda bem que percebeu. Não ficou lindo meus olhos azuis? – sorri.

JP: Você conseguiu ficar mais bonito que já era. – ele me olhou nos olhos.

Antonio: Obrigado. – desviei o olhar.

JP me contou tudo que tinha acontecido nos últimos dias que estive longe. Fiquei surpreso com a atitude dele em contar pra tia Ana sobre o fato dele ser gay. Sério, até mesmo eu me surpreendi. Afinal, sempre pensei que ele era realmente bissexual. Lá no fundo, eu gostei de saber disso. Também contei que havia contado sobre eu ser gay para minha família. Sobre o acidente. Tudo muito rápido e em poucas palavras. Na verdade, sempre ficávamos nos encarando sem assunto, mas é que tinha tanto assunto e passamos tanto tempo apenas nos olhando. Sorrindo sem pronunciar uma palavra sequer.

Meus pais e Hugo chegaram e viram aquele rapaz comigo. Minha mãe de cara reconheceu JP e foi falar com ele.

Mãe: Meu Deus, o que esse menino lindo está fazendo aqui? Que surpresa meu filho!

JP: Oi tia. Bom, eu me perdi e acabei vindo parar aqui. – falou brincando.

Mãe: Que ótimo que se perdeu então. Avisa sua mãe pra vir também da próxima vez. E trazer o Miguel também. Não o vejo desde que era um bebê.

JP: Tudo bem tia. Pode deixar que aviso.

Mãe: Mas o que veio fazer aqui? Não que eu tenha achado ruim. – minha mãe se retratou.

JP: É que eu soube que o Antonio tinha levado uma facada e tive que vir como ele estava. Fiquei preocupado.

Mãe: Que gentil de sua parte meu filho. Esse garoto aqui nos deu um susto e tanto. – falou ela segurando meu braço.

Pai: Caramba como esse menino cresceu? – falou meu pai cumprimentando JP.

JP: Que nada. Eu parei no tempo tio. Não cresço desde meus 15 anos. Kkkkkkk

Ele conversou mais algumas coisas com meus pais e percebi que Hugo havia ficado de fora da conversa.

Antonio: Hã, JP, esse é o Hugo. – JP me olhou surpreso.

Hugo: Tudo bom? – falou o cumprimentado.

JP: Beleza. Por acaso esse é seu namorado!? – falou na cara dura.

Sério! Eu fiquei com a cara no chão com aquela pergunta super indiscreta ali. Meus pais se entreolharam, Hugo gaguejou e não explicou nada. Eu nem sabia o que dizer. JP, seu filho de uma mãe. Kkkkk Finalmente disse alguma coisa:

Antonio: Não seu idiota. Ele é meu primo também. – falei sorrindo sem graça.

JP: Ai meu Deus, milhões de desculpas. Tio e tia, Antonio e Hugo. Me desculpa. Sério! Eu sou muito boca aberta. Desculpa mesmo.

Hugo: Não tem problema.

Nesse momento Hugo ficou com um joelho no chão e perguntou se eu queria namorar com ele. Minha mãe riu, mas meu pai ficou com a cara de raiva. Eu nem liguei, pois sabia que Hugo é um palhaço.

Minha mãe preparou um almoço rápido e ficamos conversando. Nem preciso dizer que minha mãe ficou fazendo milhões de perguntas ao JP e eu percebia que ele estava ficando desconfortável. Estava indo salvar meu pequeno garoto quando minha mãe perguntou àquela clássica pergunta de tia:

Mãe: JP e as namoradas? Já está namorando?

Eu, JP e Hugo nos entreolhamos. Até mesmo Hugo já havia percebido a real intenção da vinda de JP por aqui.

JP: Bom, eu namorei até um tempo atrás, mas terminei tudo. Percebi que não valia a pena me enganar achando que poderia amar uma mulher. Eu sou gay tia.

Minha mãe quase dá um troço. Começou a tossir engasgada com algo.

Mãe: Ops. Desculpas meu querido. Sua mãe sabe disso? – eu olhei com raiva para minha mãe. Que perguntas eram aquelas!?

JP: Sabe sim. – falou tentando disfarçar a vergonha que sentia.

Antonio: Mãe, pelo amor de Deus. Pare de perguntar sobre a vida particular das pessoas.

Mãe: Desculpas, só queria saber. Nam. A gente nem pode perguntar nada!

Pai: O que tá dando nesses jovens que estão tudo virando gays? – falou comendo.

Antonio: Pai. Você também? – falei deslizando da cadeira.

Pai: Tá ok. Eu não falo mais nada. Daqui a pouco até o Hugo vira gay também. – começou a rir.

Hugo: Oh tio, quem disse que eu não sou? – falou piscando pro meu pai e colocando a mão na boca, numa tentativa falha de parecer sensual.

Meu pai jogou uma colher de comida nele. Os dois riram e finalmente tudo voltou ao normal novamente. Não escondo a sensação estranha que ficou ali. Minha mãe ficou calada. Aposto um rim que ela pensou a mesma coisa que a tia Ana: eu e JP estávamos tendo um caso. Antes que ela pensasse besteiras, eu tomei a frente na conversa.

Antonio: Mãe, nem sequer pense que eu e JP temos alguma relação amorosa. Ok!? – falei olhando para ela e JP.

Mãe: Mas quem disse que estava pensando nisso!? – percebi um certo alivio em suas palavras.

Hugo: Não? Ufa, ainda bem. JP merece um cara inteligente, lindo, sarado, gente boa. Assim como eu... – falou pegando na mão de JP, que ria.

Antonio: Tão engraçadinho.

...

Naquela tarde marcamos de ir ver a queima de fogos lá do shopping, convidei Júlia e Luan, o peguete dela. Veríamos um filme qualquer no cinema, comeríamos e depois iríamos para uma festa da banda Aviões do Forró, que teria naquela noite em Juazeiro.

Ficamos nós três no quarto. Hugo numa rede, e eu dividiria a cama de casal que tinha no meu quarto, com JP. Não que eu quisesse, mas é que o quarto de visitas daqui de casa, foi transformado num tipo de lixão do meu pai. Lá ele guarda de tudo. Então, teríamos que ficar ali, os três.

Estava vestido com uma camisa polo azul claro, um short branco. Nada demais, pois queria ir leve, pois ainda estava me recuperando do probleminha que tive. Hugo foi com uma camisa amarela e também de short branco. JP estava com uma camisa social branca, dobrada até o antebraço e uma calça verde. Ele estava lindo.

Já era noite e Júlia chegou com Luan no carro dos pais dela. Ele estava dirigindo, já que ela ainda n tem Carteira. Ela saiu radiante com seu vestido branco apertado e curto. Luan com seu cabelo meio Justin Bieber nos tempos de criança, mas era lindo, com uma camisa branca escrito “Feliz Ano Novo” e com uma calça preta.

Júlia logo pulou para fora e foi cumprimentar JP.

Júlia: Ain que lindo. Essa família só tem homem gostoso. Nam. – falava sorrindo.

JP: Obrigado... Eu acho. – falou meio com vergonha.

Júlia é esse tipo de pessoa. Não importa se ela conhece ou não. Ela falará tudo que vem a cabeça. Por um lado isso é bom, ela sempre foi fácil de fazer amizade, mas por outro lado, era podia ser inconveniente como sempre.

Partimos pra Juazeiro do Norte. Chegamos ao shopping, estava super lotado, quase entupido de gente. Tinha tantas famílias, crianças brincando com o papai Noel que ainda estava por lá, nos brinquedos. Estava tudo realmente perfeito.

Não demorou muito para que fossemos comer. Sempre que vamos ao shopping comemos até não aguentar. Pizza, sorvete, chocolate, hamburgers, tudo. Sentamos todos numa das poucas mesas que restavam ali. Estávamos esperando nosso pedido chegar. Júlia e Luan estavam numa melação danada. Parece que nem estávamos ali.

Hugo: É parece que eu vou ficar segurando vela nesse réveillon. Se soubesse tinha arranjado alguém pra mim também.

Nesse momento, Júlia quase empurra Luan. Se virou rapidamente pra mim.

Júlia: O queee? – falou surpresa. – Não me diga que esse lindinho é seu boy amigoo?

Antonio: O quê? Nãoooo. Para. – estava morto enterrado no piso.

Hugo: Eita negou. Se fosse você JP terminava com ele agorinha mesmo kkkkkkkk

JP: Nós nunca tivemos nada, pessoal. – falou olhando pra mim.

Conversamos mais algum pouco. Júlia fez milhões de perguntas para JP. Parecia uma inspetora da polícia norte-americana. Acho que ela está na faculdade errada.

Fomos ver um filme. Era de comédia. Rimos muito. Em determinados momentos durante o filme, JP segurava minha mão. E eu retribuía segurando a dele. Não sei o que estava acontecendo, mas eu queria aquilo. Eu queria ter a chance de ser feliz também.

Saímos 23:30hrs e faltava pouco para a queima de fogos. Fomos para o oitavo andar do shopping esperar pela queima de fogos, que viria da Igreja da cidade. Sentamos numa praça que havia naquele andar e esperamos chegar a meia noite. E então começou.

Hugo: E aí. Vocês dois são namorados? – perguntou rindo pra mim. – eu percebi as mãos dadas durante o filme.

Júlia: Super apoio. Lindos juntos. Ai queria primos gostosos assim também.

Luan: Olha só!? Parece que estou quase levando um pé na bunda aqui. – ela lhe deu um beijo.

Antonio: Não somos namorados. Somos alguma coisa. Eu acho.

JP: É. Somos algum tipo de coisa. Quem sabe algum dia. – ele olhou pra mim e encostou seus lábios nos meus. Meus olhos foram ao encontro dos dele e sorrimos.

Hugo, Júlia e Luan começaram a soltar gritinhos zuando e rindo. Esses amigos viu. Vou te contar. Até mesmo Luan estava na brincadeira. Incrível.

Finalmente faltava poucos minutos para meia noite. Fomos para as janelas espelhadas. Muitas pessoas se aglomeraram ali. E então começou a contagem.

Todos: Feliz Ano Novo!

Todos nós nos abraçamos, nos desejando um feliz ano. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Estava com JP, ali, de mãos dadas, com sorriso no rosto, contanto para o mundo que tínhamos alguma coisa, algo a mostrar. Não sei se estávamos namorando, mas eu estava feliz ao seu lado e era isso que importava.

Depois da contagem fomos tomar algumas num bar próximo a casa de shows que aconteceria o show da banda Aviões do Forró. Juro, eu não sou forrozeiro e nem curto muito o estilo, mas fui mesmo assim. A vibe estava boa, a galera era bacana, então, por que não? Apesar de estar me recuperando, fui mesmo assim.

Chegamos no barzinho e Júlia e Hugo beberam muito. Sério. Se fosse eu que tivesse bebido aquilo tudo tinha entrado em coma alcoólico. Mas aqueles dois eram acostumados aquilo.

Chegamos ao show e já havia começado a pouco tempo. Subimos ao nosso camarote, e ficamos curtindo o som. Confesso que até arrisquei alguns passos com Júlia, mas talento pra dançar é algo que me falta.

O ano havia começado bem pra mim. Espero que continue assim.

JP: Estou muito feliz de estar aqui. Com você!

Antonio: eu também. – beijei-o.

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Voltei...

Oi gente. Peço desculpa pelas semanas que não postei. É que, como disse, estou estudando novamente, depois de terminar minha graduação.

Vou tentar postar sempre que der. Não irei abandonar nenhum de meus contos.

Um grande abraço e um beijo no coração de cada.

Espalhem o amor, a boa vontade, a amizade, o carinho. De ódio, inveja, ignorância o mundo tá cheio.

Obs: Se houver erros de digitação, concordância, ortográficos, digam-me que corrijo posteriormente. <3

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Comentários

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Que lindoooo! Que amor esse conto, estou adorando muito ver esses dois primeiros descobrindo o amor, não podia ser mais fofo! Espero que não demore! Bjs.

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UAI, POR QUE NEGAR QUE ESTÃO SE GOSTANDO? QUE ESTÃO NAMORANDO? AINDA O VELHO MEDO? POR QUE NEGAR O QUE TODO MUNDO JÁ SABE OU PERCEBEU?

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