Quem disse que anal não faz gozar?

Um conto erótico de Alec W.
Categoria: Heterossexual
Contém 4133 palavras
Data: 26/11/2016 10:48:58

Nota do autor: neste conto, introduzo as consequências das verdades ditas em família, numa madrugada de sábado. Quase todos dormem. Quebrando o silêncio, surgem questionamentos e reflexões de Agathe, garota que fazia 'sexo tão limpinho e asséptico que chegava a ser nojento' - palavras de Heitor. Mas, enfim, se um diz 'venha' e o outro corresponde, trazendo a lenha, muita coisa pode mudar. Quem pode, de antemão, conhecer o calor, a cor e a extensão do fogo que vai acender? Descubramos, portanto, vamos nessa!

Narrado por Agathe

Por que será que os homens são tão difíceis de entender? Será que algum dia, virei a compreendê-los? Será?

Será que o arquétipo da figura masculina, que me faltou na infância, é um obstáculo intransponível? Eu não entendo. Ou melhor, não os entendo!

Por que, tantas vezes, um homem que deu o relacionamento por encerrado abre mão de criar seus filhos, mas aceita criar os de outro homem? Por que tantos homens não sonham com seus filhos, limitando-se a aceitarem ser pais e outros tantos, sequer aceitam? Por que tem que haver justiça para obrigar tantos homens a reconhecerem seus filhos, mediante uma sentença? Por que muitos usam de estratagemas que lhes permitem pagar pensões alimentícias - quando pagam! - tão abaixo de suas reais possibilidades, sabendo que o prejuízo é para seu próprio sangue? Por que? Não é justo!

Por que, geralmente, eles são tão imprecisos em dizer o que sentem e, ao mesmo tempo, tão especialistas em deturpar o discurso, sob a alegação de que são diretos, se, tantas vezes, usam de meias palavras? Por que implodem tanto? Por que o emocional e o íntimo de um homem tendem a ser blindados, escondidos a sete chaves?

Por que a maioria deles tem tanta necessidade de provar que são os mais safados e mais fodões, os legítimos representantes da paudurescência nacional? Por que fingem uma força interna que não possuem? Por que lidam tão mal com a dor e as perdas? Por que são tão apegados às próprias prioridades e, consequentemente, tão pouco propícios a ceder e a olhar ao redor?

Eu não saberia definir o que me faltou mais: referência masculina ou feminina? Tia Aimee, a única mãe que conheci, era uma mulher diferente. Certamente, passava bem longe da feminilidade. Seu perfil melhor se enquadraria no gênero masculino. Nunca vi Aimee se abrir. Nunca a vi falar de nenhuma dificuldade ou desejar um relacionamento. Nunca vi Aimee demonstrar fragilidade. Nunca a vi gastar mais tempo se enfeitando ou um brilho especial em seu olhar, ao ouvir que era bonita, sendo que, de fato, era uma bela mulher, cuja aparência impactava a ambos os sexos.

Tia Aimee era a irmã mais velha da minha mãe, Laure. Meus avós surtaram, ao descobrir que, aos dezesseis anos, minha mãe estava grávida e dizia com todas as letras que entregaria seu bebê para adoção, pois não o queria. Seu namorado, Denis, meu pai, mal soube da gestação e terminou o relacionamento, só reaparecendo depois que nasci, para assinar uma declaração, na qual abria mão do poder familiar, em favor da tia Aimee, afinal, ele não queria filhos. Mas fez, ou melhor, me fez. Assim sendo, Aimee foi quem me quis e foi tudo o que tive. Minha mãe e meu pai. Nas festinhas de dia das mães, ela estava lá. E nas festas de dia dos pais, de igual modo, dando uma banana pra quem não quisesse entender que a nossa pequena - grande - família éramos apenas nós duas. 'A, B, C, bananinha pra você', rs - foi assim que ela me ensinou a falar, com seu carregado sotaque francês, quando fui para a escola.

Deitada, sem conseguir dormir, eu pensava nessas questões e fazia cafuné no Heitor, profundamente adormecido. Horas antes, eu estivera olhando os porta retratos espalhados pela casa e descobri mais de Helena, a mãe a quem meu namorado nunca se referia. Descobri que a falta daquela mãe lhe causava uma dor tão intensa, que ele tinha a necessidade de viver passando a máquina nos cabelos, que, como as fotos me mostraram, eram lisos e brilhantes. O garotinho com cabelos pelos ombros já não podia existir, nem em seu reflexo, no espelho. Mas existia. As inseguranças e hesitações do Heitor não permitiam espaço para dúvidas.

Conhecemo-nos no banco onde ele trabalhava. Eu ia lá para fazer serviços de banco, para a construtora onde estagiava. Heitor era gentil, tinha um olhar brincalhão e seu carinho com as pessoas idosas era admirável. A primeira coisa que me chamou a atenção, nele, foram as suas mãos. Entreguei-lhe diversos cheques e notei que em sua mão esquerda, trazia as unhas aparadas, ao passo que as unhas da mão direita não somente eram maiores como, também eram pontudas. Devo ter dado uma bandeira maior que a do Brasil, ao analisar suas bem tratadas mãos, pois ele me olhou, divertido, e disse: -É macumba, rsrs.

-O QUE DISSE? -espantei-me.

-Rsrsrs... as minhas unhas desiguais, que você está olhando.

-Mas... é macumba, mesmo?

-Rsrsrsrs... Não. É por causa do violão. Eu toco violão clássico, que misturo ora com rock, ora com MPB, ora com jazz. Às vezes, me rebelo, misturo tudo e crio o meu próprio som.

Que vergonha! Cada um usa as unhas como quiser e eu havia sido apanhada observando o que não me dizia respeito. Mas como a reação dele foi positiva, sempre que voltava ao banco, eu o zoava, cumprimentando: -Oi, macumbeiro, rsrs!

E ele devolvia, dizendo:

-Oi, macumbeira, rsrsrs!

Talvez esta brincadeira tenha desencadeado o início dos meus pensamentos, quanto a nos ver como um futuro casal.

-Macumbeira, vou tocar no barzinho de um amigo, no sábado. Vamos lá - convidou Heitor, passando o endereço.

Fui, fiquei encantada com seu jeito incrível de executar o instrumento e comecei a enxergá-lo com outros olhos. Passei a frequentar os locais onde, às vezes, ele ia tocar. Em nenhum momento, ele deu a entender que queria algo mais, comigo, mas eu estava apaixonada e me abri. Heitor me surpreendeu, ao dizer que se achava muito jovem para compromissos. Que em hipótese alguma se casaria antes dos 35 anos e, por tal razão, não achava viável viver um namoro monogâmico, 'com ares de estágio para o casamento' (sic). Mas se eu aceitasse um relacionamento aberto, ele poderia ser meu namorado.

Por que não tentar? - pensei. Claro que eu preferia que ele me fosse fiel, mas... uma vez que não tinha o propósito se sê-lo, melhor assim. Melhor saber antes e concordar que ser traída, numa convicção falsa. Aceitei e simplesmente não procurei saber o que não queria. Para a minha surpresa, Heitor me apresentou à sua família como sua namorada. O convite para passar o fim de semana junto à família não demorou. Será que o nosso relacionamento estaria evoluindo para algo mais sério ou estaria se encaminhando para o fim?

Eu não sabia o que pensar, assim como, até aquela noite, não soubera que o Heitor já tinha ficado com homens. Será que todo homem já passou por isso? Será que eles levavam o corporativismo e o sigilo ao ponto de ficarem, entre si? Será que eles ficavam juntos para se pegarem sem nenhuma reserva? Eu não sabia as respostas, mas sabia que havia algo errado com o Heitor. Ele sempre tomava remédio, antes de mantermos relação sexual. Indaguei da razão que o levava a precisar de remédios para a ereção, aos vinte e um anos e ele respondeu, um tanto envergonhado: -Tenho ejaculação precoce e, por isso, sempre fico inseguro.

Então, tá. Não seria eu quem mexeria num assunto tão íntimo e diretamente ligado à autoestima. Pensei em propor que tentássemos ter relação sem o uso do medicamento, mas tive medo de magoá-lo, apesar de, com o tempo, ter adquirido a certeza absoluta de que o Heitor não tinha ejaculação precoce coisíssima nenhuma. A verdade é que não arrisquei porque não queria perdê-lo, embora soubesse que não havia jeito de perder o que jamais tive. Mesmo consciente de tudo, não queria ficar sem ele. Também não podia conceber que ele visse algum defeito no meu corpo. Será que as coisas que eu não gostava de fazer afetavam sua libido àquele ponto?

Sempre fui muito franca e nunca fingi gostar de algo que não gosto, porque ninguém é tão burro que não se aperceba duma simulação de prazer. Finge-se ignorar o óbvio, para o 'bem' (oi?) dos envolvidos. Mas não eu, que não curtia receber sexo oral. A sensação não me agradava em nada e pensar num homem me beijando após um oral, revirava meu estômago.

Quantos homens não se sentem nem um pouquinho incomodados em ser beijados depois que a mulher engoliu sêmen? Muitos ou poucos? Se a maioria deles podia não gostar, por que teriam o direito de recriminar a minha escolha? Tentei fazer sexo anal por diversas vezes e desisti. Detestei. Doeu demais, feriu e ânus não tem clitóris, pra fazer nenhuma mulher gozar. Sempre duvidei que alguma mulher gozasse por lá. E, claro, tinha minhas restrições quanto a fazer sexo oral. Preferia fazer com camisinha. Se fizesse sem, não aceitava que ejaculassem na minha boca. Em que planeta o sabor do sêmen é agradável? Vamos combinar que nem sabor nem textura são consenso, em termos de aceitação.

Apesar dos remédios, eu achava que o Heitor gostava de ter relação comigo, pois me procurava e jamais negou fogo, nas vezes em que o procurei. Também nunca reclamou das coisas que eu não gostava. Mas seria isso que estava faltando? Fazer anal, ter orgasmos recebendo um oral, beijar numa boca com o sabor mais íntimo duma mulher, apreciar o líquido pré-ejaculatório, engolir sêmen e falar palavras obscenas? Eu nem tinha nada contra as palavras obscenas, simplesmente não as dizia, afinal, para tudo existe um nome. Mas se o Heitor quisesse ouvir porra, buceta, caralho, pau, xota, grelo, cu, mete na sua piranha, come a sua puta, arregaça meu cu, me come de quatro e tal, eu diria, sem problemas. Ele não costumava dizer nada, durante o sexo, razão pela qual acreditei que aquele tipo de estímulo não lhe fazia falta.

Mas agora, eu questionava tudo! Será que... Não, não podia ser! Será? Será que o Heitor gostava mesmo era de... Não! Será? Não! Será que gostava de ser passivo, de estimulação anal, de ser penetrado? Será que era assim que ele gemia, xingava e dispensava os remédios? Será que meu namorado era... gay? Se com homens ele tinha tesão para ter relação sem usar medicamentos, com certeza, não era bissexual e sim homo. E se fosse? O que eu faria? Com certeza, terminaria, pois sabia que ele não seria feliz, se negasse quem era. E eu, menos ainda. Pra que viver alimentando a insatisfação, se aquilo que alimentamos, cresce e toma corpo?

Eu não via nos olhos do Heitor, nem mesmo durante o sexo, o fogo que via no olhar mais comum do Alec. Aquele, sim, tinha cara de homem que gosta de mulher e não era porque disse que nunca ficou com homem - afirmativa da qual eu duvidava solenemente. Era uma coisa dele, uma energia que emanava de sua pele e de seu olhar, um feromônio agressivo, que não pedia licença para entrar e efervescer. Eu tinha certeza de que aquele homem era fogo vivo e que, apesar da deficiência, dava no couro pra valer. Bastava olhar para a cara de satisfeita da Sofia. Mas, enfim... o Alec era para ela, não para mim. Com aquele homem, não dava pra impor minhas preferências quanto ao ato sexual. Estava escrito em sua testa, em caixa alta e letreiro luminoso. Quando joguei a pergunta sobre ménage à trois, sabia que ele devia ter feito muitos. Dada a resposta, sabia que mentiu e que a Sofia sabia que ele mentiu, deliberadamente.

Analisando bem, meu sogro aparentava ser muito mais macho que os filhos, no sentido sexual. Mesmo o Sávio, que eu considerava um dos homens mais lindos que já vi (meninos e meninas, o Sávio é um espetáculo!), dono de um físico majestoso, não passava a mesma imagem de seu pai, homem do olhar apimentado e sugestivo, provocador. O sogro não dava um caldo, dava um tacho de caldo e uma fila gigantesca, pra provar e repetir. Que coroa tesudo! Numa coisa, os homens da casa foram todos abençoados: no meio das pernas, tinham malas pesadas, impossíveis de serem escondidas, deliciosas. Um dos meus passatempos favoritos, observar os apetitosos volumes masculinos, afinal, o que mais me realiza, no sexo, é a penetração. Que me desculpem os que pensam diferente, mas, por mais que se saiba usar, um pênis pequeno e fino não faz a mesma mágica duma vara grande e grossa, preenchendo e pulsando, fremindo junto com as carnes da mulher. O orgasmo meramente clitoriano nunca me satisfez. Obter o orgasmo por via vaginal, penetrada até o cabo, completa, é incomparável, é de abalar as estruturas. Mesmo na descoberta das primeiras masturbações, eu já sentia que faltava algo e que esse algo estava dentro de mim; raciocínio que tornava a me trazer o questionamento: será que meu namorado gostava do mesmo que eu?

Colocando-me em seu lugar, entendi que poderia dispensar os remédios porque sou mulher, mas se tivesse que transar com uma mulher, que graça ia ter? Onde iria buscar tesão no que não tenho? Se eu fosse homem, se tivesse um pênis, com certeza, ele não iria se encher de sangue por um corpo feminino. Eu precisava descobrir a verdade, por mais dolorosa que fosse. Pelo meu bem. Pelo bem do Heitor.

Tanto ele quanto eu, depois do muito que bebemos, tínhamos algum sangue na corrente alcóolica, rs, então, no impulso, resolvi não mais adiar o momento das descobertas. Eu usava uma camiseta e uma pequena calcinha de renda, e o Heitor, apenas a boxer, que tirei, despindo-me, em seguida. Naquela noite, eu faria loucuras, desconsiderando por completo as minhas preferências. Deitei-me às costas do Heitor (que estava deitado de lado), passei minha perna por sobre as suas, passei o braço por sobre seu corpo, comecei a beijar seu pescoço, mordiscando-o (ele era muito sensível, no pescoço), toquei seus mamilos, que prontamente enrijeceram e imprimi movimento aos quadris, como se fosse comê-lo. E por incrível que pareça, como era excitante sentir o bumbum do meu namorado, roçando em mim! Dei meu melhor sorriso de bêbada-louca-insana e, orgulhosamente, disse a mim mesma: -Hoje eu vou comer um homem!

Sem parar de mexer bem gostoso, rocei no bumbum do Heitor até sentir meu clitóris latejar e meu líquido descer, espesso e farto. Mudei de posição e fui descendo. Quando minha boca chegou àquele bumbum delicioso, lembrei que minha vagina estivera ali. Foda-se - pensei. Pela primeira vez, ignorei meus néctares e comecei dando suaves mordidinhas, próximas à coxa e fui subindo, até chegar no reguinho, por onde minha língua deslizou, numa carícia molhada. Sempre lambendo e descendo, lambi do reguinho ao períneo, onde passei algum tempo acariciando com a ponta da língua. Massageava, alternando a intensidade da pressão e sentia a respiração do Heitor se alterar. Sabia que ele estava excitado. O que não sabia era se estava acordado, mas, francamente, o que me importava era que ele estava permitindo.

Com a boca e a língua, busquei o buraquinho proibido, que beijei, lambi, chupei e provoquei. Depilado e apertadinho. Pelo aspecto tátil, bem como pela inexperiência era-me impossível chegar a alguma conclusão. Será que mesmo fazendo anal com regularidade, era possível permanecer apertado? E a depilação? Higiene pessoal ou mais prazer para o parceiro? Era a primeira vez que eu me atrevia a dar um beijo grego e sabia que estava na pegada certa, pois sentia as preguinhas contraindo e descontraindo, num pulsar vigoroso. Com efeito, cu de bêbado não tem dono, rs.

Abusei o quanto quis, do sono (leia-se 'porre', rs) do Heitor. Depois de muito lambê-lo e excitá-lo, ocorreu-me uma ideia, a qual pus em prática, pois o tesão tinha me feito perder o medo de sua reação, ao acordar sendo comido por mim. Levantei-me e peguei o vibrador bullet (meu favorito), que estava em minha bolsa. Coloquei-o sobre a cama e virei o Heitor de bruços, deixando o vibrador em contato com sua glande, que brilhava, tesuda e molhada. Montei seu corpo, lambi o dedo médio e o indicador, deixando-os bem melados. Brinquei um pouco, na entrada de seu buraquinho. Tornei a lamber os dedos, babando neles, com vontade. Senti que em vez de se retesar, o corpo do Heitor se oferecia, se abria para se dar. Lenta e cuidadosamente, introduzi meus dedos, buscando os segredos de seu prazer. Com a mão esquerda, liguei o vibrador. Não sei se foi a vibração, se meus dedos atingiram o lugar certo ou as duas coisas, mas o certo é que o Heitor acordou ensandecido, gemendo profundamente. Não lhe dei tempo para pensar:

-Rebola pra mim, Heitor. Eu sei que você gosta e quer.

-Puta merda, vou gozar na cama, caralho! Desliga essa porra! Desliga, cacete! Desliga, que a gozada está quase vindo!

-Shhhhhhhhh! Não vou desligar. Sente os meus dedos te massageando...

-Não faz isso, Agathe... Você sabe que... que eu não consigo prender o gozo! Para... aaaahhhhh... para, caralho, porra, tomar no seu cu... aaaaaaahhhhhhhhhhhh...

-Ah, é? Rsrsrs... então, vou aumentar a intensidade da vibração, rsrs...

-Nãaaaoooo... façaaaa... issooooo... não, porra! Aaaahhhhhhhh... Não, caralho, meu pau tá todo molhado...

-Rsrs... o que deu nele, pra ficar desse jeito, rs? Era falta de dar esse buraquinho, aqui, rsrsrs? Nossa, como tá piscando!

-EU JÁ DISSE QUE VOU GOZAR NA CAMA, PORRA! PUTA QUE ME PARIU... AAAAHHHHHHHH...

-Vai, é, rs? Então, vamos botar pra vibrar mais! Que tal enfiar mais um dedo e socar bem fundo? Tá gostando de me dar, Heitor, rsrs?

-Aaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh... Porraaaaaa.... tô gozando.... aaaahhhhhhh... ai, caralho, tô gozando muitooooooo....

-Goza... Goza pra mim... Goza pela frente e por trás...

-Uuuuuuuhhhhhhhhhh... deixa os dedos quietinhos, dentro de mim... aaaaahhhhhhhhhhh...

-Rs... como você foi obediente e gozou gostoso, vou desligar o vibro, rsrs.

-Caralho... gozei tanto que até o colchão deve estar molhado! Vou ter que tirar o lençol, o lençol de elástico e só quero ver a zoação que vai ser...

-Desencana, Heitor. O Sávio estava mais bêbado que você e o Alec estava tão chapado que terminou a noite completamente mudo, rs.

-Porra, Agathe, você é muito doida! Por que não disse que queria me comer? Sabia que foi muita sorte que eu não tenha te sujado? Você me pegou totalmente desprevenido para dar!

-Rsrsrs... não adianta ficar conjecturando acerca do que não aconteceu e além disso, adorei te ver gemendo, gritando e xingando, rs.

-Quis me comer só porque confessei que já fiquei com homem?

-Também por isso. Queria sentir como era desempenhar o papel masculino. E claro que você não ficou com homem só pra dar beijinho na boca... Queria saber se você gostava de dar e se já tinha dado...

-Dei, Agathe, dei muito. E só escolhi pau grande, de preferência, negro e maior que o meu, que tem 20 cm e é grosso feito um punho. 'Pra que esse pau tão grande?' Isso só tem uma resposta: é para você sentar melhor. E tem mais: agora é a minha vez.

-Mas...

-Mas, o caralho. E sem frescura, porque eu vou te fazer um favor: vou te ensinar a dar o cu por prazer e vício! Às vezes, a verdade dói, Agathe... E a real é que você ainda não sabe nem o básico, pra curtir tudo o que um sexo delirante tem a oferecer! Não gosta de receber oral? Lógico, nunca teve uma mulher te chupando. Ninguém sabe linguar, beijar, babar, arranhar, morder, lamber e sugar uma mulher igual a outra mulher! Não gosta de fazer anal? Lógico, você tem que gozar com a buceta até perder a percepção do escopo da sua existência, pra depois dar o cu, se deliciar e pedir bis! Uma vez na vida, venha cá e me deixe mostrar o que um casal pode sentir, quando se junta das palavras aos ossos! Sabe o que tenho, nessa terceira gaveta do meu guarda-roupas?

-Lingeries?

-Rs... inocente, rsrs... Brinquedos, Agathe! Brinquedos que você vai adorar! Venha. Escolha um pau. Mas escolha com carinho, porque esse, vai ser o SEU pau!

-Como assim 'meu'?

-Escolha e descubra, rs!

-Tá... eu escolho esse aqui! É negro e grande, do jeito que você disse que gosta!

-Puta merda, Agathe... Não é pra escolher pau pra mim, é pra escolher um pau que poderia ser o seu! Se fosse homem, como seria o seu pau?

-Com a cabeça rosada e proporcional ao corpo... branco, comprido... com uma leve curva para a esquerda... acho que parecido com uma rosada python, se enroscando, de tanta safadeza, rs... talvez este aqui!

-Muito bem, este poderia ser o seu pau! Pegue-o. Naquela caixa, há algumas cintas. Escolha uma em que o pau se encaixe firmemente, vista-a e deite-se de pernas abertas, porque eu vou te fazer gozar pela pica!

Sinceramente, ao ouvir tais palavras, superestimei o poder do álcool. O Heitor só poderia estar pra lá de Marraquexe. Bem... Devo dizer que não estava. O safado posicionou a base da prótese no meu clitóris e se pôs a chupar com movimentos tão precisos, que lubrifiquei como nunca. Molhei-me tanto que sentia o lençol ensopado, sob o meu corpo. Pisquei mais que os semáforos duma cidade inteira. Esqueci da sensação que o lençol molhado provocava, na minha pele. Esqueci que meu namorado confessou que, por prazer, se sentava em armas de grande porte. Esqueci meu nome, quando o Heitor lambeu abaixo da prótese, indo até o buraquinho. E foi assim que ele segurou-me pelos quadris, descendo a cinta e sugou-me o clitóris da mesma maneira que eu sugava o seu pau. Percebendo o quanto me excitei, Heitor parou, me olhou nos olhos, disse: -Hoje, esse seu cacetinho de menina vai ganhar o que precisa! - e recomeçou a sucção deliciosa, alternada com lambidas molhadas e quentes. Puta que pariu, foi isso o que perdi? Não ia perder NUNCA MAIS! Gritei como se estivessem me matando, de tão alucinada e, pela primeira vez, consegui agarrar as nuvens, num oral. Fiquei mais molinha que maria-mole, perdidamente doce.

Quando tive noção de mim, o Heitor já tinha me posicionado de lado e... e a minha percepção tornou a ir-se embora, entre beijos ousados, pegadas firmes nos meus seios e mordiscadas em pontos que me deixavam arrepiada, que me faziam gemer e pedir mais. Eu estava irreconhecível. Quanto mais me perdia no prazer, mais me encontrava, senhora de mim. Delicioso paradoxo, que, aliás, fez com que eu me colocasse de quatro, abrisse o bumbum com as mãos e convidasse: -Vem!

Heitor estava certo. Eu ia dar meu buraquinho porque queria. Medo de doer? Medo das proporções do pau do meu namorado? Nenhum, tudo isso foi sublimado. O prazer me levara para além da abordagem consciente. Simplesmente abri-me e me deixei levar. A cada linguada, eu respirava mais fundo, como se demandasse muito mais oxigênio para atender à intensidade do tesão. Às favas com os protocolos! Rebolei com uma língua no rabinho e quando pensei que era a língua, já eram os dedos. O prazer que duvidei que existisse me ensandeceu, de forma que meu buraquinho piscava forte, indicando que queria mais. Senti o calor da cabeça do pênis, a me invadir lentamente, enquanto o Heitor me acariciava o clitóris. Passamos um tempo naquela brincadeira de tirar e colocar a cabeça. Eu teria gozado, se ele tivesse deixado, mas a cada vez que percebia o acelerar do meu ritmo, o Heitor desacelerava, fazendo aquele tesão descontrolado tomar proporções explosivas, dentro de mim. Nem vi como foi que ele pôs tudo, o que sei é que se tivesse mais um pedaço, eu queria. Meu rabinho tão apertado desabrochava, com as estocadas firmes do homem que, finalmente, conhecia de verdade. Nunca me passou pela cabeça que eu gostaria de ser dominada, porém, no momento em que o Heitor enrolou meus longos cabelos em seu pulso e montou meu corpo animalescamente, enterrando até o talo no meu buraquinho, foi impossível conter o êxtase. Empalada, gozei aos gritos, indecorosamente. Gozei, não. Gozamos, num escândalo bestial.

Após aquele gozo profundo como um oceano onde nunca se toma pé, não tínhamos condições de nos arrastar para fora da cama. Na verdade, não tínhamos forças nem mesmo para conversar. Contudo, sem a necessidade de palavras, o mais importante fora dito: a partir daquela noite, estávamos entendidos e conciliados, para qualquer que fosse o futuro. O melhor que podíamos fazer, naquele momento, seria dormir num delicioso abraço. Assim aconchegados, nos beijamos. Fiz as pazes com meus sentimentos. Com os homens e seus mistérios. Com a vida, raramente justa, mas sempre enriquecedora. E antes de apagar, sorri, pensando: quem foi que disse que sexo anal não faz gozar? Eu? Rsrsrs...

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Comentários

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Depois de tantos elogios recebidos e merecidos, somente me resta um adjetivo para enquadrar esta maravilhosa exposição : estupendo ! Nota dez com louvor e já adicionada aos meus favoritos. Gostaria de manter contato com leitores que apreciem este tema. ( laserazul@sapo.pt )

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Oh, Amora, mil perdões! Minha vida está uma loucura! Abri meu e-mail pessoal hoje, depois de um longo período sem poder fazê-lo. O Abner está lindo e fofo mas a minha vida está de pernas para o ar: após a licença paternidade, voltei ao trabalho. Sem Sofia e sem meu pai, que já está operado. Nem queira imaginar o que é seu Vanderley operado. Quer fazer TUDO o que não pode, um perigo! Meus pais estão na minha casa. Durante todo o tempo em que estou aqui, não sei se fico de olho no Abner ou no meu pai. Nem imagino qual dos dois faz mais arte, rsrs. Sofia se recuperou super bem e é outra que só pensa em fazer o que não deve. Meu Deus... a pessoa tem a vida INTEIRA para pegar peso, arrastar móveis e quer fazer isso agora. Misericórdia, rsrs. Mas, enfim, vai passar. Agora tenho que ir à labuta mas à noite, lerei teus novos contos. Infinitos carinhos, beijos e muito obrigado por não se esquecer de nós, linda Amor(a)!

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Me apaixonei pela forma como você escreve. Me excitei e gozei lendo teu conto. Obrigado por ter lido o meu tornando possível te conhecer.

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Rildo, quanta honra e responsabilidade receber as tuas palavras! Colocando de modo bem simples, sequer sou um escritor, apesar de amar a escrita. Creio que meus textos são vivos porque gosto de gente e a diversidade do comportamento e psiquê humanos me fascina. Trabalho com pessoas (sou advogado), olhando-as nos olhos. Gosto de abraçar, tocar, sentir as mãos, observar. Processos não são amontoados de papel, são vidas e muitas vezes, vidas aflitas. Amo ajudar pessoas a alcançarem seus objetivos e vibrar com elas, sentindo que faço parte das suas vitórias e, acima disso, das suas histórias. Também não posso omitir que a minha deficiência contribuiu no desenvolvimento da empatia e talvez seja esta a razão porque sinto as dores e delícias de ser humano em tamanha intensidade. Enfim, estou muito longe de ser perfeito, bem como não tenho esse objetivo, afinal, 'quem se diz muito perfeito / na certa encontrou um jeito insosso / pra não ser de carne e osso.' Abração, meu caro! Sabedoria e luz nos caminhos, é o que, muito grato, te desejo.

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Jota, meu amigão, que alegria nos trouxeste! É esse contato que nos dá a real perspectiva de que as amizades e/ou afinidades que nasceram das sementes dos nossos textos não são superficiais. Entendo perfeitamente a tua situação e saiba que fazes parte das nossas preces. Depois de enfrentar uma batalha com a saúde, enfim, estou bem, porém, numa correria alucinante. No escritório e em casa, absorvi o trabalho da Sofia, que está em absoluto repouso pois seu colo do útero está levemente dilatado (ei... não olhe para mim, não fiz nada, rsrsrs!). Estamos na trigésima quarta semana da gestação e o Abner já virou, de modo que estamos na contagem regressiva, para a euforia da família e de todos os nossos amigos. Aquele abração apertado, carinhoso e muito obrigado por tudo!

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