Um maluco em minha vida. 06

Um conto erótico de Camilo
Categoria: Homossexual
Contém 1568 palavras
Data: 02/11/2016 23:21:15

Continuando...

Quando chegamos a parte fora da escola,Paty se postou a minha frente e me lançou um olhar que não consegui decifrar.

-O que você estava pensando em fazer?...Se o diretor te pega escutando as conversas dele,vai ser expulso daqui pelo resto do ano.-Ela disse após me analisar,com o tom de quem da bronca.

-Vem cá,você sabe quem tava com ele lá na sala?-Perguntei curioso.

-Não e alunos não devem saber nada da vida pessoal do diretor.-Ela respondeu com as mãos na cintura,parecendo uma velha rabugenta.

-Tá,então se era só isso...eu vou indo.-Disse me virando para o corredor,quem sabe não dava tempo de descobrir quem estava naquela sala.

-Não,eu quero falar sobre o Matheus.-Ela disse no mesmo tom sério.

-Desculpe,esse assunto não me interessa.-Disse agora a encarando irritado.

-Felipe,você não pode jogar a sua amizade,de tantos anos fora por causa de um maluco.-Disse ela.

-Como é?-perguntei sentindo minha irritação crescer.

-Desde que começou a andar com aquele retardado,você...-Ela tentou falar enquanto gesticulava bastante.

-Ele não é retardado,sua piranha meia boca.-Interrompi sentindo meu sangue ferver.

Ela fechou as mãos com raiva e o sinal tocou,a ignorando passei por ela e ao passar pela sala do diretor,percebi que estava vazia.Por causa daquela criatura eu nunca ia saber quem era o dono daquela voz.

Alguns amigos tentaram falar comigo a medida que cáminhava,mas passei por todos e entrei na sala,sentando lá no fundo.As últimas aulas demoraram a passar e eu mal conseguia prestar atenção em alguma coisa.

Quando finalmente acabou,fui direto a casa do Matheus,lá fui recebido pela mãe que me tratou com tanta grosseria,que só faltou me tacar pedras.Decidi não insistir e fui para casa. Lá,arrumei minhas coisas e tomei um longo banho.Logo depois do almoço sai em direção a praça para encontrar o D.

Os dias se passaram,quatro pra ser exato.Eu e o D passava cada vez mais tempos juntos,e ficava mais difícil de esconder o que sentia.As noites eram longas e cansativas e meu desempenho nas aulas andava ruim.Já o Matheus não havia aparecido,tava dispensado por ter torcido o tornozelo.

Hoje era um dia de domingo e eu decidi ficar na cama até mais tarde,me sentia exausto,vinha dormindo muito mal nos últimos dias.Quando decidi me levantar,fui direto ao banheiro tomar um longo banho e em seguida tomei café.

Ao voltar ao quarto,vesti uma bermuda jeans e uma camisa de manga branca,essas peças caiam bem no meu corpo.Pentiei o cabelo e passei um perfume.Me olhei no espelho várias vezes e então sai para a rua.

Encontrei o D na beira da mata aonde tínhamos visto o por do sol,ele acenou para mim e juntos subimos a trilha.Lá,eu me sentei debaixo da sombra de uma árvore e ele passou a brincar sozinho.Eu só observava,pois não tinha animo para participar.

Depois de algum um tempo,ele veio e se sentou ao meu lado,próximo demais de mim.

-Garoto mal o que tem?Tá dodoi?-Ele perguntou em voz baixa.

-Eu tô cansado,não dormi direito.-Respondi sem olhar pra ele.

-É porque ninguém conta história pra Garoto mal.-ele disse alegre.

-Acho que uma história não resolve meu problema.-Disse sem conseguir sorrir.

D então me puxou e me fez ficar de frente pra ele.Sem querer acabei olhando em seus olhos e senti meu coração acelerar.Varios minutos se passaram e parecia que a gente tava em transe pois não nos mexiamos.

Eu então aproximei meu rosto do dele,sentindo meu coração bater desesperado,embarquei em um desejo insano e encostei minha boca na sua.

Os lábios dele eram tão macios e carnudos,que despertou em mim outras vontades mais loucas.D tinha congelado e não retribuía meu ato,mas não me importei e o abracei colando seu corpo ao meu,sentindo seu calor emanar de sua pele tão macia e cheirosa.

Naquele momento senti suas mãos em meus ombros e ele me empurrou.Seu olhar estava em choque e aos poucos ganhava um brilho de raiva.Ele se levantou e sem falar comigo,disparou pela trilha.

Meu rosto queimava de vergonha e eu me sentia um lixo.O que tinha dado na minha cabeça?Ele tinha a mentalidade de uma criança,era claro que ia ficar em choque.Lágrimas e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto e meu peito parecia que estava sendo apunhalado várias vezes seguidas.

Fiquei ali sozinho um longo tempo revivendo o olhar do D,então automaticamente me levantei e fui pra casa.O resto do dia passei trancado no quarto,me sentindo pior do que nunca.

A noite mal jantei e lá se foi mas uma noite sem dormir direito.Dois dias se passaram e eu rodava o bairro tentando encontrar o D,mas ele havia desaparecido completamente.E a cada vez que voltava pra casa,me sentia arrasado,então me trancava no quarto.Minha mãe e minha começaram a perceber que tinha algo errado e tentaram falar comigo várias vezes,mas eu ignorava totalmente.Só conseguia reviver aquele maldito beijo e ficar pior.

Na quarta feira ao chegar na escola,descobri que no lugar da aula,íamos a um museu da cidade.Eu estava com uma camisa de capuz,então joguei ele sobre a minha cabeça e fui até o fundo do ônibus aonde me sentei sozinho.

O passeio pelo museu era chato e não gravei uma palavra do que o professor falou,depois de duas horas nos deram uma pausa pra lanchar e saímos pra fora.Decidi comer em alguma lanchonete ali bem distante dos outros,não queria ninguém me perguntando sobre a minha vida.

Andei toda rua do museu e dobrei a esquina,lá tinha uma doceria e parei para olhar a vitrine que tinha uns bolos bem bonito.Depois comecei a prestar a atenção em quem estava dentro do local já que dava para ver uma boa parte.No balcão estava um homem de costas para mim,ele vestia uma calça social preta,uma camisa azul escuro e parecia ser bem grande.Observei melhor e ele parecia familiar,como se eu o conhecesse.

O homem segurava a mão de uma mulher que estava vestindo um vestido azul claro,mas não me demorei muito nela,minha curiosidade era ele.

Costas largas,ombro forte,corte de cabelo...

Outra imagem invadiu minha mente,era o D de costas.E então percebi porque ele me parecia tão familiar,porque de costas era como se eu estivesse vendo o D só que com roupas diferentes.

Mas não era ele,disse a mim mesmo.Aquele era um homem normal,com uma vida normal,tudo que o D não era.Eu estava desesperado para encontra-lo e agora começava a achar os estranhos parecido com ele.

Senti uma mão sobre o meu ombro e me virei rapidamente,era o Thiago líder de turma da minha sala.

-Você não devia estar tão longe do museu.-Ele disse sério.

-Eu sei,mas já estava voltando.-Disse em voz baixa.

-Não,você vai voltar agora.-Ele disse com autoridade.

-Mas Thiago...-Tentei argumentar.

-Agora!-Ele interrompeu me puxando.

Acompanhei o Thiago e ele me deixou na porta do museu e foi se reunir aos professores.

Não conseguia tirar o homem da doceria da minha cabeça.Mas talvez aquele homem nem fosse tão parecido assim e eu só tinha achado isso,porque queria muito encontrar ele,explicar sobre aquele beijo impensado.Queria muito que o D voltasse para perto de mim.

-Posso me sentar aqui?-uma voz perguntou.

-Não quero briga Matheus...Aliás o que você está fazendo aqui?-respondi sem olhar pra ele.

-Eu soube da excursão e resolvi vir,em casa esta um tédio.-Ele respondeu enquanto se sentava do meu lado e colocava as muletas a um canto.

-Acho que eu vou entrar.-Disse sem animo.

-Felipe espera,eu quero te pedir desculpas por tudo aquilo que andei falando

pra você.-Ele falou arrependido.

-Tá!-disse sem me importar.

-Eu sou seu amigo,seu irmão e seu parceiro...Não esquece disso.-Ele disse enquanto pegava no meu braço.

-Eu tô legal.-Disse enquanto olhava pra mão dele.

-Isso é mentira,não sei o que está acontecendo,mas sei que você está sofrendo...Eu sinto isso,e quanto mais você se fecha pra mim,eu sofro também.-Ele disse com carinho,passando a mão pelo meu cabelo.

Me virei e olhei pra ele,dentro dos seus olhos e não aguentei mais,acabei chorando.Ele então me puxou e me fez deitar a cabeça em seu ombro e eu o abracei.

Aos poucos experimentei uma paz como não sentia há vários dias e então fechei os olhos e me permiti aproveitar dessa sensação de tranquilidade.

-Obrigado por estar aqui.-sussurrei baixinho.

-Eu sempre vou estar aqui pra você,sempre que precisar de mim,porque eu te amo meu irmãozinho.-Ele sussurrou de volta enquanto fazia carinho no meu cabelo.

Continua...

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Hiper cansado,com sono mas consegui,está aí mais um capítulo pra vocês.Tentei não apressar muito as coisas,então espero que gostem.

Nossa tantos comentários elogiando o conto,que fiquei emocionado.Obrigado pessoal.

Obrigado a todos que leram e espero que curtam,até a próxima.

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Comentários

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Nota 1000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000 esse conto.

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SEMPRE ALGO IMPEDINDO O D DE SER RECONHECIDO. MUITO ESTRANHO ISSO

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Acho D misterioso e fofo, gosto muito do D, ele não esperava pelo beijo. Mas acho que se gostam ❤❤❤ Felipe é um fofo tambem

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