Fogo Cruzado - Capítulo 7

Um conto erótico de Lollitta
Categoria: Homossexual
Contém 838 palavras
Data: 01/11/2016 23:00:05
Última revisão: 29/11/2016 05:45:34

Capítulo 7 - Negação...

-Amanhã sua advogada virá lhe ver. É bom você contar a verdade a ela, pra que ela pense em alguma mentira pra defendê-la. -Disse, indiferente ao que havia acontecido, levantando-se, saindo da sala e me deixando pensativa sobre o que havia acontecido.

"O quê foi isso?" Pensei me lembrando do beijo, seus lábios mácios, a língua inquieta, a saliva doce e algo em mim se acendia... Eu havia beijado uma mulher!

Depois de algum tempo pensando no beijo, voltei a realidade e lembrei que estava em uma cela, presa.

"Advogada... Minha mãe contratou uma advogada?" Refleti, imaginando como estaria minha mãe. "Ah mamãe, eu sinto tanto por esse mal entendido."

Após refletir sobre tudo, acabei adormecendo.

-Bom dia, senhorita. -Assim que acordei, não foi a voz de Rodrigo que ouvi, mas sim a de um outro policial que também não era o tagarela que estava com Rodrigo no dia em que fui detida.

-Bom dia. -Respondi secamente.

-Sua mãe e advogada estão aqui para vê-la. -Falou me fazendo suspirar com a hora que elas haviam chegado. Sete e meia da manhã.

-Você pode tomar banho. Eu espero. -Disse o policial que ainda não havia aberto a cela. -Obrigada. -Falei indo pro banheiro, onde estavam minhas roupas e produtos de higiene e lá fiz tudo que precisava rapidamente, antes de deixar a cela e ir ao encontro da minha mãe e da advogada.

-Mamãe! -Falei assim que me aproximei de minha mãe.

-Filha! -Me abraçou chorando.

-Policial, por favor, tire as algemas dela. -Pediu a advogada.

O policial me soltou e pude abraçar melhor minha mãe.

O policial saiu da sala de visitas e ficou ao lado de fora. Depois de chorar muito no abraço de minha mãe, nos sentamos em algumas cadeiras e a advogada me cumprimentou começou a falar.

-Sou a advogada Letícia Silveira. Sua mãe me contou o que aconteceu, mas preciso saber de você.

Me apresentei e contei a ela tudo o que sabia: Havia sido confundida com uma criminosa e presa no lugar dela.

-Hum... Me parece simples. -Disse a advogada, fazendo parecer fácil.

-Simples? -Perguntamos eu e minha mãe, juntas.

-Sim. Como a polícia sabe quem é a culpada, apenas precisamos pedir que eles tirem suas digitais e comparem com as da verdadeira assassina. Então verão que você é inocente e em menos de uma semana você estará livre e limpa com a justiça.

Conversamos mais algum tempo e o policial anunciou o fim da visita, me despedi de minha mãe e da advogada e após ser algemada voltei pra cela e tomei o café da manhã que provavelmente, Rodrigo havia deixado. Ele devia estar envergonhado pelo que aconteceu, ou melhor, quase aconteceu na noite anterior.

Na verdade, eu não sabia o que pensar. "Por que eu não beijei Rodrigo, mas beijei a delegada?" Essa pergunta não saía da minha cabeça.

"Não deve ser certo uma pessoa gostar de outra do mesmo sexo..."

"Por que eu fiz aquilo?"

"Por que senti meu corpo queimar?"

"Por que senti vontade de ir além?"

Vários pensamentos e perguntas não saiam de minha mente e foi assim o dia todo na tediante cela da delegacia.

Por volta das sete horas da noite, acabei adormecendo. Acabei sonhando com o belo par de olhos azuis novamente. Porém dessa vez, eu pude ver o rosto dela. O Rosto da doutora...

-Isabella... -Ouvia sua voz rouca sussurrar meu nome.

-Doutora... Ahh... -Abri os olhos despertando do sono eentão vi que que Rodrigo estava me olhando preocupado e chamando meu nome. Na hora enrubesci pensando em tudo que podia ter falado enquanto dormia.

-Eu trouxe seu jantar. -Falou enquanto eu me sentava.

-Obrigado. -Agradeci tomando a bandeija de suas mãos.

Ele sentou-se ao meu lado. Como sempre, parecia cansado e desabou com o rosto sobre as próprias mãos, como se estivesse com sono. Não conversamos enquanto eu jantava.

-O jantar estava ótimo. -Iniciei conversa após terminar, tentando dissolver a atmosfera tensa que se instalava entre nós.

-Que bom que gostou. -Sorriu me olhando e eu devolvi seu sorriso. -É... Isabella... -Percebi um certo embaraço em sua voz.

-Sim... -Respondi.

-Me desculpe... Por ontem... -Falou constrangido.

Eu enrubesci novamente. Havia até me esquecido disso.

-Tudo bem... -Falei tomando suas mãos e as agasalhando nas minhas.Uma delas estava enfaixada. -Você tem sido muito gentil comigo. Obrigada. -Disse lhe dando um abraço rápido.

-Você não merece o que está passando Isabella. -Afirmou tirando uma mecha de cabelo de meu rosto e se aproximando. -Você fica tão bonita sem aqueles óculos. -Falou sorrindo bobamente.

"Talvez eu deva dar eles a você" pensei sorrindo.

-Obrigada... -Agradeci o seu elogio

Ele continuou me olhando como se eu fosse uma jóia rara encontrada no Antigo Egito.

"Não custa tentar. Vai! Você consegue Bella." Em meus pensamentos eu tentava me convencer a beijar Rodrigo. No fundo, eu tinha medo de não sentir o que senti com a delegada.

"Não pode ser tão ruim assim, não é?" Esse foi meu último pensamento antes de agarrar Rodrigo.

Continua...

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