Entre o Presente e o Passado - 1º

Um conto erótico de Hugo
Categoria: Homossexual
Contém 1445 palavras
Data: 27/10/2016 14:34:59

// Parte 1

O relógio marcava 06h00min da manhã, acordo ainda meio sonolento e vou direto para o banheiro, entro no chuveiro e deixo aquela água quente levar a ressaca da noite anterior, enquanto observava a água escorrer pelo meu corpo eu lembrava do porre que tive após sair daquele jantar de noivado ridículo. Sai do box e limpei o espelho embaçado olhando para meu rosto que denunciava pelas olheiras que eu tive uma péssima noitada. Sequei-me, saindo do banheiro dou uma olhada ao meu redor e percebo a leve bagunça que tinha feito no quarto, realmente quando estou bêbado perco a noção do que seja equilíbrio e espaço. Olhei ao canto do quarto e vejo meu pai sentado na poltrona me observando com os braços cruzados. Não dei muita atenção para a presença dele ali e comecei a me arrumar como se estivesse sozinho.

Em meio à bagunça do meu quarto encontro meus livros, jogo eles na mochila e saio procurando minha carteira e as chaves do carro. Finalmente com tudo em mãos me preparo para sair do quarto e deixar aquela casa em paz, mas isso era o que eu queria, pois meu pai estava esperando o momento certo para começar as cobranças infinitas de todos os dias.

- Bom dia Itallo, como foi a noite?!

- Bom dia Pai! – coloquei a mão na maçaneta para sair dali e sim! Estava ignorando a pergunta dele.

- Itallo eu te fiz uma pergunta! Que papelão foi aquele que você fez ontem?!

- Olha aqui Dr. João Vitor! Eu fui até a casa dos Tyson e fiz o que você queria! Comprei um anel caro, vesti uma boa roupa e fiz a melhor encenação da minha vida pedindo a Bonnie em casamento, agora, por favor, ver se não me enche!

Abri por fim a porta do quarto e sai batendo a mesma com força e deixando meu pai gritando para que eu voltasse até lá, desci as escadas dando de cara com minha mãe e minha irmã olhando atônitas para o que estava acontecendo, passei pelas duas sem dizer uma palavra, entrei no meu carro e sai em direção à faculdade. Estacionei o carro, peguei minha mochila no banco de passageiro e caminhei até a mesinha que fica nos fundos da faculdade onde eu e minha turma sempre nos encontrávamos, como ainda era cedo ninguém tinha chegado ainda, sentei no banquinho jogando a mochila encima da mesa que ainda estava molhada pelo orvalho, peguei meu fone de ouvido e coloquei uma faixa aleatória do Spotify. Enquanto as musicas tocavam eu me perdi devaneando em como seria minha vida sem toda essa pressão. Fui despertado pelo toque de chamada do celular, olhei para o visor e lá estava a foto dela: cabelos castanhos claros estilo Chanel, pele morena e aqueles olhos naturalmente cor de mel. Bonnie é uma mulher linda e uma pessoa fantástica, mas eu infelizmente não a amava.

- Oi Bonnie.

- Oi amor, como você está? Saiu do nosso jantar ontem daquela maneira sem se despedir, depois daquela discussão com seu pai.

- Perdão pela minha falta de atenção! Ontem meu pai me tirou do sério, eu só queria ficar sozinho e esfriar a cabeça.

- Eu te entendo meu amor, meus pais vão descer para o sitio hoje, meu irmão Lucas chegará daqui a pouco de Paris, você quer ir com a gente?

- Tenho provas na segunda Bon bon, marquei com o pessoal para nos reunirmos na casa de alguém e fazermos uma maratona de estudos do conteúdo.

- Poxa amor! Nós quase não temos momentos juntos como casal! – notei certa decepção no tom de voz dela.

- Faz assim, eu vou ver e te falo até meio dia se vou com vocês!

- Promete que vai pensar com carinho?

- Prometo!

- Então ok, beijo amor, vou sair com a mamãe agora. Vamos fazer umas comprinhas.

- Beijo, até mais.

Eu não estava muito a fim de ir naquele passeio, quando desse meio dia eu ligaria para ela e diria que não iria com a família dela, não me dava muito bem com o pai dela e o irmão era um mauricinho insuportável, eu queria paz e sabia que se aceitasse aquele convite, eu não teria essa paz. Logo a turma foi chegando e se acomodando ao redor da mesa, éramos amigos de infância inseparáveis.

Álvaro era meu primo e namorado de Karen (Cursa artes cênicas)

Caleb que é namorado de Nancy (Cursa Direito)

Nancy é namorada de Caleb e melhor amiga de Karen (cursa administração)

Karen que é namorada de Álvaro (cursa administração)

Valentina que é a solteira do grupo ( cursa medicina)

Eu (Itallo) já devem me conhecer mais ou menos ( Curso Arquitetura e Urbanismo)

Somos o sexteto da faculdade, onde um estava os outros estavam juntos ou logo chegariam.

Valentina: Bom dia Itallo! Caiu da cama?

Eu: Bom dia Tina, mais ou menos isso, minha cabeça está estourando!

Álvaro: O que aconteceu dessa vez? Não me diz que...?

Eu: Isso! Acabei brigando com meu pai mais vez, bebi a noite toda e estou aqui com ressaca! E já fiquem sabendo que daqui uns dias vocês vão receber convites para o meu casamento de farsa!

Todos: O QUE?

Eu: Ontem foi meu “jantar de noivado”, pedi a Bonnie em casamento e logo seremos uma família “feliz” – disse com um tom de sarcasmo

Álvaro: Isso é um absurdo Itallo!

Eu: Isso é o que o meu pai quer que eu faça da minha vida.

Nancy: Quando é que você vai bater de frente com o seu pai? Você já é um adulto Itallo, você tem que viver a sua vida.

Eu: Você não sabe o que é ter uma divida eterna com meu pai, todas as vezes que eu tentei me opor às vontades do Dr. João Vitor ele jogou na minha cara que eu fui adotado e que graças a ele que eu não sou um marginal ou morador de rua. E o pior é que isso é verdade...

Álvaro: Às vezes eu não te reconheço. O Itallo de antes não era assim tão passivo!

Eu: Engraçado primo, que naquele dia só estávamos eu, você e o meu pai naquela casa de praia... Você e ele nunca contaram o que aconteceu exatamente naquele dia. Quem sabe você não queira falar pra mim agora o que houve pra eu ter saído de carro àquela hora da madrugada no meio daquela tempestade!

Karen: Meninos é melhor mudarmos de assunto, todas as vezes que vocês tocam nesse assunto do acidente acabam brigando.

Eu: É que é muito fácil cobrar atitudes de alguém que eu não lembro que existiu, já faz três anos desde aquele bendito acidente! Eu não me lembro de nada antes daquilo, tudo o que sei a respeito de mim mesmo foi contado por outras pessoas... Tudo o que eu queria saber é o motivo! E isso somente o Álvaro e meu pai sabem e até hoje nenhum dos dois abriu a boca para contar.

Álvaro catou os livros dele e saiu enraivecido levando consigo Karen que saiu como uma louca tentando acalmar ele, Valentina e Nancy se despediram e saíram juntas.

Caleb: cara às vezes acho que você pega pesado com o Álvaro, você o cobra por algo que nem o seu pai quis te contar.

Eu: Mas pelo o que vocês me dizem eu e ele sempre fomos melhores amigos, melhores amigos não guardam segredos um do outro!

Caleb: vai ver a versão que eles te contaram é a verdadeira! De que você estava bêbado e saiu sem eles perceberem.

Eu: Não Caleb! Eu sinto que há algo por trás daquele acidente, sinto que Álvaro me esconde algo. Nem que eu gaste toda a minha vida, um dia eu descobrirei o que de fato aconteceu naquela noite.

Peguei minha mochila, e saímos em direção aos pavilhões da faculdade, segui o corredor enquanto Caleb entrou na sala que ele estudava. Entrei na minha sala e me encaminhei a ultima cadeira da terceira fila a direita. Minha cabeça parecia querer explodir de dor, minha vista ficou turva e comecei a ficar tonto, pedi a professora para que eu desse uma saída; três passos foi o Maximo que consegui andar até cair desacordado no chão.

// NOTA SOBRE O CONTO //

O primeiro capitulo pode parecer confuso por não ter começado com a apresentação dos personagens, mas isso foi proposital. A medida que vou destrinchando a história vocês vão conhecendo os personagens e suas características (físicas e de caráter), eu ia demorar um tempo sem postar nada, mas a história surgiu eu escrevi e começarei a postar. Estou finalizando um conto agora, por isso posso demorar mais que o convencional para atualizar os capítulos desse aqui.

Até qualquer hora!

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