CORAÇÃO DE TITÂNIO - 16 (Penúltimo Capítulo)

Um conto erótico de Leon
Categoria: Homossexual
Contém 2094 palavras
Data: 22/10/2016 20:54:50
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Luk Bittencourt2: Haha! O mistério logo se resolverá... Aguarde!

Cintia C: 💖

Luny: Obrigadooooo 💖💖💖

Feelos: Aguarde a reviravolta, baby! Haha!

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CORAÇÃO DE TITÂNIOVocê está de bom humor. -Dani comentou na hora do almoço, sorrindo e servindo seu prato.

-Realmente está! -Homero concordou, comendo e lendo um jornal. -Seu sorriso parece que vai rasgar sua cara.

Tentei fazer uma carranca pra ele, mas a risada veio com mais força.

Sim! Eu estava feliz, sim! Um dia antes Xavier admitiu estar apaixonado por mim... Não fizemos comentários sobre isso, não desenvolvemos o assunto. Não precisávamos.

Amor não se define. Ele se sente. E se Xavier sentia a metade do amor que eu sentia por ele, era o suficiente pra mim estar muito feliz! Muito obrigado!

-Acontece que meu namoro deu um passo grande. Acho que pedirei Xavier oficialmente e darei a ele uma aliança. Que tal?

-Uau! -Dani arregalou os olhos. -Vocês voltaram a transar, não foi?!

-Como sabia que não estávamos transando? -eu franzi a testa, chocado. -Xavier contou?

-Ele nem precisou. Sua postura corporal disse tudo. -ele deu de ombros. -Homero ficava do mesmo jeito quando criticava minha cantora favorita.

Meu irmão deu uma gargalhada, com o olhar totalmente inflamado e afiado. Aposto que queria comentar alguma coisa, mas pela sua saúde sexual, resolveu ficar quieto.

-De qualquer forma, voltamos a transar, sim. -eu ri, baixinho. -E estou muito feliz por isso também.

A conversa que se seguiu foi sobre lugares onde se comprar alianças. Homero aparentemente tinha procurado em todas as lojas do estado pela aliança perfeita pra Dani, então sabia onde podia me levar.

Como era sábado, ele sairia mais cedo do serviço e iríamos nós três na loja que ficava na cidade vizinha. Mesmo eu garantindo que não precisava que ele se desse o trabalho, fiquei feliz que os dois viriam comigo nesse passo tão importante. Oficializar meu namoro com aquele que amava.

Dani e eu ficamos assistindo filme e comendo pipoca. Pensei em ligar pro meu pai pra que ele não ficasse tão desconexo com o que acontecia, mas nem precisei.

Quando estava na metade do filme, a campainha toca... Dani corre e atende. Avisa que meu pai está ali com um sorriso no rosto.

Eu corri até a porta pra abrir pra ele. Seu abraço me envolveu, assim como as desculpas de ficar tão afastado.

Ele parecia tão feliz. Tão alegre. Seus cabelos rebeldes balançavam ao vento. Deixou a barba crescer, reparei.

-Não precisa se desculpar. -eu sorri. -Aliás, tenho novidades pra contar.

-Pois eu também! -ele riu, todo alegre.

Quando ia fechar a porta, notei que havia alguém ali fora, esperando pra entrar.

Meu grito de pavor ficar suprimido na minha garanta. O que estava acontecendo?!

-Victor?! -eu exclamei, rouco e horrorizado.

Ali estava ele... O irmão de Xavier! Cabelos encaracolados e longos. Olhos castanhos fortes... Mas seu olhar estava tão diferente.

Estava dócil. Amável... Mas ele lançou-me o olhar daquele dia. Debochado, insano...

-Você já conhece meu namorado? -Jonas questionou, rindo. -De onde?

Eu precisava agir... Victor era perigoso. Ele era muito perigoso! Pelo visto meu pai não sabia como ele era realmente.

Não podia deixá-lo entrar. Não podia deixá-lo perto do Dani nem do meu pai! O que eu faria?!

Aparentemente alguns segundo tensos se passaram... Um clima palpavelmente tenso se instalou na sala.

Dani, percebendo algo de errado, ficou um tanto distante. Não se aproximou.

Meu pai encarava-nos com olhos franzidos.

-Daniel... -eu virei-me pra ele. -Corra e ligue pra polícia!

Aconteceu tudo muito rápido. Tentei fechar a porta na cara de Victor, ele jogou seu corpo por cima de mim me fazendo cair, Daniel tentou correr pra longe, mas parou assustado quando uma arma de fogo foi mirada na sua direção. Levantou suas mãos em rendição, sinalizando que não faria nada.

-Tsk, tsk... Leon, você estragou a surpresa tão cedo. -Victor debochou, olhando pra cada um de nós.

Lavantei-me do chão tremendo de medo e ansiedade. O que esse maluco iria fazer?!

Meu pai estava chocado. Não tinha comentários... Olhava aquela criatura medonha a sua frente como se fosse uma realidade paralela à sua.

-Vic, o que está fazendo? -questionou, baixinho tentando se aproximar do outro.

Parou no mesmo instante que a arma foi apontada pra ele.

-Não se mexa, Jonas! Isso não tem nada a ver com você! -Victor estava sério, seus olhos castanhos escurecendo cada vez mais. -Se você ficar quieto, não vai se machucar.

Olhou pra mim e pro Dani.

-O mesmo vale pra vocês dois. Sentem naquele sofá! O grande! E, ah, joguem seus celular pra cá!

Não ousamos desobedecê-lo. Tiramos todos os celulares do bolso e jogamos ao seus pés. Ele recolheu os três e colocou no bolso.

O filme ainda passava na televisão. Daniel sentou no meio e pegou minha mão, tentando me confortar. Foi aí que percebi que estava realmente tremendo. Minha cabeça estava em branco, salvo a imagem de Xavier. Será que eu morreria ali?

Será que eu seria tão azarado a ponto de lutar tanto por algo e morrer um dia depois de ter conquistado aquilo que sempre quis?

Meus ouvidos eram zumbidos eternos e meu coração saía pela boca. Meu pai estava em estado mais deplorável que o meu... Olhava Victor e seu olhar era vazio. Como olhos feitos de vidro.

-Preciso que Xavier venha até mim. -Victor sentou-se no sofá médio, ainda apontando a sua arma pra nós. -Não consigo acesso a ele. Muita segurança, GPS rastreador. Preciso que ele venha até aqui e então eu posso matá-lo e ir embora.

Seu sorriso doentio me deu medo! Ele não mataria Xavier! Não! Não mataria!

Eu não iria deixar!

Por algum estúpido motivo, iria me levantar e atacá-lo quando a campainha tocou novamente. O barulho nos deu esperança. Talvez fosse Homero ou a polícia...

Daniel tremeu do meu lado... Pensou o mesmo que eu. Se fosse Homero, ele também estaria preso aqui conosco, uma arma apontada pra cabeça e suscetível a levar um tiro.

As cartas não estavam a nosso favor.

Victor levantou-se todo dono de si do sofá, olhou pela janela, viu quem era e simplesmente abriu o portão eletrônico com um sorriso no rosto.

Tudo aconteceu em menos de dez segundos. Minha mãe entrou pela porta, Victor apontou a arma pra sua cara e disparou. O barulho do tiro não veio... Não sei porquê. Foi algo seco e sem vida. A queda da minha mãe perto da porta e o sangue jorrando pela parede foi marcado pelo meu grito de susto e do meu pai.

Minha mãe morreu. Foi assassinada... Perante meus olhos!

Um flash... Ela deveria ter vindo nos subornar com o que seu detetive achou... Pobre alma infeliz.

Daniel não se mexeu. Olhava a cena de olhos arregalados e respiração ofegante.

Agora sabíamos que, quem quer que chegasse ali, levaria um tiro e morreria antes mesmo de saber o que aconteceu.

A ânsia de vômito veio... Aquele sangue todo no chão. Suprimi a vontade de vomitar, o máximo que pude.

Eu iria desmaiar. Aquilo só podia ser um sonho ruim!

Só podia ser!

Victor olhou longamente pro corpo da minha mãe, deu de ombros, fechou a porta e voltou a sentar-se no sofá e apontar a arma pra nós. Os olhos dela, abertos em surpresa para todo o sempre... Desviei o olhar daquilo.

-Leon, qual a senha do seu celular? -Victor questionou, como se nada tivesse acontecidominha voz não parecia minha. Saiu rouca, grave e totalmente sem vida.

Victor jogou no meu colo o meu celular com o número de Xavier já discado e chamando.

-Chame seu amado! Se você tentar alguma gracinha, prometo a você que não sairá vivo dessa casa!

Desliguei o celular, num momento insano de coragem! Ele não mataria Xavier, nem que eu tivesse que morrer por ele!

-Não vou fazer isso!

Ele sorriu, pendendo a cabeça para um lado como se discutisse com uma criança.

Apontou a arma pra mim, mas logo desviou e apontou-a pro Dani. Seu disparo passou raspando pela cabeça dele.

Meu pai soltou um grito horrendo de susto, assim como eu. Daniel deixou escorrer uma lágrima de medo e agarrou meu joelho num pedido de desespero mudo.

-Não vou matar você, não por primeiro. -Victor continuava sorrindo. -Se não fizer o que eu mando, o lindinho morrerá primeiro. Depois seu pai... E então você.

-Victor! -meu pai se pronunciou, chamando a atenção de todos. Ele parecia fora de si, completamente perdido e desesperado. -Meu amor, não faça isso! Por que está fazendo isso?!

O outro olhou-o longamente e negou com a cabeça, ainda apontando a arma pra nós.

Era um aviso claro. Ele não era seu amor! Tudo que viveram, seja o que for, não existiu e meu pai foi apenas usado.

Disquei novamente o número de Xavier. Era meu fim! Minha linha de chegada. Não havia destino depois disso.

Eu deveria escolher entre não chamar Xavier e deixar que Daniel e meu pai morressem?! O que eu deveria fazer?!

-Leon? Oi? Nossa, que surpresa boa. -a voz do meu namorado fez uma lágrima brotar dos meus olhos e rolar bochecha abaixo. Que voz linda, que ser humano perfeito!

-Oi, meu amor! -minha voz saiu um tanto rouca. O dedo de Victor no gatilho me avisou pra melhorar minha atuação. -Queria saber como você está! Tô com saudade!

-Eu também tô com saudade de você! Tô bem melhor agora que você ligou! -ele riu. Oh, meu Santo Deus! Que som divino. -Sabe, o andamento da construção tá difícil. O engenheiro parece que não sabe exercer a profissão. Precisa da minha opinião em tudo!

Forcei uma risada.

-Será que você tem um tempo de vir pra cá, tipo, agora? -eu questionei, sentindo o celular quase escorregando da minha mão pela tremura.

-Bem... Acho que sim. É importante?

-Uma emergência.

-Nossa... Quer me adiantar algo pelo celular?

Pensei em gritar pra ele chamar a polícia e ficar longe da casa de Homero. Mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa disso, Victor iria matar todos nós.

-Não posso! Só venha pra casa do meu irmão.

-Claro. Vou sair daqui agora. -ele estava preocupado.

-Eu te amo, Xavier! Eu te amo mais que tudo. Você é tudo pra mim. -não encontrei mais voz pra continuar.

-Oh, meu amor! Eu te amo também! Mais que tudo! Logo chego aí.

Ele desligou e me permiti gemer e chorar de dor. Daniel chorava baixinho, também. Abraçou-me e me consolou.

Joguei novamente o celular aos pés de Victor. Ele sorria quase com compaixão quando olhei pra ele.

-Vocês parecem realmente se amar... Uma pena!

Tirou do seu bolso o seu isqueiro e o maço de cigarros. Acendeu um cigarro em sua boca e tragou profundamente.

Não conseguia raciocinar. Estava completamente petrificado. Daniel respirava profundamente e meu pai parecia mais morto que vivo... Eu perdi minhas esperanças de salvar qualquer um.

O sentimento me consumia por inteiro e me fez pegar fogo de dentro para fora.

Esperamos quinze minutos de acordo com o relógio na parede até ouvirmos um carro na frente da casa, estacionando na calçada.

Era Xavier? Chegou muito rápido!

Não. Não era Xavier!

Daniel parou de chorar e tensionou cada músculo do seu corpo. Ouvimos o portão ser destrancado e Victor levantou-se pra ver quem era. Olhou pela janela e logo se colocou perto da porta pra esperar mais uma vítima.

Não. Não era Xavier.

Ouvimos os passos perto da porta e Daniel correu até Victor. Vi em câmera lenta o outro virar-se pro meu cunhado, tentar apontar a arma pra ele, os dois caírem no chão e a porta sendo aberta por Homero.

Dois tiros foram efetuados sem sabermos aonde ou em quem acertaram, Daniel socou três vezes a cara de Victor, Homero arregalou os olhos para o corpo da nossa mãe ali no chão e, por reflexo, chutou a arma pra longe das mãos do outro inconsciente.

A sensação de choque e estupor invadiu a sala. Eu estava preso no sofá. Meus músculos eram de concreto. Homero olhava fixamente pro seu noivo, que tirava o seu celular do bolso de Victor.

Discou algum número.

-Alô? Polícia? Preciso de uma viatura e uma ambulância. Rápido, por favor.

E desligou.

Seu olhar encontrou o do meu irmão, sua mão baixou até a barriga e ali havia uma poça de sangue.

Ele riu, baixinho, sua voz falhando e algumas lágrimas rolando por sua bochecha.

-Levei um tiro. -disse, suspirando. -Levei um tiro. -repetiu e desmaiou nos braços do meu irmão.

O grito de Homero despedaçou o resto da minha mente e do meu coração.

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Comentários

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A bruxa morreu,q dó sqn,tadinho d Dani aguardando o próximo.

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É verdade o que dizem " A desgraça gosta de andar acompanhada ", espero que dê tudo certo no final e manda esse maluco pro hospício 😠👊!!! Continua!!! 👏👏👏🙌✊👀

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Caralho, saudades do conto! Só fui ler agora e tá muito bom...

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Chorei e não foi pouco 😭😭😭😭😭

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