CORAÇÃO DE TITÂNIO - 12

Um conto erótico de Leon
Categoria: Homossexual
Contém 2241 palavras
Data: 19/10/2016 23:14:30
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

*Eu só postaria essa capítulo amanhã, mas pensei "fiquei tantos meses sem postar!". Acho que devo mais um capítulo, hoje. Isso se eu não postar todos hoje ainda.

Enfim...

Luk Bittencourt2: Voltei! Miss me?! Kkkk. Obrigado pelo comentário, lindo!

AllexSiilva: Agradeço sua empolgação para com minha volta! É muito bom estar de volta. Lindooo!

Feelos: Muito obrigado por aguardar tanto! E por me receber de braços abertos.*

...

.

CORAÇÃO DE TITÂNIOMinha respiração estava presa na minha garganta e eu era incapaz de puxar o ar para oxigenar meu cérebro.

Xavier estava ali, na minha frente. Ele e seus olhos coloridos. Seus cabelos estavam desgrenhados e seu olhar não desviava-se um segundo sequer do meu.

Mesmo daquele jeito, com uma roupa mais velha, ele parecia uma visão do paraíso pra mim. Bochechas em seu rosa natural e bem vivo.

Ele deu um passo na minha direção e eu recuei dois, mantendo a segurança da distância que nos separava. Mantendo-o seguro e a mim também. Não sabia se era capaz de ficar perto dele sem machucá-lo.

Já ele provou que era totalmente capaz de me machucar. E muito!

-Você pode fugir o quanto quiser. -ele disse, com uma voz dissimulada e rouca. -Mas sabe melhor que eu que há algo que nos empurra cada vez mais de encontro um do outro.

Fiquei em silêncio, tenso, me perguntando o que ele ganharia me confrantando desse jeito.

-Será que você pode parar de se esquivar de mim? -ele franziu a testa.

Não respondi. Pensei na pergunta que ele me fez... O que eu temia tanto para ficar o evitando?

Temia por mim, talvez. Meu coração já havia sido pisado por ele sem termos nenhum relacionamento profundo. Temia que eu não suportasse se viesse a ser quebrado por Xavier mais tarde.

O outro suspirou pesadamente e, um pequeno passo de cada vez, aproximou-se de mim. Desta vez deixei que ele se aproximasse... Queria que ele se aproximasse. Quando estava centímetros de distância ele sorriu largamente me fazendo lembrar o por que me apaixonei por ele. Sua beleza, tanta externa como interna. Sua aura tão viva e colorida quanto seus olhos.

Seu sorriso se desfez aos poucos. Parecia ter lembrado de algo que lhe causou dor.

-Eu não consigo dormir, Leon. -ele desviou seu olhar do meu, pela primeira vez. -Não consigo dormir direito faz anos.

Sua voz estava rouca e um tanto distante. Ele fez menção de tocar meu ombro, mas parou na metade do ato. O que eu achei melhor... Se ele me tocasse, eu não sei o que poderia fazer. Tê-lo tão perto nublava meus pensamentos. Sentia seu cheiro, sentia seu calor... Tudo nele me deixava extasiado.

-A noite que passei com você foi o único dia em três anos que conseguir deitar a cabeça no travesseiro e dormir. Dormir de verdade! Sem pesadelos, sem insônia, sem gritos noturnos... Eu... -ele mordeu seu lábio inferior. -Eu...

Xavier pegou minha mão, causando-me surpresa e uma descarga elétrica pelo corpo, e levou-a até seu peito esquerdo. Pude sentir seus batimentos cardíacos acelerados como os meus.

-Meu coração está partido. -ele sussurrou. -Está partido desde o dia em que vi meus pais em um caixão de madeira.

Ele lutava pra conter as lágrimas, mas aos poucos elas começaram a rolar. A diferença de tonalidades dos seus olhos era incrível com as lágrimas. Ele parecia um anjo...

A raiva que eu tanto senti por ele, aos poucos, começava a se esvair de mim. Eu queria que ela regressasse pra que eu o tirasse aos socos de perto de mim... Mas não consegui sentir mais raiva dele. Só compaixão e amor. Éramos duas crianças perdidas e parecíamos precisar da ajuda uma da outra.

-Me perdoe por fazer o que fiz e por dizer o que disse. -ele apertou minha mão. Uma de suas lágrimas caiu pela minha palma e deslizou até o chão. -Me perdoe por ser assim! Me perdoe por ter te ferido. Eu não queria chorar, não queria amar alguém que está morto, não queria ser fraco!

Ele começava a ofegar e a chorar cada vez mais.

-Me perdoe por fazer isso com você!

Xavier soltou aos poucos minha mão e se distanciou de mim, aos poucos. Fiquei em silêncio, tentando assimilar tudo. Eu simplesmente estava petrificado vendo-o se afastar.

Ele fungou um pouco e se recuperou da sua crise alguns segundos depois. Via o quanto ele era um ótimo ator... Uma máscara perfeita de indiferença e frieza estava pregada em sua face. Os únicos indícios que ele havia perdido o controle segundos antes eram pequenas marcas vermelhas à volta dos seus olhos.

-Você veio pedir meu perdão, somente? -eu perguntei, rouco, depois de alguns minutos de silêncio.

Ele negou com a cabeça. Limpou com as costas da mão uma lágrima solitária, como se ela fosse uma sujeira em seu rosto.

-Vim te pedir que volte a trabalhar comigo.

Abri a boca pra rir e mandá-lo pro inferno, mas ele me interrompeu:

-E também pedir que você me deixe dormir com você hoje.

Fiquei alguns segundos esperando que ele pulasse e dissesse "Brincadeirinha! Peguei você!", mas ele não fez. Ao invés disso me encarou profundamente com seus olhos coloridos querendo uma resposta.

-Isso é alguma piada? -eu questionei, sério.

-Não.

-Por que eu deixaria você dormir comigo?

-Porque você também quer dormir comigo.

Não neguei. Nunca negaria.

-Quando diz dormir... -eu comecei, devagar.

Xavier riu baixinho. Balançou a cabeça.

-Quero dizer dormir, mesmo. Dormir. Deitar numa cama com você e apagar.

-Não preciso nem te dizer o quão doentio essa nossa relação, ou seja lá o que temos, se tornou. Não é? -eu disse, suspirando e tentando acreditar que a última meia hora foi real naquele dia que parecia ter saído de Alice No País das Maravilhas.

-Estou achando tudo muito estranho, admito... -ele encolheu os ombros. -Mas sou assim. Sou estranho e gosto de pensar que você gosta de mim assim.

Não o respondi, o que o fez dar uma risada. Ele sabia que o que eu sentia e mesmo assim desdenhava de mim.

-Te ter por perto não é saudável pra mim. -disse, por fim.

Ele perdeu o sorriso e me encarou, sério. Seus olhos coloridos pareciam assustadores.

-Me dá uma chance. -ele pediu, à queima roupa.

-Uma chance pra quê? -eu questionei, perturbado.

-De te fazer feliz. -ele suspirou pesadamente e quando me olhou, seu olhar me queimava. -Namora comigo?

Fiquei petrificado ouvindo meus ouvidos zumbirem e ecoarem aquele pedido. Eu riria se não estivesse em estado de choque.

-Não brinque comigo. -eu sussurrei, atordoado, depois de alguns segundos.

Aquilo não era real! Não podia ser! Xavier amava o pai morto, se aproximou de mim porque eu lembrava o amado e, agora, me pedia em namoro?!

-Ora essa, Xavier! -eu rosnei, tão alto que cheguei até a me assustar. -Não brinque comigo!

A raiva que senti dele retornava aos poucos, em pequenas ondas que formaria um tsunami.

-Você acha que sou um boneco de trapos seus? -eu apontei um dedo na face assustada dele. Ele parecia muito acuado e com medo de mim. -Eu sou um ser humano que você pisou sem a menor misericórdia e, agora, quer chutar cachorro morto?!

O empurrei com a mão pra longe de mim. Nunca pensei que faria isso com ele, mas o queria longe de mim. Longe, onde ele não pudesse mais esfaquear a porra do meu coração que era ser feito de buracos desde que o conheceu.

-Sai daqui! -eu gritei. -Sai logo, porra!

Ele me encarou corajosamente e negou devagar. Retomou o equilíbrio e continuou em seu estado impenetrável e distante. Isso só me encheu com mais raiva.

-Não fique me testando, Xavier! Sai daqui, agora!

Nem um sinal de que ele ao menos tivesse se abalado com minhas ordens. Eu tentava me controlar, mas minhas vistas começaram a ficarem vermelhas e eu queria parti-lo em dois pedaços.

Quando avancei um passo na direção dele, percebi que não adiantaria eu estar possuído de raiva. Eu o amava... E amava-o demais.

Um rosnado saiu da minha boca. Ele previa que eu socaria-o, que eu perderia a cabeça. Seus olhos estavam assustados, mas firmes! Parecia disposto a aceitar qualquer que fosse minha decisão...

E eu mostrei a ele!

Enrosquei-me em sua cintura e o beijei.

Ele não esperava. Nem eu esperava... Beijei-o com violência, paixão e obsessão. Tinha certeza que machuquei-o, mas ele não pareceu importar-se. Beijou-me de volta com tanta fúria que parecíamos dois animais.

Então, assim era a sensação de estar desfazendo-se em saudade. Sentir o gosto do seu beijo era divino... Meu peito parecia prestes a explodir.

Pareceu que nos desgrudamos horas depois... Sentia meus lábios inchados. Ele não olhava pra mim... Olhava pro meu peito e tinha suas mãos agarradas aos meus cabelos. Respirávamos pesadamente e eu peguei-o no colo.

-Onde está me levando? -sua voz estava rouca e um tanto divertida.

-Pra cama! -eu fiz força pra ficar sério.

-Poderia me pagar um jantar antes, não é?

Eu tentei segurar. Tentei de todas as formas, mas uma gargalhada saiu da minha garanta e explodiu em várias risadas.

Não sei como, de repente estávamos rindo tanto que começamos a chorar de tanto rir... Logo depois vieram as lágrimas de tristeza e, abraçados um ao outro, lavamos nossos últimos pecados.

Estava feito. Eu querendo ou não. Estávamos juntos nessa... Aparentemente, para todo o sempre.

...

-Então, como descobriu que estava apaixonado por seu pai? -eu questionei quando dei um grande gole do meu vinho.

Deitados na minha cama, ficamos vários minutos em silêncio. Pegamos no sono, acordamos, comemos e, quando percebi, estávamos com taças cheias de vinho falando de coisas como "primeiro beijo", "sexo", "filmes preferidos"...

-Não sei... Apenas estava. É estranho, porque não lembro de mim quando não estava não apaixonado. A gente... Bem, nós não conversávamos muito. Éramos mais amant... Esse assunto não te deixa desconfortável? -ele disparou ao ver minha cara.

-Deixa. Mas estamos bebendo e já bebemos bastante. O ciúme não me incomoda quando estou bêbado. Amanhã posso estar com fúria e praguejando... Mas não hoje.

Ele riu, bebendo do seu vinho e se ajeitando na cama. Seus olhos coloridos brilharam.

-Justo.

Eu achava estranho e divertido tudo que aconteceu nas últimas oito horas. Se estava convencido de que Xavier iria simplesmente esquecer o pai e me amar incondicionalmente? Inferno, não! Eu sabia o preço que poderia pagar por deixar ele voltar pra mim.

Sabia, na verdade de tudo que poderia acontecer. De como ele poderia me esmagar com poucas palavras...

Que loucura...!

E, bem, ele sorria pra mim... Eu esquecia de tudo e só queria ficar olhando-o.

Ficaria assim, por hora... Olhando-o.

Assistindo-o.

Amando-o.

...

Terça-feira acordei com um tanto de dor de cabeça. Tentei mover meu braço pra tirar o cobertor de cima de mim e desligar o despertador que me infernizava, mas havia alguém por cima do meu braço.

Ofeguei ao sentir o cheiro do cabelo de Xavier. Deus! Que inferno?!

"O quê...?"

Lembrei do que aconteceu naquela segunda-feira. Meu pai, Homero e Dani... Meu confronto com Xavier, nossa reconciliação... praguejei baixinho. Lembrei também que meu pai não havia voltado pra casa... Onde estava?!

E agora eu estava deitado na mesma cama que alguém que imaginei matar de 200 formas diferentes. Aparentemente, Xavier e eu estávamos... Bem... "Juntos"?

Namorando?

Sei lá!

Os questionamentos ficariam pra depois.

Ele se espreguiçou e roçou sua bunda no meu pau duro. Ereção matinal... Fechei os olhos e soltei um gemido.

Deus... Meu pau estava tão duro que dóia.

Ele se desenroscou de mim, desligou o despertador e levantou, sem olhar pra mim.

Vestia apenas uma cueca e todo seu glorioso corpo ficou exposto pra mim... Mordi o lábio inferior. Que delícia!

-Bom dia. -ele desejou, rouco, virando-se pra mim e pegando-me tarando sua bunda.

Sorriu um pouco e inclinou-se devagar dando-me um selinho. Saiu do quarto, indo pro banheiro e deixando-me sozinho.

Olhei pra agenda de Xavier ali na minha escrivaninha... Havia discutido sobre meu emprego quando estávamos bêbados... Eu iria voltar a trabalhar pra ele... Seríamos uma equipe e faríamos o restaurante bombar.

Quando estava vestindo o terno, me arrumando pra irmos pro restaurante, ele voltou do banheiro.

Havia algo maligno no seu olhar. Também havia algo estufado na sua cueca. Ele olhava-me de cima a baixo, respirando fortemente.

Correu na minha direção e me beijou. Com urgência, apalpando meu pau duro por cima da calça e me agarrando.

Surpreso com esse ataque, retribuí o beijo, mas parei suas mãos e seus atos quando ele ajoelhou-se na minha frente, tentando abrir minha braguilha.

Ele olhou-me de baixo, confuso e irritado, com a pergunta muda estampada na sua cara.

-Não iremos transar, Xavier. -eu sorria, sadicamente, vendo-o tão desesperado.

-O quê?! Por quê?!

-Nós não iremos transar.

-Você também quer, seu safado!

-Não iremos transar!

-Mas por quê?!

-Assim será minha punição pra você!

Ele abriu a boca em incredulidade, riu baixinho por achar que era uma piada e depois de alguns segundo bufou ao ver que eu falava sério.

-Você é um filho da puta, sabia?

-Sabia! -dei um tapa na sua bunda quando ele começou a se afastar. -Vamos logo que não quero me atrasar. Meu chefe é um maníaco, idiota e, aparentemente, sem vida social.

-Nossa... Que vida triste a dele, não é?

-Sim. Mas creio que ele achou alguém que ajude-o a melhorar.

-No caso, então, sorte a dele, não é?

Rimos juntos e ele me beijou novamente.

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Comentários

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MUITOOOOOOOO BOOOOOOOOOM ❤❤❤

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Eu nunca tinha comentado o seu outro conto mas eu sempre acompanhei Coração d vidro e foi um dos melhores q eu já li aq na casa,você é incrível e escreve d forma belíssima. Aguardando ansioso os próximos!😍

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Mais um capítulo pra me destruir hahhaa

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Um dos melhores contos que eu já li!!! Continua logo!!! 👏👏👏👏🙌✊✌

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