Era Só Uma Noite. #10

Um conto erótico de Caio Alvarez
Categoria: Homossexual
Contém 4860 palavras
Data: 12/10/2016 11:27:15
Última revisão: 12/10/2016 11:31:35
Assuntos: Gay, Homossexual, Terraço

A semana passou correndo. Logo os dias se transformavam em noites e essas noites davam espaço ao dia. Em todos eles eu olhei para o número presente na minha lista de chamadas não atendidas. Eu não tive coragem de ligar de volta. Poderia ser qualquer outra pessoa, mas também poderia ser o Sr. Milano. Eu não queria parecer desesperado mesmo tendo em minhas mãos a jogada certeira da chamada perdida.

Assim como a chamada que eu esperava, Alexandre também não apareceu. Pensar no que ele poderia estar fazendo me deixava levemente incomodado. Nem eu mesmo entendia o porque do tal sentimento, mas não me agradava a idéia de vê-lo por aí sob o poder de qualquer pessoa mal intencionada. Que cuidado exagerado era esse? Foram dias confusos e entediantes.

A sexta-feira chegou tão inesperada quanto a ligação de Alê:

– Te mandei uma mensagem. Há um endereço nela. Esteja lá!

“O que aconteceu com o tradicional alô?” eu pensei antes de responder.

– Alexandre, mesmo me forçando eu não consigo gostar dessas festas que você frequenta. Gente demais, barulho demais, luzes exageradas...

– Você me prometeu não recusar minhas tentativas de lhe fazer viver um pouco – ele me interrompeu.

– Deve existir um livro que traga o versículo “nem só de farras viverá o homem”.

Eu me joguei na cama com o rosto enfiado no travesseiro enquanto fala. Admito que parecia um adolescente fazendo drama.

– Hoje você bateu o recorde de chatice. É proposital?

– Tá – eu concordei desanimado. – Se reclamar da minha cara de nada, o problema é todo seu.

– Use uma máscara. É o acessório preferido dessa geração. Finja estar feliz. – Havia uma crítica na fala de Alexandre e isso me deixava animado. Somos mesmos bem esquisitos, não é? Eu precisava ser provocado pra marcar presença na tal festa?

Anoiteceu ainda mais rápido que nos outros dias. Vesti meu “uniforme” que consistia em uma calça preta confortavelmente justa, uma camiseta também preta mais larga que meu corpo e calcei um Adidas clássico. Deixei o cabelo solto. Era uma noite fresca e em dias como aquele eu gosto de sentir as pontas tocando a pele do meu pescoço. Tratei de dividir ele na lateral da cabeça. Eu poderia ser o líder de qualquer banda indie metido naquelas roupas surradas. Eu sou um clichê pronto.

Passava das dez da noite quando eu desci do táxi. Estranhei, mas o endereço estava correto. Eu teria dado meia volta e partido para qualquer outra lugar da cidade se não tivesse visto pessoas bebendo em frente ao prédio comercial. Me aproximei e constatei que precisava entrar: a festa acontecia no terraço, ao ar livre. Paguei a entrada que tinha quase o mesmo valor de um super show e me meti no elevador. À medida que chegava perto do terraço a música podia ser ouvida. Ao sair daquele cubículo desconfortável que dividia com mais dois rapazes estupidamente alterados, me animei quando vi que o DJ tocava algo do BaianaSystem, um sistema musical de Salvador, como eles mesmos se denominam. Meus ombros naturalmente entraram no ritmo convidativo. Não tinha muita gente ali e isso tornava o ambiente mais agradável. Pessoas dançavam, outras estavam jogadas em confortáveis cadeiras espalhadas pelo espaço, algumas ovacionavam o DJ e eu andava descolado entre todos eles tentando achar algum vestígio de Alexandre. Não precisei procurar muito. Tomei um susto leve quando ele segurou minha cintura por trás e brincou com seu rosto em meus cabelos. Girei meu corpo e ele me abraçou com força desnecessária. É claro que ele já estava alterado.

– Você, você, você – ele quase gritou no meio do abraço.

– Mal passa das dez e você já passou do tempo.

Ele gargalhou alto demais. Eu não segurei o riso.

– Eu não perco tempo. O tédio nem ousa chegar por aqui. – Ele disse girando o corpo e me arrastando em zigue-zague pela pequena aglomeração. Um grupo nos esperava. – Denise, Pedro, Alessia e Abel. – Ele os apresentou animado.

Todos estenderam a mão para um cumprimento rápido e seco demais. Nossos olhares mal se cruzaram e eu já estava sendo ignorado. Não é que eu precisasse da atenção do grupo especialmente descolado, mas não havia neles a mínima preocupação em me deixar confortável. Algum tempo passou e Alexandre já tinha me presenteado com outra garrafa de cerveja quando eles anunciaram que iriam povoar a pista de dança outra vez. Eu e a dança nunca fomos melhores amigos, dessa forma, eles foram e eu ancorei na grade de proteção. Atrás de mim a cidade gritava por atenção. As luzes pequeninas brilhavam e quase dançavam conforte a música. Aquilo sempre me hipnotizava. Tomei um gole da cerveja amarga e por um segundo lembrei da vista do hotel, o que fez meu pensamento naturalmente buscar a imagem do Sr. Milano, o homem misterioso. Eu sorri para mim mesmo quando me flagrei alisando o celular por cima do bolso. Eu lembrava do número ainda registrado quando o senti vibrar. Saquei o celular com nítida pressa e verifiquei o número identificado: era o mesmo que havia ligado quando eu estava viajando. Quantas coincidências cabem numa vida? Não me responda.

– Alô? – Eu falei alto demais.

Não tive resposta.

– Ligação errada? – Eu sugeri, brincando. Só poderia ser ele.

– É a ligação certa – ele disse calmo.

A voz dele era ainda mais bonita por telefone. Era a primeira vez que estávamos nos falando por uma ligação e havia um certo receio no ar. Eu sorri imaginando-o do outro da linha.

– Você parece ocupado – ele continuou ainda sem pressa.

– Só pareço. Acredite em mim.

– Cliente baladeiro?

– Não, eu chamaria de obrigação social.

Ouvi uma risada baixa do outro lado da linha.

– Você quer que eu acabe com a festa ou só te tire daí mesmo?

– Além de falante está exagerado? É um bom dia?

– O pior deles – ele disse sem emoção, o que me causou uma gargalhada.

– Me passe o endereço e me espere.

Numa quase crise de ansiedade passei o endereço completo com referência e tudo. Ele desligou sem aviso. Não houve um “até logo”, mas eu sabia que estava esperando demais. Ele não era assim. Naquela noite poderia estar sendo influenciado pela comunicação não presencial. Os minutos seguintes se arrastaram, diferente do ritmo daquela semana. Eu não queria ter que dar algum tipo de satisfação à Alexandre mesmo sabendo que ele adoraria saber que eu estava saindo ao encontro do meu cliente número 1. Como uma caça acuada, contornei a multidão e me enfiei no elevador sendo surpreendido por mais uma coincidência, dessa vez em forma de mensagem. Visualizei e lá estava o homem misterioso e preciso de sempre: “Desça!”. Curto e grosso! Sorri e saí do prédio em passos rápidos. Do lado de fora seu carro estava parado. O automóvel esportivo brilhava e chamava a atenção das pessoas que continuavam na entrada do lugar. Atravessei os vários olhares e parei na lateral do carro. Abri a porta, sentei no banco que parecia baixo demais e a fechei, sentindo uma leve excitação em ser assistido pelos curiosos.

O interior era confortavelmente frio e o perfume dele marcava presença no escuro. Ele não me olhou e eu senti que era absurdo demais ser ignorado pela segunda vez. Cortei o silêncio com uma cobrança ousada:

– Boa noite pra você também.

Ele me olhou e uma linha de luz pousava cinematograficamente em seu queixo, iluminando parte dos lábios. O resto do rosto estava sob a sombra.

– Para onde você quer ir? – Sua voz rouca pareceu penetrar cada poro meu.

– Então eu tenho o direito de escolha?

– Eu te arranquei de uma festa...

– Entediante – eu o interrompi enquanto ele colocava o carro em movimento.

– Ainda assim te arranquei de uma festa. Seja criativo.

Ele esboçou um sorriso enquanto ultrapassava alguns carros na pista pouco movimentada e eu fui obrigado a sorrir. – E seja rápido, é claro!

– A festa era num terraço. Me consiga uma vista melhor.

Ele me olhou ainda sorriso. Era delicioso vê-lo sorrir.

– Nada convencional.

– Culpa sua – eu disse lembrando do banheiro do bar.

Eu diria que atravessamos a cidade em tempo recorde. Num piscar de cílios estávamos entrando em um condomínio. A entrada entregou a localização: eu estava em um dos complexos de prédios residenciais mais caros do país. Em outras palavras, a melhor vista da cidade. A garagem era espaçosa e absurdamente bem iluminada. Os muitos carros de luxo brilhavam. Era como um salão esportivo, a diferença é que todos aqueles carros tinham donos. Surreal demais para mim. Ele percebeu meu olhar curioso e acenou chamando minha atenção enquanto caminhava em direção ao elevador que nos levaria direto ao terraço. Contrariando minha expectativa, não aconteceu ali um beijo digno de filmes. Eu sorri para mim mesmo e minha mentalidade fantasiosa.

– O que foi? – ele perguntou curioso.

– Nada importante.

E as portas se abriram.

Estávamos no terraço. O vento frio nos recebeu e eu os senti brincar em meus cabelos. Luzes fracas e douradas deixavam o ambiente não muito diferente do bar da última noite. Antes de chegar na barra de proteção do terraço, passei por algumas mesas, jardins bem cuidados, assentos espaços e confortáveis e finalmente a vista me devorou. As luzes brilhavam menores devido a altura, mas eram uma centena de vezes mais bonitas que no ambiente anterior. Ainda dançavam num ritmo silencioso e ao fundo o mar parecia beijar a cidade. Era romântico, mas também era excitante. O arrepio do frio deu espaço para outro tipo de arrepio quando eu senti o homem me pressionar contra a barra suavemente enquanto suas mãos apertavam minha cintura. Seu rosto estava quase enfiado em meus cabelos e sua voz saiu praticamente em minha nuca:

– Está bom pra você?

Eu girei seu corpo ainda preso por seus braços. Nossos rostos estavam próximos demais e evitar um beijo era apenas energia desperdiçada.

– Está ficando. – E lhe beijei sem força ou pressa.

Sua língua grossa passeou por minha boca e depois ele sugou a minha com força, fazendo eu entregar toda minha saliva para ele. O que era sem pressa, tomou um ritmo acelerado. Ele respirava em meus lábios e suas mãos, curiosas, alisavam minha cintura por baixo da camiseta. Já as minhas estavam em sua nuca, brincando com os cabelos bem cortados de sua nuca.

A mão que apertava minha cintura desceu e encontrou minha bunda. Ele a apertou e mostrou o quanto a desejava. Eu sorri quando senti seu volume gigante me apertar. Parei o beijo e abaixei o rosto, admirando a saliência que se formou na calça. Era lindo. Lindo e delicioso, aliás. Enquanto me deixava admirar seu poder, ele arrastava seus lábios por minha orelha, sussurrando tão suavemente e ainda assim sua voz me atravessava:

– Qual o nosso problema com os lugares tradicionais?

– Você não gosta? – eu estava roçando meu rosto em seu queixo, sentindo sua barba rala. Ele me virou de costas, me fazendo encarar a paisagem que nos flagrava.

– Eu até prefiro assim – ele disse beijando meu pescoço.

Eu o senti curvar muito pouco e logo em seguida aquele volume divino estava sendo pressionado contra minha bunda. Seu rosto agora estava completamente enfiado em meus cabelos enquanto ele iniciava uma série deliciosa de movimentos sensuais. Nós estávamos encenando o sexo. Senti minha cabeça tombar para trás quando ele agarrou seus dedos em meu cabelo. Ele não cansava de me mostrar o quão duro estava naquele momento. Eu liberei o que ele queria: soltei um gemido suave, mais como uma respiração pesada. Ele sorriu em meu pescoço, ainda beijando minha pele.

Ainda naquela posição, ele me fez arrancar a camiseta. O vento frio roçou meu peitoral e provocou arrepios que passearam por todo o corpo. Minha excitação atingiu outros níveis quando ele lambeu meus ombros nus. Aqueles lábios quentes sabiam o que estavam fazendo. E para minha surpresa ele continuava descendo, fazendo uma linha de beijos que seguia minha espinha. Eu me contorci. Me contorci ainda mais porque ele desabotoava minha calça e fazia ela cair à medida que ele também descia. Nem se eu quisesse eu conseguiria fugir dali.

E o esperado finalmente aconteceu: os lábios molhados e mornos chegaram em minha bunda. Com a queda da minha calça eu estava entregue para ele. Sem vergonha eu me empinei na direção dele, o que fez seu rosto inteiro roçar na minha pele sensível. Ele gostou. Cheirava, beijava e deixava beijos quentes ali. Eu não conseguia segurar os gemidos que saiam baixos e curtos. Ele estava lambendo o interior de minhas nádegas. Me abriu curiosamente e lambeu todo o calor que eu guardava ali. Assustei quando no lugar de sua língua, ele me provocou com seu dedo molhado. Não resisti e ensaiei um rebolar lento em sua mão. Ele gostou e quase gemeu comigo. Ele estava me penetrando com seu dedo ossudo. É claro que ele sabia que tinha que me deixar confortável para senti-lo por completo.

Novamente ele estava de pé. E ainda vestido. Devia haver uma fantasia por trás disso, pois isso o deixou ainda mais excitado. A silhueta de seu membro majestoso estava completamente marcada no tecido fino da calça e ele continuava fazendo questão de me provocar roçando aquilo em mim.

– Me dá ele – eu disse levando minha mão para trás, agarrando assim o membro duro por cima do tecido.

– Você gosta dele, Caio? – ele perguntou sensualmente cheirando meus cabelos.

– Gosto e quero chupá-lo. Você deixa?

– É todo seu! – Sua voz saiu mais rude. A dureza dela combinava com a do seu membro.

Agilmente já me virei caindo de joelhos. Estava feito. Era o que eu precisava para avançar os níveis.

Corri minhas mãos por sua barriga e arranquei sua camisa social de dentro da calça, imediatamente desabotoando-a. Eu tinha uma visão perfeita de seu peitoral não musculoso mas bem desenhado e sua barriga lisa, cobertos por uma camada muito fina e macia de pelos claros. Desabotoei sua calça e deixei o cinto pendurado. Desci o zíper e admirei sua cueca inchada. Sorri mirando os olhos dele lá em cima e depois enfiei meu rosto em sua virilha. Estava quente e o cheiro do tesão atravessava o tecido. Eu cheirei tudo que tinha guardado para mim. Eu fiz ele gemer apenas sentindo com meus lábios toda a extensão do membro faminto. Eu estava ainda mais faminto. Não demorei e dei a liberdade que ele queria. Tudo aquilo era meu: um pau maduro, experiente, cheiroso e bem depilado. Sua glande estava exposta pela metade e eu terminei de expor seu membro quando pressionei meus lábios contra sua cabeça. Ele segurou um gemido grosso e rouco, um gemido característico. Para não gemer ele segurou minha cabeça. Eu tive medo, ele poderia acabar comigo com apenas uma investida. Eu estava enganado. O toque firme deu lugar à dedos que acariciavam meus cabelos com carinho. Aliviado, engoli seu membro com destreza. Deixei que ele escorregasse dentro da minha boca enquanto eu o babada inteiro. Tirei e repeti o movimento, deixando ele ir cada vez mais fundo. Eu o apertava e sugava, provocando nele gemidos mais grossos, cada vez mais másculos. Ele continuava inchando dentro de minha boca e o senti pulsar quando lambi seu saco leve e liso. Eu não queria arrancar sua essência ali. Parei meus movimentos e levantei, mantendo aquilo tudo preso entre meus dedos. Seus lábios e olhos estavam apertados, sua respiração mais pesada e falhada que a minha. Eu sorri sabendo que ele estava em minha mão e falei muito próximo de seus lábios:

– Nós estamos em seu prédio, não é?

– Estamos... – Ele respirou fundo e pesadamente. – Nós estamos.

– Me leve lá para baixo... para o seu apartamento. – Eu lhe dei um beijo calmo, apenas chupando seus lábios ansiosos. – Estou cansado de paredes. Me dê o que eu mereço em sua cama.

– Eu achei que não fosse pedir por isso. – Ele estava de volta. Preciso e poderoso, porém mais entregue que nuncaEstávamos deitados sobre os lençóis bagunçados em silêncio. Eu mirava o teto alvo e aposto que esboçava um sorriso satisfeito em meu momento de transe.

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Como um flashback lembrei de como entramos no elevador já vestidos e me lancei em seus braços num beijo apertado. Eu o vi mirar os olhos na câmera que havia ali dentro. Não nos importamos e andamos apressados pelo corredor quando as portas se abriram. Não era um corredor longo, mas foram incontáveis as vezes que ele me lançou contra a parede, chupando meu pescoço com força e provavelmente deixando marcas na pele. Eu não estava preocupado com isso. Ele abriu a porta com pressa enquanto me mantinha entre seus braços, como se protegesse meu corpo de um perigo eminente. Não reparei em seu apartamento quando entramos, apenas que a sala possuía a mesma parede de vidro do hotel. A cidade iluminada era parte da decoração que passava despercebida enquanto subíamos as escadas para seu corpo. Ele me guiava de costas enquanto, outra vez, nos livrávamos de nossas roupas. Como era lindo vê-lo ansioso, jogando pelos cantos as peças que iam sendo tiradas agilmente. Completamente nus, ele me deitou na cama. Em pé diante de mim seu corpo era uma mostra de toda a perfeição da natureza. Tudo tinha razão para estar ali. Os dedos grandes, as veias saltadas no pulso, os braços longos e claros como todo o resto de sua pele. O peitoral desenhado com curvas perfeitas, a cintura grossa e levemente musculosa. A virilha ainda mais clara e, previamente conferida por mim, cheirosa. Seu pau, dentro de todo clichê possível, era um prêmio. Ereto, vermelho após minhas sucções e carregando veias saltadas na base. Como eu disse, tudo tinha uma razão para estar ali. Por um segundo, enquanto eu o admirava, posso jurar que o mundo parou. Tínhamos feito o mundo parar e não nos importávamos com as consequências disso.

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Perdi meu pensamento quando ele alisou meus cabelos. Completamente nu, girei meu corpo e me apoiei sobre meus cotovelos. Mirei seus olhos sorridentes e devolvi o mesmo sorriso com os olhos.

– O que você está pensando?

– Nas armaduras que eu fiz você perder.

– Do que você está falando? – ele esboçou uma surpresa encenada.

– Fingia ser leão só pra me deixar excitado – eu disse ainda num sorriso. – Mas não passa de um gatinho doido por um afago. – Eu escorreguei meus dedos em sua barriga macia quando mencionei o afago. Ele riu.

– Você está fantasiando tudo isso.

– Não estou. Mas prometo não pegar no seu pé com isso se eu ganhar um beijo.

– Esse romantismo fabricado está no pacote? – ele também me provocava com o olhar.

– Está. E é a parte mais cara – eu disse subindo meu corpo o suficiente para chegar em seus lábios e iniciar um beijo demorado, novamente me entregando aos pensamentos.

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Deitado, eu abri minhas pernas o suficiente para parecer sensual e nada vulgar. Ele sorriu admirando tudo que tinha exposto para o seu deleite e abaixou seu corpo, deixando seu rosto na altura da minha virilha. Ele beijou e cheirou o interior de minhas coxas. Minha respiração já estava falhada quando perdi o ar ao sentir seus lábios na base inferior do meu membro absurdamente duro. Ele estava fazendo isso. Aquele homem gigante e másculo estava beijando meu pênis. Levei minhas mãos aos seus cabelos e deixei ele guiar sua própria boca por minha pele. Sem muita experiência ele estava lambendo meu membro, extremamente sensível. Ele agarrou e chupou, sugando até a metade de toda a extensão. Só de sentir minha glande dentro de sua boca já era suficiente pra me fazer delirar. Minha ruína, ou exaltação suprema, aconteceu quando molhou novamente os dedos e me penetrou, enquanto com a outra mão molhava seu próprio pau. Aposto que vista de fora essa seria a cena mais bonita que alguém poderia ver. Não demorou e ele subiu o corpo, depositando beijos molhados e quente em minha barriga e peitoral. Meus mamilos foram mordidas e chupados com um indecência desmedida. Sua língua era arrastada do meu pescoço até a ponta do queixo. Ele estava chupando minha pele. Eu já pensava em guardar o cheiro de sua saliva ali para todo o sempre. E então aconteceu o encontro de mundos: seu pau invadiu minhas nádegas como um inimigo natural e me fez sentir a primeira dor da penetração. Sua cabeça atravessou a grande primeira barreira provocando um gemido grosso e rouca de minha parte. Eu agarrei suas costas e o incentivei a entrar completamente em mim. Assim ele fez, estava dentro, como nenhum outro teve a audácia de estar. Ele foi tão fundo que a descarga de tesão era suficiente para me provocar um desmaio. Me agarrei à expressão de prazer que ele também esboçava e lancei sobre seu rosto todos os meus gemidos. O corpo do homem me fez acreditar que fora criado para o sexo. A forma como ele se encaixava entre minhas pernas e empinava a bunda toda vez que ia me massacrar era perfeita e eu novamente daria tudo para ver aquilo de fora. Com o rosto enfiado em meu pescoço ele me fodia como um verdadeiro macho. Seus gemidos atravessam minha pele e causavam um misto de dor e prazer assim como meu membro cruel. Eu cravei minhas pequenas unhas em suas costas e prendi minhas pernas em sua cintura. Nossos corpos se moviam e se contorciam em sincronismo, nossas respirações pareciam combinadas e nossos gemidos era uma sinfonia de prazer.

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Ele me resgatou dos pensamentos quando parou o beijo e terminou dando um estalado em meus lábios.

– Quão idiota eu vou parecer ao perguntar se... – ele me deu uma pausa. –... Se já fui o melhor?

Eu gargalhei. Primeiro porque realmente ele parecia idiota quando perguntava e depois por ele ser o único cliente que existiu. Mas se contasse todos as outras poucas transas a resposta tirava ele desse papel bobo. Obviamente eu não lhe daria a resposta tão facilmente.

- Antes eu também preciso lhe perguntar algo, que aliás, me coloca na mesma posição de idiota assumido.

Ele franziu as sobrancelhas, curioso. E eu continuei:

– Qual o seu nome?

– Não é uma pergunta idiota, mas serei obrigado a devolver uma pergunta. Porque isso importa?

– Não sei seu nome e digamos que esse fator transforma você em uma espécie de personagem. Não sei se você existe.

– Mas ao saber quem eu sou, você pode transferir a minha existência ao o que eu sou.

– Complexo demais – eu disse rindo, pousando meu queixo sobre sua barriga.

– Você só vai lembrar do título, jamais da obra inteira.

Eu cerrei os olhos. Ele estava denunciando um possível interesse da minha parte. Eu não poderia julgá-lo por isso.

– Esquece – eu disse levantando da cama.

Seu quarto também possuía a mesma parede de vidro e a cidade iluminada aos meus pés era mais excitante que uma conversa sobre interesses e mistérios desnecessários. Ao me aproximar do vidro, a visão me deu espaço para outro turbilhão de lembranças.

.

Ainda naquela posição ele laçou minha cintura e girou nossos corpos. Eu estava sentado em seu colo. Agora eu segurava seu membro e o penetrava em mim mesmo. Após sentar confortavelmente em seu colo, ele abraçou minhas costas e forçou seu quadril contra minha bunda. Ele estava me fodendo. Cada vez que assim fazia era como se descobrisse uma profundidade em mim que nem eu mesmo conhecia. Seu rosto estava colado em meu peito suado e o atrito de nossas peles provocam barulhos característicos do sexo, o que deixava a composição do nosso ato ainda mais excitante. Os gemidos másculos dele era abafados por minha pele e os seus saiam livres para preencher todo o quarto. Ele não cansava de me invadir e eu não cansava de dar espaço para ele. Eu rebolava em seu corpo com corça e fiz seu corpo desabar na cama. Daquela forma, num plano superior, eu tinha um visão completa dos músculos tensionados dele. Todos os nossos membros tremiam e isso demonstrava a capacidade de dominação do sexo. Na cama, ambos tínhamos o mesmo poder. E isso era outra fantasia à parte.

Novamente o senti pulsar dentro de mim. Eu sabia o que vinha à seguir quando seu pré-gozo, o líquido viscoso e delicioso foi liberado dentro de mim. Meus gemidos saíam sem força alguma, minhas respiração parecia querer parar a qualquer momento. Ele novamente girou nossos corpos e daquela vez estávamos no meio da cama. Eu estava deitado e ele de joelhos encaixado entre minhas pernas. Ele nos masturbava numa força inacreditável e me fazia tremer toda vez que apertava a base do meu membro. Não segurei e curvei minha coluna como um animal sentindo a dor do abate. Eu não estava morrendo naquele momento. Eu jorrava vida para todos os lados ao mesmo tempo que o homem também explodia em mim. Minhas barriga servia como campo de pouso para toda aquela porra grossa e quente. Sem qualquer estrutura para continuar em pé, ele caiu sobre meu corpo. Nos beijamos em completa transe, sentindo o corpo ainda liberar as gotas daquilo que era o verdadeiro mel dos deuses. Eu sorri quando ele caiu do meu lado, alisando a região molhada da minha virilha. Olhávamos o teto enquanto nossa respiração, demoradamente, voltava ao normal.

.

Pelo reflexo eu vi ele atravessar o quarto e parar atrás de mim. Seu corpo ainda estava quente e pegajoso. Havia muito de mim ainda em sua pele e isso me deixava extremamente excitado. Seus dedos passearam pelos meus ombros e com um sorriso que beirava o carinho ele arrumou meu cabelo em um coque que mais parecia um nó.

– Vincenzo. – Ele disse de forma quase inaudível. – Vincenzo Milano.

Eu pendi minha cabeça para o lado como uma presa se entregando ao caçador. Meu pescoço estava livre e pulsava. Eu queria um beijo dele e lá estava ele beijando minha pele carente. Ainda falava:

– Caso se pergunte, sim, eu sou o dono daquele hotel. – Ele cheiro e depois beijou a região das costas da minha orelha. – Eu cuido de toda a rede internacional de hotéis Milano para o meu pai.

Eu sorri para o reflexo dele no espelho. Numa dupla exposição composta por seu rosto e as luzes da cidade, o filho da mãe era ainda mais bonito.

– É... – Eu trabalhei um tom despreocupado, quase irônico. – Seu hotel é excitante. Demais até. Mas infelizmente eu não consigo transar com ele.

Eu o obriguei a gargalhar. Seu riso saiu em meu pescoço, me causando uma onda leve de arrepios.

– Sua vez. – Ele disse ansioso. – Eu fui o melhor?

– Você acha que aquilo foi conclusivo? – Eu girei meu corpo mesmo em seus braços e me esforcei para olhar em seu rosto. – Achou certo, então. Mas eu esqueço rápido das coisas. Você pode... – eu desci minha mão por sua barriga sentindo aqueles pelinhos e segurei seu membro que acordava, preguiçoso. –... Me mostrar de novo?

Transamos novamente. Transamos ainda ensaiáveis. De quatro, eu sentia toda a força dele. Naquela altura ele já sabia o que poderia ou não fazer comigo. Sua força era depositada dentro de mim e eu sabia que aquilo seria demais. Estava me marcando. E isso era perigoso. Não falo fisicamente, aliás. Minha pele já estava toda marcada dos seus apertões e chupadas. Meu corpo sentiria saudade da sensação de tê-lo dentro de mim. Eu já sentia isso quando terminamos e ele fez questão de mostrar o apartamento.

Eu vestia um short dele e era obrigado a subir a peça vez ou outra. Aparentemente ele gostava de flagrar minha bunda quando o short insistia em descer um pouquinho. “Peça para o seu short parar de me provocar” ele dizia. Caminhamos pela sala de chão de madeira escura e eu admirei todos os móveis que pareciam surgir dali. Nas paredes escuras haviam telas e fotografias de artistas importantes. Sebastião Salgado, Ray Collins, Annie Leibovitz. Todos as fotografias valiam alguns milhares de reais, mas a cidade ainda era a peça mais valiosa de toda a decoração.

– Alguém já lhe pediu para ficar até o amanhecer? – ele perguntou dando a volta no balcão vestido em um short idêntico ao meu. Nele as entradas que saiam de sua cintura e desciam para a virilha ficavam incrivelmente sensuais.

– Não. – Eu fui preciso. – Mas estou aberto para negociações.

– Fique. Durma aqui.

Os dedos que me entregaram o copo de água alisaram os meus e subiram para as costas das minhas mãos. Era um carinho. Definitivamente era um carinho. Não dava pra fugir daquilo.

– Não quero ver você implorar. Eu fico. – Havia uma provocação sadia em minha voz. Isso arrancou dele algumas risadas.

No quarto ele deitou e deixou um espaço guardado para mim em seu braço, abrindo seu peito para um abraço. Me alojei no canto destinado à mim, de costas para Vincenzo. Ele abraçou minha cintura e deixou seu corpo encostar no meu sem cerimônia alguma. Ambos sabíamos que isso estava muito além do que deveríamos fazer, mas aparentemente ele também estava sob o efeito do agora, do momento e das forças que o regem. Mais que isso, eu estava sob o efeito da macieza absurda de sua pele e do cheiro que exalava dela.

Definitivamente eu estava ferrado!

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AllexSillva, Bagsy, vocês são incríveis no que diz respeito ao me deixar confortável. Vocês estão sempre aí e isso é animador. Obrigado pelo apoio em forma de excitação. Novamente: vocês são incríveis.

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Comentários

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Meu Deus... O que foi isso. Concordo com o Alex. É um crime não lerem. Sempre novo, vamos mergulhando nos relacionamentos.

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Incrível é você essa narração e esses personagens. Caralho. Que capítulo! Fiquei até sem saber o que dizer depois disso. Não precisa agradecer, só é continuar alimentando o tesão com essa história e pronto hahahahaah

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Concordo com os comentários anteriores! Suma história é um primor!!!Pra mim, no momento, esse e "Instigante" são os melhores!

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Definitivamente, esse é o melhor conto da Casa.

Que perfeição! Uma história bem contada é outra coisa.

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É um crime as pessoas não lerem sua história, não abandone nunca esse conto, ele é simplesmente perfeito

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