Meu Primo Brutamontes cap 2

Um conto erótico de Pe
Categoria: Homossexual
Contém 2191 palavras
Data: 09/10/2016 19:49:21

- Olha aqui seu filho da puta do cara ...

Antes que ele chegasse até mim, Victor o segurou.

- Me solta porra! - gritou ele.

Victor não fazia muito esforço o segurando.

Eu continuei calmo, e pleno. Por fora, claro.

Tiago respirava com força, parecendo que tinha asma.

Seus olhos, azuis, estavam presos a mim.

Ele era moreno, não muito forte e tinha cara de briguento.

Não tinha barba, o rosto era mais liso que de bebê.

- Esse filho da puta da porra! Viadinho ... Gosta de rola né safado ... - ele tentava se soltar do Victor - Me solta caralho!

- Abaixa a bola Tiago! - Victor me olhava como se fosse pra eu sair dali.

Calmamente, fui até a cozinha.

Abri a geladeira, bebi um pouco de água e me sentei na cadeira.

Enquanto eles discutiam na sala, minha cabeça gritava para eu ir embora dali.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Os gritos pararam e segundos depois o Victor entrou na cozinha.

- O que você fez?

- Nada - falei.

- Eu sei o que você fez - disse ele - O Tiago me contou. Eu só quero saber porquê.

Me levantei.

- Não sei nem o que eu estou fazendo aqui - falei olhando pra ele - Seu amigo idiota estava quase agredindo um garoto na faculdade. - falei - Você queria que eu fizesse o que?

- Você já viu o seu tamanho porra? Ele acaba com você.

Dei uma gargalhada.

- Ele não coloca a mão em mim.

- Seu pai não está perto pra te proteger.

O que era verdade.

Minha cabeça começou a doer.

- Eu vou embora - falei fazendo massagem na minha cabeça.

- O que?! Para de graça ...

Comecei a andar em direção ao quarto com ele atrás de mim.

- É só você não arrumar mais confusão - falou.

Parei de andar e olhei pra ele, incrédulo.

Seus olhos eram extremamente negros e me encaravam com tanta força que não consegui responder.

Fechei a porta do quarto na cara dele.

Peguei meu celular e trinta segundos depois, liguei pro meu pai.

- Oi filho! - ele atendeu no primeiro toque - Como você está meu amor? Espero que bem.

- Pai ...

- Oi amor.

Eu não queria chatea-lo. Ele parecia tão feliz em falar comigo.

- Nada ... É ... Tô com saudade - sorri.

- Eu também, mas se Deus quiser você vai voltar logo.

Não respondi.

Ele me perguntou como estavam as coisas e eu menti dizendo que estava bem.

Quando desliguei, já tinha era noite. Sai do quarto só pra tomar banho.

*

No dia seguinte acordei sentindo cheiro de comida. Eu estava morrendo de fome, não havia comido nada no dia anterior.

Abri a porta e fui até o banheiro. Lavei o rosto e me olhei no espelho. Eu parecia mais branco que o normal. Meu cabelo, castanho, estava completamente bagunçado. Tentei arruma-lo com os mãos.

Saí do banheiro e fui até a cozinha.

Victor estava de costas pra mim, de frente pra pia.

Fui até a geladeira e peguei um pouco de água.

Ele me olhou rapidamente. Olhou pra minhas pernas brancas, porém nada disse sobre elas.

- Tô fazendo macarrão - disse - Já tá na hora do almoço.

Não respondi.

Continuei bebendo a água.

- Não vai falar mais? - agora ele me olhava.

Victor ficou de frente pra mim. Ele estava sem camisa e de bermuda.

A forma como ele me olhava me deixava sem graça.

- Foi mal por ontem - disse.

A água no copo tinha acabado então tive que responder.

- Tá.

- Só isso?

- Você quer mais o que?

- Você é sempre assim? - perguntou cruzando os braços sobre o peito.

- Assim como? - perguntei confuso.

- Marrento.

- Pelo amor de Deus né - falei.

- Tem sempre Resposta pra tudo, enfrenta todo mundo ... - ele riu - Baixinho geralmente é assim mesmo.

Revirei os olhos e coloquei mais água no copo.

- Falei pro Tiago te deixar em paz - disse ele.

Olhei pra ele.

- Eu não tenho problema com ele, você tem que pedir pra ele ficar longe do Lucas, o garoto que ele quase agrediu.

- Eu pedi.

Fiquei levemente surpreso.

- Para de me olhar assim - falei.

Ele ficou confuso.

- Assim como? - perguntou ele enquanto tirava o macarrão do forno.

Não respondi.

Fui até o quarto. Coloquei uma calça e uma camiseta de usar em casa. Fiquei de chinelos.

Meu celular vibrou e o peguei. Era um dos meus amigos da antiga faculdade.

O respondi e voltei pra cozinha.

Victor já estava sentado na mesa.

Ele havia colocado um prato na mesa pra mim.

Me sentei e peguei um pouco de macarrão.

Pensei que poderia estar envenenado. (A GENTE NUNCA SABE NÉ) Deixei ele comer primeiro enquanto fingia fazer uma oração.

Enquanto ele mastigava, peguei um pouco mais de água, lentamente.

Como ele não morreu, comi um pouco do macarrão. Pra minha surpresa estava ótimo.

- Tá bom? - perguntou.

Assenti.

Eu não sabia fazer nem um ovo direito, fiquei chocado.

Queria perguntar algumas coisas, mas quanto menos nos falássemos, melhor.

- Você não vai poder me ignorar pra sempre.

O encarei. Ele tinha razão.

- Pra sua alegria isso já vai acabar - falei - É só questão de tempo.

- Falando assim até parece que eu sou ruim.

- E não é?

Dessa vez ele não respondeu.

Acabamos de comer e antes que ele pudesse falar alguma coisa, comecei a lavar as louças.

Victor não disse nada, mas secou e guardou elas pra mim.

Quando acabei fui pro meu quarto e liguei o notebook. Como hoje tinha faculdade, queria dar uma situada na situação. Queria saber em qual parte eu estava.

Enquanto eu lia alguns resumos, chegou uma notificação do Facebook pelo meu celular.

Era uma solicitação de amizade.

Vinicius Fernandes, que tinha me ajudado com o Lucas.

Aceitei.

"E aí, td bem?" perguntou ele segundos depois.

"Tudo e vc?"

"Tudo bem." Ele dígitou mais alguma coisa depois parou.

Eu era péssimo em continuar assuntos.

"Obrigado por ontem" mandei.

"De nada. Não queria que apanhasse sozinho hahaha"

Sorri com a resposta.

"Ontem foi meu record kkkk quase, duas vezes"

"Duas???"

"O Tiago é amigo do meu primo. To na casa do meu primo. Ele estava aqui quando cheguei da faculdade, ontem."

"Porra, sortudo você hahahahaha"

"Muito" mandei "Você tem o Lucas como amigo?"

Entrei em seu álbum de fotos.

Ele tinha muitos amigos, e aparecia sorrindo em todas as fotos.

Por foto não parecia ser tão comprido assim. Ele era branco, com cabelo preto. Esse contraste era bonito.

Ele tinha uma barba bem ralinha e sobrancelhas grossas.

Ele leu a minha mensagem e segundos depois, voltou com a resposta.

"Tenho não, porque?"

Minha intuição dizia que ele não estava muito bem.

"Por nada"

Conversamos o resto da tarde.

O Vinicius era muito divertido, então a hora passou bem rápido.

*

Tomei banho e me arrumei pra ir pra faculdade.

Victor também, mas seu banho foi rápido.

Quando ele saiu do banho, sem camisa, entrou no meu quarto.

- Já está pronto?

Eu estava passado perfume.

- Como é que é?

- Você tá pronto?

- Não precisa me levar - falei.

Ele riu.

- Vai como? Voando?

Olhei pra ele.

- A pé.

- Para de graça - ele saiu e foi pro seu quarto - É claro que você vai comigo! - gritou ele.

Não respondi.

Terminei de me arrumar e peguei minhas coisas.

Victor estava sentado no sofá, mexendo no meu celular.

- Pensei que você estava indo pra um desfile - disse.

- Não pedi ninguém pra me levar - retruquei.

- Mas eu vou levar - disse enquanto saíamos - Você é minha responsabilidade.

Não aguentei e dei uma gargalhada.

- Eu não sou criança - estávamos entrando no elevador.

- Parece uma.

- Vou nem falar com o que você se parece - falei baixo.

- Que?

- Oi? - me fiz de sonso.

*

No percurso que era ridiculamente rápido, fomos quietos. Chegamos na faculdade e ele estacionou o carro.

Tiago o esperava sentado em um banco.

Quando me viu, a raiva ainda estava lá, porém nada disse.

O encarei da mesma forma e segui até o prédio.

Depois de seguir algumas setas, descobri onde era a minha sala.

Ao entrar, todos me olharam. Eu devo ter ficado vermelho, porque meu rosto queimava.

Vi o Lucas em um canto da sala. Fui até lá e percebi que a cadeira na sua frente estava desocupada.

- Oi - disse ele.

Sorri.

- Olá.

*

A aula foi super tranquila. Eu já tinha visto aquele assunto.

Na hora do intervalo, Lucas e eu fomos para o que parecia ser um parque. Era um espaço verde, bem grande e com vários bancos.

- Você tem Facebook? - perguntei.

- Tenho, mas quase não uso - disse.

Assenti.

Ele parecia triste ou cansado, não sei.

O cabelo dele estava grande. Era preto, e sua pele morena.

Seus olhos pareciam sem vida. Vagavam em pensamentos sem sentido.

- Tá tudo bem? - perguntei.

- Tá - ele forçou um sorriso - O que tá achando daqui?

- Sinceramente? Não sei - falei olhando em volta.

Ao longe vi o Victor com vários amigos, inclusive o Tiago. Lucas também viu e deu uma leve tremida.

Ele parecia nervoso e inquieto.

- Ele não vai fazer nada com você - o tranquilizei.

Ele fechou os olhos e assentiu.

- Estava procurando vocês! - Vinicius surgiu ao meu lado e se sentou.

Sorri pra ele.

- Ei Lucas - ele parecia bem feliz - Oi Gabriel.

O cumprimentamos.

- Você parece feliz - falei.

- E estou - disse ele.

Não perguntei o porque, ele falaria quando se sentisse a vontade.

Conversamos mais um pouco (com o Lucas sorrindo algumas vezes).

O intervalo acabou e voltamos pra sala.

*

A aula tinha acabado. Lucas e eu descemos juntos e encontramos Victor, sozinho.

- Tava te esperando.

Ele estava agindo como se fosse meu guarda costas ou segurança.

Victor olhou para o Lucas, depois pra mim.

- Você mora onde? - perguntei.

Lucas me olhou envergonhado.

- Não, não precisa! É só pegar um ônibus - sorriu sem graça.

Victor só faltava me fuzilar com os olhos.

- Ah para, eu posso te dar uma carona.

Percebi que o Victor tinha um auto-controle incrível. Não disse nada, mas pelo seu olhar nem precisava.

- Vem, vamos entrar. - falei

Victor abriu o carro e entramos.

Fiz isso por dois motivos.

1 - queria realmente saber onde ele morava, estava pensando em fazer uma visita surpresa, e

2 - queria irritar o Victor.

Perguntei pro Lucas onde ele morava, ele respondeu sem graça.

Victor, vermelho de raiva, nos levou até lá.

O percurso durou uns 30 minutos. Fiquei chocado com a demora.

Eu estava sentando no banco do carona, ao lado do Victor.

- É aquela casa azul - disse Lucas atrás de nós.

Nosso motorista, parou o carro em frente a casa.

- É ... Obrigado - disse ele abrindo a porta.

- De nada - falei.

Victor não respondeu.

A casa do Lucas era bonita, de um andar. A vizinhança era tranquila.

Observei-o andar até em casa.

- Que porra foi essa? - perguntou ele do meu lado.

Não respondi. Ainda observava o Lucas.

- Eu não sou seu motorista não caralho!

Eu ia responder, mas Lucas se aproximou da casa e a porta se abriu.

- Responde porra! - Victor bufava ao meu lado.

Na frente no Lucas um homem o esperava se aproximar.

Quando chegou perto o suficiente, deu-lhe um soco no rosto.

Foi como se ele tivesse batido em mim. Eu não esperava aquilo.

Minha respiração ficou pesada.

O homem pegou o braço do Lucas e o arrastou pra dentro da casa, batendo a porta.

Olhei pro Victor, que finalmente havia calado a boca.

Ele parecia tão surpreso quanto eu.

*

- Eu vou matar você! - falei olhando pro Victor.

- Você vai me agradecer! - disse ele - Tá usando alguma droga?

- Eu só queria ...

- Queria ir lá ajudar seu amigo, eu sei - pausa - Mas e o cara que tava com ele? Se ele tivesse uma arma?

Sorri.

- Ele não tem uma arma!

- Como você sabe?

Fui até a geladeira e peguei a garrafa de água.

Bebi encostado na pia.

Victor veio em minha direção, o que me deixou mais nervoso.

Ele pegou o copo da minha mão e bebeu a água.

Enquanto ele se apoiava na pia ao meu lado, olhei pra ele surpreso pela atitude.

- Não vou deixar você fazer o que está pensando fazer.

- Você não sabe o que to pensando - falei sem olhar pra ele.

Eu tava pensando em ir amanhã na casa do Lucas saber o que estava acontecendo. Era mais forte do que eu. Era visível que ele não estava bem.

- Você está pensando em ir na casa dele amanhã, pra descobrir o que tá acontecendo.

Nos olhamos.

Do jeito que estávamos encostados, nossos braços se tocavam.

O cheiro dele, que era de hortelã, ficou mais forte.

- Eu vou amanhã - falei.

- Nao vai não.

Victor me olhava daquele jeito que eu detestava.

- Para de me olhar assim.

- Assim como? - ele desviou e bebeu mais água.

Me levantei e olhei pra ele.

- Vou dormir, boa noite.

Não esperei ele responder e fui em direção ao quarto.

É claro que eu ia amanhã, e já sabia com quem.

Peguei meu celular e abri o facebook.

A primeira notícia do feed me pegou de surpresa.

Vinicius estava de relacionamento serio com uma garota, lindíssima por sinal.

Entendi o motivo da felicidade dele.

Mas é claro que isso não ia me impedir de chama-lo para ir comigo amanhã no Lucas.

*

Oi gente. Então, gosto de aguçar a imaginação de vocês. Dou algumas informações e facilito vcs a imagina-los ... Espero que eu tenha ajudado com o CAP de hj. Gostaram? Comentem e votem, please. Bjao.

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Comentários

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O pessoal que tá reclamando do protagonista, devem na verdade gostar daquele clichê de passivo fraquinho. vtf! Um dos melhores protagonistas da casa. Continua! Tô adorando.

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Muito bom! Vou acompanhar! Espero que as atualizações sejam rápidas! Beijinho e boa semana!

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INTERESSANTE. QUERO SABER O QUE VITOR FEZ PRA SEU AMIGO NÃO MATASSE SEU PRIMO. E O QUE ELE FALOU PRO AMIGO PRA NÃO INCOMODAR MAIS O LUCAS? QUE SEGREDOS O LIUCAS GUARDA? QUEM O HOMEM QUE SOCOU A CARA DELE E POR QUE? BEM HOMOFÓBICO VITOR. UM PERFEITO BABACA IDIOTA E SEU AMIGO PIOR AINDA. MAS TO GOSTANDO DO JEITO DELE TRATAR O PRIMO. PARECE REALMENTE PREOCUPADO E SE SENTINDO RESPONSÁVEL E PROTEROR. ISSO É MUITO BOM. MAS CREIO QUE VAI SE METER EM MUITAS ENRRASCADAS AINDA POR CAUSA DISSO. VEREMOS. TÔ MUITO CURIOSO. GOSTEI DO CONTO. PARABÉNS APESAR DO TEMA SER MEIO CLICHÊ. MAS VAMOS VER COMO VC VAI DESENROLAR ESSE CONTO.

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Cara simplesmente viciei nele e olha q foram só dois capítulos, mas vi q ai tem mt coisa pra acontecer.

Continua e obrigado por compartilhar conosco.

Bom início de semana pra vc!

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Bem escrito, não li ainda as semelhantes que o pessoal tá comentando... Gostando demais...

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