Era Só Uma Noite. #9

Um conto erótico de Caio Alvarez
Categoria: Homossexual
Contém 3487 palavras
Data: 09/10/2016 17:07:39

A manhã daquele domingo chegou moldando nosso humor. Fresca, leve e colorida.

Acordei e minhas pernas estavam praticamente entrelaçadas nas de Alexandre. Eu sorri confortavelmente e cheguei ainda mais próximo dele, abraçando suas costas quentes. A barraca já aquecia devido ao mal posicionamento. O sol tocava a lateral dela e logo aquilo ali viraria um forno. Alexandre se ajeitou em meu corpo e segurou meus braços em volta de seu corpo. Sua pele ao amanhecer ainda é a coisa mais cheirosa que encontrei nessa vida. Acho até que já posso falar das outras. Beijei seus ombros vermelhos e alisei sua barriga, falando calmamente:

- Quer assar aqui dentro?

- Já estava acordado, mas perdi o controle do meu corpo. Você viu minhas pernas? As perdi no caminho. – Ele ria e sua risada rouca era sonoramente gostosa.

- Você acaba de reinaugurar o exagero. Desisto!

- Você está sendo rude – ele se defendeu.

- Você gosta – eu o provoquei novamente beijando seu ombro cheiroso.

Ele apenas riu, ainda sonoramente. Era um ótimo despertar. Aquele seria um dia delicioso.

- Levanta. Hoje precisamos fazer nosso café.

Na cozinha compartilhada do camping uma garrafa de café descansava sobre a mesa, aparentemente cheia. Olhei ao redor à procura do possível dono e logo percebi que ele deixara ali de propósito, para quem quisesse se servir. Alexandre se aproximou com seus olhos vermelhos, meio irritados, e peitoral nu. O vermelhidão dava lugar à um rosado. Aquilo parecia maquiagem eu seu corpo. Ele me fazia rir sem querer.

- Veja, fizeram café pra gente.

- Finalmente alguma coisa boa nesse lugar. – Seu sorriso era uma provocação revelada. É claro que ele estava adorando os dias de descobertas.

- Pare. Eu estou aqui – eu disse fingindo um convencimento que não era meu.

- Há você... – ele disse aproximando de mim e passando sua mão em minha cintura também nua. Seus dedos se arrastaram por minha pele num toque confortável e nada malicioso. Era um carinho. Apenas isso.

- E ele – eu completei falando com dificuldade.

Alexandre se virou na direção do meu olhar. O homem se aproximava com um sorriso quase sonoro. Seus ombros brilhavam segurando uma regata folgada, mas que ainda assim mostrava a saliência do peitoral. Meus olhos alcançaram os do homem e eles me miravam num misto que parecia ser de surpresa e excitação. Brilhavam mais que sua própria pele negra exposta ao sol ainda leve. A mão de Alexandre saiu de minha cintura praticamente em câmera lenta. Aparentemente o corpo dele também perdia o rumo, assim como o meu. Sob a sombra da cozinha aberta, sua voz preencheu todo o ambiente, nos fazendo acordar da transe inesperada.

- Vocês! – Disse Eloy.

- Você – eu tentei falar.

- Eloy! – Alexandre foi mais preciso. Eu precisava lembrar de pegar aulas sobre essa precisão com ele.

- Será que meu café desce sem esforço? Meus amigos disseram que ele está pra lá de ruim.

Então ele estava acampado ali também. Então a garrafa sobre a mesa pertencia ao protagonista da noite anterior. A coincidência era excitante. O peitoral e aqueles ombros largos também.

- Ah, sim. O café. Vamos beber dele. Quer um veredito?

- Mas é claro.

Agilmente ele já estava servindo o café em dois copos que estavam sobre a bandeja. Um foi entregue à Alexandre, que exibia seu olhar desconfiado. Não sei ao certo se era desconfiado. Talvez fosse curioso. O fato é que eu posso apostar que ele estava tão excitado quanto eu. Ao me entregar o outro copo seu olhar atravessa o meu e provocava uma dança gelada em meu estômago. Não é possível que aquele homem também mexeria com meu âmago.

- Hmm – eu murmurei. – Talvez se você tivesse colocado mais...

- Está perfeito. – Alexandre precisou novamente. – O que você ia dizer, Caio? – Seu olhar era ameaçador. Ele estava me fazendo entrar em um de seus jogos. O cretino já sabia o resultado. Tomei outro gole fingindo sentir melhor o líquido quente.

- Pensando bem, não poderia estar melhor.

- Meus amigos não sabem de nada – ele disse encostando seu corpo na mesa feita de uma madeira escura e rústica demais.

- Não deixe eles saberem que eu concordo com você – eu disse em tom de segredo. Alexandre e ele riram. Alexandre parecia forçado, é claro.

- Me digam: e o domingo de vocês? – Eloy cruzou os braços e seus músculos se evidenciaram. Eu desviei o olhar daquele corpo.

- Não é surpresa que a resposta seja cachoeira, não é? – Alexandre era sarcástico do modo que só ele poderia ser.

- O que não é nada ruim, aliás. – Eu fui tão preciso quanto ele.

- Já foram nas corredeiras. São vazias, reservadas e até formam algumas piscinas naturais quase transparentes. São únicas, confiem em mim.

- Fechou? – Minha fala era direcionada à Alexandre, que exibia seu sorriso malicioso. Eu estava prestes a lhe impedir de falar.

- Talvez precisaremos de um guia. – Ele estava se insinuando de forma que só alguém realmente interessado notaria. Eloy sorriu. Sabia o que significava aquilo.

- Acredito que não. Eu conheço as trilhas e...

- E eu posso dar um perdido nos meus amigos. – Eloy me interrompeu.

- Você faria isso? Não acredito. Fizemos um amigo, Caio. – Alexandre inesperadamente assumira o papel de uma criança? O garoto estava ficando fora de controle.

- Fizeram. Vocês fizeram um amigo – disse Eloy num sorriso quase torno e sensual.

- Quão surreal é isso? Primeiro vocês esbarram, se comem com o olhar e rola um negócio louco ali. Coincidentemente ou não, vai saber, ele está acampando no mesmo espaço que a gente e agora estamos indo para uma corredeira secreta? Com ele?

- Alexandre, se contenha. – Mesmo em tom repressivo, eu deixei claro que estava me divertindo.

- Pense bem... É a oportunidade perfeita de fazer umas loucuras. Vai, por mim. Você nunca fez isso de conseguir alguém com seu próprio esforço.

- Espere, isso foi uma provocação?

- Se te deixa excitado, então foi.

Nós praticamente cochichávamos para que o homem, que assumia o posto de guia, abrisse caminho pela trilha. O sorrio de Alê era perverso e cruel. Ele sabia o que estava fazendo. Ele sabia que eu estava caindo na dele. Se soubesse o quão imaginativo eu estava naquele momento.

Não caminhamos muito, mas como prevíamos, o local era mesmo o mais vazio do parque. Havia um ou outro grupo, mas estes se espalhavam pelas várias piscinas naturais, o que nos dava o direito a um piscina praticamente particular. O local era como uma plataforma de pedras. O rio passava por ali e se depositava nos buracos. O mais próxima da gente concentrava um tom de verde absurdamente sedutor.

- Viu só? – Disse Eloy passando seu antebraço na testa numa tentativa de secar o suor que escorria para seu rosto. – Parece que é um bom dia.

- Se não fosse, eu o faria ser – completou Alexandre.

Se livrando de suas roupas numa pressa costumeira, ele não demorou e já estava entrando no buraco. A água chegou a altura de seu peito e ele mergulhou, molhando o resto do corpo. Eloy acompanhara tudo com o olhar esperto. Se divertia. Ele sorria enquanto o garoto rosado e careca se despia e entrava apenas de sunga preta na piscina de água calma e corrente. Seu corpo ficou completamente visível submerso na água cristalina. “Vocês são idiotas ou o quê? Isso aqui é um ofurô dos deuses” gritou, reinando sozinho.

- Você não vai?

Aquele sorriso ainda estava ali. Ainda mais malicioso. Ainda mais sensual. Numa lentidão que lhe permitia acompanhar todos meus movimentos, primeiro tirei meu tênis, em seguida a blusa e logo desci meu short, revelando minha sunga azul royal. Passei muito próximo dele e segui para a nossa banheira particular soltando meu cabelo do coque que se desfazia naturalmente. Era minha tentativa de lhe seduzir. Aposto que eu tinha lhe proporcionado uma cena cômica. Eu quase ri de mim mesmo.

- Você esqueceu de avisar pro guia que ele também pode se molhar? – Alexandre falou alto o suficiente para que Eloy escutasse e risse.

- Que apressados. Já estou indo!

Era a hora do nosso show particular. E nem sequer estávamos pagando por aquilo. Eloy, o negro que passava dos 1,90 de altura, se livrou se seus tênis impecavelmente limpos. Novamente ereto, arrancou a blusa de seu próprio corpo numa demonstração graciosa de movimentos harmoniosos. Seu peitoral estava livre. Brilhoso, suado e perfeitamente definido. Eu disse, o homem era uma fantasia pronta. Não demorou e desceu seu short. A cintura marcada e musculosa guiava o olhar para sua sunga carmim (colada ao seu corpo, importante dizer ) que guardava um volume discreto, mas bem marcado. Suas coxas eram definidas, cobertas por pelos grossos e escuros que também marcava presença na barriga, na altura do umbigo. Numa das conversas ele nos entregara sua idade: 30 anos. Olhando-o sem barreiras, vi todos os trinta anos em seu corpo. Eu babava. Alexandre iria explodir a qualquer momento.

Dentro da piscina, sentou-se em uma pedra que já parecia um banco. Seus braços ficaram dispostos sobre a margem do buraco. Seu peito estava aberto para nós. Os mamilos gritavam nossos nomes, eu conseguia ouvir. Seu rosto duro de linhas definidas parecia queimar. O ar estava pesado e nós três sabíamos da intenções que boiavam nítidas na água cristalina.

- O que vocês fazem?

- Seja específico – eu pedi, mexendo meus dedos numa brincadeira leve na superfície da água.

- Da vida, oras!

- Eu me divirto – antecipou Alê.

- Eu estou aprendendo a me divertir – falei em seguida, imitando a segurança de Alexandre.

- Vocês se divertem? É isso? Apenas isso?

- Apenas isso – Alexandre concordou.

- Como?

Segurávamos o que Eloy queria ouvir. Era um jogo bom de jogar. Tomei cuidado para que ele não visse o quão marcada estava minha sunga pela excitação.

- Do melhor jeito possível. – Eu virei meu corpo de olhado e olhei o Deus em seu trono por cima do meu ombro, tocando meu queixo na água cristalina. Eu via dois. O reflexo dele na água era ainda mais bonito. E também me olhava, sedento. – E você?

- Eu? Eu vivo por aí.

- É um bom jeito de se viver – Alexandre falou calmo. Finalmente!

- Alguma diversão? – Eu o provoquei.

- Todas possíveis. Mas há uma preferida, é claro.

- Qual? – eu e Alexandre falamos em uníssono.

- Venham aqui!

Como se estivéssemos combinado previamente, sentamos cada um de um lado de seu corpo sendo ancorados por seus braços musculosos. “Bom garoto” ele disse quando me olhou. “Bom menino” ele falou muito próximo dos lábios de Alexandre. E então um beijo existiu entre eles. Lento, molhado, barulhento. Havia língua, ou especificamente, duas línguas fortes que se queriam desesperadamente. Ele segurava a nuca raspada de Alexandre e guiava o beijo ao seu desejo. Os lábios carnudos do meu amigo eram sugados pela boca igualmente grande do homem sortudo. Havia muito desejo ali e isso fazia meu corpo se preencher se um tesão desmedido. Quando enfim o beijo parou, Alexandre sorria, satisfeito. “Sua vez” sussurrou Eloy quando tocou meus lábios com os seus. Ele empregava o mesmo ritmo no nosso beijo. O gosto do seu beijo sofrera a influência do gosto de Alexandre e isso era mais excitante. Sua língua carnuda procurou pela minha. Ele queria uma dança e eu lhe daria isso. Enquanto nos sugávamos, seus dedos estavam enfiados nos cabelos molhados da minha nuca. Ele sabia medir a força: era um puxão carinhoso.

Longe do meu beijo, os lábios dele estavam molhados e eu sentia em mim o cheiro de sua saliva quente. Eu sorri e ele me devolveu um sorriso ainda mais pervertido.

- Divirtam-se!

E num segundo nossas cabeças foram guiadas para seu peitoral enorme que aparecia acima da superfície. A pele negra e brilhante me seduzia. Não demorei: minha língua contornava seu mamilo duro. Eu o mordi, mas mordi suavemente. Alexandre fazia o mesmo e era lindo ver o contraste de sua pele muito branca e vermelha com pele negra do Deus entregue à nós. Arrastei meus lábios despejando pequenos beijos na pele dura e encontrei o rosto de Alexandre. Ele estava tão excitado quanto eu estava. Seu lábio inferior tremeu quando me olhou e surgiu um sorriso largo ali.

- Você sabe o que eu quero.

- Eu bem sei...

E nos beijamos. Era uma exibição. Queríamos aquilo e queríamos muito, mas dedicamos os movimentos ao homem sedento entre nossos corpos. Eu chupava a língua dele com um desejo nítido enquanto ele suspirava em meus lábios, da forma que só ele sabia fazer. Fazíamos questão de tornar os movimentos barulhentos. Eloy não se conteve e nos puxou para um beijo triplo. Línguas, saliva, hálitos, lábios, queixos. Tudo era um beijo só. Era o encontro de três mundos distintos. Não duvidaria do surgimento de outro mundo naquele encontro.

- Esperem... Esperem... – Eloy estava buscando o ar que tiramos dele. – Façam o mesmo com isso aqui.

Agilmente ele ergueu seu corpo e sentou nas pedras que formavam a margem do buraco alagado. Ainda entre nossos corpos. Sorri quando vi que o tecido de sua sunga estava prestes a ser rasgado e algo explodiria em nosso rosto.

- Vocês sabem o que fazer, não sabem?

- E como sabemos.

Maliciosamente meus lábios já estavam em sua coxas. Eu beijava cada centímetro de sua pele molhada e musculosa. Ele fazia questão de tensionar o músculo, eu me divertia. Lambia e depois depositava mais beijos. Ele suspirava, afinal, Alexandre já beijava o cós da sunga, esfregando seu rosto na barriga dele. Formei uma linha de beijos que seguia do interior da coxa à virilha. Ele forçou meu rosto contra sua pele. Era tudo que eu queria naquele momento.

- É de vocês – e então baixou a sunga revelando seu membro.

Era lindo. Não, não era só lindo. Era cheiroso, grosso, babão e cremoso. E nos chamava. Alexandre que já estava ali o segurou entre os lábios. Eu sorri admirando o quão bonito era vê-lo fazer isso. Ele sugou o membro para dentro de sua boca, forçando em Eloy uma sequência majestosa de suspiros, quase gemidos. Nos revezávamos em uma chupada sincronizada. Lambíamos a glande mais clara, depois toda a extensão e então a base mais grossa que o próprio membro. Era delicioso. Delicioso e salgado na medida certa. Com as mãos Eloy guiava os movimentos de nossas cabeças e a intensidade das nossas sugações o faria gozar numa rapidez inacreditável. Eu interrompi o que fazíamos e o corpo dele tremeu, escorrendo tesão.

- Delicioso. – Sua voz era tão fraca quanto os movimentos que ele fazia.

- Sejamos rápidos, alguém pode chegar sem avisos.

- Que nos assistam – completou Alexandre, excitado.

Alexandre gostava do show. Ela nascera para as atenções e exatamente por isso era quase sempre a força que as atraía. Não posso dizer que eu era mais quieto. Não naquele momento. Alexandre me transformava, eu não posso esquecer. Na presença dele eu agia sob sua influência. E que influência.

Passeei meu olhar ao redor e vi uma pedra de grandeza razoável. “Perfeita” eu pensei. Ela poderia esconder nossos corpos do grande grupo que se banhava num complexo de piscinas maiores um tanto distante de onde estávamos. Eloy percebera meu olhar curioso e não demorou a avistar o alvo. Imagino que pensávamos na mesma frequência. “Espero” ele disse munido de um sorriso malicioso, tão insinuante quanto meu olhar.

- É isso – confirmou Alexandre.

Eu e o garoto reluzente saímos do ofurô divino e caminhamos para a pedra. Não esperamos por Eloy que ficara balançando a cabeça, se divertindo com a ousadia. Eu sentei não muito confortavelmente na pedra suficientemente grande e encaixei Alexandre entre minhas coxas firmes. Seu corpo molhado e macio demais era uma oferta. E das boas. Acariciei sua bunda por cima do tecido e dei um leve apertão, falando muito próximo de seu ouvido:

- Eu posso lhe servir?

- Como? Seja direto, cretino.

- Você será a oferenda ao nosso Deus – meu olhar mirou o negro que caminhava em nossa direção. Ele era um predador. Éramos presas fáceis.

- Se te excita... – Por sorte a expressão de Alexandre era mais maliciosa. Ele queria aquilo mais que eu mesmo.

Não deu outra. Eloy sabia o que queríamos. Ele encostou o corpo grande no de Alexandre e passou seus braços forte em volta de sua cintura, puxando-o para si. Ele estava preso e quase imóvel. Beijei Alexandre com força e isso lhe tomou todo o ar. Ele gemia enquanto o homem que parecia gigante atrás dele roçava seu membro no tecido que guardava a bunda mais bonita que eu já vira na vida. Eu não me importava em ceder toda a atenção do homem à Alexandre. Ele merecia isso. Ele era digno dela. E dele. Me vi mergulhado num sentimento quase de posse. Ele era meu garoto e eu estava lhe entregado ao predador. Tinha uma fantasia nisso tudo.

Aparentemente eu tinha perdido tempo demais admirando a expressão de prazer no rosto de Alexandre. Fui pescado dos meus pensamentos com um gemido mais alto. Uma reclamação. Uma demonstração de dor. Eloy penetrava meu garoto, que gemia deixando seu corpo cair sobre o meu.

- Continua – eu sorri sobre o ombro de Alexandre.

Eloy me obedeceu e capturou de vez sua presa. Ele estrada dentro. Completamente, eu diria. Os movimentos do homem fazia o corpo de Alê roçar o meu com força. Era como se eu também o penetrasse. A sensação e o tesão eram os mesmos. Alê, por sua vez, enfiou seu rosto em meu pescoço e lambia minha pele, às vezes deixando uma mordida suave ali. Eles gemiam e eu suspirava. Quem visse não acharia estranho o que fazíamos. Era quase uma cena de uma pintura renascentista. A forma como nosso corpo de movia, a quantidade de mãos apertando os músculos tensionados, as expressões mistas de prazer, dor e êxtase. Éramos três deuses gregos em uma demonstração crua de liberdade e amor ao sexo. Até os céus dobravam para nos assistir.

Novamente acordei dos meus devaneios quando Eloy, grosseiramente, urrou apertando seu rosto contra a nuca de Alexandre. Eu segurei o corpo do meu garoto e pedi num suspiro profundo:

- Você não queria diversão?

Eu me masturbava e ao mesmo tempo agarrava o membro ainda mais cremoso e duro de Alexandre, masturbando-o na mesma frequência.

- E você me deram isso – respondeu Eloy por sobre o ombro de Alê.

- Termine isso. Goze pra gente. Goze pra mim – eu lhe pedi, em êxtase.

Sem a base que o segurava, Alexandre vacilou e eu segurei seu corpo um tanto de lado, para que Eloy se juntasse à nós nessa festa de paus e movimentos rígidos. Nós três nos masturbávamos em sincronia. Os gemidos completavam a sinfonia: os urros de Eloy, minhas inspirações pesadas e o gemido manhoso de Alexandre, que estava completamente fodido.

Explodimos.

Uma completa chuva do mais precioso e saboroso líquido já produzido na terra. Um pingo de suor escorreu por meu rosto e se juntou à festa. Nossas mãos estavam meladas, nossas barrigas respingadas e nossas membros violentados. Eu estava satisfeito. Eles ainda não.

- Me alimente, Eloy – disse Alexandre num sorriso sonoro demais.

Eloy obedecia. Contornou seus lábios com sua mão molhada. A quem pertencia aquele sêmen não era problema. Alexandre sugou os dedos grossos e escuros de seu predador. Ele sentia um prazer absurdo nisso. Sua expressão de paz denunciava isso. Eloy me beijou, longo e carinhosamente. Seus dedos apareceram no meio do beijo. Eu provei da mistura de nossos líquidos.

- Tá bom pra você? – minha voz saiu quase rouca.

- Foi mais do que eu precisava e exatamente o que eu queria.

Sua resposta me provocara um riso. Um riso que foi barrado pelos lábios quentes e carnudos de Alexandre. Curiosamente, era aquele beijo que eu esperava e queria. Eloy era gostoso, quente e carnal, mas Alexandre guardava a maciez que me agradava.

Por sorte não tínhamos nenhum espectador. Passamos o resto da tarde nos banhando nas várias piscinas entre beijos e massagens maliciosas. Entre olhares demorados e confissões excitantes. Nós três sabíamos que aquilo tinha um curto prazo. Ao fim do dia seríamos apenas eu e Alexandre novamente. “Você sabe, nós somos pessoas de uma noite só” Alexandre disse ao se despedir do homem no final da trila. Nossa despedida, no entanto, havia elementos adicionais. Ele acomodou seus dedos em minha nuca e chupou meus lábios sem pressa, não se importando com as pessoas presentes ali.

- Não nos veremos mais, certo?

- Como você quiser – ele disse num daqueles sorrisos sonoros demais.

- Se cuidem. – E tomou outra direção, possivelmente indo ao encontro de seus amigos.

- Você vai cuidar de mim, não é?

Alexandre me cobrava, mas sua expressão divertida dizia outra coisa.

- Ahh – apertei sua cintura grossa e queimada. – Amigos servem pra isso, delícia!

Na segunda seguinte saímos tão cedo que o dia ainda nem planejava acontecer. O sol estava tímido no horizonte. Ambos tínhamos compromissos na cidade. Alexandre tinha perdido algumas ligações importantes e você sabe o que elas significavam. Apenas um número constava em minha lista de ligações não atendidas. Só de pensar em quem poderia ser, um novo membro crescia dentro do carro. “Calma aí, garoto” eu disse para mim mesmo enquanto cortava o vento com o carro de Alexandre, que havia desmaiado no banco do carona.

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CARALHO QUE TESÃO DE CAPÍTULO MANO

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