Meu Primo Brutamontes cap 1

Um conto erótico de Pe
Categoria: Homossexual
Contém 1907 palavras
Data: 08/10/2016 23:11:21

- Talvez ele tenha razão - disse o Bruno olhando pra mim.

Comecei a rir.

- Você só pode estar brincando! - ele continuou me olhando, sério - Bruno, pelo amor de Deus né.

- Ele te ama e isso é para o seu bem - Bruno, meu amigo, bebeu um pouco do seu suco.

- Meu pai se preocupa a toa - falei - Ele já foi ameaçado várias vezes e nunca aconteceu nada.

Meu amigo não respondeu.

Carlos, meu pai, era juiz.

Por causa disso, ele era ameaçado constantemente.

No princípio ele não se preocupava muito, mas depois virou uma obsessão.

As ameaças começaram a vir direcionadas a mim, e isso claro, era um problema seríssimo pra ele.

Ele queria que eu fosse pra outro Estado (OUTRO ESTADO!).

*

- Pai, eu não posso deixar meus amigos, minha faculdade! Pelo Sangue de Jesus - falei.

Estávamos em casa, na sala.

Ele riu.

- Filho - ele sentou-se do meu lado, na sala.

- Você vai ter que ir - disse ele - Pelo menos até a poeira abaixar.

- Mas ...

- Belo Horizonte é perto - disse ele.

- Eu não posso morar sozinho! Vou ter que comprar um cach...

- Você não vai morar sozinho - disse me interrompendo.

- Vou morar com quem? - perguntei

- Com seu primo.

Não respondi de imediato. Tentei pensar em qual dos quinhentos mil primos ele estava falando.

- Que primo?

- Victor ... - meu pai me olhou confuso - Não se lembra dele?

- Deveria?

- Gabriel - meu pai acariciou meus cabelos - Filho, eu te amo. Eu preciso que você fique seguro. Por favor filho.

Os olhos do meu pai brilhavam.

Nós éramos muito parecidos. Muito brancos, olhos castanhos e pequenos.

A única diferença era a altura. Eu era muito baixo. Puxei minha mãe nisso.

Ele me olhava na expectativa de dizer não. Ele sabia que eu era difícil de se lidar.

Mas eu o amava. Mais do que tudo.

- Por quanto tempo? - perguntei.

Ele sorriu aliviado.

- Até eu descobrir quem está fazendo isso.

*

Meu pai e eu estávamos no aeroporto. Meu voo era daqui a pouco.

De São Paulo até Belo Horizonte seriam poucas horas.

Meu primo Victor, que eu descobri quem era, me encontraria no aeroporto.

Aparentemente ele havia aceito minha ida pra lá.

Estava na hora do voo e meu pai estava mais nervoso que eu.

- Quando chegar lá me avisa ok - assenti - Falei com o Victor que você ia transferir a faculdade pra lá, ele vai te ajudar - assenti novamente - Toma cuidado filho, fica de olho aberto, atento a tu...

- Pai - o interrompi - Tá tudo bem.

Ele sorriu e assentiu.

Me acompanhou até eu ir na sessão de embarque.

Nos despedimos e entrei no avião.

Minha poltrona era na janela, o que era ótimo.

Peguei uma revista que eu tinha comprado um dia antes e comecei a folhear.

Pensei na faculdade. Eu fazia curso de Medicina e amava minha antiga faculdade.

Infelizmente, ou não, teria que pedir transferência.

Ainda folheando a revista, pensei no Victor. Havia entrado no Facebook dele e visto inúmeras fotos em que ele havia sido marcado.

Aparentemente todos da faculdade, e todos seus amigos.

Ele parecia ser grande.

Não sabia explicar o quanto, mas pequeno ele não era.

Descobri também (pelo FACEBOOK) que ele fazia Engenharia Civil.

Parei de pensar nele e comecei a ler a revista.

*

Finalmente chegamos em Belo Horizonte. O céu estava completamente azul, e o sol provavelmente muito quente.

Completamente diferente do clima que estava em SP.

Eu estava com uma mochila nas costas e duas malas de rodinha.

No saguão, me perguntei se o Victor realmente iria me buscar.

Antes que eu pudesse ligar para o meu, senti uma mão tocando meus ombros.

- Gabriel.

Me virei rapidamente.

Victor usava uma camiseta cinza, bermuda e chinelos.

Seu cabelo estava molhado e todo bagunçado.

Ele era grande como eu imaginava. Era forte também. Inclusive tinha uma barriguinha.

Sua perna e seus braços eram meio peludos.

Ele tinha uma barba por fazer. Completamente desleixado.

- Victor.

Ele pegou uma das minhas malas.

- E aí? - perguntou - Tudo certo?

- Tudo - falei - Obrigado por deixar eu ficar na sua casa.

- De boa cara - disse ele.

Fomos em direção a saída do aeroporto.

Ele, que havia ido de carro, me ajudou a colocar as malas no porta malas.

Entramos no carro e fomos para o seu apartamento.

- Como está o seu velho?

Olhei pra ele.

- Meu velho?

- Seu pai - disse - meu tio.

- Ah, tá bem - falei - Está ótimo.

Ele assentiu.

Fomos o resto do percurso em silêncio.

Chegamos no prédio e ele estacionou o carro.

Me ajudou a pegar as malas e subimos.

Meu celular vibrou. Era o Bruno perguntando se eu tinha chego e se estava bem.

No elevador, percebi que o Victor tem cheiro de algodão.

Saímos do elevador e fomos até seu apartamento.

Era maior e melhor do que eu imaginava. A sala era espaçosa, havia dois sofás, um armário com alguns livros e uma TV de LCD.

- Aqui é a cozinha.

A cozinha era um pouco menor que a sala, mais ainda sim boa. Havia uma mesa redonda, geladeira, fogão. Um balcão com o microondas e um armário.

Segui ele por um corredor.

- Aqui é meu quarto.

Não entramos mas pude ver que era organizado, até mais que eu.

Uma cama, guarda roupa, mesa de estudo e só.

Ele me levou até meu quarto.

Era maior que o meu. Agradeci a Deus por isso.

Havia uma cama de solteiro, um guarda roupa pequeno e um criado mudo.

- Fica de boa aí - disse ele saindo do quarto e fechando a porta.

'Fica de boa aí' repeti mentalmente.

Liguei pro meu pai e o tranquilizei.

Depois arrumei minhas roupas no guarda roupa.

Era terça feira e eu precisaria ir até à faculdade fazer a matrícula.

Não queria fazer do Victor meu motorista, se ele me passasse o endereço eu poderia ir de táxi.

Sai do quarto e fui em direção ao quarto dele. A porta estava encostada. Acho que ele falava ao telefone.

- Não cara! Não sei - disse ele rindo - Talvez. Parece muito.

Ele ficou rindo.

- Ele tem aquele jeitinho de viado - sorriu - Mal conseguiu carregar a mala.

Revirei os olhos com raiva.

Pus a mão na maçaneta mas não entrei.

- Ele sempre foi assim, desde moleque - sorriu - Ainda bem que tem dois quartos aqui né ...

Voltei para o meu quarto e fechei a porta.

Minha vontade era de pegar as minhas coisas e ir embora, mas pensei no meu pai.

Minha cabeça doía.

Peguei meu celular e pesquisei o endereço da faculdade.

Com a carteira em mãos, respirei fundo e saí do quarto.

Victor (aquela peste) já estava na sala.

Fui em direção a porta da sala pra sair, quando ele me chamou.

- Gabriel, você vai onde?

- Na faculdade - falei me mordendo por dentro pra não xingar ele.

- Mas já? Você sabe onde fica cara? Eu ia te levar mais tarde ...

- Eu acho melhor não - falei pra ele.

Victor pareceu confuso. Ele ainda estava sentado. Na TV passava futebol.

- Porque não?

- Não vai ser legal você ser visto com um viadinho - sorri - É uma afronta a sua sexualidade.

O rosto dele ficou vermelho.

- Cara ...

- Tá tudo bem Victor - sorri indiferente - Imaginei que aconteceria isso.

- Gabriel você entendeu errado.

- Entendi?

Ele se levantou do sofá.

- Não - ele passou a mão nos cabelos - É que ... Você é via ...

- Gay.

- Isso, gay. Eu ... Foi só um comentário.

Assenti e o encarei por uns 3 segundos. Infelizmente ele era bonito.

Sai do apartamento.

*

Chamei um táxi e fui pra faculdade. Pra minha surpresa ela ficava a menos de 10 minutos da casa do Victor.

O Campus não era tão grande como da minha antiga faculdade, mas era grande.

Pedindo algumas informações encontrei a secretaria.

Rapidamente fiz a minha matrícula e procurei um banheiro mais próximo.

Andei por entre inúmeros corredores e não encontrei nenhum.

Vi um garoto sentado no chão do corredor e fui até ele.

- Ei - sorri - Sabe onde tem um banheiro mais próximo?

- Opa - ele me olhou e sorriu.

Rapidamente ele se levantou.

- No final desse corredor - ele apontou - Vira a primeira esquerda.

Seus olhos me encaravam e eu devo ter ficado vermelho.

- Obrigado - falei.

Fiz o caminho que ele me indicou e achei o banheiro.

Fiz o que tinha que fazer e voltei pelo mesmo caminho.

O garoto que me ajudou estava no mesmo lugar, só que de pé.

Quando me viu, fechou o livro que lia.

Ele era bem "comprido". Seu olhar era divertido.

- Aluno novo? - perguntou.

- Transferido - falei.

Ele assentiu.

- Vinicius - estendeu a mão.

- Gabriel.

- Faz qual curso?

- Medicina, 5° período.

- Legal - sorriu - Faço engenharia civil.

Lembrei do Victor. Será que eles eram da mesma turma? Ou pior, amigos?

- Ah, eu tenho que ir - falei - Até mais.

Ele pareceu confuso e olhou pra alguma coisa que acontecia atrás de mim.

Parecia uma discussão entre dois garotos.

Pensei em ir pelo outro lado mas fiquei no mesmo lugar observando-os.

- Vai fazer o que? - perguntou o mais alto.

- Sai da minha frente - disse o mais baixo, visivelmente irritado.

- Vai fazer o que viadinho?

Lembrei do Victor, de novo.

Me arrependi de ter me matriculado naquela faculdade.

Fui em direção a eles.

Vinicius me interrompeu segurando meu braço.

- Onde você vai? - perguntou chocado.

- Eu preciso fazer alguma coisa - falei - Você vai ficar aí?

Não era o eu queria ter falado, mas saiu.

Ele bufou e foi comigo até os dois.

O cara maior segurava o outro pelo pescoço, pressionando-o na parede.

- Ei ei - falei - Qual é o seu problema.

O homem me olhou surpreso e confuso.

- Quem é você?

- Quem é você meu amor? Que está agredindo uma pessoa aqui, pelo amor de Deus.

Ele riu.

- Mais um viadinho - disse - Esse aí também é?

Perguntou olhando pro Vinicius ao meu lado.

- Solta ele - Vinicius parecia irritado.

- Abriu uma gaiola hoje? - ele riu mais ainda.

- Vai abrir outra já já - falei - Mal cheguei mas já vou na reitoria. O que um aluno como você pode estar fazendo aqui?

Ele automaticamente soltou o garoto.

Antes de ir embora, me olhou. Pronto, já era odiado por 1.

*

Vinicius, o garoto (que se chamava Lucas) e eu estávamos no refeitório. Não tenho ideia de como fomos parar ali.

- Vou ter que ir - Vinicius se levantou - Tenho aula daqui a 5 minutos.

Assenti. Ele me olhou, sorriu e saiu.

Vi ele se afastar e me virei para o Lucas.

- Tudo bem?

- Tudo. - ele me olhou - Ele sempre faz isso, já avisei a reitoria mas não adiantou.

Respirei fundo.

- Faz qual curso? - perguntei

- Medicina e você?

- Vim transferido, medicina também - falei - Quinto período.

- Eu também - disse ele

Meu celular vibrou. Era o Bruno me mandado outra mensagem.

"Cade você vadia?"

*

Depois de conversar um pouco com o Lucas, voltei a pé. Descobri que ele estava estudando, já que o nosso curso era a noite.

Peguei meu celular e usei o GPS pra me localizar.

Minutos depois achei o prédio.

Enquanto subia, prometi a mim mesmo que manteria a calma e não brigaria com o Victor.

Era só questão de tempo até meu pai descobrir o autor dessas ameaças.

Entrei no corredor e pra minha sorte, a porta da sala estava destrancada.

Ao entrar meu coração gelou.

O garoto que havia agredido o Lucas, estava sentado no sofá conversando com o Victor.

Ele me olhou, olhou pro Victor depois me olhou de novo.

- Puta que pariu! - disse o Victor enquanto seu amigo vinha furioso em minha direção.

**********

Ei galera. Gostaram? A história é meio batida, mas vou tentar surpreender vocês o máximo possível. Comentem pra eu saber se devo continuar.

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Comentários

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Legal... cuidado para em alguns momentos não ficar confuso....

Abraços

Peludodf

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espero que na segunda parte tenha uma descrição boa retroativa dos personagens

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Que coisa ein, tem muito potencial, só faltou descrever alguns personagens!!!.

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Descreve os personagens com detalhes. gostei,espero q o Gabriel continue sem baixar a cabeça pro Bruno

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Gostei muito! Achei original, bem escrita, com os acontecimentos acontecendo na medida certa. Ótimo primeiro capítulo, tem muito potencial.

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Muito Bom, tomara que esse Victor se arrependa depois e o "viadinho" não o perdoe, o Vinicius tem mais chance! E o Lucas e esse cara preconceituoso acho que vão namorar! Mas o Gabriel ainda vai sofrer muito...

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MUITO BOM MESMO SE NÃO FOSSE ALGUNS DETALHES. NÃO VI AS APRESENTAÇÕES E DESCRIÇÕES DOS PERSONAGENS. VC ENTROU DIRETO NO CONTO. NÃO DA PRA GENTE TER UMA IDÉIA DOS PERSONAGENS. MAS CREIO QUE FOI UM LAPSO. MAS O CONTO ME PARECE MUITO BOM E ACHO QUE A HISTÓRIA PROMETE FORTES EMOÇÕES.

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Adoreiiii❤, continua logo 🙏🙏🙏

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