A Vida é pra ser Vivida #8 - Final de Semana- Parte I

Um conto erótico de Hyuuga5
Categoria: Homossexual
Contém 1772 palavras
Data: 27/09/2016 21:24:29

A Vida é pra ser vivida #8

Final de Semana- Parte 1

Aquelas praias, aquela vista, aquela simplicidade, aquela paz, aquela sensação boa. Estava muito feliz de estar em Paracuru. Pense em um lugar aconchegante. A cidade é pequena e acho que é por isso que todos que veem pra cá se sentem em casa. Estava gostando muito da vibe daquele lugar.

Ainda era sexta estava anoitecendo. Estávamos na casa de praia. Eu estava na varanda deitado numa rede escutando música, como sempre, “Ghost Town” do Adam Lambert. Quando Fernando pula na minha rede, eu nem sequer dei conta da aproximação dele:

Fernando: Fala Antonio. Escutando o que? – fala puxando um lado de meus fones. – Huum. Bom gosto. Gostei. - Ele estava apenas de short, sem camisa.

Antonio: Acho que vou pegar algo pra beber. Quer?

Fernando: Traz uma cerveja aí! Valeu.

Fui à cozinha e peguei a cerveja pro Fer e um refrigerante de laranja pra mim. Sério, refrigerante de laranja é vida. Encontrei Joaquim saindo pra varanda, perguntei se ele queria algo e ele disse que tava de boa. Dei de ombros...

Mais tarde saímos pra uma pizzaria ali perto. Fomos a pé mesmo. Quer dizer, fomos nós três, eu, Fernando e Joaquim, por que os casais foram jantar em um restaurante. Sério, eu não estava entendendo o porquê desta separação idiota. Chegamos lá e o local estava muito agradável. Comemos três pizzas. Sério, eu não sei como o Fernando aguentou comer quase uma pizza grande inteira. O cara era um monstro.

Antonio: Cara tu é uma máquina. Pra onde vai essa massa toda? – falei apontando pra sua barriga, já que não havia sinais de uma barriguinha.

Joaquim: Ah nem liga Antonio. Esse mala é sempre assim mesmo. Come, come e não engorda. É de ruim, só pode.

Fernando: Tá com inveja por que não tem esse corpinho aqui. – falou rindo.

Quando terminamos de comer estávamos indo pra casa quando Fernando deu a ideia de irmos direto pra praia. Concordamos. Fomos os três. Chegando lá estava tendo um pequeno show de umas bandas num dos milhares de bares ali. Ficamos ali durante um tempo.

Logo Fernando encontrou uma garota pra si. Não era de se espantar, ele era realmente um cara bonito e ainda se parecendo com um gringo. As mulheres se jogavam. Eu fiquei com o Joaquim um pouco mais afastado do pequeno palco. A música era agradável, mas nunca gostei de multidões. Ficamos conversando:

Joaquim: Olha lá, o Fer já está rodeado de mulheres. É incrível como essas tolas gostam desse idiota. – falou rindo.

Antonio: Deve ser por que ele é realmente lindo. Até eu iria querer ficar com ele. – falou sorrindo, quando me dei conta. Estava tão tranquilo que esqueci que ninguém ali sabia que eu gay, mas já não tinha motivos para esconder ainda mais pro Joaquim e Fernando. Eles estavam sendo muito legais comigo, já que o JP me deixou só, não queria segredos.

Joaquim: Como assim? – fala ele espantado.

Antonio: Eu sou gay Joaquim. Não precisa ficar espantando! – falei rindo dele.

Joaquim: Cara eu nunca desconfiaria se não tivesse me dito isso. É impossível saber nada. Meu “gaydar” não me disse nada. – fala rindo!

Antonio: Por quê? Ué.

Joaquim: Por que tu e muito hétero-normativo. Você é muito machão.

Antonio: Acho que para eu ser homossexual ou gay, não preciso ser afeminado.

(Bom, vou abrir um parêntese para abordar um assunto muito discutido na “classe” homossexual. Muitos não entendem que para alguém ser homossexual precisa ser afeminado. Essa é uma das maiores besteiras que ouço de alguns. Ser homossexual é gostar, ter desejo por outro individuo do mesmo sexo. Se eu, Antonio, não quero parecer “mais gay ou menos”, eu quero ser eu mesmo. E basta. E nem gosto de ouvir essa de que, se um gay não tem trejeitos, ele é enrustido. Eu, o Hyuuga5, já ouvi muito isso de outros amigos gays. Tipo, eu sou julgado pela própria comunidade gay que convivo. Cada um escolhe ser como bem entende. Não julgue ninguém por parecer uma coisa e ser outra. Devemos apenas viver nossa vida e não se importar com a dos outros).

Voltando ao conto...

Joaquim: Claro que sim. Eu mesmo não sou muito afeminado. Mas por que você se esconde?

Antonio: Eu não me escondo. Só que ainda não estou preparado pra dizer a todos de cara que gosto de homens. – sério essas perguntas estavam me irritando um pouco.

Outro parêntese (Eu não acho que um homossexual precisa dizer aos quatro cantos do mundo que é homossexual. Somos seres humanos comuns como qualquer outro. Devemos ser como quisermos. Se você é afeminado, seja afeminado, é lindo um cara afeminado, se você tem o ar mais “machão” seja mais machão. Odeio ficar dando rótulos aos outros. Bom, sejamos quem somos e isso já basta. Os homossexuais são minorias, não precisamos ser preconceituosos como outros homossexuais).

Joaquim: Entendi. Entendi. A fase da auto-aceitação é muito complicada mesmo. Mas vai dar tudo certo. Sejamos quem quisermos e sem se preocupar com o que os outros pensam.

Antonio: Isso mesmo. Você já namorou Joaquim?

Joaquim: Que nada! Ninguém me quer. Até meu irmão, se ele quiser, ele pega mais homens que eu. – fala rindo.

Antonio: o Fer também é gay? – falei curioso.

Joaquim: Ah não. Aquele lá gosta da mulherada mesmo. – fala rindo.

Dei graças quando ele voltou a ser o Joaquim que conheci na viagem. Sério. Quando você é gay e conhece alguém que está tentando passar pela fase do “conta ou não conta” pra sociedade, não diga que ele é medroso, enrustido, ou medroso. Essa é uma fase difícil e ninguém gosta de ser pressionado!

Estávamos conversando amenidades. Falamos sobre tudo. Ele me contou que gosta muito de Lady Gaga e Beyoncé. Eu comentei sobre minhas bandas favoritas. Comentamos sobre alguns cantores que tocam músicas para o público gay como: Troye Sivan (todos conhecem), Geo Luis, Steve Grand, Kadie Elder, Adam Lambert, dentre outros. Eles são demais. Se vocês não os conhecem, ouçam, suas músicas são incríveis. Também tem algumas músicas brasileiras como algumas das bandas Elefante Branco (Garoto Sádico), The Jalmas (Pink) e Jay Vaquer (Longe Aqui), eles não são gays, mas tem músicas que retratam o cotidiano da comunidade LGBTT.

Ainda sentados na areia da praia, sentindo o vento frio, estávamos rindo. Quando bateu aquele clima. Eu queria ficar com ele e percebi que ele também estava querendo. Então o olhei e ele olhou de volta. Fomos se aproximando e quando eu finalmente iria beijá-lo, Fernando chega. Nem preciso dizer que estragou o momento.

Fernando: Eita que o clima está esquentando... – falou rindo!

Antonio e Joaquim: Estava! – falamos juntos.

Fernando: Antonio não sabia que você era gay.

Antonio: Pois é – falei sem graça.

Fernando: Relaxa. Precisa ficar com vergonha não, mas cuidado com esse catador de gays iniciantes. Ele passa o rodo em todos. – fala tirando sarro do irmão.

Joaquim: Sai daqui- fala empurrando Fer.

Bom, nem preciso dizer que não deu muito certo. Ficar com o Joaquim com Fernando por perto era um desafio. Ele era engraçado demais. Confesso que até mesmo eu fiquei sem vontade. Fer começou a contar que fingiu ser um norte-americano para as garotas que estavam com ele no show. Nós só ríamos.

Quando demos conta já eram quase 1:00 hora da madrugada. Decidimos ir pra casa. Quando chegamos lá os casais já estavam por lá.

JP: Antonio onde tu estava? Eu estava preocupado. – falou num tom aflito.

Antonio: Calma cara. Estava com o Joaquim e o Fernando.

JP: Estava te ligando e não dava certo!

Antonio: Nem levei o celular. Desculpa cara.

JP: Da próxima leva! – fala irritado.

Amanda: Calma amor. Antonio não é mais criança. Olha essa barba e esse tamanho. Não precisa se preocupar com ele.

Fernando: Isso mesmo JP. Pode deixar que cuido desse garotão aqui. – falou rindo, colocando o braço em meu ombro.

João Felipe: Viadagem do caralho essa aqui. Vamos Luiza. – falou irritado.

Todos nós nos olhamos, que tipo de comentário foi aquele?

Amanda: Não liguem pra ele. Ele é um ogro mesmo. – falou quebrando o silencio.

Fomos todos para nossos respectivos quartos. Bom, eu não consegui dormir. Sério, eu tenho um sério problema de não conseguir dormir em lugares estranhos. Quando cheguei na casa da Tia Ana, não consegui dormir direito por uma semana. Nunca consigo me livrar desse pequeno problema, além disso, ainda tinha o Joaquim me chutando na cama. Nós dois dormimos na cama enquanto Fer dormiu numa rede e durante o tempo que me deitei o Joaquim, só que ele estava me chutando, dando socos em mim, parece que estava lutando Jiu-Jítsu, karatê ou sei lá. Não estava aguentando mais e então fui pra varanda, como a casa tinha é murada nas laterais e estava tendo de bandas, aquela apresentação não achei perigoso, na verdade Paracuru até que é tranquila. Estava apenas vendo as estrelas e sentindo a brisa do mar no meu rosto quando alguém senta ao meu lado.

Fernando: Búuh! – fala rindo!

Antonio: Caralho porra. Quer me matar de susto. – falo suspirando forte e depois rindo.

Fernando: Tava distraído príncipe!? – fala sentando ao meu lado.

Antonio: Estava olhando as estrelas. Qual é a do “Príncipe”?

Fernando: É que você é bonito igual a um príncipe. – falou olhando pra mim.

Antonio: Ok! – mas o que era aquilo? Se não soubesse que ele era hétero, eu diria que ele estava me cantando! Mas deixei pra lá.

Fernando: Você ficou com o Joaquim?

Antonio: Não. – não estava entendo mais nada!

Fernando: Que bom então... – falou contente e depois soltando um sorriso.

Antonio: Por quê?

Quando terminei de perguntar o porquê daquela respeita ele me beija. Não foi realmente um beijo, mas foi um selinho demorado, apenas encostando nossos lábios. Ele desfez nosso “beijo”. E eu estava o olhando petrificado:

Antonio: O que foi isso cara?

Fernando: Nada não. Estou meio bêbado ainda. – falou saindo. – Boa noite príncipe!

Estava sem saber como reagir com aquilo. Tipo, Joaquim, que é irmão dele, me disse com todas as letras que ele não era gay, que gostava realmente de mulheres. E agora ele vem e me beija!? E ainda dá uma desculpa dessa “Estou meio bêbado”, não me lembro de vê-lo bebendo tanto assim! Quando voltamos ele estava muito sóbrio até!

O que estava acontecendo ali?

É galera ainda vai ter muitas reviravoltas neste final de semana!

Bom, depois de desparecer dois dias, voltei. O capítulo está um pouco menor, pois estava tendo alguns problemas pessoas pra resolver.

Bom, mas é isso aí. Vida que segue né.

Façam uma boa leitura... E lembrem amem, mas também amem a si mesmos. <3

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Hyuuga5 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Todo mundo quer brincar com ele, só. pode. só falta o irmão da Amanda tá afim dele.

0 0
Foto de perfil genérica

Adorei o capítulo! Será que Fernando está curtinho Antônio? Continua logo!

0 0
Foto de perfil genérica

Pior q o julgamento vem dois 2 lados... Tem também os gays bem masculinizados q acham q são melhores do q os afeminados,e se acham melhores pq nao tem trejeitos e tal... O mundo gay é bem mais preconceituoso do q os próprios heteros, são cheio de grupinhos dentro do próprio grupo. Super esquisito isso.

Já sobre o conto. Ta ótimo!

0 0