Bond — Dia 2

Um conto erótico de V. Silva
Categoria: Homossexual
Contém 3380 palavras
Data: 28/08/2016 22:30:06

Dia 2, Quarta

Draco abriu os olhos, momentaneamente desorientado. Onde- oh.

Oh, não. Fechou os olhos com força, querendo voltar a dormir, esperando em desespero que pudesse tornar real qualquer que fosse o sonho daquela noite, e a

realidade daquela manhã em apenas um pesadelo.

Abriu os olhos de novo. Não. Não tinha tido essa sorte.

Olhou para a outra cama. Potter ainda estava adormecido, o rosto em paz e relaxado, e Draco foi acometido por uma vontade quase incontrolável de socá-lo. Forte. Por

ousar parecer tão tranqüilo quando eles estavam lá, no hospital, encarando o primeiro dia dos restos de suas vidas juntos.

Draco virou as costas para Potter, querendo se convencer que estava no hospital apenas por uma lesão durante um jogo de Quadribol. Mas preferiu não pensar nisso,

porque teria que se lembrar de Quadribol, e aquilo era doloroso demais àquela hora da manhã. Infelizmente, quase todos os outros pensamentos que lhe viram à mente

também eram muito dolorosos para se lidar naquele horário.

E era estranho, ele pensou, como sua mente não se decidia entre afastar com toda a força as informações que Pomfrey dissera na noite anterior ou repassá-las em todos

os detalhes. Especialmente a parte sobre a eventual necessidade de um tocar o outro — e a boca de Draco se contorceu em desgosto, pois ele não sentia nenhum desejo

de tocar Potter naquele momento de qualquer outra forma que não envolvesse violência. Mas parecia que eles iriam se sentir forçados a se tocarem, primeiro

causalmente, então para conforto e, eventualmente, de modo sexual. Draco fez uma careta quando pensou nisso. Não era uma boa imagem mental. Não que a idéia de

tocar outro garoto fosse tão repugnante, mas Harry Potter, de todas as pessoas. Que revoltante. Apenas um pouco melhor do que tocar um sangue-ruim.

Draco suspirou e fechou os olhos de novo. Poderia ser pior, ele tentou dizer a si mesmo. Ele poderia ter passado por aquela porta discutindo com Hermione Granger.

Na verdade, não. Não dava para pensar que aquilo não era tão ruim. Granger teria sido terrível, uma vergonha para a família puro-sangue Malfoy, mas, no final das

contas, ela era apenas uma sangue-ruim. Desde Draco não tivesse filhos com ela (e ele com certeza se certificaria disso), teria sido tolerável. Ela não era a inimiga do

Lorde da família.

Draco não conseguia imaginar como sua família sobreviveria a essa desgraça. O Lorde das Trevas certamente não acreditaria que a lealdade de Lucius continuasse

inabalável. Talvez, em alguns anos, quando o feitiço já estivesse um pouco desgastado, e, o elo, mais fraco, seria possível para Draco sobreviver com poucos efeitos

colaterais quando Voldemort acabasse com Potter. Mas… o confronto deveria acontecer logo. E Voldemort com certeza não iria confiar totalmente em um homem que

sabia que seu único filho poderia morrer se Potter fosse assassinado ou ferido.

Ótimo para a posição de seu pai como braço direito de Voldemort.

Por deus, isso era terrível.

"Olá, senhores, hora de levantar", Madame Pomfrey entrou no quarto e Potter acordou. Draco assistiu seu rosto passar pela mesma desorientação que ele havia sentido,

seguida pela percepção odiosa de onde ele estava e do que aquilo significava. Potter olhou para ele e os dois se encararam com o mesmo olhar vazio de desgosto. Draco

desviou o rosto.

"Agora, eu vou ter que examinar vocês dois-", Pomfrey acenou com a varinha para Draco e ele hesitou um pouco. "Só uma checagem rápida, sr. Malfoy… parece estar

tudo bem com você…" Ela se virou para Potter e repetiu o movimento, "Com você também… como vocês dormiram?"

"Er, bem", murmurou Potter. Ela olhou para Draco, e ele concordou com a cabeça.

"Separados?"

"Sim!", os dois responderam em tons idênticos de vergonha e irritação.

Pomfrey fixou o olhar em ambos. "Eu tenho que perguntar. Estou monitorando o estado do elo de vocês. Nos próximos meses, irei fazer muitas perguntas que vocês vão

achar invasivas e provavelmente embaraçosas, é melhor se acostumarem". Ela bateu palmas e dois elfos domésticos apareceram com bandejas de café da manhã, e

outros dois com pilhas de roupas e livros. "Aqui estão seus livros e suas roupas. O chuveiro é ali", ela apontou, "e vocês têm 45 minutos até as aulas começarem. Alguma

pergunta?"

Draco e Potter a encararam.

"Certo, então. Apressem-se, senhores", e ela saiu.

***

Snape sequer olhou para os dois quando eles entraram na sala de Poções e discutiram onde iriam sentar. Até então, tinham se falado apenas com monossílabos, exceto

por ocasionais "Anda logo" ou "Sai da minha frente".

"Anda", Draco disse impacientemente, sem gostar do fato que os outros alunos estavam os encarando, mas tentando disfarçar.

"Não", Potter murmurou de volta. "Eu quero sentar aqui".

Draco nem considerou a hipótese. De jeito nenhum ele iria se sentar perto da sangue-ruim e do Weasel³. "Não seja ridículo".

"Pode ir sentar onde você quiser", Potter disse, colocando seus livros na mesa perto de Granger. "Eu vou sentar aqui". Draco estreitou os olhos, sem querer dar o braço a

torcer, e então olhou para o lugar em que sentava normalmente, tentando medir a distância de cabeça.

Talvez uns quatro, cinco metros. Certo, então. Ele andou até a mesa e sentou perto de Goyle, preferindo ignorar a expressão assustada do garoto, e respondendo aos

hesitantes cumprimentos dos outros sonserinos com um aceno curto de cabeça.

Na metade da aula, ele estava quase pronto para admitir que tinha sido uma má idéia. O que tinha começado como um mal-estar fraco tinha se transformado em

aborrecimento, e então numa sensação inquietante de que ele precisava ir se sentar perto de Potter. A sensação estava ficando cada vez mais forte, e ele já não

conseguia se concentrar na aula. Snape estava dizendo alguma coisa sobre como colher alguma planta… qual?… para evitar que alguma poção ficasse… de algum

jeito.

Ótimo, Draco pensou. Bastante preciso. Ele se forçou a prestar atenção em Snape, apesar da irritação que não parava de crescer. Parecia que ele estava cercado por

zumbidos de abelhas. Balançou a cabeça, tentando se livrar daquilo. Não, não funcionou. Esfregou os olhos, soltando o ar pela boca em irritação.

"Malfoy? Você está bem?" Goyle perguntou baixinho.

"Sim", ele murmurou, sem se mexer.

Levante-se. Levante-se. Levante-se, ande até o outro lado da sala, mande Granger cair fora e sente-se no lugar dela. Você vai se sentir melhor.

Ele ignorou a vozinha, respirando fundo de novo e se concentrando em Snape.

"A flor Malva da Índia deve ser usada em até três dias depois de ser colhida, quem pode me dizer por quê?" Snape olhou para Draco, seus olhos estreitando um pouco. O

professor moveu o olhar para o fundo da sala, depois de volta para ele. Draco ficou nervoso, esperando que Snape não o escolhesse, porque ele realmente não tinha

idéia.

"Potter?", Snape disse. Draco pulou. Houve um breve silêncio, seguido por um audível cutucão. Draco se obrigou a não olhar.

"Um— desculpe, professor, qual foi a pergunta?", a voz de Potter parecia bastante instável.

Snape deu aquele sorriso-maldoso-sem-mover-um-músculo-facial que ele sabia tão bem, e os sonserinos da sala riram. "Eu perguntei, sr. Potter, por que a flor Malva da

Índia deve ser usada até três dias depois de ser colhida".

Silêncio. "Eu não sei, senhor".

"Então vamos ver se você consegue deduzir. Essa é uma pergunta que até o Longbottom deve saber responder. Diga, qual é a função da Malva nesta poção? E, não, srta.

Granger, não sussurre a resposta para ele".

Mais silêncio. "Eu não sei".

O não-sorriso de Snape aumentou, e Draco, inexplicavelmente, sentiu-se corar quando as provocações dos sonserinos ficaram mais altas. "Qual é a função da poção,

então, sr. Potter?"

"Eu não sei", Potter respondeu de modo triste.

"Qual é o nome da poção?"

"Eu.não.sei", Potter disse claramente, dessa vez com raiva na voz. Draco sentiu seu coração bater mais rápido, a raiva crescendo nele também. Droga, Snape sabia

exatamente o que estava errado, por que ele não podia escolher outra pessoa para-

Não, Snape estava certo. Potter não estava prestando atenção e Snape sabia por que e estava fazendo a coisa certa. Fazer Potter parecer um idiota na frente de todo

mundo para que ele não repetisse o mesmo erro em outra ocasião — ele se sentaria onde Draco quisesse sentar da próxima vez. Isso era bom. Ele deveria se sentir grato

a Snape.

Só que, graças ao maldito elo, Draco estava sentindo a raiva de Potter ao invés de gratidão.

"Qual é o nome dessa aula?" Snape perguntou.

"Poções!" Potter gritou.

"Finalmente, uma pergunta que você conseguiu responder. Muito bem, um ponto para a Grifinória pela resposta. E dez pontos a menos da Grifinória pela sua completa

incapacidade de responder qualquer outra coisa". Houve um murmúrio de raiva dos grifinórios e uma onda de risos abafados dos sonserinos. "Eu sugiro que você

encontre um jeito de se concentrar, Potter. Irei te chamar de novo".

Draco fechou os olhos com força, tentando repelir a raiva e o ressentimento de Potter e a necessidade crescente que ele sentia de mudar de lugar e acabar com o

sofrimento de ambos.

Não. Não. Não, não, não, não.

Snape estava falando de novo, sobre sabe-se lá o que, e ele ouviu uma outra voz mais perto, que não pôde identificar porque os zumbidos estavam cada vez mais altos

e-

"Ai, MERDA!", Draco gritou, uma dor quente e branca queimando seu braço. Ele se afastou da fonte da dor e abriu os olhos para ver Goyle, de boca aberta para ele, e o

resto da classe observando em surpresa. Ele virou para frente, esfregando os olhos e tentando se ajeitar.

"Algum problema?", a voz de Snape cortou os zumbidos.

"Eu não queria… Desculpe, professor, eu esqueci", Goyle disse estupidamente, "Eu… ele não parecia muito bem e não respondeu quando eu perguntei se estava tudo

bem, eu só encostei no braço dele, senhor-"

Snape fez um som impaciente. "Goyle, vá para aquela mesa vazia. Potter, sente-se no lugar do Goyle. A razão pela qual a Malva deve ser usada em até três dias depois de

ser colhida é que-" e Draco perdeu o resto da frase enquanto Goyle pegava suas coisas e ia para a mesa do lado lançando um olhar de desculpas para Draco. Potter

largou os livros em cima da mesa e sentou sem voltar-se para ele.

Que repugnante. Potter sentou ao seu lado e quase imediatamente o mundo voltou ao normal de novo — sem zumbido, sem irritação, sem vozes dizendo-lhe o que

fazer. Sentindo-se infinitamente melhor, ele conseguiu acompanhar a aula de Snape com facilidade, se inteirando da parte que ele tinha perdido. É claro, qualquer

idiota poderia deduzir que a Malva da Índia era usada por suas propriedades de cura e perderia o efeito depois de três dias.

Ele pegou a pena, escreveu as palavras de Snape e releu o que tinha anotado até então. Ficou surpreso. Sua caligrafia estava horrorosa, quase ilegível. Havia palavras

faltando, misturadas… ele teria que pegar as anotações de alguém emprestadas para conseguir alguma informação decente sobre a última meia hora de aula. Espiou o

pergaminho de Potter e riu da bagunça evidente nas anotações.

"Não enche", Potter murmurou. Draco deu um sorriso maldoso e voltou para suas anotações, bem mais animado, apesar da animosidade que envolvia Potter como uma

nuvem.

***

Eles entraram juntos no Grande Salão. Tinham conseguido passar o resto da manhã sem falar um com o outro, mas agora os dois pararam ao perceber que não faziam

idéia de onde sentar. Não tiveram problema em Transfiguração, que era logo depois de Poções, porque, como Potter estava na aula de Draco, teve que sentar onde o

sonserino quis. E Draco quis sentar com seus amigos, que lançaram risadas maldosas para Potter e acolheram Draco entre eles como se nada tivesse acontecido,

evitando qualquer menção à maldição. Draco tinha se divertido durante parte da aula imaginando o que os pais de seus amigos deviam ter dito a eles ontem. Parecia

que, pelo menos por enquanto, a tática geral era de observação cautelosa. A família Malfoy tinha sofrido um revés sério, mas não era impensável que se recuperasse, e a

maioria dos seus colegas tinha aprendido por experiências amargas a não tentar explorar seus momentos de fraquezas; os Malfoy sempre conseguiam vingança.

Mas isso não ajudava na sua situação atual. O Grande Salão estava enchendo de alunos, e lá estavam os dois, entre as mesas da Sonserina e da Grifinória.

Potter começou a andar na direção da mesa da Grifinória, e Draco o segurou pela manga da capa. "Onde você está indo?"

"Minha mesa. Eu tive que sentar com os seus amigos a manhã inteira. É sua vez".

"Eu não vou sentar na sua mesa".

"Por que não?"

"Não seja idiota".

"Malfoy", Potter desvencilhou o braço, "Nós temos que cooperar um com o outro, lembra? Dar e receber? Sabe o que eu quero dizer?"

"Eu cooperei desistindo de História da Magia, indo para sua aula de Feitiços e começando Herbologia"

"Eu desisti de Estudos dos Trouxas e-"

"Eu não vou sentar na mesa da Grifinória!"

"Bem, então onde você sugere que a gente coma? Porque eu não vou sentar na mesa da Sonserina!"

"Nenhum sonserino iria te querer lá de qualquer modo!"

"Então arrume uma alternativa!" Eles se encararam, sem se importar com as várias pessoas que assistiam à briga. Até que Draco andou para a mesa mais próxima,

passou por dois corvinais assustados, pegou dois sanduíches e uma maçã e fez um gesto para Potter fazer o mesmo. Potter o imitou, seguindo Draco para fora do

Grande Salão até o pátio mais próximo, e se deixou cair em um banco o mais longe possível de Draco.

***

Isso… Draco realmente não precisava disso. Ao fim de um dia inteiro passado com Potter, tentando ao máximo ignorá-lo e não pensar em como aquela situação era

terrível, depois de passar o tempo todo em negação sobre tudo aquilo, isso era… realmente pedir demais.

A aula de Feitiços tinha sido horrível, já que ele teve que sentar perto demais da sangue-ruim e do Weaselby³, cercado por malditos grifinórios e lufas-lufas, sem nenhum

único sonserino a vista. Depois disso, eles só tiveram aulas que já tinham antes da maldição.

Mas agora, no final do dia, ele precisava espairecer e talvez ir estudar na biblioteca, ou passar algum tempo com os outros colegas de casa, jogando os intermináveis

jogos políticos da Sonserina nos quais ele era tão bom e gostava tanto. Ele precisava do conforto do seu quarto comunal e do seu dormitório. Por ser filho único, sempre

odiou ter que dividir o quarto com outros garotos na escola, mas, nesse exato momento ele daria tudo para ver os rostos idiotas de Goyle e Crabbe e ouvir as besteiras

Zabini.

Ao invés disso, ele teve que passar pelos seus colegas de casa com Potter no seu calcanhar, ir até o quarto e empacotar suas coisas para que os elfos domésticos os

levassem até o novo dormitório dos dois. E, depois, teve que seguir Potter até a torre da Grifinória para que ele fizesse o mesmo.

E, agora, lá estavam eles. Em um espaço normalmente reservado para professores casados. Um quarto pequeno, parecendo ainda mais apertado com as duas camas de

estudante. Uma sala de estar, grande o suficiente para alguns sofás, cadeiras e duas mesas. Um banheiro com uma banheira — nada de chuveiros comunais para dividir

com outros alunos. Uma pequena dispensa.

Se o espaço fosse só seu, ele estaria bem contente. Infelizmente, ele tinha um colega de quarto.

Ele tinha uma vontade enorme ou de matar Potter ou de se acabar em lágrimas. E não podia fazer nenhum dos dois. Preferiu agir de modo automático,

desempacotando suas coisas. Não se importou em arrumar nenhum das tranqueiras que tinha trazido do dormitório — isso seria admitir que agora aquela era sua casa,

e ele com certeza não queria isso. Era melhor simplesmente guardar as roupas e livros, como Potter estava fazendo, e ignorar Potter, como tinha feito durante o dia

inteiro. Depois, pegou as anotações de Herbologia que tinha recebido da professora Sprout e começou a estudar. Tinha acabado de sentar para ler quando sentiu Potter

olhando para ele.

"O que foi?", perguntou.

"Então é isso? Você só vai começar a estudar?"

"Eu perdi o primeiro mês inteiro de Herbologia", disse rispidamente. "Não quero prejudicar minhas notas. Você deveria começar com Aritmancia. Não é uma matéria

fácil".

"O jantar é dentro de uma hora".

Draco deu de ombros e virou a página.

"Onde nós vamos sentar no jantar?"

"Não no Grande Salão".

"Vamos perder os avisos".

"Eu não me importo".

"Eu me importo".

"Bom para você".

"Malfoy, eu quero ir para o Grande Salão e estar no meio de outras pessoas. Por mais que aprecie o seu silêncio, não pretendo ficar trancado aqui com você para

sempre".

"Não é a sua idéia de lua-de-mel ideal, Potter? Me desculpe, vou pedir para meu pai reservar um cruzeiro pelo Mediterrâneo para nós dois", ele virou outra página.

"Depois que eu tiver entendido essa matéria estúpida".

"Malfoy. Eu vou para o Grande Salão jantar. Eu vou sentar com os meus amigos".

"Eu digo para os elfos em qual cama depositar seu corpo quando eles te trouxerem, depois que você desmaiar".

Ele podia quase ouvir Potter contando até dez. "Por que a gente não senta com a Grifinória hoje e com a Sonserina amanhã?"

"Porque meus amigos vão vomitar se tiverem que sentar perto de você enquanto estiverem comendo".

"Então a gente senta com a Grifinória de novo. O metabolismo dos grifinórios não é tão delicado".

"Cai fora".

"Eu adoraria. Infelizmente, tem o probleminha da maldição".

Draco o ignorou.

"Malfoy", a voz de Potter estava começando a ficar exasperada. Draco continuou a ignorá-lo.

"Olhe para mim quando eu estou falando com você". Draco bocejou e virou outra página. Potter já tinha agido assim com ele algumas vezes nos anos anteriores —

fingindo indiferença, se recusando a responder, deixando Draco perturbado. Draco nunca tinha tentado antes, mas podia entender por que Potter o fazia. Era bem

gratificante. Tinha que se lembrar disso no futuro.

"Malfoy!", Potter parecia bravo de verdade agora, e Draco sorriu para si mesmo enquanto mantinha os olhos nas anotações de Herbologia. Potter deu um soco na mesa

na frente de Draco, fazendo o sonserino pular de susto e olhar para ele.

"Qual é seu problema, Potter?", ele perguntou lentamente, deliciado em como o rosto de Potter estava vermelho.

"Pare de agir como um imbecil e fale comigo!"

"Eu não irei sentar na mesa da Grifinória para o jantar, e você não vai poder sentar na mesa da Sonserina. Eu sugiro que a gente peça para os elfos domésticos trazerem

o jantar aqui. Acho que isso resolve esse dilema doméstico".

Potter encarou Draco por um momento, então levantou e se jogou em cima da cama.

***

"Tem gente na porta", o retrato do Sir Xander, o alemão caçador de vampiros, anunciou algumas horas depois.

"Quem?"

"Hermione Granger e Ronald Weasley".

"Fale para eles entrarem-" "Fale para eles caírem fora-", eles disseram ao mesmo tempo.

"Esse também é meu dormitório", Potter disse baixinho. Draco pensou por um minuto, medindo as opções. Estava tentado a simplesmente recusar e ver o que

acontecia. Mas Potter — droga! — tinha razão. Eles não iriam conseguir ficar sozinhos o tempo todo. O próximo impulso de Draco foi dizer a Potter que, se ele quisesse

estar com os amigos, tinha que ser fora do quarto deles, mas, infelizmente isso queria dizer que Draco teria que sair também. E ele não tinha a menor intenção de ser

visto em público com amiguinhos de Potter.

Além do mais, se ele quisesse trazer seus amigos para lá também, iria precisar da permissão de Potter.

"Tudo bem, seus amigos podem entrar — desde que os meus também possam vir para cá".

Potter olhou para ele de um jeito estranho. "É claro", ele disse, como se fosse óbvio. Draco acenou com a cabeça.

"Harry, onde você estava no jantar?" Granger perguntou assim que ela e Weasley entraram. Draco não se deu o trabalho de cumprimentá-los, apenas se enfiou nos

livros.

"Aqui", Potter murmurou.

"Oh, Harry-"

Draco pegou sua varinha e lançou um feitiço de silenciador ao redor da sua mesa, bloqueando os sons dos amiguinhos desprezíveis de Potter e se enterrando em

Herbologia

Contínua...

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Comentários

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Que divertido essa temática. Continue está muito bom

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Rindo até 2020 com esse conto !!!! Muito legal essa temática gay no Harry Potter, será que vai dar romance!? Continua que está demaisssssss!!!!😁😂👏👏💋✌🙌✊😉

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