20 - Questão de tempo 2

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 7299 palavras
Data: 22/07/2016 20:10:04

A maioria das pessoas acha que sou idiota. É o resultado de ter menos de 30 anos, ser loiro, e meio que cabeça e vento. Assim, embora seja verdade que tenho a atenção de um peixinho – oooh, castelo, oooh castelo – eu posso realmente usar meu cérebro para raciocínio complexo. Eu não fui à loja de ferragens ou em qualquer outro lugar para retirar as algemas. Peguei um táxi (com as algemas nos pulsos) e pedi para ser levado a uma loja especializada em brinquedos sexuais adultos. Quando eu cheguei lá, disse à moça do caixa que meu namorado tinha perdido a chave das algemas que tinha comprado no dia anterior. Ela riu, seu gerente riu, o cara responsável pelas cabines de visualização também riu, mas o estoquista pegou o alicate e separou minhas mãos antes que outro estoquista, voltando do intervalo, arrebentasse as travas de cada algema para mim. Eles ficaram impressionados com o quão real parecia e a jogaram no lixo de aço atrás do balcão da frente. Dei ao gerente uma nota de 50 e lhe pedi para comprar o almoço de todos. Ele me convidou para ir dançar com ele depois do trabalho, e eu gentilmente recusei antes de deixar a loja.

Peguei um táxi para o Galleria e encontrei um telefone público. Disquei meu próprio número.

“Jory, maldição! Onde diabos você está?” Sam perguntou quando atendeu no segundo toque.

“Você está com meu telefone?”

“Obviamente,” ele rosnou. “O que diabos aconteceu? Você deveria esperar!”

“Pergunte ao Agente Calhoun.”

“Não, eu sei – ele fodeu com tudo. Ele disse... merda... você está algemado?”

“Não estou mais.”

“Jesus,” ele perdeu as forças. “Bebê, você...”

“Eu tenho que sair daqui, Sam. Se eu ficar, vou me machucar.”

“Jor...”

“Vejo você em casa, ok?”

“Não, não está tudo bem! Eu preciso...”

“Eu não vou voar.” Eu estava pensando em voz alta. “Eles podem estar procurando por mim no aeroporto, então eu vou dirigir ou pegar um ônibus ou...”

“Não,” ele disse, sem rodeios. “Basta me encontrar no hotel e eu vou...”

“Eu não quero que você entre em apuros por abrigar um fugitivo.”

“Amor, você não é um fugitivo. A única coisa que o Agente Calhoun quer fazer é levá-lo para interrogatório.”

“O jeito que ele fala – ele me assusta pra caramba.”

“Eu sei, mas ele...”

Aaron Sutter, de repente, surgiu na minha cabeça. “Merda, eu acabei de pensar em algo.”

“Bebê, só... por favor, me encontre no meu hotel. Dane e eu estamos no Hilton perto do aeroporto. Estou no quarto 912. Por favor, apenas vá para lá. “

“Eu acho que tenho uma ideia melhor.” Aaron tinha um jatinho particular – ele poderia enviá-lo para mim, e o faria, eu tinha certeza, se lhe pedisse com jeito.

“Não, não ligue para mais ninguém. Não ligue para ninguém além de mim agora, isso seria um erro.”

Não havia como negar que o homem me conhecia bem. “Mas Sam, eu...”

“Bebê,” ele disse, e sua voz era como mel. “Por favor.”

Eu tomei um fôlego e, enquanto eu fazia, o som de sua voz penetrou em meus ouvidos.

“Não vá embora sem mim. Eu preciso de você.”

Deixei escapar um suspiro profundo. “Vou pegar minhas coisas e vou encontrá-lo em seu hotel.”

“Eu pego suas coisas – apenas vá até o hotel. Vou ligar e dizer-lhes para lhe dar uma chave.”

“Tem certeza que você não vai...”

“Jory, só para o meu quarto e me espere. Por favor, estou implorando.”

Eu era inútil quando se tratava de dizer não a Sam Kage.

“Diga-me onde estava hospedado para que eu possa pegar suas coisas.”

Eu disse a ele e desliguei depois dele ter extraído mais uma promessa de encontrá-lo em seu hotel. O homem estava determinado a me ver e, como sempre, o meu estômago vibrou só de pensar nele. Eu me perguntei vagamente se isso mudaria um dia.

* * * * *

Eu cheirava mal, me sentia sujo, então tomei um banho depois de uma hora que cheguei ao quarto de Sam. Quando abri a porta do banheiro algum tempo mais tarde, saindo para o quarto, encontrei-o parado junto à janela. Ele ainda vestia o casaco, como se tivesse acabado de chegar ali.

“Oi.” Eu sorri para ele e eu não poderia manter o suspiro da minha voz.

Ele não respondeu, apenas atravessou o quarto e me agarrou, me puxando para frente, me esmagando contra seu corpo grande e duro.

Senti-me tremer, mas eu era incapaz de parar. Era tão bom finalmente estar a salvo. Ele estava quente e sólida e seus lábios no lado do meu pescoço se sentiam como céu.

“Olhe para mim.”

Quando eu levantei a cabeça, sua boca estava na minha. Foi um beijo devorador, nada gentil, sua língua me provando, me possuindo. Ele me levantou e me levou para a cama, onde caiu comigo ainda envolto em seus braços. Eu esperava ser devorado, mas ao invés disso ele montou meus quadris e se sentou. Ele tirou o casaco e o cachecol e jogou-os no chão, olhando para mim.

“Deus, você é tão lindo,” eu suspirei, devorando aquela visão... bem melhor, curado, em um pedaço de novo. “Como você se sente?”

“Eu?” Ele fez uma careta. “Jesus Cristo, J, você está acabado.”

Tentei me levantar e me afastar, mas ele me segurou com facilidade.

“Pare de frescura, você sabe que é lindo. Eu só quero dizer que você parece ter passado por poucas e boas e... Cristo, eu nunca mais vou deixar você longe da minha vista de novo.”

Seus olhos eram tão escuros e bonitos. “Ok.”

Ele resmungou, antes de levantar meu queixo para olhar meu pescoço.

“Jesus, bebê, você está coberto de hematomas. Como...”

“Mas você ainda gosta de mim, certo? Você ainda me quer?”

“Do que você está falando?”

Levei um minuto para responder. “Eu não estou muito bem agora.”

Ele se deitou ao meu lado, estendendo a mão para tocar meu rosto. “Jory, eu amo você por fora, eu... você é lindo e fico excitado só de olhar para você. Mas querido, realmente... Eu nunca iria ficar por perto se isso fosse tudo.”

Eu balancei a cabeça, minha mandíbula se apertando.

“Eu amo você, Jory. Eu amo o seu bom coração e sua bondade e o jeito como você traz à tona o melhor em todos que encontra. Preciso de você, porque sem você eu sou vazio e mal humorado.”

“Não, você não é,” disse eu, inclinando-me em sua mão.

Ele me empurrou de volta para a cama e beijou meu pescoço.

“Posso sentir o seu batimento cardíaco bem aqui, debaixo de sua pele.”

Senti minha respiração falhar no fundo da minha garganta. Apenas tê-lo perto de mim estava fazendo ondas de calor percorrer meu corpo.

“Você me assustou como o inferno de novo.”

“Eu sinto muito,” eu disse, olhando em seus olhos. “Eu só sabia que foi Susan Reid quem...”

“Eu sei, eu sei, mas escute,” ele disse suavemente, sua voz profunda. “Não vá a lugar nenhum sem mim a partir de agora. Adoraria ser seu ajudante.”

Eu sorri para ele. “Acho que nós dois sabemos quem é o herói da peça, Sam.”

“Não, acho que não sabemos,” disse ele enquanto se inclinava e me beijava lenta e completamente, tomando seu tempo, sua língua explorando minha boca. Não estava cheio do calor e urgência de costume, mas senti me queimar da mesma forma.

Gemi quando ele se afastou.

“Você precisa de mim.”

“Sim,” eu concordei plenamente, me remexendo sob ele.

Ele sorriu de repente. “O que você está fazendo?”

“Estou tentando me livrar da toalha.”

“Eu posso ver isso.” Ele sorriu preguiçosamente. “Mas, bebê, você não está em forma para que eu...”

“Oh, sim, eu estou,” eu assegurei a ele, agarrando sua mão, deslizando-a para baixo sobre minha virilha, apenas pano atoalhado separando nossa pele. “Parece que não estou pronto?”

“Bebê,” ele disse suavemente, “você...”

Mas eu o empurrei, deixando-o sem equilíbrio o suficiente para que eu pudesse rolar sobre minha barriga e respirar.

“E agora?” ele perguntou enquanto suas mãos alisavam meu traseiro.

“Sam... por favor... me mostre que está tudo bem. Eu não quero mais ser forte.”

Não houve nenhum movimento.

“Sam?”

“Você fez tudo isso para tentar me proteger porque eu estava ferido.”

“Sim.”

“Então, se eu estiver melhor, você vai parar de brincar de detetive?”

Brincar? “Agora, espere aí.” Minha voz soou baixa. “Eu me dei muito bem...”

“Cale a boca,” ele rosnou, antes de puxar a toalha, deixando-me nu sob ele. “Adivinha o que eu trouxe?”

“Tenho certeza de que não tenho...”

“Não se mexa.”

Seu peso foi embora por apenas alguns segundos antes de voltar. O som da tampa abrindo me fez descobrir o que ele tinha retirado de sua mochila no chão.

“Você não estava preocupado comigo,” eu brinquei com ele. “Você só queria me foder.”

Ele pegou um punhado do meu cabelo e puxou minha cabeça para trás com força. “Não, J, você quer que eu te foda. Tenho estado doente só de pensar em você morto ou estuprado ou só Deus sabe o quê.”

Eu tremi, não consegui evitar. Meu cérebro entendia que nós estávamos tendo uma conversa séria, mas meu corpo estava processando a dominação e a força que ele exercia sobre mim.

Ele soltou meu cabelo e eu pressionei meu rosto para baixo contra o travesseiro. Senti seus dedos escorregadios penetrarem meu corpo e soltei um gemido baixo.

“Estou melhor agora, J, então você precisa fazer exatamente o que eu disser a partir de agora. Entendeu?”

Eu assenti, incapaz de falar, sentindo suas mãos deslizarem sobre minha bunda, me abrindo.

“Você precisa se lembrar a quem pertence.”

“Eu sei a quem eu pertenço,” eu solucei, tentando me mover de volta para ele.

Ele beijou minha nuca, se moveu para meu ombro antes de me morder e impulsionar para dentro de mim. Levantei a cabeça e ele repetiu seu movimento.

“Sam...” Minha voz soou áspera enquanto sua mão escorregava sob mim.

“Deus... eu senti sua falta... Acabei de recuperar você...” Sua voz estava instável, falhando final.

Não haviam palavras de conforto que pudessem ser dadas, apenas o calor, o cheiro familiar de sua pele, e minha resposta a ele.

“Eu odeio precisar de você.”

E eu queria explicar a ele que o que ele via como uma fraqueza era, na verdade, um presente. A maioria das pessoas nunca precisava de ninguém.

“Jory...”

Tudo o que saiu de mim foi a minha respiração ofegante, gemidos de prazer, e seu nome falado repetidas vezes. Foi tudo o que consegui, meus sentidos se afogando no calor escaldante, em seu toque, no som primitivo de sua voz. Eu estava tão feliz, meu corpo tão pronto, tendo passado tanto tempo sem ele. Eu não tinha minha resistência habitual para segurar meu orgasmo.

Ele estabeleceu um ritmo pulsante que arrancou um gemido gutural de mim. Preenchido e acariciado ao mesmo tempo, senti o pulsar dentro de mim, subindo, chegando ao topo, minha pele queimando sob sua enquanto eu implorava pelo que eu queria e precisava.

Sua confissão de que ele queria afundar dentro de mim, tocar meu coração, fez o sangue correr em minhas veias, meus músculos apertando de uma vez quando a onda estourava sobre mim. Eu senti os solavancos de prazer se moverem através de Sam, seu corpo tremendo com eles até que ele prendeu o fôlego e chamou meu nome. Nesse breve momento, de tirar o fôlego, inundado com euforia... tudo parecia perfeito.

Ele levantou de cima de mim rapidamente, com cuidado para que eu não fosse esmagado, eu ouvi seu zíper e, em seguida, o ruído de sua fivela do cinto.

“Já terminou comigo, não é?” Eu disse, sorrindo em meu travesseiro.

“Nunca vou terminar com você,” disse ele com voz rouca. “Vire.”

E quando me virei, ele me envolveu em seus braços e me segurou contra seu coração. Eu beijei sua garganta, senti o pulso bater descontroladamente, e levantei os lábios para o queixo coberto de barba. Ele deslizou uma perna coberta pela calça jeans entre minhas pernas nuas e alisou meu quadril antes de puxar o edredom sobre mim. Eu estava nu, ele estava totalmente vestido, e eu sabia, sem perguntar, que isso o agradava. Não havia dúvida sobre seu domínio.

“Você ama isso,” ele riu, sua voz rouca enquanto acariciava minhas costas, deixando sua mão arrastar sobre minhas nádegas até a perna estendida sobre sua coxa. Com a mão sob meu joelho, ele me puxou para mais perto, querendo mais contato, querendo que ficasse grudado nele, de modo que minha virilha estivesse contra o zíper de sua calça jeans. “Você adora quando eu o domino.”

Eu choraria se abrisse minha boca. Havia muito alívio, felicidade demais, tudo isso ameaçando fluir de dentro de mim, se eu deixasse. Havia uma inundação de emoções desde quando ele estava deitado na cama do hospital. Eu seria forte por Sam, e manteria tudo para mim mesmo.

“Solte tudo, J. Eu sei que você está chateado porque não fui forte o suficiente para não me ferir. Seu mundo foi abalado e te deixou com medo, porque você odeia a ideia de estar vulnerável, de ter algo tomado de você.” Sua voz me acariciava, tão gentil, assim como seus lábios contra meus olhos, meu rosto, minha testa. “Você acaba de me deixar voltar para a sua vida e eu quase morro... seu coração, que você toma tais precauções para manter seguro, eu quase o aniquilo sempre que posso.”

Engoli em seco, desejando que ele parasse de falar.

“Não fique com raiva de mim. Desculpe por eu ter me machucado. Prometo que nunca mais vai acontecer de novo. Só não me deixe. Nunca me deixe.”

Tentei respirar, mas era muito difícil.

Seus dedos traçaram minha mandíbula e então ele levantou meu queixo e se inclinou para frente ao mesmo tempo. Ele tomou minha boca, beijando-me profundamente. Eu o beijei de volta com tudo o que eu tinha para dar, e ele rolou sobre mim, me prendendo sob ele na cama.

“Porra, Jory... Eu acho que nunca te quis tanto assim.” Sua voz era baixa, quase um grunhido.

“Não?” Eu o provoquei, mordendo seu lábio.

Ele se levantou sobre mim rapidamente, rolando para fora da cama, mexendo com o cinto, puxando sua roupa, arrancando tudo o mais rápido que podia. Eu ria enquanto o observava porque ele estava tão decidido, e então vi a cicatriz e minha respiração falhou.

“Oh, não, não.” Ele sorriu, subindo de volta na cama sob o edredom, envolvendo-me em seus braços, me esmagando contra seu peito. “Você não vai usar a minha cirurgia recente como uma razão para não transar comigo.”

Eu estava tremendo. Estive tão perto de perdê-lo.

“Não sou mais bonito o suficiente para você, hein?” ele me provocou, sua boca na minha clavícula, lentamente lambendo e mordendo seu caminho para cima do meu ombro até meu queixo. “Estou desfigurado.”

“Sam,” Eu mal consegui falar. “Você poderia ter...”

“Sabe, em vez de pensar sobre o que poderia ter acontecido, por que você não canaliza todo esse medo em paixão e me chupa – quer dizer... me tira do sério.” Ele riu.

Eu apenas olhei para ele.

“O que?” Ele sorriu maliciosamente, seus olhos dançando.

Ele era inacreditável. Realmente, sua mente era fixa em apenas uma coisa.

“Não sei por que você está me olhando assim.” Ele continuou a sorrir para mim. “Não sou diferente de qualquer outro cara do planeta.”

Eu grunhi e ele riu enquanto eu o empurrava para tirá-lo de cima de mim. Ele me deixou rolá-lo sobre suas costas.

Seus olhos estavam semicerrados quando ele olhou para mim. “Venha aqui.”

Fui até ele, me levantando antes de me abaixar lentamente sobre ele, sentando-me e o enterrando-o o quanto pude dentro de mim.

Ele prendeu a respiração e era muito sexy o jeito como ele me respondia, com as mãos segurando meus quadris, seu corpo rígido sob o meu.

“Ah... Deus,” sua voz falhou.

“Diga que você sentiu minha falta,” eu pressionei antes de me inclinar para beijá-lo.

“Você sabe que eu... oh... Jory...” Parecia que ele estava com dor enquanto eu me movia para cima e para baixo ao longo do comprimento liso e duro dele. “Seu corpo é tão quente.”

Eu sorri, ele gemeu. Era uma tortura requintada e adorei o apelo da minha vítima voluntária. Quando ele gritou meu nome, fechou suas mãos em meu cabelo para me puxar para um beijo, montei a onda com ele, seus sentidos momentaneamente inundados com prazer que não deixava espaço para pensamento racional. Ele empurrou-se para dentro de mim, me puxando para baixo ao mesmo tempo, seus dedos cavando minhas coxas, certificando-se de que eu não pudesse fugir.

“Jory!”

Sorri quando seu corpo ficou inerte sob o meu, seu gemido me fazendo rir.

“Você é tão bonito,” Eu suspirei.

“Merda,” ele murmurou. “Eu tinha coisas para dizer.”

“Diga” eu falei, me levantando, fazendo-o sorrir e fazer caretas ao mesmo tempo.

Ele bateu em seu peito. “Deite-se.”

Eu me aconcheguei em seu ombro e ele me envolveu em seus braços, colocando o cobertor em torno de mim. Eu nunca me sentia tão cuidado como quando estava nos braços de Sam. “Então, me diga o que...”

“Eu te amo.”

“Por quê?”

“Porque você é meu,” disse ele, seu polegar deslizando sobre meus lábios antes que ele puxasse meu queixo e se inclinasse para me beijar.

Foi um beijo lento, profundo e sensual que eu senti deslizar pelo meu corpo inteiro.

“Meu.”

Eu estava mole em seus braços, sua pele quente e a mão acariciando meu cabelo embalando-me rapidamente em um estado muito relaxado. Eu estava completamente gasto e completamente à sua mercê.

“Você sabe que, sem você, eu não tenho casa,” disse ele, de repente, seus lábios em minha testa, apertando os braços em volta de mim, colando meu corpo ao seu.

Fiz força para não chorar. Às vezes, as coisas que ele dizia eram demais. Sua honestidade, o calor e a força de suas palavras eram impressionantes. “Eu realmente amo você.”

E não havia dúvida de que ele me amava.

“Você está me ouvindo?”

“Sim.”

“Bom.” Ele riu, beijando minhas sobrancelhas, a ponte do meu nariz, o que estivesse ao alcance de seus lábios enquanto eu continuava a levantar meu queixo. “Agora você tem que focar aqui, porque eu tenho uma tonelada de coisas para lhe dizer, e Dane vai estar aqui em, provavelmente, cinco minutos ou menos. Eu mal consegui convencê-lo a me deixar vê-lo sozinho, e o Agente Calhoun está...”

Me mexi contra ele e ele fez o barulho contente que eu amava antes de continuar falando. Não adiantava explicar-lhe que o meu cérebro havia desligado parágrafos atrás. Eu peguei no sono e não me preocupei em avisar. Eu estava seguro em seus braços e isso era tudo que importava.

* * * * *

Da maneira como o Agente Calhoun olhava para mim, eu me sentia mais como Jason Bourne do que Jory Harcourt. Ele parecia quase com medo de mim. De certo modo, tinha fundamento. Eu tinha escapado da prisão, o enganado muito bem, e escorregado por entre seus dedos no início do dia. Quando eu tinha explicado como tinha me livrado das algemas, ele ficou especialmente impressionado. Sam ficou abismado de que a desculpa de um caso de bondagem levasse as pessoas a me ajudarem.

“Só você,” disse ele, e seus dedos alisaram minha nuca até meu cabelo. Ele não conseguia tirar as mãos de cima de mim. “As pessoas fazem qualquer coisa por você.”

O que não era verdade, mas da forma como ele estava olhando para mim, eu não queria discutir com ele.

“Portanto, o seu palpite estava certo, Jory,” o Agente Calhoun disse lentamente. “Parece que o seu amigo Caleb Reid é realmente inocente e sua mãe é a criminosa.”

Inclinei-me e olhei para ele, dando-lhe minha total atenção.

“A faca que recuperamos na residência dos Reid tinha impressões de sua mãe e de ninguém mais.”

Eu tentei não sorrir.

“Ele finalmente confessou que tinha descoberto há alguns meses que a mãe e o Sr. Fain estavam fazendo, e estava indo para a polícia quando o Sr. Fain ameaçou matar você. Para mantê-lo seguro, ele fingiu ser sequestrado, e quando tudo foi longe demais, ele fugiu e foi baleado. Ele queria dizer a verdade, mas não tinha ideia do que fazer.“ Ele soltou um suspiro profundo. “Ele é um idiota, mas é um idiota inocente.”

“Mesmo assim, ele não é cúmplice?” Dane perguntou ao Agente Calhoun.

“Ah, ele vai ser acusado de obstrução e de ser cúmplice, e...”

“Mas há circunstâncias atenuantes que serão tomadas em consideração,” garantiu-me Sam, esfregando minhas costas. “Não se preocupe, querido, nós não vamos deixar Caleb ir para a cadeia.”

Eu balancei a cabeça e olhei para o Agente Calhoun. “De quem era o apartamento de hoje?”

“Campbell Haddock.”

“Quem é ele?”

“Aparentemente, ele estava tendo um caso com Susan Reid.”

“E onde ele está?”

“Ele está morto,” Agente Calhoun disse quando seus olhos pousaram nos meus.

“Como?” Dane perguntou antes de mim.

“Havia um freezer no pátio, você reparou?” ele me perguntou.

Eu balancei a cabeça.

“Bem, ele estava sob uma toalha de vinil e havia muitos vasos de plantas sobre ele... Eu estou feliz por você não tê-lo visto.”

Eu balancei a cabeça. “Ele estava lá, é?”

“Sim.”

“Como ele foi morto?”

“Ele foi baleado.”

“E o que você acha? Susan Reid o matou?”

“A bala veio de sua arma. A mesma bala que saiu de seu filho... a arma em si está desaparecida. É circunstancial, mas, juntamente com tudo o mais... isso poderia significar muito.”

“Por que ela mataria seu amante?”

“Não faço ideia. Talvez ele a tenha surpreendido fazendo algo, talvez ele tenha encontrado a arma... não saberemos a menos que ela nos diga.”

“Se ela disser a você.”

“Certo.”

“Então, ela matou os caras.”

“Ela e Greg Fain.”

“Por que ele iria ajudá-la?”

“Isso não sabemos, mas vamos encontrar a conexão.”

“Ok.”

“Jory.”

Olhei para Dane.

“Você deve estar muito orgulhoso de si mesmo. Você sozinho salvou Caleb – só você acreditou nele. Ele tem que te agradecer para o resto de sua vida.”

E eu estava feliz por Caleb, tão feliz, mas havia algo que não estava certo naquele apartamento. “O que você achou de todas as fotos na parede?” Perguntei ao Agente Calhoun.

“Totalmente louco, eu tenho certeza que eles vão estudar Susan Reid por anos.”

E eu tinha certeza que sim, mas, ainda assim, algo estava errado.

“Deus, eu mal posso esperar para ir para casa.” Dane exalou profundamente, e me dei conta, ao olhar para ele, o quão cansado ele e Sam estavam, parecia que eu tinha feito os dois passarem pelo inferno.

“Sinto muito,” disse eu, honestamente, minha voz vacilante.

“Como alguém pode ficar bravo com você quando seu coração está sempre no lugar certo?” ele perguntou suavemente, sorrindo para mim.

“Assim,” Sam retrucou, virando um dedo acusador para mim. “Se você fizer qualquer dessas acrobacias de merda de novo, vai aprender o verdadeiro significado da dor.”

Eu sorri para ele enquanto Dane ria.

“Pessoalmente, eu espero que você faça outra besteira,” Agente Calhoun me assegurou.

Não havia amor disfarçado ali.

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Um dia pode fazer toda a diferença no mundo. Duas semanas podem fazer ainda mais. Incrível que, apenas 14 dias depois, eu estava seguro e curado e completamente abrigado de volta na minha vida. Eu estava no trabalho com Aubrey, Sam estava fazendo a sua coisa policial, e Susan Reid, não Caleb Reid, estava sentado em um hospital psiquiátrico de segurança máxima para observação. Tudo muito normal, se fosse eu.

Dane havia dispensado o guarda-costas de Aja, eles se mudaram do apartamento e foram para sua impressionante casa de três andares em Highland Park, e ele emprestou a seu pai o dinheiro que ele precisava para fazer com que seu negócio ficasse de pé novamente. Era tudo o que poderia fazer para confortar Daniel Reid. Ele não tinha ideia de que sua esposa, a mãe de Dane, fosse capaz de atrocidades que ela havia cometido em seu desejo de vingança. Em algum lugar ao longo do caminho, o amor por seu filho se transformou em ódio. Ela não estava mais falando com ninguém, então seu verdadeiro motivo – como e porquê de ter cometido os crimes, por que ela não tinha me matado, em vez de outros – estava trancado em um cofre dentro dela. Não havia como dizer quando e se ela explicaria suas ações assassinas.

Caleb estava em liberdade condicional e tinha que visitar um psiquiatra, participar de sessões de grupo e realizar uma quantidade imensa de serviço comunitário, mas ele estava livre para viver sua vida. Ele ia trabalhar com seu pai e Jeremy, os três mudando o nome da empresa de Reid Global para Reid e Filhos. Eles iriam começar de novo, e com Dane como sua rede de segurança e muitas novas perspectivas, parecia que eles estavam em seu caminho para o sucesso. Todas as feridas seriam curadas com o tempo.

Eu vi Caleb antes que ele fosse para casa e ele me abraçou tão apertado e por tanto tempo que eu, finalmente, comecei a rir. Ele fez o mesmo, e quando nos separamos, ele se inclinou e me beijou. Eu fiquei atordoado, e ele apenas sorriu timidamente. Ele não queria que eu tivesse ideias sobre ele, ele só não sabia de que outra forma de expressar a profundidade de seus sentimentos. Somente eu tinha acreditado e confiado nele e conhecia o seu coração verdadeiro. Ele me amava e era tudo o que havia para dizer. Começou a chover quando saí do aeroporto, e me senti abençoado.

Eu poderia ter vivido em Seattle já que eu amava tanto a chuva, mas estava em minoria. Os céus cinzentos constantes, roupas molhadas, e poças chateavam a maioria das pessoas. O fato de ter chovido direto por uma semana e meia estava afetando os humores de todos que eu conhecia. Metade do problema, na minha opinião, era o pé frio. Seus sapatos ficavam molhados, assim como suas meias ou nylons e, caminhando para o trabalho, seus pés congelavam. O que todo mundo precisava era de galochas. Eu tinha um par amarelo brilhante, igual a um que eu tinha aos cinco anos, de modo que meus pés nunca estavam molhados. Dane tinha certeza de que apenas homens gays poderiam se safar usando aquilo, mas eu discordava. Sam tinha um par verde-oliva que eu comprei para ele e ninguém nunca zombou dele. Dane sentia que tinha mais a ver com o tamanho do meu namorado e com seus músculos do que com qualquer outra coisa.

Seja qual for a razão, eu fiz Sam ter o hábito de manter dois pares de sapatos extras no trabalho. Ele me disse que todos os homens casados tinham galochas e meias secas. Fiquei muito satisfeito com ele. Mas a minha boa vontade tinha mudado em face às nossas constantes discussões. Tudo começou com Aaron Sutter.

Sam queria aceitar o convite para jantar com Aaron porque achava que se ele nos visse juntos, interagindo, entenderia que éramos um casal exclusivo que funcionava. Eu não queria ir jantar por aquele motivo. Eu queria ir para que todos nos tornássemos amigos. Sam disse que seria um evento único. Jantaríamos, nos despediríamos e seria isso, para sempre. Achei a coisa toda imatura e infantil. Ele achou catártico. Eu não queria esfregar nada na cara de Aaron Sutter. Sam disse que Aaron e eu precisávamos de um encerramento, eu disse a ele para superar isso. Então Aaron continuou ligando para Sam e continuei dizendo não a Sam. Nós estávamos em um impasse.

Nós também estávamos brigando por meus diversos amigos gays. Sam gostava de Evan e Loudon, mas só até aí. E eu sabia por que ele se sentia confortável com eles. A menos que alguém lhe dissesse, descobrir que Loudon era gay era como adivinhar sobre Sam. E porque Loudon agia como hetero, ele poderia lidar com Evan sendo a típica diva. Então Sam não se importava em sair com eles, ser visto com eles – o problema aumentava conforme meu círculo de amigos aumentava. Meus amigos que usavam brilho exageradamente, faziam declarações com suas roupas ou com a falta delas, e que tinham expressões adoráveis para tudo – incluindo apelidos para Sam e para mim. As meninas, eles nos chamavam, ou Jory e sua garota, ou a diva e seu homem... tudo isso incomodava como o inferno o detetive Kage. O fato de que o meu telefone tocava algumas vezes no meio da noite o deixava louco. Que eu precisasse me sentar com alguém ou resgatar alguém ou estar lá para oferecer um ombro para chorar, tudo isso estava além do alcance do entendimento de Sam, ou ele agia como se estivesse. Eu expliquei que, porque ele era mais velho que eu, nossos amigos estavam em lugares diferentes em suas vidas. A maior parte dos seus amigos estava estabelecidos e com filhos, a maioria dos meus ainda estava festejando como estrelas do rock até as primeiras horas da manhã. Quando eu trouxe à tona a nossa diferença de idade, ele me perguntou se eu achava que era um problema. Eu respondi honestamente que nunca tinha pensado assim antes. Ele não respondeu e não havia mais nada a dizer. Era algo para contemplar, e fizemos isso em extremidades opostas do apartamento.

Tinha sido mais fácil, com todo aquele vai e volta que tivemos no passado, não considerar o quadro maior de vivermos juntos, não considerar a felicidade e o horror do que poderia ser. Confrontados com a realidade de tentar misturar duas vidas muito distintas, com pessoas que estavam em ambos os lugares... era mais difícil do que qualquer um de nós havia imaginado. O fato de que nós tínhamos ido morar juntos no momento em que voltamos de Dallas tinha sido uma de decisão repentina da qual eu estava começando a me arrepender. Nós agimos com pressa, e estávamos começando a perceber.

Os amigos de Sam estavam fazendo o melhor que podiam comigo. Era estranho. Eles acidentalmente falavam coisas como isso é tão gay sobre algo ruim, e logo em seguida olhavam para mim e faziam uma careta ou se encolhiam ou murmuravam palavrões sob sua respiração. Eles nunca olhavam para Sam, só para mim. Como se eu fosse o único homossexual na sala. Uma noite ouvi duas esposas de seus amigos, dizendo que era apenas uma fase. Sam tinha sido heterossexual primeiro e, eventualmente, ele iria encontrar uma garota legal e se estabelecer, uma vez que tirasse essa “coisa gay” de seu sistema. Como se eu fosse a gripe, em vez de alguém que ele amava. Quando eu lhe disse o que tinha sido dito, querendo ouvir sua opinião, ele me disse para não me preocupar com isso, que todos mudariam de opinião. Eu não ia segurar minha respiração esperando.

Sendo ambos teimosos por natureza, eu não ia desistir do sábado noite dançando com meus amigos e ele não estava disposto a desistir de jantar e tomar cerveja perto da piscina com os seus. Então nós tínhamos saído separadamente, e eu me senti oco por dentro toda a noite, mesmo enquanto me forçava a apreciar o que eu estava fazendo. Quando eu cedi e liguei para ele para lhe dizer o quanto eu o amava e sentia falta dele, ele agiu como se não pudesse ser incomodado. Ele estava se divertindo, sem pensar em mim duas vezes, e lá estava eu, me preocupando a noite toda. Eu desliguei na cara dele, desliguei meu telefone, e não tropecei em casa até depois das três da manhã. Eu não passei do sofá antes de desmaiar.

Domingo de manhã ele já tinha saído quando eu acordei ao meio-dia, ainda usando meus sapatos e a jaqueta da noite anterior. Fiquei magoado por ele não ter me acordado, magoado por ele não ter me movido, e magoado por ele haver me abandonado tão facilmente. Quando liguei para ele, a chamada foi direto para a caixa postal. Me certifiquei de não estar em casa quando ele chegasse. Jantei com sua família e, no final, foi ele que ficou encrencado por não ligar para dizer que estava trabalhando e não poderia aparecer. Fui para o meu escritório depois e, em seguida, para a casa de Evan e Loudon para sobremesa tarde da noite. Evan me repreendeu por ser um bebê, me disse apenas para ter coragem de dar o primeiro passo em direção à reconciliação.

“Que coragem?” Eu perguntei a ele. “É fácil ser aquele que cede.”

“Não,” ele me assegurou. “Essa é a parte mais difícil.”

Aja concordou com Evan quando falei com ela ao telefone.

“Não corte o nariz para ofender o seu rosto,” disse ela.

“O que isso quer dizer?”

“Você sabe o que quer dizer.”

“Bem, sim, eu sei o que significa, mas e daí? Eu tenho que ceder ou sou muito teimoso para o meu próprio bem?”

“Algo desse tipo.”

“Mas por que eu tenho que ceder todas as vezes?”

“Você não cede, não o tempo todo. Mas talvez dessa vez ou dessa primeira vez, você deveria.”

Eu gemi.

“Não seja um bebê.”

Que foi exatamente o que Evan tinha dito.

Mas eu simplesmente não poderia voltar atrás ou deixar pra lá. Era juvenil e estúpido, mas eu joguei o jogo de gato-e-rato com ele, sem fim à vista. Fiz a tolice de me rebaixar ainda mais, reorganizando minha agenda. Eu sabia que ele tinha que levantar cedo para ir trabalhar e por isso ficava no escritório depois da hora que eu sabia que ele conseguiria ficar acordado e ainda esperar funcionar o dia seguinte. Chegava em casa quando sabia que ele teria saído, voltando para casa para dormir e depois me levantar tarde e tomar banho. Eu era meu próprio patrão, então meu horário era flexível, eu mudei tudo em volta para acomodar o gelo que estava dando em meu amante. Isso aconteceu por três dias, na semana seguinte.

Então, ele estava trabalhando até tarde e eu não estava retornando a sua chamada mais recente quando meu amigo Tracy me ligou. Ele precisava levar um amigo para sua oficina de autoestima, porque eles teriam reunião naquela noite e as pessoas deveriam compartilhar com alguém que conheciam. A ideia era de que uma pessoa da sua vida, um amigo, poderia ver que você estava mentindo, se fosse o caso. Apenas um amigo poderia dizer se você estava dizendo a verdade ou não.

Eu tentei tanto evitar ter que ir ao grupo, uma vez que eu sabia no que estava me metendo, mas então já era tarde demais. Eu estava preso no YMCA com ele.

O grupo é exatamente o que parece. Você se senta em um círculo e fala sobre o que está acontecendo em sua vida. No caso de Tracy, ele tinha que dizer o que havia feito na semana anterior que o fez se sentir confiante. Ele parecia nervoso, a julgar pela maneira como ele estava se mexendo em sua cadeira, fazendo aquela coisa de morder o interior de sua bochecha e piscando o olho esquerdo. Eu cerrei meus olhos para ele, e ele interrompeu seu monólogo sobre como ele não tinha ido para casa com o primeiro cara que o chamou no clube na noite de sábado.

“O que foi?”

Eu balancei a cabeça.

“Não.” Ele respirou. “Estou aprendendo que, quando me sinto chateado, preciso confrontar a pessoa imediatamente e resolver a situação, em vez de presumir que a culpa é toda minha.”

“O que eu sempre te disse?” Eu perguntei a ele.

Ele fez uma careta para mim.

“Vamos, diga-me.”

Ele revirou os olhos. “Você sempre diz que eu não conheço o meu próprio valor e que eu não deveria ir para casa com qualquer um – Eu sou especial, eles devem ser especiais.”

“Justamente.” Suspirei, virando para frente, esticando as pernas e cruzando-as na altura dos tornozelos.

“Tracy,” o líder do grupo, disse a ele. “Como você se sente sobre o que – desculpe, eu não posso ler o seu nome – é Jordan?”

“É Jory,” eu disse a ele.

Ele sorriu e olhou para Tracy. “Como você se sente sobre o que Jory disse?”

“Não sei. Sei que ele está sendo sincero, mas eu não me sinto especial. Ele pode dizer isso porque – quer dizer, olhe para ele, ele é perfeito.“

Eu atirei um olhar que, eu espero, tenha transmitido toda a extensão do meu aborrecimento.

“Vamos lá, Jory, você sabe que é.”

Ele era exaustivo. “Você também. Você já – T, você é o cara mais doce, mais gentil, com o melhor coração e...”

“Jory, ninguém liga para os meus órgãos internos, eles só se preocupam com o lado de fora e do lado de fora ... Eu não sou você.”

Eu dei de ombros. “E daí?”

“Jory, eu vou para a academia tantas vezes por semana quanto você e nunca vou ter o seu corpo.”

Isso era tão chato. “Você precisa conhecer alguém legal, não alguém no bar.”

Ele ergueu as mãos e se virou para o líder do grupo.

“Você vê, sempre voltamos a isso.”

“E o que é isso, Tracy?” perguntou o líder.

“Ele quer que eu conheça alguém agradável, entretanto ele transa com toda a cidade de Chicago.”

“É verdade, Jory?”

Eu só olhei para ele. Marc, o líder do grupo, parecia ser um cara legal, descontraído, com uma voz suave. Mas eu não estava lá para ser psicologicamente analisado. Eu estava lá para apoiar Tracy. “Não.”

“Talvez tenhamos alguns de nossos próprios problemas de autoestima para trabalhar.”

Olhei para Tracy.

Ele olhou para mim antes que seu rosto, de repente, rompesse em um sorriso enorme.

“Você é um idiota,” eu assegurei.

Ele riu tanto que caiu no meu colo. Todo mundo estava olhando para nós.

Após a sessão, quando todos estavam conversando, eu estava encostado ao lado da porta, esperando por Tracy quando Marc e outro rapaz se aproximaram de mim.

“Jory.”

Eu esperei pelo que ele ia dizer.

“Nós gostaríamos de convidá-lo a participar de nosso grupo.”

Eu balancei a cabeça. “Obrigado.”

“Então, nos encontramos todos os...”

“Ah, não, eu não vou participar.” Eu sorri para eles, me afastando da parede, enquanto Tracy se aproximava de mim. “Apenas agradeci por ter sido convidado. Com licença.”

Eu passei por eles e Tracy sorriu antes de colocar o braço em volta do meu pescoço, me puxando para perto.

“Obrigado por ter vindo J, você tem um ótimo espírito esportivo.”

Eu resmunguei.

“Não quis envergonhá-lo.”

“Não envergonhou.” Eu bocejei, dando-lhe um breve abraço antes de empurrá-lo para longe de mim. “Mas, só pra registrar, é só eu e Sam agora, ok?”

“É mesmo?”

“É. Vou organizar um jantar para que você possa realmente conhecê-lo.”

“Isso seria ótimo.”

Eu sorri, então lhe dei um tapinha no ombro antes de me virar para sair. Eu estava na rua indo em direção ao metrô quando ouvi meu nome ser chamado. Quando olhei em volta, vi Aaron Sutter de pé ao lado de seu carro, na chuva, sob um guarda-chuva. Eu corri até ele e quando eu estava perto o suficiente, ele estendeu a mão para a lapela do meu casaco e me puxou para frente.

“Oi.” Eu sorri para ele, passando as mãos por meu cabelo molhado. “O que você está fazendo aqui?”

Ele só olhou para mim, para o meu rosto, absorvendo-me com os olhos.

“Aaron?”

Ele deixou cair o guarda-chuva, colocou as mãos no meu rosto, e me beijou. Foi tão espontâneo, como ele nunca foi, que me pegou desprevenido. Ele geralmente perguntava se algo estava bem ou não, anunciava todas as suas intenções, e recebia permissão ou não. O fato dele estar simplesmente me beijando, de repente, na rua, do nada, sua língua deslizando sobre meus lábios procurando entrada... foi um choque.

“Aaron.” Eu disse o nome dele enquanto segurava seus pulsos e afastava suas mãos de mim. Eu dei um passo para trás antes que ele pudesse se recuperar. “O que está acontecendo?”

“Jory,” ele suspirou, seus olhos suaves. “Sinto muito por tudo. Sinto muito pela primeira vez que o levei para a cama e fui cuidadoso em vez de agir como eu realmente queria. Sinto muito por não ter contado tudo o que eu estava pensando, e sinto muito por sempre ter feito você se sentir como se fosse menos perfeito do que você é.“ Ele sorriu rapidamente, mordeu o lábio antes de afastar o cabelo do rosto. “Veja, eu quero você de volta, e vou fazer o que você quiser para que isso aconteça.”

Tudo o que eu podia fazer era olhar para ele.

“Eu deveria ter dito a você que tudo o que eu fazia quando estava longe era pensar em você. Quer dizer, eu sentia falta de conversar com você, rir com você e discutir com você, estar na cama com você, de tudo isso. Você torna minha vida divertida, você me faz rir de mim mesmo, e você infundiu minha casa com esse calor que simplesmente desapareceu. Quer dizer, até mesmo meu mordomo sente sua falta. Ele me disse que eu não era tão babaca quando você estava lá.“

Eu ri. Eu realmente tinha gostado de seu mordomo, ele era muito sarcástico com um senso de humor seco e perverso.

Ele estendeu a mão e capturou meu rosto novamente. “Jory, eu não dou a mínima para qualquer outra coisa, eu não me importo se você cair bêbado toda noite que nós sairmos, contato que eu o leve para casa comigo.”

Eu dei outro passo para trás. “O que você está fazendo aqui?”

Ele olhou para mim de forma estranha. “Eu acabei de despir minha alma para você e você quer saber o que eu estou fazendo aqui?”

“É.”

Sua voz tinha um traço de gelo. “Eu liguei para Dylan, ela disse que você estava aqui dando apoio a Tracy.”

Eu balancei a cabeça.

“Você poderia responder ao que eu disse para você?”

Dei mais um passo para longe dele. “Eu aprecio o que você disse e estou lisonjeado, mas você e eu não podemos ser qualquer outra coisa, além de amigos.”

“Jory.”

“Vamos lá, Aaron.” Eu olhava para ele. “Você sabe disso.”

“Jory...”

“Se você realmente olhar para nós... vai saber que eu não sou a pessoa certa para você.”

Seus olhos estavam com medo. “Venha para casa e converse comigo.”

Mais um passo para trás e eu estava, com sucesso, fora do alcance de seu braço. “Eu não posso fazer isso, você sabe que eu não posso. De jeito nenhum.”

Sua expressão inteira endureceu. “Por quê? Por casa daquele detetive? Como ele merece uma segunda chance, mas eu não? Eu não deixei você por anos e depois simplesmente apareci, um dia, do nada. Nunca eu o fiz tomar um tiro para mim! Nunca te machuquei do jeito que ele fez!“

“Porque você não pode,” eu disse porque era melhor que ele soubesse para ver que estava tudo acabado comigo.

“O que?”

“Você nunca poderia me machucar da mesma forma que ele poderia.”

E ambos ficamos em silêncio, deixando que as minhas palavras se infiltrassem, e ele viu de repente o tamanho do abismo entre nós. Eu tinha que fazê-lo ver, para que ele entendesse que não havia maneira de atravessá-lo.

Ele tomou uma respiração pelo nariz, endireitou-se, e olhou para mim com olhos vazios. “Eu nunca poderia machucá-lo assim porque você nunca me amou o suficiente para permitir.”

Eu balancei a cabeça lentamente.

“Deus, Jory, você realmente o ama.”

“Ele é o único homem que eu amei.”

E com isso, ele foi embora.

Ele não me ofereceu uma carona, o que foi um alívio, e não me olhou novamente. Ele simplesmente voltou para o carro e me deixou sozinho, de pé, na calçada, sob a chuva. Não havia outro jeito de tudo ter terminado.

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Comentários

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Poxa ñ acredito que depois de tudo esteja assim o casamento deles decepcionado 😥😥😭😭

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Foi só eu que entendi que o final do conro está próximo, não pode não, amando o conto cada vez mais, não aguentaria ver eles separados.

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NÃO POSSO ACREDITAR Q O CASAMENTO DE SAM E J ESTÁ INDO POR ÁGUA ABAIXO. JURO Q NUNCA MAIS LEIO CONTO NENHUM.

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Jory e Sam tem que entender que em uma relação, ambos devem ceder um pouco e que um diálogo franco é melhor do que esta frieza que eles se impuseram e esclarecer que se o Sam não se sente bem com algumas atitudes espalhafatosas dos seus amigos, ele tb não se sente bem com os comentários das esposas e amigos do Sam por insinuar que ele seria uma doença auê infectou o Sam a ser gay, ridículas

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Ei é claro que eu estou lendo Bibs todos os seus contos são gostosos e muito bem escritos então pode continuar a escrever que eu te garanto que pelo menos eu irei ler até o fim pode ter crtz tomara q saia mas um conto ainda hj kkkkk vc me viciou demais em seus contos principlamente em Sam e Jory. Um grande beijo e um abração^^

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