3- Questão de tempo 2

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 8671 palavras
Data: 18/07/2016 22:48:26

No final das contas, o lugar onde Brandon me convidou para encontrá-lo era a uma quadra do seu escritório. Todos os advogados frequentavam o lugar após o expediente, trocando histórias, ficando bêbados, e dançando mal. Na mesa onde eu estava sentado com meu encontro, eles estavam falando sobre um caso no trabalho e eu estava bebendo. Não houve nenhuma tentativa de me incluir na conversa ou de iniciar uma nova comigo. Depois que mais alguns minutos se passaram, eu puxei meu telefone da minha jaqueta de couro de corrida e enviei uma pergunta para Dylan, Evan, e meu amigo Tracy: Por que eu estava em um happy hour em vez de um encontro?

Quando olhei para cima, o garçom estava de volta e eu pedi outro Mojito. Entreguei uma nota de 20 e pedi para que separasse a minha conta do resto da mesa. Meu telefone deu um assobio para me avisar que eu tinha mensagens, e eu descobri que Evan pensava que ele estava me exibindo porque eu era tão lindo. Dylan achava que ele era o tipo de cara que precisava da aprovação de seus amigos sobre com quem ele poderia ou não sair, e meu amigo Tracy disse que ele estava querendo deixar seus amigos com inveja, porque eu não era apenas quente, mas também talentoso e bem sucedido. Eu disse a Evan que ele estava viajando, enviei para Tracy a mesma mensagem, e concordei com Dylan. O homem para mim não teria se importado com o que seus amigos pensavam, como Brandon tão obviamente fazia.

“Você está bem?” Brandon perguntou, inclinando-se para o meu lado, a mão na minha perna. “Posso pedir outra bebida para você?”

Talvez seus amigos precisassem me conhecer antes de ele mesmo decidir se ia perder tempo me levando para um restaurante de verdade ou não. Mandei a mensagem para Dylan.

“Jory?”

“Eu estou bem.” Suspirei e vi que eu tinha uma foto de Dane e Aja em alguma praia, bebendo. Ambos estavam sorrindo para o telefone.

“Estou bem.”

Era rude ficar sentado mandando mensagens, então eu enviei uma última para Evan perguntando se ele e Loudon queriam jantar comigo na sexta-feira. Eu recebi um sim de volta com a promessa de que Loudon tinha outro amigo para me apresentar. Eu não consegui sufocar o gemido. O último cara que Loudon McKay, parceiro de Evan nos últimos dois anos, me apresentou, acabou por ter um gato com algum tipo de doença de pele estranha. Havia uma pomada que precisava ser aplicado a cada quatro horas. Eu fugi como se estivesse sendo perseguido pelo próprio demônio.

“Você está bem?” um dos amigos de Brandon me perguntou.

“Ótimo” Eu grunhi, empurrando meu telefone de volta no meu casaco que estava pendurado na minha cadeira.

A música mudou de qualquer porcaria eletrônica esquisita para clássicos dos anos setenta. Eu fiquei muito feliz. Quando comecei a cantar junto, olhei para a mesa e vi a garota do outro lado cantando junto comigo. O sorriso tímido era muito atraente, assim como as covinhas. E ela conhecia toda a letra de Rich Girl, de Hall and Oates, assim como eu. Acenei e ela acenou de volta.

Levantei-me, caminhei para o outro lado e me agachei ao lado de sua cadeira. Ela se virou para olhar para mim, uma sobrancelha cor de ferrugem arqueada.

“Olá.”

Ela sorriu lentamente e seus dedos roçaram o cabelo do meu rosto. “Olá para você também.”

“Você gostaria de dançar comigo?”

“Eu gostaria.”

Ela tomou a mão que eu estendi para ela e eu a levei para a pista de dança.

“Sou Jory.” Eu sorri para ela.

“Aubrey.”

“Nome bonito, moça bonita” eu disse enquanto a inclinava para trás.

Ela não deu um sorrisinho, ela riu, e foi um riso profundo e gutural. “Você também, menino bonito.”

Eu ri enquanto a coloquei de pé novamente e começamos a dançar. Foi divertido, e ela me seguiu como nos movíamos em torno um do outro como idiotas. Vinte minutos depois ela pediu uma pausa para uma bebida e eu a segui até o bar. Rapidamente isso se tornou uma rotina: dançar um pouco, beber um pouco, repetir uma e outra vez. Nós dois perdemos a conta de quantos drinks nós tomamos. Eu comprei uma rodada, então ela, então eu de novo... e ainda houve mais dança até que tomamos uma longa pausa para nos sentarmos e colocarmos os nossos números nos telefones um do outro.

A dance music chegou arrebentando os alto-falantes e voltamos para a pista. Foi divertido e eu não me importei mais com como eu tinha ido parar naquele bar, estava apenas ansioso para conhecer minha nova amiga. Eu já podia nos ver comprando blusinhas tubinho tomara que caia iguais ou algo igualmente ridículo. Quando eu a girei e a inclinei em meus braços, ela ria tanto que pensei que ela fosse fazer xixi.

Quando nós dois estávamos cansados e já tínhamos bebido bastante, decidimos nos sentar por um tempo. Eu a tinha sentada em meu colo quando seu encontro, Adam Myers, veio e agarrou seu braço. Ela o arrancou fora de seu alcance e, quando a agarrou de novo, com mais força, ela perdeu o equilíbrio, caindo no chão.

“O que diabos você está fazendo?” Eu gritei para ele, ajoelhando-se para me certificar de que ela estava bem.

“Ela está me envergonhando, e você está envergonhando Bran. Deus, não vocês entendem que este é o local onde todos em nossa empresa vêm depois do trabalho? Desde os associados para cima, este é o lugar mais frequentado.“

Olhei para Aubrey, e ela deu de ombros.

Ela apontou para ele por cima do ombro. “Eu finalmente cedi porque esse cara tem me convidado para sair há um mês e meio.”

“Você está bem?” Eu disse, ajudando-a a ficar de pé, fazendo uma vistoria, percebendo que ela não parecia machucada. Foi mais um esbarrão do de uma queda.

“Sim, querido,” ela suspirou, sorrindo para mim, de pé, endireitando sua camisa transpassada.

Mulher heterossexual, homem gay... éramos uma combinação feita no céu.

“Onde você trabalha?” Eu sorri de volta para ela.

“Em uma empresa chamada Barrington. Fazemos...”

“Eu costumava trabalhar na Barrington.” Eu sorri ainda mais. “Mas eu saí para começar o meu próprio negócio. Administro a Harvest Designs agora. Trabalho com...”

“Oh merda.” Ela riu e lançou-se para mim. “Jory, eu sou Abe.”

Eu a empurrei de volta para que eu pudesse olhar para ela. “Você é Abe Flanagan, que está vindo para me ajudar enquanto Dyllan estiver fora de licença maternidade?”

“Sim.” Ela assentiu, rindo, agarrando-me novamente e me abraçando apertado. “Puta merda, o mundo é simplesmente um lugar minúsculo.”

Eu balancei a cabeça lentamente. “Sim, é mesmo. Vamos, vamos sair para comer alguma coisa.”

“Vou pegar minha bolsa,” disse ela, afastando-se.

Mas quando ela se virou, Adam barrou seu caminho.

“O que?”

“Um dos sócios da minha empresa está a caminho e você precisa esperar para conhecê-lo.”

“O cacete que eu preciso,” ela disse como se ele estivesse drogado.

“Jory.”

Brandon pegou um punhado da frente da minha camisa. “Você pode tentar não me envergonhar completamente?”

“Não deveria ter me convidado, se não quisesse ser envergonhado,” disse ele. “Não dá pra levar um lixo branco e pobre como eu e Abe para lugar nenhum.”

Aubrey riu, terminando com um ronco, o que me fez começar a rir.

“Merda,” ele lamentou, olhando para Adam, quando Rick Jenner apareceu na nossa frente.

Eu imediatamente entendi que Brandon Rossi e Adam Meyers trabalhavam na Riley, Jenner, Knox e Pomeroy. Eles estavam petrificados, e Rick não estava nem olhando para eles. Os olhos brilhantes verdes estavam fixos em mim.

“Oi.” Eu sorri para ele.

“Olá,” ele sorriu de volta, completamente à vontade. “O que o traz ao covil dos advogados, J?”

“Eu vim com minha amiga Abe.”

Ele voltou sua atenção para Aubrey Flanagan e seu sorriso se alargou. “Bem, olá, Abe.”

Ela sorriu para ele. “Olá, hum...”

“Richard Jenner, Advogado,” disse ele rapidamente, fazendo com que sua voz soasse profunda e grave.

“Eu odeio advogados,” ela o provocou, novamente arqueando aquela linda sobrancelha acobreada.

“É mesmo.” Ele deu um sorriso travesso enquanto pegava a mão dela e a puxava pelo braço.

“Sim, é mesmo,” ela suspirou quando ele a puxou para perto dele.

“Eu posso mudar isso.”

Os olhos dela se estreitaram e eu vi a mandíbula dele se contrair.

“Me chame de Rick.”

“Tudo bem,” disse ela, com os olhos o absorvendo, o cabelo preto grosso, o queixo com covinha, as linhas de riso no canto dos seus olhos de esmeralda. “Como você conhece Jory, Rick?”

“Ele é o irmão mais novo de um dos meus melhores amigos no mundo.”

Adam e Brandon ficaram absolutamente lívidos, e eu mordi meu lábio para não sorrir.

“Como você conhece Jory, Abe?” ele perguntou, muito divertido, apenas olhando para ela fixamente.

“Nós trabalhamos juntos,” disse ela, seus olhos encontrando os meus.

“É verdade,” Eu assegurei a ele.

“Bem, vocês querem vir jantar comigo?”

“Na verdade,” eu disse rapidamente. “Eu tenho que ir, mas Abe está livre.”

“Bem, não livre,” ela brincou comigo. “Mas jantar soa como o céu.”

O sorriso de Rick era quente e ele estava obviamente fascinado por ela... com a energia que você podia sentir, saborear no fundo de sua garganta, na paixão que irradiava dela e no sorriso brilhante que iluminava seu rosto. A menina tinha aquilo. Aquele fator desconhecido, que a deixava tão animada, tão no momento, que você simplesmente sabia que se a deixasse escapar, seria uma vergonha. Eu já estava louco por ela. Amei seu cabelo – longo e encaracolado, da cor do cobre, vermelho e dourado ao mesmo tempo, completamente selvagem – e sua pele sardenta e sorridente boca rosada. Quando ela pegou os pauzinhos laqueados de sua bolsa e colocou seus cabelos, algumas mechas escaparam, ondas rebeldes caindo da parte de trás do seu pescoço longo e da frente sobre seus lindos olhos azuis. Rick estendeu a mão e torceu uma mecha em torno de sua orelha. Ele estava se afogando nela depois de apenas alguns momentos.

“Eu deveria cortar tudo,” ela suspirou, olhando para baixo e então rapidamente de volta para seus olhos. Os longos cílios pareciam ter sido mergulhados em ouro.

“Oh, não,” ele garantiu, pegando sua mão novamente, desta vez deslizando os dedos entre os dela, mantendo-a perto dele.

“Nunca.”

Ela resmungou. “Vamos ver, Sr. Jenner.”

“Sim, vamos ver,” ele disse rapidamente, apontando para mim. “Você vai ficar bem?”

“Sim, senhor,” eu disse rapidamente, porque eu sabia que ele queria escapar. Ele estava desesperado para estar a sós com a moça. Levá-la para jantar, para que ela pudesse ver como era cavalheiro. Passear com ela em seu carro para que ela pudesse ver que ele tinha dinheiro. Esperava poder mostrar a ela a sua casa para que ela pudesse ver a vida que ele poderia proporcionar. Aos 26 anos, eu sabia reconhecer amor à primeira vista. Cupido tinha acabado de passar por cima de Rick Jenner com um caminhão Mack. Era engraçado porque, geralmente, era assim que acontecia. Um cara podia namorar por anos, um verdadeiro bom partido – como meu irmão Dane, o solteirão do século – e de repente ele encontrava a mulher, aquela que seria a mãe de seus filhos e, normalmente, dentro de seis meses eles estavam casados. Os caras se transformavam de garanhão em pais em um ano após conhecerem a mulher.

Enquanto eu olhava Rick sair com Aubrey Flanagan em seu braço, falando a mil por hora com ela, fui invadido por um enorme sentimento de realização. Não tinha nada a ver comigo; na realidade Adam tinha sido o instrumento de amor e não eu, mas ainda assim, eu me senti bem. Afinal de contas, eu tinha apresentado os dois. Era no meu colo que ela estava sentada.

“Jory.”

Eu olhei para Adam. “Oi, eu...”

Ele bateu duramente no meu ombro. “Obrigado, cara, você salvou a minha vida.”

Engraçado que ele não tinha ideia de quão incrível era a mulher que ele tinha acabado de deixar sair da sua vida.

“Sem problema,” eu disse suavemente, puxando meu casaco, me virando para sair.

“Jory.”

Eu parei e deixei Brandon parar na minha frente.

“Que noite fodida. Sinto muito por...”

Eu balancei a cabeça, puxando o meu telefone quando ele tocou pela segunda vez. “Não se preocupe com isso.” Eu sorri para ele. “Obrigado por me convidar. Te vejo por aí.” Eu terminei antes de contorna-lo e atendi meu telefone. “Olá?”

“J?”

“Oh, oi, Sam,” eu disse, como se falasse com ele todos os dias. Mesmo depois de três anos separados, eu conhecia a voz do homem tão bem quanto a minha.

“Desculpe incomodá-lo quando você está em um encontro e tal, mas...”

“Não, está tudo bem. Já terminei.”

“Já terminou? Como assim você já...”

“É uma longa história.”

“Eu adoraria ouvi-la.”

Eu grunhiu.

“Então, o que você está fazendo agora?”

“Você quer dizer hoje?”

“Sim.”

“Nada.”

Respiração rápida. “Ok, então eu posso te levar para jantar?”

“Claro, mas eu pago. O que você quer?”

“Onde está você?”

“Estou no centro da cidade. Você quer apenas um sanduíche ou algo assim?”

“Parece muito bom. Vou me trocar e...”

“Você está em casa?”

“Sim.”

“Onde é isso agora?”

“Não ria, mas é no mesmo lugar.”

“Oh, é mesmo, Jen me contou.”

“Jen?”

“Sim.” Eu sorri. “Você sabe... sua irmã, Jen.”

“Você ainda fala com Jen?”

“De vez em quando. Com Rachel também.”

“Jesus Cristo. Ninguém me diz nada sobre coisa nenhuma.”

“Por que você está bravo?”

“Porque eu só... Eu quero saber quando alguém na minha família o vê.”

“Por quê?”

“Eu só quero, oras!”

Isso não fazia sentido. “Mas isso não tem nada a ver com você.”

“Tem tudo a ver comigo! Minha família inteira ainda é louca por você.”

“Eu não diria que eles sejam...”

“Eu diria. Merda. Ninguém...”

“Você sabia que Dane, seu pai e Michael jogam golfe juntos?”

Houve uma longa pausa. “Como é que é?”

Eu ri.

“O que você disse?”

“Eu disse que o seu pai, Michael e Dane jogam golfe juntos. Você sabia disso?”

“Não, eu”

“É. A cada três meses, mais ou menos.”

“Pelo amor de Deus, J, ninguém me diz nada!”

“Por que eles diriam?”

“Por que eles o que – mencionariam que todos ainda o veem e que eu sou o único que não faz? Oh, eu não sei, deixe-me pensar.”

Eu tive que rir. Ele estava tão indignado. “Você esteve longe durante muito tempo, Sam, todos se acostumaram a você não estar por perto.”

“Mas eu voltei há mais de um ano e ninguém disse nada para mim.”

“Eles provavelmente não querem deixar sua nova namorada desconfortável falando sobre mim.”

Houve uma pausa rápida. “O que?”

“Ah, não, me desculpe. Sua esposa, então.”

“Do que diabos você está falando?”

“Eu vi uma mulher com você naquele dia na feira de rua. Presumi que, enquanto você estava disfarçado, provavelmente conheceu alguém e...”

“Você sabe que assiste TV demais. Missões secretas não funcionam assim.”

“Ah....”

Ele riu e foi um som quente. “Você parece desapontado.”

“Eu sou um romântico de coração.”

“Eu sei,” ele suspirou profundamente. “Deixe-me ir buscá-lo.”

“Então, quem era a garota?” Eu perguntei antes que conseguisse me segurar.

“Eu não sei, provavelmente uma das amigas de Jen ou Rachel... por quê?”

“Nenhuma razão.”

“Tem certeza?”

Eu não seria atraído de volta. “Sabe de uma coisa, Sam, talvez essa não seja uma...”

“Não, está tudo bem. Vamos lá.”

“Você não pode decidir o que é bom ou não, Sam,” eu disse rapidamente.

“Não, eu sei,” ele suspirou. “Mas só... vamos lá.”

Fiquei em silêncio, pensando sobre o que eu deveria fazer.

“Por favor, J. Apenas coma alguma coisa comigo.”

Qual seria o problema? “Tudo bem, tudo bem. Você conhece o Carmine’s?”

“Sim, com certeza.”

“Ótimo. Eu posso te encontrar lá em quinze minutos?”

“Estou saindo agora,” ele disse, e desligou.

Caminhei até o meio-fio quando ouvi meu nome ser chamado. Brandon Rossi estava correndo em minha direção enquanto eu abria a porta do taxi.

“Jory, por favor, não...”

“Obrigado novamente por me convidar,” eu disse enquanto entrava no taxi e fechava a porta atrás de mim. Eu não olhei para trás.

* * * * *

Eu estava encostado na parede ao lado da estação da hostess, onde eu tinha dado meu nome, quando senti uma mão em minhas costas. Era um lugar muito familiar para tocar, e quando olhei para cima, desviando o olhar da mensagem de texto que estava enviando a Dylan, encontrei Sam. “Ei.”

“Oi.” Ele sorriu de volta, me puxando para perto.

“O que foi?”

“Eu não sei, o que eu tenho que fazer para conseguir uma saudação adequada de um velho amigo?”

Ele estava certo. Eu embolsei meu telefone e dei um passo para ele, estendendo os braços em volta de seu pescoço. Eu o abracei apertado e, instantaneamente, ele me abraçou de volta. Ele enterrou seu rosto em meu ombro, seus braços me segurando perto, me pressionando contra ele, e ele respirou fundo antes de soltar um longo suspiro.

“É bom ver você, J.”

Eu o abracei porque costumava amá-lo um dia, e ele se sentia bem em meus braços.

“Senti sua falta,” ele disse, e o arrepio o percorreu rapidamente.

Melhor fazer gargarejo com vidro do que responder.

Ele se afastou e olhou para mim, nos meus olhos.

“Como você está?”

“Eu estou bem,” eu disse, dando um passo para me afastar.

“Você parece bem,” disse ele para o chão.

“É mesmo?” Eu pesquei, porque não era típico dele distribuir elogios.

“É,” ele disse em voz baixa, seus olhos passando rapidamente para os meus. “Muito bem.”

“E você parece cansado,” julguei enquanto o examinava. “Talvez devêssemos fazer isso outra...”

“Não,” ele me cortou, franzindo as sobrancelhas.

“Você estava dormindo?”

“Eu quero dormir com você,” disse ele lentamente, sua voz profunda e grave. “Venha para casa comigo.”

Levei um segundo para responder, pois meu coração estava em minha garganta, mas eu forcei uma risada seca. “Simples assim?”

“Podemos talvez ter uma reunião amanhã? Agora eu estou exausto, quero que você venha comigo para casa e se deite para que eu possa dormir com você.”

Eu observei seus olhos, as pálpebras pesadas, quando ele olhava para mim.

“Eu juro por Deus, eu realmente não tenho dormido desde que o vi pela última vez.”

“Eu pensei que você tivesse...” Eu parei, porque tinha começou a falar sem pensar.

Ele soltou um suspiro profundo enquanto eu dava um passo para trás. “Achou que eu tivesse o que?”

Eu balancei a cabeça.

“Fale comigo.”

“Eu só achei que você tivesse retornado à sua antiga vida.”

“Como assim?”

Eu limpei minha garganta. “Vamos lá, vamos comer.” Eu sorri, apontando para a hostess que estava tentando chamar minha atenção. “Estou morrendo de fome e bebi demais.”

“É mesmo?”

“Oh, inferno, sim.”

“Conte-me tudo sobre o seu encontro.”

Eu sorri enquanto seguimos a hostess até a mesa. Nós estávamos em uma cabine nos fundos, e eu imaginei se Sam havia pedido ou se ela estava apenas tentando nos esconder porque parecíamos problema.

“Então fale,” ele ordenou-me, deslizando até que seu joelho encostou no meu.

Eu ri enquanto contava minhas aventuras na Brava.

“A moça parece ótima.”

“Ela é o tipo de garota que você precisa.”

“Eu tenho o que eu preciso aqui,” disse ele categoricamente.

Eu inclinei minha cabeça para olhar para ele. “Já faz muito tempo, Sam.”

“E daí? Você me disse que não havia ninguém especial.”

“Talvez eu tenha mentido.”

“Bem, eu não vejo um anel em seu dedo.”

Argumento ridículo. “Gays não usam...”

“O cacete que eles não usam,” ele me dispensou. “Quem diz o que se pode ou não fazer?”

“Sam...”

“Você vai usar um anel por mim.”

Revirei os olhos e voltei minha atenção para o garçom. Eu pedi um sanduíche e sopa e Sam acabou pedindo o mesmo. Sozinho novamente, Sam deslizou para mais perto, colocando um braço em volta da parte de trás do assento.

“Ouça, J,” ele começou, o profundo suspiro me fazer sorrir. “O que?”

“Nada.”

“O que foi? Vamos lá.”

“Eu nunca na minha vida pensei que fosse vê-lo novamente.”

“Isso é engraçado,” ele olhou para mim. “Porque eu nunca duvidei que nos veríamos.”

Fiquei em silêncio antes de atacar a partir de outro ângulo.

“Sam, sua vida não está boa agora?”

“Sim, está.”

“Viu? Então por que você quer...”

“Só você me vem com tanta besteira,” ele me cortou. “Você é o único que discute comigo.”

“Nós não estamos discutindo.”

“Mas você está tentando, e você é o único que eu conheço que tenta.”

Eu olhei para ele.

Sua risada profunda soou como um estrondo, “Eu não te assusto nem um pouquinho, hein, J?”

“Você está brincando?” Eu zombei.

Ele me deu seu grande sorriso torto, e seus olhos brilhavam enquanto ele olhava para mim. “Eu assusto muita gente, J.”

“Ok,” eu concordei para agradar.

“Ei.”

“O que?”

“Você cortou seu cabelo.”

“Sim.” Eu sorri para ele. “Há muito tempo atrás.” Meu cabelo, que costumava bater meus ombros, agora estava curto, como o de todo mundo. Ainda estava mais longo em cima, os fios caíam em meus olhos, se enroscavam em meus cílios ocasionalmente, mas não era a juba que um dia foi.

Ele fez um barulho na parte de trás de sua garganta e eu olhei para ele.

“Sam?”

“É bom ver você,” ele disse, sua voz profunda e baixa, os olhos tão escuros.

Eu não podia falar em todo o nó em minha garganta.

Ele riu suavemente. “Nada a dizer?”

“É bom ver você também.”

Ele estendeu a mão e correu as costas de seus dedos para cima e para baixo por minha garganta, acariciando a minha pele levemente. “Coma para que eu possa levá-lo para casa.”

“Você não sabe onde eu moro,” eu brinquei com ele, tentando acalmar meu coração palpitante. A resposta familiar a Sam Kage queimava em mim.

“Não, querido.” Ele exalou. “Você vai para casa comigo.”

“Sam”

“J”

“Eu não sou seu bebê,” eu assegurei a ele, afastando sua mão. “Não sou de ninguém.”

“Você pertence a mim,” afirmou categoricamente. “Sempre foi meu, sempre será. Aceite isso.”

Fiquei em silêncio.

“Diga alguma coisa... parece que você tem...”

“Vá se foder, Sam. Você me deixou. Você foi embora e ponto final, mas está tudo bem porque eu entendo por que você foi, mas... não se engane, eu nunca mais vou voltar para aquela merda com você novamente. Acabou.”

“É mesmo?”

“Sim, é isso mesmo. Na verdade, eu tenho um encontro na sexta-feira.”

Ele acenou com a cabeça. “Hum.”

“Você não pode decidir a minha vida por mim, Sam.”

“Ok.” Ele sorriu rapidamente. “Não entre em parafuso. Coma sua comida.”

Eu estava atordoado e isso, provavelmente, transparecia em meu rosto. Ele estava sendo tão razoável e, se eu estivesse sendo honesto, eu estava desapontado por ele não lutar comigo, por mim. Era melhor, mas, ainda assim, me incomodava que ele desistisse tão facilmente.

Ele liderou a conversa, como eu costumava fazer, me contando sobre sua família e como tinha sido como voltar para casa depois de dois anos longe de sua antiga vida. Ele tinha amigos com quem se reconectar, um trabalho para reaprender e tudo isso tinha levado tempo. Ele queria se concentrar em todas as suas prioridades externas antes de vir até mim.

“Me desculpe, o que?” Meus pensamentos foram à deriva, mas eu tinha pego a última parte.

“Você me ouviu, J.”

“Você está realmente sentado aí me dizendo que quer que nós fiquemos juntos de novo?”

“Sim. Eu disse o que eu queria antes de nos sentarmos.”

“Sim, mas eu pensei que você estivesse só brincando.”

“Não, você não pensou, mas está fingindo que pensou.”

Ele ainda me conhecia bem. “Ok, mas apenas um segundo atrás, você... Eu pensei que você fosse deixar para lá?“

“Quando eu disse isso?”

“Mas...”

“Eu queria esperar até que eu tivesse a minha vida de volta para ver você. Agora eu tenho, por isso aqui estou.”

Eu olhei para ele. “A vida não espera até que você esteja pronto, Sam. Você...”

“Já acabou?”

“Não, não acabei. Você acha que pode simplesmente...”

“A comida, idiota,” ele me cortou.

“Ah ... sim.” Eu decepcionado, alcancei a minha carteira no bolso do casaco.

“Eu o convidei, eu pago.” Ele sorriu para mim.

“Não, eu disse que pagaria. Não sou um caso de caridade...”

“Qualquer coisa para brigar comigo,” ele me provocou, inclinando-se para beijar o lado do meu pescoço.

Eu tentei deslizar para longe dele, mas sua mão sob a mesa, como um vício em torno da minha coxa, me manteve onde estava. Seus lábios em minha pele estavam escaldantes. Quando olhei rapidamente em seus olhos, ele sorriu preguiçosamente. Foi muito sexy.

“Três anos fizeram bem para você, J.”

Para evitar ter que responder, tentei provocá-lo.

“Você não me quer, Sam. Você é como todos os outros caras que só querem fazer sexo.”

“É tudo o que eu quero?”

“Sim.”

“Hum.”

Eu dei de ombros.

“É uma sorte você ser bonito, porque não é muito brilhante.”

Levantei-me, peguei duas notas de vinte e deixei-as cair sobre a mesa. “Te vejo por aí.”

Ele tossiu e eu olhei para ele. O sorriso tinha sumido de seus olhos.

“Eu posso ir para casa so...”

Sua voz era baixa e plana. “Só para que você saiba, se você tentar uma de suas habituais saídas dramáticas, vou agarrá-lo, jogá-lo por cima do meu ombro, e levá-lo para fora daqui.”

Eu só olhei para ele.

“Se você não quiser ser o show da noite, sobre o qual eles estarão falando durante anos, eu sugiro que você fique aí, espere por mim e saia daqui como um adulto.”

Cruzei os braços e esperei.

Ele sorriu para mim. “Você fica uma gracinha quando faz beicinho.”

Eu sorri para ele, e o bufo de risada quase me fez sorrir de volta.

Passando pela porta da frente eu percebi que estava diante de seu carro monstro, o SUV do inferno.

“Tudo bem,” eu suspirei, empurrando minhas mãos em meus bolsos. “Então... foi bom te ver.”

Sua carranca não poderia ficar mais sombria. “Eu estava falando sério lá dentro. Eu quero te levar para casa.”

Eu dei de ombros. “Bem, eu estava falando sério também, então... não.”

Ficamos ali olhando um para o outro, e quando ele finalmente deu um passo em minha direção eu recuei um.

“Eu posso forçar você, se eu quiser.”

“Claro,” eu concordei.

Os músculos de sua mandíbula se contraíram. “Posso apenas dizer algo antes que você vá embora?”

Eu olhei dentro dos olhos azuis e ele se aproximou, sua mão se levantando, indo para o meu peito e parando sobre o meu coração.

“Eu quero você, só você, e não apenas por esta noite.”

Fiquei em silêncio.

“Você está me ouvindo?” ele perguntou, sua mão deslizando por trás do meu pescoço enquanto ele se encostava em mim, olhando nos meus olhos. “Eu quero você.”

“Mas...”

“Eu fiz o que disse que faria. Me certifiquei de que você estava seguro e depois voltei. Descobri o que eu posso fazer, o que eu não posso, e levou um pouco mais de tempo do que eu pensava.”

“Sam, você...”

“Mas agora está tudo certo. Eu tenho tudo o que quero, exceto o mais importante... Eu quero você.”

“Mas você já voltou há tempos, Sam, e você nunca veio...”

“Eu vim assim que pude.”

“Mentira.” Tentei recuar, mas mesmo sendo maior do que eu costumava ser, mais musculoso, eu ainda não era páreo para sua força. Seu aperto era como aço e ele estava me segurando.

“Eu vim. Tudo o que tinha de ser resolvido, já foi.”

Eu balancei a cabeça, tentando recuar de novo.

“E eu tenho sorte porque aquele tal de Aaron te pressionou muito, rápido demais, e você fugiu.”

Minha cabeça se levantou. “Apenas porque era...”

“Não diga que era muito cedo, J, porque nós dois sabemos que você não tem nenhum problema com muito cedo, quando você sabe que algo está certo. Você não o amava, por isso não foi morar com ele. Simples assim.“

Eu fiquei olhando nos olhos dele.

“Você sabe quem é certo para você e quem não é.”

“Sam, você não pode simplesmente voltar depois de três anos, me dizer que está pronto para a sua vida começar, e me ter de volta. As coisas não funcionam assim. Eu estou diferente, você está diferente... deixe para lá.“

Ele levantou sua outra mão, colocando em meu rosto enquanto ele olhava nos meus olhos. “Eu não posso. Eu quero você de volta... Eu preciso de você.”

Eu levantei minha cabeça, me afastando de suas mãos e dei um passo para trás. “De jeito nenhum. Você quase...” E eu estava a ponto de confessar que ele quase me matou quando foi embora. Eu tinha ficado tão desolado por ter sido abandonado. Apenas Dane, meus amigos e meu trabalho me fizeram suportar toda a mágoa e a solidão e a tristeza. Eu nunca poderia voltar e abrir-me de volta para a dor. Eu era idiota, mas não era masoquista.

“Eu quase o que?” ele me apertou, estendendo a mão para o meu casaco só para me afastar mais um pouco além do seu alcance. “Diga-me.”

“Nada,” eu suspirei, tentando sorrir com todas as minhas forças, mesmo que meus olhos estivessem embaçados. “Até depois.”

Eu me virei e descobri que podia respirar de novo quando comecei a descer a rua.

“J!”

Eu me virei para olhar para ele. Ele estava ali parado, com as mãos nos bolsos, sua mandíbula apertada, apenas olhando para mim.

“Posso ligar para você?”

Eu balancei a cabeça, porque as palavras estavam além do meu alcance.

“Ok.” Ele sorriu e me afastei antes que ele pudesse dizer outra palavra.

Precisei de todas as minhas forças para não correr.

* * * * *

Quando eu estava a meio caminho de casa, meu telefone tocou, e eu sorri quando eu verifiquei o display. “Oi.” Fiquei feliz em ouvi-lo, porque pensei que nunca teria notícias dele de novo. Foram seis meses de silêncio, que eu pensei que fossem durar para sempre.

“Jory,” ele suspirou.

“Quando você voltou?” Eu perguntei, mantendo a conversa leve.

“Alguns dias atrás.”

“Como foi em Hong Kong?” Perguntei a Aaron Sutter. “O hotel ficou pronto no prazo?”

“É claro,” ele disse, e eu podia ouvir o sorriso em sua voz. “Estamos falando de mim.”

“Sinto muito.” Eu ri. “Então conte-me tudo.”

“Que tal eu contar tudo enquanto jantamos?”

Eu hesitei. “Sério?”

“Sim.”

“Mas eu... Eu pensei que você não quisesse me ver.”

A tosse foi apenas um disfarce “Escute, eu pensei muito enquanto estava fora e percebi que você estava certo... não há nenhuma razão no mundo para que não sejamos amigos. Só porque nós queremos coisas diferentes, não devemos nos tornar estranhos. Nós passamos um ano e meio juntos, por que apenas jogaríamos tudo isso fora? Não faz sentido.“

“Este foi o meu argumento,” eu lembrei ele.

“Eu sei, e eu sinto muito pelas coisas que eu disse. Eu só... Eu nunca convidei ninguém para viver comigo antes, e eu estava certo de que você diria que sim. Nunca nem considerei ouvir um não.“

Suspirei profundamente. “Eu também sinto muito. Eu gostaria de poder ter dito sim.”

“Bem, só para que você saiba, não há limite de tempo para a oferta.”

“Mas você disse...”

“Eu sei o que eu disse. Eu estou dizendo agora, se você mudar de ideia... por favor me diga. Eu gostaria de saber.”

“Tem certeza?”

“Absolutamente.”

“Ok.”

Longo suspiro da parte dele. “Bom... agora, quando você vai comer comigo?”

“Quando você me quer?”

“Hoje à noite. Tenho um novo chef que faz um risoto maravilhoso.”

“Não, eu já comi. Que tal amanhã?”

“Que tal agora?” ele riu. “Eu vou comer e você pode me contar tudo sobre o casamento de Dane. Vou encontrá-lo no Serenade.”

“Isso é um bar, Sutter. O que você vai comer?”

“Você está brincando? Eles servem uma carne ótima, J. Não se preocupe, eu vou comer.”

Soltei uma respiração rápida. “Ok.”

“Sim? Você vai me encontrar?”

“Claro.”

“Isso é ótimo. Pensei que teria que discutir com você.”

“Não, eu estou cheio de discutir.”

“Por que? O que aconteceu?”

“Você se lembra de quando eu te contei sobre o detetive de polícia com quem eu estive envolvido há um tempo atrás?”

“Aquele por quem você estava apaixonado? Aquele que te deixou?”

Eu abafei um gemido. Aquele que me deixou soou péssimo. “É, ele mesmo.”

“Sim, eu me lembro.”

“Bem, ele voltou e eu o vi esta noite e...”

“E ele quer você de volta.”

“Sim.”

“É claro que ele quer. Faz sentido.”

“Faz?”

“Sim,” ele respondeu. “Então, você pode estar lá em meia hora?”

“Provavelmente mais cedo, eu ainda estou no centro.”

“Ótimo, eu vou vê-lo em 20 minutos.”

“Tudo bem,” eu disse, e desliguei o telefone. Fiquei surpreso quando ele tocou de novo. “Olá?”

“Ei.”

“Sam. O que...”

“Você ainda bebe chá?”

Pergunta estranha. “Sim.”

“Ótimo. Que tal eu preparar um pouco para você?”

“Quando?”

“Agora.”

“Eu não posso. Vou me encontrar com Aaron. Nós vamos nos ver e contar as novidades.”

“Você me deixou para vê-lo?”

“Não. Eu deixei você porque não havia mais nada a dizer. Aaron acabou de voltar de Hong Kong e quer sair. Vai ser bom. Eu poderia usar a distração.“

“Por minha causa.”

“Isso mesmo.”

“Entendo.”

“Falo com você dep...”

“Não desligue.” Ele limpou a garganta.

“Por quê? Pra que?”

“Eu não quero que você vá se sentar e conversar com Aaron Sutter. Se você vai se sentar com alguém, que seja comigo. Sou eu quem quer falar com você.”

“Sim, mas Aaron só quer...”

“O que aconteceu com algumas pessoas permanecem longe?”

“Eu acho que, na minha vida, todo mundo volta.”

Ele riu, e o som rugiu através de mim.

“Então eu vou...”

“Olha, deixe-me vê-lo amanhã, tudo bem?”

“Não. Que tal sábado ou domingo?”

“Que tal quinta-feira em vez disso?”

“Sam.”

“Vamos lá.”

“Sam, eu estou indo ver...”

“Sim, eu sei. Apenas me ligue quando terminar de falar com ele, tudo bem?”

“Não, isso vai ser lá pela meia-noite ou...”

“Eu não me importo. Só me ligue.”

“Sam...”

“Onde vocês vão? Para a casa dele?”

“Não, para o Serenade,” eu disse a ele antes de refletir sobre isso.

“Eu sei onde é.”

“Sim, mas não...”

“Ligue logo para que eu não apareça, tudo bem?”

“Oh, pelo amor de Deus, Sam, você não pode simplesmente...”

Ele me cortou quando desligou. Era simplesmente rude. Eu tentei me livrar da carranca antes de chegar ao bar.

Quando virei a esquina da rua onde estava localizado o Serenade, vi Aaron encostado ao lado de sua Mercedes preta em seu sobretudo de cashmere cor de carvão, parecendo um anúncio em uma revista. Imediatamente quando ele me viu, recebi o sorriso que iluminou seus olhos. Como sempre, eu notei o calor neles. A beleza de Aaron não vinha tanto da aparência física, mais do que irradiava a partir de seu interior. Ele era o tipo de pessoa que todos gostavam de imediato, que instantaneamente queriam tocar e estar por perto. Ele trazia isso à tona, e foi a partir daí que minha atração inicial tinha saltado.

Eu tinha conhecido Aaron Sutter quando Dylan e eu tínhamos feito um trabalho de identidade corporativa para a sua empresa. Eles queriam criar um logo que encarnasse seu compromisso com a cultura da região na qual eles estavam construindo, seu compromisso com o meio ambiente, e também falasse do ideal de sua missão, que era a sua constante busca pela excelência. Dylan e eu fomos incapazes de chegar a algo que atingisse todos os conceitos que estavam almejando, mas Aaron insistiu em nos levar para almoçar de qualquer maneira. Mais tarde, naquele mesmo dia, ele veio ao escritório quando eu estava sozinho e me convidou para jantar. Eu recusei sem rodeios. Eu não misturava minha vida profissional e pessoal. Ele me disse que estava tudo bem já que eu não trabalhava para ele, mas eu mantive meu ponto de vista e neguei pela segunda vez em uma noite. Quando ele saiu, fiquei aliviado. Eu não estava em um lugar da minha vida onde eu poderia namorar alguém. Eu não estava pronto para fazer mais do que eu estava – saindo e indo para casa com um estranho diferente a cada noite. Tendo retornado à cena dos clubes seis meses depois que Sam foi embora, eu estava em um ciclo interminável de porres e transas de uma noite. Eu era tóxico, e não era justo submeter um cara legal como Aaron Sutter a isso.

Aaron pode ter sido gentil, mas também foi implacável. Eu recebia ligações constantes dele. Eu gostaria de ir ao balé com ele? Eu gostaria de ir a um jogo de baseball com ele? Havia uma abertura de exposição de arte, havia a inauguração de novo clube, um novo restaurante no centro... eu gostaria de ir com ele? A resposta era sempre não, mas ele era tão gracioso sobre isso, nunca com raiva, nunca ressentido, só cheio de esperança cada vez que me convidava, me prometendo que, certamente, da próxima vez eu diria que sim. Eu disse que ele deveria se concentrar em alguém digno do seu tempo e ele me garantiu que eu era.

Eu o encontrei em um clube no Halloween, vestido como um gladiador, e eu estava caindo de bêbado. Tropecei para dizer oi e ele acabou pegando a minha mão e sentando-me em seu colo. Deve ter sido engraçado, já que eu estava vestido como um pirata, mas sua mão enrolada em meu cabelo me fez sentir bem, assim como o braço em volta da minha cintura ancorando-me a ele.

“Por favor, Jory,” disse ele, esfregando o rosto contra o meu. “Deixe-me levá-lo a algum lugar, qualquer lugar. Vou levá-lo ao cinema e comprar pipoca. Não importa, eu só quero passar algum tempo com você. Por favor. Não vou fazer nada.”

E eu desisti, porque ele era tão honesto e Sam não estava voltando. Um ano tinha ido e vindo sem que eu ouvisse uma palavra. Eu estava me segurando a um sonho e estava só e deprimido, uma bagunça completa. Dane ficava me dizendo constantemente para começar a namorar em vez de apenas dormir por aí. Sua nova namorada, Aja, tinha muitos projetos que ela estava morrendo de vontade de me apresentar. Já era tempo, e eu resolvi mergulhar. Cinco encontros mais tarde, quando eu percebi que eu teria que fazer o primeiro movimento para nos colocar na cama, o convidei para comer espaguete com molho pronto e tomar vinho tinto. Ele me disse como tudo estava ótimo e eu revirei os olhos. O homem tinha o seu próprio chef e minha comida era boa? Era ridículo, mas a forma como ele me olhava, nunca tirando os olhos de cima de mim, disse-me tudo o que eu precisava saber.

Quando estávamos sentados no sofá assistindo a um filme, eu o puxei contra mim de modo que suas costas estivessem pressionadas em meu peito. Seu suspiro foi longo e me fez sorrir. Quando eu deslizei minha mão por seu abdômen até a fivela do cinto, eu senti um leve tremor correr por ele. Quando eu desfiz primeiro o cinto e, em seguida, o botão de sua calça jeans, se arrastou mais para cima para que eu pudesse alcançá-lo mais facilmente. O zíper foi o próximo, e então minha mão deslizou sob o cós de sua cueca para encontrá-lo já duro. Ele se empurrou em minha mão, e sua cabeça foi para trás no meu ombro.

“Jory,” ele gemeu, beijando meu queixo enquanto minha mão se movia sobre ele. “Por favor, podemos ir pra a sua cama?”

“Mais tarde,” eu disse, empurrando-o de cima de mim. “Primeiro vamos ver o que você acha do meu boquete.”

“O que?”

Eu gostei do fato de sua voz ter falhado, e de como ele não conseguia tirar os olhos de mim. A respiração ofegante e os movimentos que se seguiram, como ele implorava... Eu gostei de tudo isso também. Quando ele gritou meu nome e precisou me segurar em seus braços, tudo isso foi bom e agradável... só que não me satisfez.

Quando eu fazia amor com Aaron Sutter, eu nunca precisei apertar meu queixo para não gritar seu nome. Eu tentava não fazer uma comparação com Sam Kage. Era bastante agradável e Aaron era um amante muito atencioso. Eu sempre ficava satisfeito e quando ele me disse que nenhum de seus amantes nunca teve reclamações, eu acreditei nele. Tal homem, atento compassivo nunca poderia ser chamado de ruim na cama. O problema é que eu ansiava por dominação e força. Eu ansiava por Sam. Eu não era cuidadoso ou inibido quando eu estava na cama com o detetive Kage, eu era eu mesmo, e ele sabia as coisas que ele podia fazer comigo. Então, enquanto Aaron teria se preocupado se tinha sido muito áspero, não querendo me machucar, Sam sabia até onde podia ir.

“Jory?”

Olhei para cima e percebi que a minha mente estava vagando.

“Venha aqui.”

Eu corri até ele e não parei, me jogando sobre ele em vez disso, envolvendo-o em meus braços.

“Oh.” Ele riu suavemente, com o rosto enterrado no lado do meu pescoço. “Alguém sentiu minha falta.”

Virando a cabeça para colocá-la em seu ombro, deixei escapar um suspiro profundo. Senti sua mão em meu cabelo, a outra segurando minhas costas, o jeito que ele estava tentando pressionar contra mim, e entendi imediatamente que era um erro enorme. Eu o empurrei para escapar de seus braços.

“O que foi?” Ele olhou para mim, com a mão no meu braço. “Por que você...”

“Vamos entrar,” sugeri, dando um passo em direção à entrada.

“Claro.” Ele forçou um sorriso, sua mão deslizando pelas minhas costas.

O salão não estava tão cheia como de costume, já que era uma segunda-feira à noite, mas não teria importância se estivesse. Aaron Sutter receberia o mesmo tratamento preferencial como Dane ou Rick Jenner. Dinheiro comprava influência, e se você fosse um patrono de um determinado lugar, quando o viam, se moviam rapidamente para cuidar de você. O gerente foi rápido a nos alcançar e fomos acomodados em uma mesa reservada perto da lareira, longe do barulho do bar. Eu pedi um Jack com Coca-Cola e fiquei olhando pela janela enquanto Aaron falava com o garçom.

“Ei.”

Eu olhei para ele apoiando o queixo em sua mão, apenas absorvendo-me com os olhos.

“É uma jaqueta legal.”

“Obrigado.”

“Por que você não a tira e fica um pouco?”

Eu sorri e tirei a jaqueta, pendurando-a nas costas de minha cadeira.

“Você parece bem,” ele disse suavemente.

“Você também.”

Ele respirou profundamente. “Então me conte tudo sobre o grande dia de Dane, alguma história suculenta? Alguma mulher correndo pelo corredor atrás dele, gritando sobre não o deixar em paz?”

Eu sorri amplamente. “Não, nada disso.”

“Tenho certeza de que Aja estava deslumbrante.”

“Sim, ela estava.”

“Tudo bem então, fale.”

Contei-lhe tudo sobre o casamento e a recepção e fiz seus olhos lacrimejarem de tanto rir quando falei sobre os padrinhos de Dane e sobre o estado lamentável em que estavam. Eu bebi enquanto ele escutava e comia. Eu contei a ele sobre o encontro que eu tive com Brandon Rossi no início da noite, e tudo sobre Aubrey Flanagan e Rick Jenner. Eu escutei quando ele me contou suas histórias de guerra de Hong Kong, e quanto ele tinha mutilado o mandarim enquanto estava lá. Ele havia estudado a língua por um ano antes de ir, mas na prática, ele era uma merda. Eu ri enquanto o ouvia me contar sobre a comida que foi obrigado a comer porque confundiu seus nomes.

“Eu realmente senti sua falta,” disse ele, de repente sério, os olhos fixos nos meus.

Eu sorri para ele, porque era uma coisa agradável para dizer.

“Você sentiu a minha?”

“Sim,” eu disse, porque era verdade, apenas não como ele queria.

“Venha para casa comigo.”

Meus olhos foram para o meu copo alto vazio em vez de seu rosto.

“Jory.”

Eu finalmente olhei através da mesa para os claros olhos azuis turquesa.

“Você está uma bagunça,” ele riu. “Deixe-me cuidar de você.”

“Eu estou bem,” eu assegurei.

“Você bebe demais, Jory.”

Era uma velha discussão que ele nunca iria ganhar. Eu conhecia a minha tolerância, mesmo que ninguém mais parecesse acreditar em mim. No casamento de Dane, por exemplo, eu tomei uma taça de champanhe na hora do brinde e isso foi tudo o que bebi a noite inteira. As pessoas me confundiam com um alcoólatra, e esse não era o caso.

“E eu não quero que você acabe na cama de um estranho porque tropeçou.”

Foi nisso que nossa última conversa tinha se degenerado quando nós terminamos. Ele tinha certeza de que eu acabaria na sarjeta sem ele, já que, aparentemente, era onde eu estava quando ele me encontrou. Ele queria saber por que eu não queria que a minha vida fosse boa, porque eu não me permitia ter coisas boas, e por que eu não podia deixar o menino festeiro e autodestrutivo para trás. Era hora de crescer e começar uma vida com alguém. Hora de fazer um compromisso de ser um namorado e um parceiro... Eu não seria jovem para sempre. Beber até altas horas da manhã, dormir com homens sem nome, como isso era bom para mim? Ele estava me oferecendo uma vida que algumas pessoas matariam para ter, por que eu recusaria?

“Jory?”

Eu gemi, peguei minha jaqueta de couro, e me levantei. “Isso foi um erro, Aaron. Ainda é muito cedo. Talvez possamos sair juntos mais para frente, mas não agora.”

“Eu não vejo você há meses.”

“Talvez precisemos de um ano,” Eu suspirei, puxando a minha carteira, procurando a nota que eu precisava.

“O que você está... espere.” Ele levantou a mão quando eu joguei uma nota de 20 na mesa. “Espere. Vou levar você, apenas me dê...”

“Aaron!”

E eu sempre odiei a forma como seus amigos sempre apareciam e simplesmente nos interrompiam, mas, naquele momento, eram uma dádiva de Deus.

“Jory.” Seu amigo Todd pegou meu braço. “Eu pensei que você fosse história, cara. Pensei que Aaron finalmente tivesse jogado o lixo fora.”

Oh! Isso era totalmente minha deixa para ir embora. “Ele jogou, Todd,” Eu bati em seu braço com força, me virei e deixei o salão.

Vestindo minha jaqueta, fiquei do lado de fora por um segundo e respirei profundamente. Que noite estranha e fragmentada. Eu precisava ir para casa, me deitar e começar de novo na manhã seguinte. Tudo se inclinou por um segundo e, em seguida, minha cabeça desanuviou. Eu senti a mão em meu ombro antes que Aaron desse a volta na minha frente.

“O que?” Eu suspirei, revirando meu ombro para que sua mão caísse.

“Jory,” ele pegou meu rosto em suas mãos, “Eu quero te levar para casa comigo. Deixe-me.”

“Depois disso tudo? Que depois do que você disse?”

“O que eu disse?”

E eu percebi que ele não tinha dito muita coisa; era apenas uma gravação que tocava uma vez após outra em minha cabeça. Ele pensava em mim de uma maneira, e isso era tudo o que ele via e tudo o que eu ouvia.

“Você não me quer, Aaron,” Eu suspirei profundamente. “Você nem sequer me vê.”

“Jory,” disse ele, inclinando-se para beijar-me.

Eu empurrei-o de volta e me afastei. “Vamos dar um tempo, tudo bem. Você precisa encontrar um bom menino que precise de um lar. Já tenho um.”

“Jory, eu só quero cuidar de você.”

“Isso não é o que eu preciso.”

“Você não sabe do que precisa!” ele gritou para mim. “Você está tão preso ao fato de eu ter dinheiro que não consegue ver o que eu realmente estou lhe oferecendo.”

Eu olhei diretamente em seus olhos. “Oh, eu sei exatamente qual é a sua oferta.”

“Foda-se, Jory,” ele explodiu, se virou e saiu sem dizer uma palavra.

Fiquei olhando enquanto ele caminhava de volta para dentro do bar.

“O menino rico tem um rico vocabulário.”

Olhei para a rua e lá, estacionado três carros para baixo, estava Sam Kage. Eu corri até ele antes mesmo de pensar sobre isso.

“Você sabe que traz esse tipo de linguagem à tona em todo mundo, né, J?”

Eu sorri para ele e dei de ombros. “O que posso dizer? As pessoas ficam todas poéticas quando eu estou por perto.”

Ele suspirou profundamente antes de agarrar minha camisa e me puxar contra ele. Eu deixei minha cabeça cair para trás em meus ombros enquanto olhava em seus lindos olhos.

“Ele acha que eu bebo demais.”

“Porque você bebe,” ele concordou, sua mão quente na minha pele, seu polegar acariciando meu rosto. “Mas essa não é a maneira de fazer você parar, levando-o à porra de um bar. Eu o manteria em casa, na cama comigo.”

Deixei escapar uma risada ofegante enquanto meus olhos se fechavam e eu me inclinei em sua mão.

“Bebê,” ele disse suavemente, e seus lábios roçaram o lado do meu pescoço. “Entre no carro.”

“Hoje não,” eu disse, dando um passo para trás, abrindo os olhos. “Tenho que trabalhar amanhã.”

Ele deu um passo mais perto e eu dei outro de volta.

“J,” ele me avisou, pegando meu casaco.

Eu me desviei dele, fazendo uma meia volta para que ele não pudesse me segurar. “Eu realmente tenho que ir,” Eu sorri para ele, caminhando para o meio-fio, chamando um táxi. “Mas você se cuide.”

“Você vai me deixar aqui?” Ele estava pasmo.

Acenei antes de entrar no taxi e estava, imediatamente, saindo pelo meio da rua. Eu dei ao motorista meu endereço de casa e relaxei no banco de trás. Meu telefone tocou minutos depois.

“Que tal se eu levá-lo para tomar café da manhã?”

Sorri para o meu telefone. “Não, Sam. Eu não tomo café da manhã.”

“Então para almoçar. Encontre-me para almoçar no The Chop House. Vou te pagar um filé.”

“Eu já tenho uma reunião no almoço de amanhã.”

“Jantar. Deixe-me alimentá-lo. Por favor, J.”

“Sam, eu não posso simplesmente...”

“Por que você tem que ser tão difícil?”

“Ei.”

“O que?”

“É divertido, você sabe, flertar com você, mas realmente ... devemos parar.”

“Por quê?”

“Porque qual é o objetivo?”

“O objetivo é muito simples. Você pertence a mim.”

“Não, eu não pertenço.”

“Sim, você é meu. Eu sou o único que atura sua merda, porque eu amo você.”

Eu mal conseguia respirar.

“E você sabe que é um pé no saco.”

“Eu...”

“Jory – vamos lá... você dá chiliques, desconfia de tudo, não tem um pingo de paciência, quer que as coisas sejam instantaneamente perfeitas sem qualquer trabalho, você nunca escuta, tira conclusões precipitadas, você cria mais drama do que dez pessoas juntas, bebe demais, é completamente alheio à merda que se passa ao seu redor, e se as coisas vão mal o seu primeiro instinto é correr tão rápido quanto conseguir.” Ele suspirou profundamente. “Você é uma bagunça e não pode negar.”

“Você esteve longe muito tempo, Sam. Não sou mais assim.”

“O inferno que você não é.”

“Não sou, mas se você acha que eu sou esse pedaço de merda, então...”

“Eu nunca disse isso. Eu disse que era um pé no saco e você é. Você sabe que é,” ele soltou um longo suspiro. “Mas eu também sou. É por isso que somos feitos um para o outro.”

“Sam...”

“Por favor, me deixe ver você. Eu tenho que ver você.”

“Sam, eu...”

“Eu sou louco por você... Você sabe disso.”

“Sam...”

“Nós vamos só passar um tempo juntos. Sem pressão, ok?”

“Sam...”

“Vamos jantar amanhã. Estarei lá às seis.”

“Não,” eu disse a ele.

“Nós vamos só passar um tempo juntos,” repetiu ele, com a voz mais suave, mais baixo.

Suspirei profundamente. “Não é uma boa ideia, Sam. Isso nunca...”

“Vamos falar sobre isso amanhã.”

“Tudo bem,” eu bocejei. “Nós vamos conversar amanhã. Ligue para mim se quiser.”

“Eu te vejo às seis,” disse ele, e desligou.

Mas eu o conhecia e seu trabalho. De jeito nenhum ele iria aparecer.

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Comentários

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Adoro este conto, Jory mais uma vez virando cupido, sinda bem que ele terminou com este esnobe do Aaron, que se for que nem seus amigos ainda bem que eles se separaram, em relação ao Sam, ele vai penar para conseguir o perdão do J, quevno fundo ainda o ama, por isso digo ao J, aceita que dói menos.

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Amo esse conto fiquei super viciado faz um tempão que tento consegui cria uma conta aki só por causa desse conto adoraria que me mandasse o livrei se possível rogeaneduardo@hotmail.com contínua postando sou seu fã amo todos os seus contos!!!!😍😍😍😍

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Sam e jory são extremamente quentes <3 Eu adoraria se você puder me enviar o livro por email.Toryvsr@gmail.com

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Olá esse conto é maravilhoso, ficaria muito feliz se c me mandasse ele por e-mail: henriquecc25@gmail.com

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Ficaria muito agradecido se você me mandasse os livros. Acabei de ler o primeiro e achei a história fantástica. Meu email é: c.henry.vp@gmail.com

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cristo que conto mais viciante dos infernos; Esse conto é gos

toso d+

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