Questão de tempo - 26

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 2543 palavras
Data: 17/07/2016 18:04:23

O balanço me acordou. O quarto estava claro, depois escuro e, quando foi iluminado pela terceira vez, eu percebi que estava em uma van. Eu tive que me esforçar para que minha mente se concentrasse para que eu pudesse descobrir o que estava acontecendo. A última coisa que eu lembrava era do parceiro de meu namorado Sam, Dominic Kairov, saindo das sombras ao lado de meu apartamento para falar comigo. Ele tinha começado ao me dizer que ele queria pedir desculpas a Sam pela forma como agiu. Quando Sam tinha dito a ele que me amava, Jory Harcourt, um outro homem, Dominic tinha pirado. Então, quando Dominic apareceu e me disse que queria consertar as coisas com Sam, eu estava tão feliz. Convidei-o para entrar e esperar por Sam, mas quando me virei de costas, ele me agarrou e me nocauteou. Agora eu era seu prisioneiro. Por que eu tinha sido levado era um mistério. Sam Kage era um detetive da delegacia de costumes, assim como Dominic Kairov. Até onde eu sabia, os policiais não sequestram as pessoas. Então o que diabos estava acontecendo?

Eu podia dizer, pela velocidade, que estávamos em uma auto-estrada, mas não havia como avaliar a direção. O fato de que eu estava congelando não ajudou minha concentração nem um pouco. Eu percebi que o motivo era porque o meu casaco tinha sumido. Tudo o que eu estava usando eram minhas calças e o suéter do início da noite. Minhas mãos e pés estavam amarrados atrás de mim e eu estava inclinado para trás em um arco. Era desconfortável, mas não doloroso. Eu estava com medo de como o meu tornozelo iria se sentir quando eu fosse liberado, já que havia sido torcido alguns dias antes. Será que eu seria capaz de ficar em pé? E então eu me perguntei se eu seria liberado. Como funcionava um sequestro? O que eu poderia esperar? Por nunca ter sido sequestrado antes, eu não fazia ideia. Por alguma razão, eu pensei em meu irmão; o que Dane diria se ele pudesse me ver agora? Seria mais uma confusão estúpida que Jory tinha se metido. E então eu pensei em Sam e em quanto eu o amava. Engraçado todas as coisas que passaram por meu cérebro.

A van parou e eu mal conseguia respirar. A porta abriu abruptamente e eu estava diante de Dominic e um homem que parecia familiar, mas não era imediatamente reconhecível. Ele estava bem vestido, com um terno de três peças, acabamento e uma longa echarpe.

“Vê?” Dominic apontou para mim. “Você me envia e o trabalho é feito.”

O outro homem acenou com a cabeça. “Estou vendo, muito bom. Agora eu quero que atire nele e...”

Engoli em seco e ele fez uma careta antes de se virar para o lado e ver o que eu vi – Dominic segurando uma arma apontada para sua cabeça. Ele tentou pegar a arma na hora em que ela disparou. Havia sangue por toda parte, e eu gritei.

“Cale a boca,” Dominic gritou comigo quando dois outros homens se juntaram a ele. “Jogue aquele idiota na ravina, mas não se esqueça de colocar casaco de Jory ao lado dele.”

Eu o vi limpar minha coxa com o casaco, e só então vi que minhas calças estavam rasgadas e eu estava sangrando.

“Não se preocupe, J, é apenas uma ferida superficial. Você não vai sangrar até a morte ou nada assim.”

Tão estranho que ele estivesse falando comigo como se fôssemos amigos. Ele jogou o casaco para um cara usando luvas e, em seguida, bateu a porta da van depois de entrar onde eu estava. Ele se sentou quando a van começou a se mover novamente.

“Você está se perguntando por que diabos não está na vala também, certo?”

Eu balancei a cabeça.

“Bem, porque eu ainda preciso de você para mostrar ao velho pai de Roman. Quando eu disser a ele que você matou seu filho, ele vai estripar você, e eu vou sair de baixo de toda essa besteira.“

Eu apenas olhei para ele.

“Você tem alguma ideia do quanto Maggie odeia Sam?”

Foi uma sequencia estranha, mas eu segui o fluxo e balancei a cabeça.

“Ela o odiava tanto que concordou em ligar para ele para mim e atraí-lo até sua casa.”

Fiquei em silêncio, apenas mantendo meus olhos sobre ele.

“Sabe, com você morto, J, Sammy vai voltar a ser do jeito que era. Com Roman fora de cena, todas as provas da minha participação vão sumir com ele. Então, veja bem, eu vou conseguir minha vida e meu parceiro de volta – tudo isso apenas com você e Roman aparecendo mortos.“

Eu estremeci e ele sorriu.

“Seu tornozelo dói, hein?”

Eu balancei a cabeça.

“Desculpe. Vou desamarrar você quando chegarmos ao armazém. Vou pegar alguns cobertores também. Eu não quero que você congele antes de ver o velho.” Ele me estudou. “Sabe, só para que você fique preparado – o velho, ele pode não matá-lo rápido. Ele tem algumas ideias do velho mundo sobre vingança, e com você sendo o responsável pela morte de seu filho e tal... talvez você tenha uma longa noite.“

Eu senti meu estômago se revirar.

“Eu não vou estar por perto para ver, J. Vai ser estranho, saber pelo resto da minha vida o que aconteceu com você e nunca dizer a Sam. Ele vai ficar tão feliz de me aceitar de volta quando apenas pedaços de você forem encontrados.“

Difícil não desabar, mas se eu fizesse, temia o que iria acontecer. Parecia que ele gostava de ver os outros sofrerem. Eu não ia lhe dar essa satisfação... pelo menos não até que fosse absolutamente necessário.

“Sammy vai estar arrasado e eu vou estar lá para ajudá-lo. Vou até encontrar-lhe uma nova garota.”

Meus olhos encheram-se de imediato. Meu coração doía só de pensar em Sam amando alguém além de mim.

“Seu veado filho da puta,” ele rosnou para mim, antes que de se inclinar para frente e recuar o punho. Eu nunca senti o soco.

* * * * *

Meu corpo todo doía. Senti frio mesmo através de dois cobertores porque a parede ao lado da qual eu estava deitado era como um bloco de gelo. Eu podia ouvir coisas correndo na escuridão e sabia que só poderiam ser ratos. Tentei me acalmar para não hiperventilar. Eu senti a corda entre as minhas mãos e vi que corria atrás de mim até a parede. Estava amarrada sobre a minha cabeça a uma pulley . Olhando para cima, percebi que poderia ser pendurado pelos meus pulsos se alguém quisesse. Movendo minhas pernas, eu senti meu tornozelo latejar com dor renovada antes de sentir meus bolsos o meu telefone. Não me surpreendi por não estar lá. Que tipo de policial Dominic seria se não pegasse meu celular? Eu deitei novamente porque minha cabeça latejava e eu estava tonto. Eu não queria vomitar. Eu fechei meus olhos para não desmaiar. Não funcionou.

* * * * *

Fui cutucado até acordar, e quando olhei para cima, Dominic estava de pé sobre mim. Ele tinha um galão de água e um balde. Quando eu levantei a cabeça do chão, ele agachou-se e colocou os dois perto de mim.

“Beba isso e use isso para mijar“ Ele sorriu preguiçosamente. “Não confunda os dois.”

Eu olhei para ele.

“Você está com fome?”

Eu balancei a cabeça.

“Você vai estar,” ele disse. “E eu tenho algo para lhe perguntar... Sammy se encontrou com o DAI?”

“O que é DOI?” Eu perguntei deliberadamente.

“DAI,” ele me corrigiu. “Ok, acho que não. DAI é a divisão de assuntos internos, J.”

Novamente era engraçado que ele estivesse me chamando de J, como se fôssemos amigos, como se estivéssemos apenas sentados conversando, não passando pela atual situação de vida ou morte.

“Você está me ouvindo?”

“Sim.”

Ele riu. “Sabe, meu amigo Marco diz que se você o chupar, ele pode conseguir mais alguns cobertores. Acho que você deveria. Acho que a temperatura aqui é de -1 grau, ou algo assim, J. Quer dizer, estamos sentado no escritório onde está quente. Aqui no armazém, você está vai congelar seu traseiro esta noite.“

Eu balancei a cabeça.

“Vamos, J, pense sobre isso. Você não vai ver Sammy novamente de qualquer maneira. Ele gostaria que, pelo menos, você estivesse quente.” Ele disse aquilo como se fosse óbvio. “E o que é um boquete para um cara como você? Eu tenho certeza que você já chupou centenas de caras.”

“Não.”

“Vamos, J, eu aposto que você dá um boquete muito bom.”

“Parece que você quer saber,” eu disse para hostilizá-lo. Eu estava com medo de que, da maneira que íamos, eu seria forçado.

“Seu bicha maldito!” Sua voz estava sem emoção e fria antes dele se levantar e me chutou nas costelas.

Eu me curvei em uma bola e vi sua bota vindo em direção ao meu rosto. Eu senti a minha cabeça explodir e então estava tudo escuro de novo.

* * * * *

Eu estava com tanto frio. Eu não conseguia me lembrar de alguma vez ter sentido tanto frio. Meu dentes batendo me acordaram. Sentar quase me fez vomitar, mas eu controlei a náusea e, quando movi minha mão para tocar no meu cabelo, percebi que estava presa em alguma coisa. Eu puxei e usei a minha outra mão para liberá-la. Como uma pulseira apertada e pesada que doía para ser retirada, raspando, mas a recuperação levou apenas alguns segundos. Eu tremi de repente e segurei minha mão na frente do meu rosto. “Ah, merda,” eu engasguei, percebendo que a corda estava fora do meu pulso direito. No frio, minhas mãos haviam encolhido e a corda que tinha me apertado, estava solta. Demorou apenas alguns segundos para tirá-la da minha outra mão. Este era outro dos muitos benefícios de ser um cara pequeno – cordas e algemas tinham que ser constantemente ajustadas.

Descobri que não conseguia me levantar. Mesmo me sentar quase me fazia desmaiar. Então me arrastei até a borda da parede e atravessou a escuridão. O chão estava coberto de cascalho e areia e cheirava a estrume. Havia corpos peludos se movendo a poucos metros de mim, mas eu arquejei silenciosamente, determinado a não vomitar. Quando senti a explosão de ar frio no meu rosto, olhei para fora e vi a neve banhada pela lua e o carro. E eu pensei que a fugir seria uma boa ideia, ao mesmo tempo em que eu sabia que já estava com frio ali dentro, lá fora seria muito pior. Ficar com Dominic iria me matar, mas caminhar através da neve vestindo apenas meus jeans e um suéter, também seria morte na certa.

Quando eu rocei contra uma corda, mais pesada do que a corda com que eu tinha sido amarrado, tateei o comprimento e havia um nó. Alguns metros acima havia outro... e depois outro. Eu não conseguia segui-lo na escuridão, mas tinha que levar a algum lugar. Era arriscado, no entanto. Eu mal podia ficar de pé, muito menos subir, e dependendo de quão longe fosse – eu poderia cair.

Estas eram decisões que eu nunca tinha pensado em ter que tomar, mesmo em meus sonhos mais selvagens. Deveria escalar a corda ou ficar onde estava? A decisão foi tomada, no entanto, quando ouvi a porta pesada deslizar aberta e um eixo de luz cortar em meio à escuridão. Quando olhei, não vi ninguém na porta, então eu me levantei para uma posição encurvada e corri de volta para onde os cobertores ainda estavam empilhados ao lado da parede. Caí no chão duro e viu luzes na frente dos meus olhos. Meu corpo estava pesado e as ondas de náuseas me atingiram.

“Ei.”

Rolei minha cabeça e mal vi o homem se aproximando de mim.

“Estou entediado,” disse ele, antes de me agarrar.

Tentei me mover, mas foi inútil. Ele me superava em pelo menos uns 45 kg e seu peso sobre meu peito, seus joelhos em meus braços, me prendeu facilmente. Ele abriu o botão de minhas calças e me virou com força, deixando-me tonto.

Fui empurrado de bruços no chão e minha camisa foi levantada enquanto minhas calças foram puxadas para baixo. Eu me contorci, mas o joelho que foi colocado contra as minhas costas impediu meu movimento. Ele pegou um punhado de parte de trás do meu cabelo e puxou minha cabeça bruscamente antes de me mostrar a enorme faca de caça irregular.

“Ela vai entrar no seu rabo ou o meu pau vai. Você decide.”

Eu fiquei completamente imóvel.

“É, foi o que eu pensei,” disse ele, sua mão deslizando sobre minha pele nua. Eu o senti se mover e ele me puxou sobre minhas mãos e joelhos antes de ouvi-lo cuspir. “Vou rasgar essa sua bunda doce.”

Eu o senti contra mim, pronto e duro, senti a faca na mão contra minhas costelas, senti quando ele empurrou a frente antes de se inclinar para trás e depois avançar novamente para enterrar-se em mim. Nesse instante eu fiquei em vantagem. Ele era maior, mas mesmo ferido eu tinha certeza de que eu era mais rápido. Eu deixei cair meu ombro esquerdo, o que roubou seu equilíbrio, e com a mão esquerda agarrei a lâmina da faca e a tirei de sua mão. Rolei de costas, e ele não conseguiu impedir sua queda ou retardar seu impulso. Eu ia apunhalá-lo, pegá-lo no pescoço, mas no último segundo eu deslizei para fora do caminho. Houve um barulho quando seu rosto bateu no chão, e eu vi a poça de sangue se espalhando em volta da cabeça. Todo o calvário durou apenas alguns segundos, mas senti como uma vida. A tranquila, e em que a quietude eu decidi não sentar e esperar.

Puxei minha calça, peguei um dos cobertores, e fui depressa para o outro lado da sala. A adrenalina é uma coisa incrível. Você vai de cansado e fraco para Superman em segundos. Com o cobertor amarrado em volta do meu pescoço, eu até tinha uma capa. Foi engraçado, eu nunca tinha escalado uma escada de corda na minha vida, mas parecia auto-explicativo. Você coloca os pés no primeiro nó, coloca suas mãos acima do nó seguinte e puxa. Fui rastejando para cima, como um verme. Para cima, para baixo, pouco a pouco. Quando eu ouvi o cara que tentou me estuprar se mexendo, me movi mais rápido. Eu o vi ficar de joelhos, sentir seu rosto, amaldiçoar, e perceber que eu tinha ido embora. Seu rugido foi alto; ricocheteou nas paredes, ecoando no espaço enorme. Mas eu não podia ser visto, já que estava alto o suficiente para ser envolvido por trevas. Eu congelei até que ele foi embora, não querendo que a corda se mexesse, e então subi mais rápido quando ele saiu correndo do quarto. Eu comecei a entrar em pânico quando continuei escalando e parecia não ter fim, mas, de repente, havia uma viga na minha frente e eu vi a prateleira. Estendi a mão e percebi que precisava subir mais, então escalei mais um pouco e cai dentro. Puxei a escada de corda rapidamente e a serrei com a faca, então todo o comprimento da corda ficou em uma pilha ao meu lado. Eu tive apenas energia suficiente para me embrulhar no cobertor antes de desmaiar de exaustão. Eu nunca tinha estado tão cansado.

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Comentários

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Lindo esse conto, não comentei esses dois dias oq estou sem Internet, bjao

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J está dando um baile nestes caras, a adrenalina e a vontade de viver opera milagres, torço para que o Sam junto com o DAI encontre o J e prendam todos e que a vagaranha da Maggie tb tenha o seu castigo apropriado, ridícula

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Disponibiliza o e-mail para pedirmos os livros por lá. Meu e-mail é muito pessoal para estar andando nos sites, independente de qual seja. Já tive problemas em outros sites (não eróticos) por disponibilizar meu e-mail. Por gentileza. Obrigado!

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