Questão de tempo - 20

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 4039 palavras
Data: 16/07/2016 17:16:12

Apertei o botão para falar, mas antes que eu pudesse dizer quem eu era a campainha da porta tocou e eu entrei no saguão.

“Jory!” ela gritou em voz alta.

Ergui os olhos e ali, quatro andares acima, estava minha amiga e parceira de trabalho, Dylan Greer, acenando para mim como uma louca.

“Ande logo, eu quero que você conheça todo mundo!”

Subi as escadas o mais rápido que pude, desenrolando meu cachecol enquanto andava. Quando eu cheguei a seu andar, ela saiu correndo de sua porta para me alcançar e eu a peguei quando ela pulou em mim e a carreguei até a porta, com os braços e as pernas em volta de mim.

“Você veio.” Ela sorriu olhando para os meus olhos, passando os dedos sobre minhas sobrancelhas.

“Eu disse que viria.”

“Eu sei.” Ela suspirou enquanto eu a carregava através da porta aberta, depositando-a no corredor de seu apartamento. “Mas eu já convidei você um milhão de vezes antes.”

“E dessa vez eu pude realmente estar aqui,” assegurou.

Ela assentiu. “Me dê seu casaco. O que você quer beber?”

“O que você tem?” Eu perguntei enquanto entregava primeiro o casaco e depois o vinho que eu tinha trazido.

“Oh, obrigado, senhor.” Ela sorriu para mim, pegando a minha mão, puxando-me para a sala de estar. “Que tal uma margarita muito forte?”

“Ok.” Eu sorri para ela, afastando o cabelo de seus olhos. “Eu amo seu rosto.”

Eu a vi tremer sob a minha mão, como sempre, um destinatário grato de minha atenção. Ela era óbvia em sua adoração por mim, assim como a minha por ela. “Bem, eu também gosto um pouco do seu, sabe?”

Nós compartilhamos um olhar antes de ouvirmos alguém limpar a garganta. Nós dois nos viramos para o homem que sorria em nossa direção.

“Você deve ser Jory.” Seu sorriso se alargou quando ele estendeu a mão. “Eu sou Chris, o marido.”

Apertei sua mão e retribuí o sorriso. “É ótimo finalmente conhecer você.”

“E eu a você,” ele acenou com a cabeça, estendendo a mão para apertar meu ombro. “Ela fala sobre você todos os dias.”

“Desculpe,” eu disse, atirando-lhe um olhar.

“O que?” Sua careta sombria era adorável.

“Não,” ele riu. “Isso é bom, na verdade. Ela adora trabalhar com você.”

Eu passei meus braços em volta de seu pescoço e apertei suas costas. “Bem, o sentimento é recíproco.”

Eles estavam ouvindo músicas antigas e quando uma nova música começou, ela me chamou para longe de seu marido até a área atrás do sofá. Peguei-a em meus braços e ela colocou a cabeça no meu ombro e se inclinou. Conforme eu me movia, ouvi seu suspiro, e ela se derreteu contra mim. Quando a música terminou e eu a inclinei para trás, a sala irrompeu em aplausos.

Minha cabeça se levantou e eu percebi que havia outras sete pessoas lá além de nós.

“Pessoal,” ela riu, olhando para todos eles de cabeça para baixo. “Este é meu parceiro no crime, meu marido no trabalho, Jory.”

Eu sorri e ela riu. Quando eu olhei para ela, ela estava olhando para o meu rosto. “Solte-me para que você possa conhecer meus amigos.”

Assim que eu a coloquei de pé, ela agarrou a frente da minha camisa e me puxou para o centro perto do grupo ao lado da mesa de café. Havia um jogo de tabuleiro armado. Eu não gemi em voz alta, e me orgulhei muito disso.

Seus amigos eram muito agradáveis e quando me perguntaram como era ter Dylan Greer como parceira, inclinei-me sobre ela e disse que a partir do momento em que fomos apresentados, tinha sido céu. Quando ela se virou para olhar para mim, eu sorri amplamente. Sua mão estava no meu rosto e eu ouvi o riso ao nosso redor.

Minha primeira entrevista com David O'Shea e depois, com seu chefe Philip Torres na Barrington, tinha sido muito melhor do que boa. Ele precisava de um novo designer gráfico, mas precisava de um que pudesse trabalhar com um parceiro para desenvolver logomarcas para novos clientes. Tínhamos que criar logos, desenvolver trabalhos artísticos, e criar material de impressão. Fui designado para o departamento de produção depois que fui contratado, começando por baixo com alguém da criação. Nós trabalhamos juntos após participarmos de uma reunião com o cliente e criamos algo icônico para eles olharem. Era geralmente um grupo, onde o cliente era apresentado a todos. Havia quatro equipes que faziam parte do processo de PR na Barrington e nós éramos uma delas. Quando me levaram para um tour pelo departamento na terça-feira seguinte após eu ter sido contratado, foi então que tive meu primeiro vislumbre de Dylan Greer.

Ela estava sentada à sua mesa sozinha, e todos os outros na sala de produção estavam agrupados em torno de outra mesa conversando. Miguel Ortiz, que tinha sido meu guia, me levou até sua mesa. Ele bateu nela para obter a sua atenção, já que ela estava debruçada na mesa de desenho. Ela virou a cabeça em vez de sentar-se e seu suspiro exasperado não passou despercebido.

“Greer, este é Harcourt,” ele resmungou para ela. “Seu novo parceiro. Tente não assustar esse aqui.”

Com isso, ele apertou meu ombro e foi embora. Ele tinha me dado o discurso de boa sorte no caminho. Aparentemente, Dylan era extremamente talentosa, extremamente mal-humorada, e às vezes violenta. Seu último parceiro tinha recebido um grampeador lançado em sua cabeça. Ele não desistiu, no entanto, até que ela riu dele, um riso longo e duro e forte, no meio de uma reunião com um cliente. A única razão pela qual ela ainda estava lá e não tinha sido instantaneamente demitida, foi porque o cliente tinha considerado a ideia tão ridícula quanto ela tinha. Quando ela expôs seus próprios esboços sobre a mesa e explicou sua intenção, o cliente concordou com o conceito na hora. Ela era, afinal, brilhante, porém maníaca. Eu gostei dela imediatamente.

Quando ela levantou a cabeça da mesa e olhou em meus olhos, eu arqueei uma sobrancelha para ela. O sorriso era adorável. Sua boca pequena em forma de coração e enormes olhos negros a faziam parecer um personagem de um romance de algum graphic novel – ou um adorável manga. A pele de porcelana e o cabelo preto azulado enfatizavam a impressão.

“Você não parece ser um Greer,” eu disse a ela.

“Eu pareço ser um Okamoto?” ela perguntou secamente.

“Sim.”

“Você não parece ser um Harcourt,” ela devolveu. “É meio arrogante.”

Eu dei de ombros. Nenhum novo conhecido meu jamais saberia que eu nem sempre tinha sido um Harcourt. Jory Keyes estava morto e ele não ia voltar, nem mesmo para dar uma explicação. “Bem, eu sou meio arrogante. Você sabe, o tipo vaidoso e imbecil.”

Ela me olhou duramente. “Você parece legal.”

Eu sorri amplamente. “Para mim você também parece legal.”

Ela me ofereceu sua mão. “Pode me chamar de Dy.”

Inclinei-me e a abracei apertado. “Me chame de J.”

Seus braços me envolveram e ela, imediatamente, colocou a cabeça no meu ombro. Nós nos escondemos no armário de suprimentos de modo que ninguém a visse chorar. Ela não queria ser uma cadela, mas gostava de tudo feito de uma certa maneira, corretamente, e assim, todo o departamento a odiava por insistir na qualidade em vez da quantidade. Assegurei-lhe que não, eu nunca poderia odiá-la, e saímos de lá. No momento em que voltamos para sua mesa, éramos uma equipe, uma formidável, conforme as semanas que progrediam mostravam.

Nos demos bem de alguma maneira invisível que me ensinou a confiar nos meus instintos e nos seus para explorar os seus limites. Ela não precisava se preocupar se eu estava acompanhando seu raciocínio ou com ciúmes dela ou esfaqueando-a pelas costas – sua única preocupação era o trabalho. E eu, que não tinha certeza se podia fazer o trabalho, percebi que eu tinha a capacidade, conforme ela alimentava meu talento de potencial a possível até dar frutos.

Nossas ideias ricocheteavam uma na outra e, por vezes, nas paredes. Ela desenhava em qualquer superfície à mão e, quando os outros reclamaram, Gloria Todd, a chefe do nosso departamento, nos transferiu do andar principal para um cubículo de um pequeno escritório de canto. Dylan cobriu de papel um lado da sala, arrancando e grampeando de volta todas as manhãs. Onde ela era febril e focada e frenética, eu era calmo e relaxante e reflexivo. Ela disse que eu era como água para a chama dela, mas em vez de se afogar, eu só a mantinha controlada. Nós nos encaixávamos como peças de quebra-cabeça e ambos fomos observados e elogiados. Nem me incomodava o fato de que Dane tinha razão. Eu gostava do meu trabalho novo, minha nova vida. Eu gostava de ser Jory Harcourt.

Dylan tinha estado me pressionando por dois meses para conhecer seu marido e ela queria que eu conhecesse aquele alguém especial em minha vida. Como não havia ninguém, como eu estava dando um longo tempo no namoro, perguntei-lhe se o meu irmão seria suficiente. Ela ficou feliz e tinha combinado um jantar com outros dois casais, seus melhores amigos que ela queria que eu conhecesse, seu marido e um dos colegas de trabalho de seu marido por quem ela era louca. Eu sabia antes que as palavras saíssem de sua boca que ela estava dando uma de casamenteira, mas ela era minha amiga e queria o melhor para mim, então eu concordei em conhecer Raymond Alvarez, juntamente com todos os outros, em sua casa na noite de sábado.

Às 20:45 h, nem Dane nem Ray estavam lá e Dylan, fiel à forma, foi em frente e serviu o jantar. Ela não tinha paciência alguma e esperar para servir o jantar não era um bom começo. Nos servimos em um buffet organizado sobre seu balcão e nos sentamos na sala de estar. Quando a campainha tocou depois que todos tinham se acomodado, Chris se levantou para atender, tocando suavemente o joelho de sua mulher para mantê-la sentada. Eu não fiquei surpreso por ser Dane. Engraçado vê-lo lá em seu smoking Armani parecendo que tinha, literalmente, saído na capa da GQ . Ele estava impressionante.

“Oh meu Deus,” Dylan suspirou, seus olhos correndo sobre o homem lentamente, para cima e para baixo, para finalmente se fixar em seu rosto, em seus pálidos olhos cinzentos sob sobrancelhas grossas pretas perfeitamente arqueadas. “Você é Dane?”

“Sou eu.” Ele sorriu para ela, passando-lhe a garrafa de Dom Perignon. “Sinto muito pelo atraso. Esqueci-me que tinha me comprometido em aparecer em um evento de caridade esta noite, mas não queria que você pensasse, nem por um momento, que conhecer a parceira de Jory não fosse de suma importância para mim. Então eu trouxe um presente e espero que, talvez, possamos jantar com você e seu marido na próxima semana, quando for conveniente.“

Ela podia apenas assentir. Ele estava dando a ela toda a sua atenção e causou um curto-circuito no cérebro dela. “Tudo bem. Isso seria ótimo.”

“Excelente.” Ele sorriu para ela antes de oferecer a mão a Chris. “Prazer em conhecê-lo.”

Ele estava encantado também. “O prazer é meu,” ele disse enquanto apertava a mão de Dane.

Eu assisti Dane conhecer os outros, apertar mãos, sorrir até que a sala estivesse em silêncio, observando, esperando por ele. Levantei-me e ele deu um passo à minha frente, a mão no meu ombro.

“Como você está?”

Eu sorri para ele. “Estou bem. O brunch de amanhã ainda está de pé?” Esse havia se tornado o nosso ritual matinal aos domingos, após a primeira reunião com o advogado.

“Claro. Vamos ao ginásio primeiro. Tenho que derrotar Jude no raquetebol esta semana ou devo a ele um carro ou algo assim, e mesmo que aniquilar você não chegue nem a ser chamado de prática, pelo menos mantém o meu sangue em movimento.”

Eu ri. “Engraçado. Você é hilário.”

Ele sorriu antes de bater no meu rosto suavemente, virando-se para ir. “Não se esqueça que precisamos verificar os candidatos em algum momento amanhã. Tenho que começar as entrevistas na próxima semana.”

“Quantos assistentes já teve nos dois meses que eu estive longe?”

Ele sorriu para mim. “Cale a boca.”

“Primeiro Carina, então Debbie e, na última sexta-feira, foi a vez de Shannon ser demitida, certo?” Eu o provoquei.

“Continue.”

Eu balancei a cabeça, olhando para baixo antes que meus olhos, de repente, voltassem a se fixar nos dele. “Diga.”

“O que?”

Eu olhei para ele. “Vamos, diga logo.”

Ele me deu um longo olhar antes suspirar de repente. “Tudo bem, você está certo. Você foi o melhor assistente que já tive. Você cuidava de mim no trabalho, em casa, você era fenomenal. É isso que você queria ouvir?”

“Sim.”

“Você sabe que é incrível, deveria lhe dizer mais vezes.”

Era tudo que eu precisava ouvir.

“Aqui,” ele disse enquanto me entregava alguma coisa.

Quando eu olhei para o que estava na minha mão, percebi que estava olhando para a carteira de couro azul royal que eu queria quando fomos para Vail no Natal. Eu tinha decidido que era cara demais. Eu realmente não precisava de uma nova carteira. Levantei minha cabeça e sorri.

“Sua carteira é uma farsa,” ele sorriu maliciosamente. “Use essa em seu lugar.”

“Obrigado.” Eu sorri de volta. “Estava obcecado com isso, desejando que eu tivesse comprado.” Eu fazia muito isso, e sempre tinha que julgar uma compra não feita de acordo com quanto tempo eu passaria pensando nela depois. Às vezes eu saía apenar pra fazer compras como uma terapia, mas outras vezes eu realmente queria algo e quando eu não comprava, aquilo me incomodava como gotas de água pingando do chuveiro.

“Eu conheço você,” disse ele antes de me dar um tapinha final na bochecha. No segundo em que a porta se fechou atrás dele, Dylan gritou meu nome.

“Jory!”

Eu me virei para encará-la.

“Dane Harcourt é seu irmão? O arquiteto?”

“Sim.” Eu sorri, porque quando ele era meu chefe, eu ficava orgulhoso disso, mas agora que éramos uma família, eu praticamente brilhava quando alguém mencionava nosso parentesco. Dane tinha me dado o seu nome e me fez seu irmão quando decidiu que ele não queria ter direito de opinar na minha vida apenas no trabalho, mas em todas as áreas. Ele nasceu para ser um irmão mais velho e eu estava tão feliz por ele ter escolhido ser meu.

“Puta merda,” Chris respirou e todos riram dele. “Jory, amigo, você poderia ter me avisado. Sou um grande fã do trabalho dele.”

Eu dei de ombros. “Sinto muito.”

“Então, para onde vocês foram no Natal?” Dylan me perguntou, levando o champanhe para sua geladeira. “Eu sabia que você tinha saído da cidade, mas você nunca me disse para onde.”

“Nós fomos para Vail,” eu disse a ela. “Foi bom. Ele esquiou e eu fiz compras e nós comemos e bebemos e foi incrível. Ano que vem vamos para um lugar quente, talvez Maui ou Cancun.”

“São apenas vocês dois?” Ela me perguntou. “Seus pais já faleceram?”

Eu balancei a cabeça. “Só nós dois.”

“Você não quis ser arquiteto, Jory?” Chris me perguntou.

Eu balancei a cabeça. “Não. Ele é o gênio, eu apenas pego carona.”

“Você é um gênio também,” Dylan entrou na conversa, colocando meu rosto em suas mãos. “Eu juro.”

Eu me inclinei para beijá-la nariz.

“Mas eu poderia matá-lo por deixar que o homem entrasse na minha casa. Meu Deus o que ele deve pensar.”

“Ele pensou que era encantadora, acredite em mim.”

“Ele é incrível,” ela suspirou, seus olhos se estreitando quando ela olhou para mim. “E vocês dois não são nada parecidos, além do fato de vocês dois serem lindos.”

Acariciei sua bochecha. “Ele e eu estamos em ligas diferentes, baby.”

“Jory, venha aqui e conte,” uma das mulheres me chamou do sofá. “Sente-se aqui ao meu lado.”

Era divertido falar sobre Dane e perceber que todos se admiravam. Eu também teria estado. Não era sempre que um homem como esse entrava em sua sala de estar.

Às 23:00 h, era claro que Ray não viria, então eu fui embora para encontrar Evan no clube. Antes que eu pudesse entrar, porém, meu telefone tocou.

“Jory?”

“Ei, Nick.” Sorri para o telefone. “Como tem passado?”

“Tudo bem.”

Saí do caminho de algumas pessoas, então eu estava de pé na frente do clube. “O que há de errado?”

“Me desculpe por não ter retornado suas ligações perto do Natal, mas...”

“Eu só não queria que você pensasse que eu estava quebrando a minha promessa. Eu disse que iria conhecer a sua família, mas você nunca me ligou de volta. “

“Sim, eu sei e eu sinto muito. Eu tinha acabado de conhecer alguém e parecia ser sério, então eu basicamente te ignorei. Foi uma coisa realmente idiota de se fazer.”

Eu ri baixinho. “Todo mundo já ignorou seus amigos por um amante, Nicky, não se estresse por causa disso. Quem se importa – somos amigos, estamos bem. Diga-me o que aconteceu?”

“Ele me disse depois do Ano Novo que não queria terminar comigo durante as festas, mas que tudo estava acabado antes do Natal. Ele disse que eu era uma merda na cama e que eu deveria pensar em tomar lições de alguém. Esta é a história da minha vida, J.”

Eu estremeci. “Eu nunca disse que você era uma merda na cama. Eu disse que nós – ênfase na palavra nós – não tínhamos química. Isso tem tanto a ver comigo quanto com você.”

“Não, não, porque nós dois sabemos que você é ótimo na cama.”

Fiquei em silêncio porque eu ainda não tinha certeza se ele estava tentando ser ofensivo ou não.

“Eu aposto que todos os caras com quem você foi para a cama dizem o tempo todo quão quente você é e como bom e...”

“Tchau, Nick,” eu disse antes de desligar o telefone e entrar no clube.

Eu me diverti com Evan, mas levei apenas números de telefone para casa, não homens. Ele me perguntou como eu ia embora, e se eu ia me tornar um monge.

A caminho de casa, cortei caminho por um beco e quando eu cheguei na calçada, lembrei que precisava de chá. A bodega a três esquinas da minha casa, vendia uma mistura de sabor esfumaçado que eu amava, então eu fui ver se o velho estava trabalhando. Se o marido estivesse trabalhando ainda estaria aberta; se fosse a noite de seu filho, ele teria fechado para ir a algum clube. Quando eu fui atravessar a rua, verifiquei ambos os lados – como era meu novo hábito – e lá do outro lado, saindo de um restaurante, estava Sam. Ele estava de mãos dadas com Maggie Dixon. Dominic, outro cara, e duas mulheres estavam com eles. Eu diminuí, mas não parei, querendo me esconder, mas ao invés disso, continuando a andar.

A última vez que o tinha visto foi quando eu apareci na frente do júri. Ele me ignorou no tribunal e se afastou sem falar comigo após a minha vez no banco. Eu tinha dado o meu testemunho e outros dois tinham testemunhado; depois disso, Brian decidiu fazer um acordo. Sua escolha foi a de se tornar uma testemunha contra o seu patrão e ele tinha sido colocado em prisão preventiva. Eles não precisavam mais de mim, e subentendeu-se que as ameaças à minha vida cessariam. O assistente da promotoria havia me ligado para dizer que eu estava liberado de qualquer serviço adicional. Eu poderia ser um cidadão normal novamente. Nada havia acontecido nos dois meses que eu tinha estado no meu novo trabalho e eu nunca mais tinha ouvido falar de Sam.

Eu tinha pensado em ligar para ele no Natal, mas parecia inútil, e Dane tinha eclipsado qualquer outra coisa com os seus planos e as viagens e nossa ligação. Eu quis ligar no Ano Novo e, em seguida, lhe avisar que era meu aniversário e alertá-lo para o fato de que eu tinha feito 23 anos. Eu não fazia ideia de por que isso parecia importante naquele momento. Mas os dias iam e vinham com ausências que cresciam e silêncio que aumentava. Muito tempo se passou sem que nenhum de nós entrasse em contato com o outro. Na rua, andando por ele como um estranho, eu senti a finalidade do nosso caso e a enormidade do abismo entre nós. Melhor não mexer em time que estava ganhando, por isso deixei assim. Enfiei as mãos enluvadas profundamente em meus bolsos enquanto eu passava, colando meu queixo ao peito, respirando fundo o frio ar de janeiro.

A loja estava aberta, e eu fui saudado pelo homem idoso enquanto ia para a parte traseira, onde as latas nas quais sua esposa colocava as folhas de chá privadas. Meu telefone tocou e eu li número de Nick na tela.

“Eu quero falar com você?” Perguntei-lhe, irritado.

“Desculpe, desculpe, desculpe. Estou me sentindo realmente uma merda e descontei em você porque eu podia. Sinto muito.”

Eu resmunguei.

“Por favor, Jory, me...”

“Não diga me desculpe nem mesmo mais uma vez.”

“Tudo bem, desculpe.”

Eu rosnei.

“Merda, eu... Deus, Jory, eu tenho estado uma bagunça. Eu deveria ter ligado para você e... porque era você quem eu queria que conhecesse meus pais, não Ray Alvarez.”

Espere. “O que?”

“Eu disse que...”

“Ray Alvarez?”

“Sim, Raymond Alvarez. Esse é o nome do cara.”

“Merda.”

“É engraçado, sabe,” continuou ele, realmente não me ouvindo. “Eu fui até sua casa hoje à noite e ele tentou se livrar de mim por uma hora, disse que tinha que estar em outro lugar. Eu lhe disse que não me importava, que queria consertar as coisas com ele. E ele finalmente explodiu e gritou comigo. Ele me disse que já estávamos separados e por isso ele tinha concordado em um encontro. Alguém no trabalho arranjou tudo para ele, que estava mais interessado em conhecer um cara novo do que em conversar comigo. “

“Quando ele terminou com você?”

“Algumas semanas atrás.”

Eu balancei a cabeça. “Entendo.”

“E ele me disse que não era realmente uma separação, uma vez que estávamos apenas saindo. Ele nunca me pediu para sermos exclusivos ou qualquer coisa, eu apenas assumi, sabe?”

“Claro.”

“Então, eu tentei uma última vez hoje à noite... Eu só queria ter certeza antes de seguir em frente completamente.”

“Você queria ter certeza de que? Que ele não te queria mesmo depois do que ele disse?”

“Sim.”

“Pra que, porra? Tenha um pouco de orgulho, Nicky. Se um cara diz pra você cair fora, você vai.”

“Fácil para você dizer, Jory. Você já esteve apaixonado alguma vez?”

“E você?”

“Sim, por você.”

“E isso terminou malditamente rápido quando este Ray entrou em cena,” eu o lembrei. “Você foi muito convincente quando disse que era louco por mim, mas acabou rapidinho.”

“Não acabou, apenas...”

“Era paixão, por isso morreu,” eu assegurei. “Você está com tanta pressa de compartilhar sua vida com alguém, que nem sequer se importa com quem.”

“Isso não é verdade.”

“Eu acho que é,” eu disse a ele, compreendendo, finalmente, que Nick estava pronto para se estabelecer e o parceiro não era realmente tão importante assim. Ele precisava de alguém na frente do cartão de Natal com ele. Ele não era exigente. “Cuide-se, Nicky.”

“Jory, por favor, não...”

“Te vejo por aí” eu disse, e desliguei. Eu senti pena dele ao mesmo tempo em que sabia que eu não era prêmio para ninguém. Quando meu telefone tocou novamente, eu atendi antes de me virar para voltar para a frente da loja. “Jory, querido, Ray acabou de ligar e...”

Interrompi Dylan e contei tudo sobre o colega de trabalho de Chris e meu médico. Ela escutou um longo tempo antes de soltar uma exalação profunda.

“É hilário, não é?”

Como só havia risada na linha, acho que ela concordou comigo. Eu ri junto com ela. O mundo era realmente um lugar minúsculo e eu era um personagem cômico jogado no meio do rebuliço para aliviar a tensão. Eu sempre tinha suspeitado disso.

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AMORES ME PERDOEM, MAIS IREI POSTAR TODO ESSE LIVRO DURANTE O PERÍODO DA NOITE DE HOJE, PORQUE PROVAVELMENTE NÃO IREI POSTAR,POR UM LONGO TEMPO, MINHA INTERNET ACABA HOJE. AS PESSOAS QUE ME PEDIRAM O LIVRO, VOU ENVIAR. SÓ TER PACIÊNCIA. BJSS

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Ficarei no aguardo, para que você me envie,rsrs...

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