Questão de tempo - 15

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 4462 palavras
Data: 15/07/2016 06:58:09

Sentei-me na cadeira em frente a Dane e esperei. Eu esperava que o meu olhar transmitisse como eu estava irritado.

“O que?” ele finalmente perguntou, e eu podia ouvir a irritação.

“Você vai me contar ou quer que eu implore?”

“Implore.”

“Eu não quero,” eu estalei, empurrando minha cadeira e jogando os arquivos que eu tinha no meu colo para sua mesa. Desde que ele tinha atravessado a porta, tinha sido um idiota. Eu o tinha cumprimentado e tudo que eu recebi foi um grunhido. Eu estava subindo pelas paredes para ouvir sobre sua viagem e ele estava me dando o tratamento do silêncio por qualquer motivo. Eu não ia me sentar lá e suportar um segundo a mais, já que eu mal conseguia me impedir de gritar.

“Não se atreva a levantar-se!” ele ordenou bruscamente.

“Ou o quê?” Eu rebati.

“Ou não volte nunca mais.”

Eu fiquei atordoado. “Você vai me demitir?”

“Sim,” ele disse em um rosnado baixo.

“Huh.”

Eu considerei o que ele tinha dito. Sentei-me ali, sem me mexer, pensando nas minhas opções, e embora estivesse tentado a dizer-lhe para ir para o inferno, coloquei a cadeira no lugar, ao invés disso. Um momento de bravata iria matar a nossa amizade para sempre. Não valia a pena. O fato de que ele estava contando que eu recuasse para que ele saísse por cima era irritante além das palavras, mas este era o meu papel. Era eu quem cedia, ele era quem pressionava. Então eu recoloquei os arquivos no meu colo e olhei para ele. Seus olhos eram como pedaços de gelo, tão frios, tão claros.

“Ok, então eu vou esperar até que você esteja pronto.”

“E se for nunca?”

Deus, ele estava realmente querendo brigar, e eu não tinha ideia do motivo. “Então, vai ser nunca,” eu disse simplesmente, dando de ombros para dar ênfase. “Como você quiser.”

Os olhos escuros apenas olharam para mim.

Ele era tão falho. “O que aconteceu?”

“Eu preciso que você ligue para Glenn Upton para mim.”

Meu suspiro poderia ser ouvido no lobby e ele me olhou de cara feia depois disso.

“Você está com algum problema?”

Revirei os olhos dramaticamente. “Não, senhor. Que devo perguntar ao Sr. Upton?“

Ele olhou para mim por um longo momento.

“Bem?” Eu o incentivei.

“Nada. Volte para sua mesa.”

Então eu fiz o que me foi dito e fiquei lá em frente a Joanna Belian, nossa nova digitadora. Ela era muito agradável, facilmente em seus setenta anos, e havia trazido algumas fotos encantadoras de seus netos.

“É Jordan?” ela me perguntou depois de um momento.

“É Jory.” Eu sorri de volta, corrigindo-a delicadamente.

“Seu chefe é bastante elegante, mesmo que seja meio frio.”

“É mesmo?”

“Ah, sim, querido,” ela sorriu para mim. “Gelado é a palavra que eu usaria.”

“Eu acho que ele é apenas...” eu comecei, mas quando a porta do escritório se abriu e ele se inclinou para fora, fiquei mudo.

“Você quer saber o que aconteceu ou não?” ele me perguntou, irritado.

Eu joguei minhas mãos para cima. “Eu não tenho ideia do que você quer que eu diga neste momento.”

Ele fez um gesto para mim e eu me levantei e entrei em seu escritório.

Quando eu me virei, ele caminhou até o sofá de couro e deixou-se cair sobre ele. Eu não consegui evitar a careta.

“O que foi?”

“Você está sendo tão estranho.”

“Estou?”

“A-ham.”

“Sim.”

“Que seja,” eu disse com desdém.

Ele olhou para mim por um longo minuto. “Você está terrivelmente confiante hoje.”

“Estava falando sério antes? Você realmente quer que eu implore?”

Ele suspirou antes de se inclinar para frente, a cabeça nas mãos. “Tudo bem, então eu peguei um táxi do aeroporto para a casa deles em Mesquite, e a casa é enorme. Eu não sei o que estava pensando, mas por algum motivo eu os imaginava pobres.” Ele sorriu de repente. “Vá em frente.”

“O que?”

“Você já tem perguntas.”

“Não, não, não.” Acenei com a mão, agarrando a cadeira na qual eu estava sentado antes, me colocando na frente dele para que eu pudesse sentar. “Vá em frente.”

Ele acenou com a cabeça. “Bem, então eu fui até a porta e Caleb Reid está lá e ele me convidou para entrar. Eu coloquei tudo no vestíbulo e... o que?” ele resmungou para mim.

“O que?” Eu olhei para ele rígido.

“Você sorriu.”

“Eu sorri?”

“Você sorriu. Por quê?”

“O que?”

“Por que você está sorrindo?”

“Eu não posso sorrir?”

“Só, o que... por que você está sorrindo?”

Eu sorri para ele novamente. “Você disse vestíbulo. Você é a única pessoa que conheço que usaria a palavra vestíbulo enquanto conta uma história.”

“Oh, pelo amor de Deus,” ele gemeu. “Tente se concentrar pelo menos uma vez.”

“É ... desculpe, vá em frente, vá em frente.”

Respiração rápida. “Tudo bem, então eu larguei minhas coisas e depois entrei na sala de estar e ela está ali, sentada no sofá. Sem tempo de ajuste ou anúncio estou, simplesmente, de repente, cara a cara com a minha mãe biológica.”

“Oh merda.”

“Bem dito.”

“O que ela disse?”

“Ela disse: Olá.”

“E? Vá em frente, você está me matando aqui.”

“Ela queria que eu me sentasse ao seu lado no sofá e eu sentei. Eu não queria segurar a mão dela, mas eu vi que ela queria, então eu segurei. Na verdade eu pensei, o que Jory faria se ele estivesse aqui?“ Ele sorriu de repente, e seus olhos estavam suaves.

E, naquele momento, com o peso de seu olhar sobre mim, eu entendi. Na minha vida, ele era a constante. Todo o resto mudava, mas Dane Harcourt permanecia. Quando eu tinha sido loquaz aquela noite na delegacia, desejando-lhes boa sorte para encontrar alguém que eu amasse, eles não precisavam procurar mais longe do que o meu chefe. Eu admirava o homem, era dedicado a ele e a seu bem-estar, e eu simplesmente o amava. Não com luxúria – eu não queria dormir com ele. Ele era como o irmão mais velho que eu nunca tive e sempre quis. Ele era a minha família.

“O que há de errado com você?”

Eu balancei a cabeça.

“Devo continuar?”

“Sim, sim, vá em frente.”

“Ok.” Ele suspirou profundamente. “Bem, eu segurei a mão dela e ela começa a me contar o quanto ela não queria abrir mão de mim e blá-blá-blá”

“Chefe!”

“O quê? É a verdade. Eu meio que me distraí. Quer dizer, eu não fiz isso intencionalmente, mas eu me desliguei porque percebi que eu realmente, realmente não me importo.”

“O que você quer dizer?”

“Quero dizer, o que ela vai dizer? O que eu quero que ela diga? Que importa? Meus pais são meus pais. Ela me deu à luz, mas isso não faz dela minha mãe.”

Eu balancei a cabeça. “Realmente.”

“Eu fui educado, escutei o que ela disse e eu fiz a coisa certa e disse a ela que nada disso importava e que tudo acabou bem.”

“Você conheceu o seu pai também?”

“Conheci. Ele parecia terrível.”

“Fico muito triste por ele. Ele nem sequer teve escolha na possibilidade de ficar com você ou não.”

“Não, ele não teve.”

“O que ele disse?”

“Algo muito semelhante ao que você acabou de dizer, na verdade.”

“Huh.”

“Ele quer vir aqui me visitar.”

“Ah. Isso é interessante. Que você disse?”

“Eu disse veríamos.”

“Você se parece com ele?”

“Sim.”

“Ele deve ser lindo.”

Percebi, depois que eu disse, que parecia que eu estava dando em cima dele.

Ele me olhou severamente. “Eu não percebi.”

“Então, o que mais?”

Deu um sorriso então, os olhos brilhando quando falou. “Está embaraçado?”

“Você pode continuar antes que eu te mate?”

“Não está sendo muito amigável.”

“Vá em frente,” eu perdi a paciência.

“Nós conversamos mais um pouco e eu disse a eles que se houvesse algo que eu pudesse fazer por qualquer um deles, que não deveriam hesitar em me chamar.”

“Só isso?”

“Só isso.”

“Você ficou para o jantar?”

“Não, não fiquei.”

“Posso fazer uma pergunta?”

“Desde quando você me pede?”

“Ok, isso é justo.” Eu balancei a cabeça. “Por que você não pergunta à sua mãe por que ela abriu mão de você?”

“Isso não importa agora.”

“Eu acho que é importante para você.”

“Eu acho que é importante para você,” disse ele ironicamente. “Você parece sempre acreditar que sabe o que é melhor para mim em todos os casos.”

“Melhor do que você,” eu murmurei sob a minha respiração.

“O que?”

“Nada.”

“Jory.”

Cruzei os braços e olhei para ele com o que eu esperava que fosse desprezo.

“O que? Fale.” ordenou.

“Eu acho que eu sei o que você deve fazer.”

“Quando?”

“Agora.”

“E o que é?”

“Você precisa voltar e fazer todas as suas perguntas no caso de você acabar não os vendo novamente.”

“Eu não vou vê-los novamente.”

“Merda.”

“Então, você vê, eu não farei mais perguntas.”

“Nós poderíamos voltar.”

“Por que, para que você possa tomar notas?”

Não era uma má ideia. “O sarcasmo não passou despercebido.”

Ficamos em silêncio por vários minutos. “Olhe para mim,” ele finalmente disse.

“Eu estou olhando para você.”

“Não, olhe para mim.”

Eu olhei nos olhos cinza escuros do meu chefe, vi as manchas de prata, como sempre. “O que estou procurando?”

“Você realmente acredita que isso ainda pode significar mais alguma coisa?”

“Talvez.”

“Jory, nós somos amigos?”

Eu olhei para ele muito concentrado, para o rosto que eu conhecia tão bem, e vi o que eu sempre tinha visto, a absoluta decisão. Sua força, da qual eu sempre podia depender, a razão pela qual outras pessoas eram sempre tão atraídas por ele, por causa daquela força. Ele era irremovível. Ele poderia ser atingido, mas nunca quebrado. Não era frequentemente que você encontrava pessoas inquebráveis. Ele tinha quase um porte real, como se ele devesse ter sido um rei. Alguém a quem você poderia entregar a sua vida, de uma qualidade quase heroica. E assim, porque eu não queria que ele pensasse que eu era fraco, eu encontrei a minha voz e respondi. “Sim, nós somos amigos.”

“Bom.” Ele sorriu calorosamente. “Eu estou contente.”

Estudei-o. “Você quer que eu trabalhe para você para sempre, não é?”

O sorriso fez seus olhos brilhantes. “Para sempre. Você diz cada coisa.”

“Eu preciso cuidar de você.” Eu disse isso porque me senti, de repente, corajoso, e também vulnerável e porque eu podia. Ele era a única coisa para a qual eu poderia apontar e dizer que era meu na minha vida. Meu chefe. Eu era extremamente possessivo. Se ele ia me pertencer, então ele teria que dizer as palavras. “Posso?”

Ele acenou com a cabeça.

Não era o suficiente. “Isso é um sim?” Eu cutuquei, querendo ter certeza. Querendo que ele tornasse isso finalmente sólido entre nós. Estávamos dançando ao redor do assunto por tanto tempo, o compromisso de amizade. Ele precisava fazer uma escolha, ali mesmo. Fosse para me dar o espaço que eu precisava para me meter em sua vida ou se afastar. Ser realmente seu amigo, capaz de dar a minha opinião sempre que eu quisesse sobre qualquer assunto, de sua vida amorosa até onde ele trabalhava, de sua família até seus amigos, até na gravata que ele escolheu de manhã. Ele estava concordando em me dar uma voz em sua vida e dizendo que eu contaria e teria peso. E que Deus o ajudasse se ele concordasse porque toda mulher que o quisesse a partir desse ponto ia lidar comigo de perto. O escrutínio seria incompreensível. “Diga isso.”

“Quantos anos você tem, 12?”

“Diga,” Eu disse ameaçadoramente. “Diga isso.”

“Você está me ameaçando?”

“Eu vou começar em breve.”

“Jory, você...”

“Diga!” Eu exigi. Ia matá-lo a qualquer momento.

“Isso é um sim.”

Prendi a respiração. Eu estava absolutamente atordoado. “Sério?” Eu não podia acreditar.

“Sim.”

“Tem certeza?”

“Absoluta.”

“Por quê?”

“Porque sim.”

“E então eu posso...”

“Você pode.” Ele me cortou, suspirando pesadamente. Ele parecia desgastado.

“Estou tão feliz!”

“Eu sei,” ele riu, cansado. “Posso ver.”

Eu não pude me conter. Sorri amplamente. “Eu não posso mais ser demitido?”

“Não.”

“Não que eu pudesse ter sido antes,” eu esclareci, olhando-o com força, desafiando-o a contradizer-me.

“Não que você jamais pudesse ter sido,” ele concordou, sorrindo na derrota, balançando a cabeça. “Cristo.”

“Você sabe que eu te amo.” Eu soltei antes mesmo de pensar sobre isso.

Ele me olhou duramente.

Prendi a respiração. Eu tinha ultrapassado o limite, como sempre.

Depois de um minuto, ele disse, “Eu sei.”

O olhar que eu estava recebendo era de aborrecimento puro, e enquanto eu via sua expressão, tive uma epifania. Uma grande palavra para algo tão simples, mas que eu precisava de mais tempo do que outras pessoas para chegar ao mesmo lugar. “Você,” eu não consegui dizer a palavra, então a substituí por uma mais fácil, “você gosta de mim também, né?”

“Sim.”

“Você está compelido, contra o seu melhor julgamento, a cuidar de mim.”

“Sim.”

Como se eu fosse seu irmão. “Eu tenho muita sorte.”

“Sim, você é.”

Um pensamento passou pela minha mente. “Podemos beber o nosso almoço no Boca? Estou com vontade de comemorar.”

“Tudo bem.”

“Legal.” Eu sorri para ele, muito satisfeito.

“Vamos agora.” Ele bocejou alto.

“Espere.” Eu tinha pensado em outra coisa. “Você vai voltar para o Texas?”

“Eu não sei.”

“Eles querem que você volte?”

“É claro.”

“Você quer?”

“Não.”

“Mas você deve.”

“Por que?”

“Nós estamos bem?” Eu perguntei, de repente, verificando para ter certeza.

“Estamos bem.”

“E quanto à sua nova família?” Eu suspirei, tão aliviado por termos terminado uma fase e estarmos começando outra ao mesmo tempo. “Você tem novos irmãos e irmãs.”

“Foi por ela,” disse ele, levantando-se e atravessando a sala até sua mesa, para pegar o paletó em sua cadeira. “Após essa vez, não há nada mais que eu possa oferecer. É inútil até mesmo tentar.”

“Mas...”

“Jory, pense – nós levamos vidas diferentes, que vão se dissolver em que, cartões de Natal? Eu tenho isso agora, pelo menos isso. Para quantas pessoas que você quer ter que comprar presentes?” Ele sorriu para mim, uma sobrancelha arqueada questionando.

“Mas eles são a sua família.”

“Eu tinha uma família antes de meus pais morrerem. Eu não preciso de mais.”

“Você vai se arrepender mais tarde?”

“Eu penso que não.”

“Talvez nós devamos voltar lá.”

“Não.”

“Não?”

“Você faz parte da minha vida, assim como meus outros amigos que eu não compartilho com qualquer um.”

Oooh, eu estava agrupado com as pessoas importantes! “Então foi por isso que você não me deixou ir.”

“Foi por isso.”

Eu balancei a cabeça. “Isso foi uma coisa linda de se dizer.”

“Eu tenho meus momentos.”

* * * * *

Dane e eu tivemos um almoço tão bom que, depois, ele me deixou em casa e me disse que me veria na manhã seguinte. Quando ele me empurrou para fora do taxi, fiquei na calçada acenando como um idiota por vários minutos. Ainda flutuando quatro horas depois, aceitei o convite do meu amigo Andy para ir dançar com ele e um grupo grande de pessoas. E eu quase desejei esbarrar em Sam Kage vestido como eu estava, pois desta forma ele poderia como era alguém realmente vestido para arrasar.

O jeans preto abraçava minhas pernas e bunda como uma segunda pele, pendurados em meus quadris, e a camisa de seda estava aberta até meu abdômen. Eu decidi, enquanto saía pela porta, que qualquer um que quisesse colocar suas mãos em mim estava livre para fazê-lo. Quando um dos amigos de Andy me apalpou no carro, eu deixei. Ele sorriu e apertou-se contra mim.

“Andy, Jory está aberto para diversão.”

“Se ele estiver,” disse ele, encontrando meus olhos no espelho retrovisor. “Então eu tenho prioridade.”

Mas quando o carro parou em frente ao clube, eu saí e deixei a gritaria, a bajulação, e os chamados atrás de mim. Eu não perdi tempo em me empurrar no meio da multidão e me perder. Eu podia ouvir a batida da música trance dentro do meu corpo enquanto eu dançava. Eles estavam tocando faixas antigas e eu fechei os olhos e apenas me mexi. Era como se estivesse afogando no som.

Eu tive muitos parceiros, mas ninguém conseguiu me tirar da pista, então eles perderam o interesse. Mesmo pronto para alguém como eu estava, não houve nenhuma ação no banheiro para mim. Transar em uma cabine, enquanto as pessoas urinavam em outra nunca tinha sido minha ideia de diversão. Então eu fiquei e dancei até que Andy veio e me arrastou da pista, com braços fortes em volta do meu peito. Eu engoli grandes quantidades de água gelada enquanto ele tentava colocar mais álcool em mim. Ainda nas nuvens após a minha conversa com Dane, quando vi Nick sentado em uma mesa perto da parte traseira do clube com alguns de seus amigos, eu decidi tentar mais uma vez. Afinal de contas, era quase Dia de Ação de Graças.

Todos os ao redor da mesa se levantaram para me olhar até que Nick percebeu que o foco estava atrás dele e se virou. Seu olhar subiu do piso para o meu rosto muito lentamente. Eu sorri para ele amplamente e vi sua mandíbula se contrair.

“Oi. Posso falar com você?”

Ele se levantou e colocou uma mão no meu peito, antes de me empurrar para trás. “Cai fora, Jory.”

“Nick,” eu disse, estendendo a mão para ele. “Por favor, apenas venha aqui para...”

“O que? Quer dizer que sente muito pela maneira como me tratou?” Ele deu de ombros. “Como se isso importasse? Como se você não tivesse feito um favor enorme para mim. Quero dizer, pelo amor de Deus, Jory, que merda eu estava pensando? Eu vou ser um médico e você é apenas um cara qualquer que eu peguei em um clube. Você é do tipo que se fode e depois se esquece, não do tipo que é para sempre. “

“Nick...”

“Você tem transa de uma noite escrito em você.”

Uma última tentativa, porque eu lhe devia. Era karma, eu lhe devia. “Nicky, por favor, deixe-me apenas...”

“O quê? Você quer que eu te foda?” A mesa inteira riu de uma vez, e eu entendi que todo mundo sabia que eu o tratei mal também. Eles estavam gostando de me ver implorar, tentando me desculpar, e recebendo o que eu merecia. A vingança era uma cadela e ele estava vindo para cima de mim com força total. Eu estava nadando em constrangimento e humilhação abundantes. “Vamos para o banheiro, Jory, eu posso cuidar disso agora mesmo para você.”

Eu apenas olhei para ele.

“Não? Você quer que eu o leve para a sua casa, Jory?”

Eu fiquei em silêncio.

“É um pardieiro, mas você é um lixo por isso faz sentido. Quantos caras você leva lá uma noite? Cinco? Dez?”

Eu balancei a cabeça. “Tudo bem.”

“Tudo bem o quê? Você quer ir para a sua casa?”

Eu balancei a cabeça.

“Bem, você não vai para casa comigo. Eu teria que queimar meus lençóis depois.”

Respirei para me acalmar, recuei alguns passos e, em seguida, dei meia volta e saí. E era estranho, mas eu quase me senti melhor. Eu o havia deixado me machucar, descarregar todo o seu veneno em mim, e depois fui embora em silêncio. De um jeito estranho, foi purificador. Minha dívida estava paga. Mas eu não podia ficar. Ser massacrado é estraga prazeres, independente se foi bom ou não.

Quando eu saí, percebi como estava frio. Eu precisava de um casaco ou um táxi imediatamente. Enfiei as mãos nos bolsos e comecei a descer a rua. Depois de alguns minutos eu percebi, com o canto do meu olho, que algo estava se movendo. Eu não sou treinado na arte de perseguição, em como fazê-la ou como não deixar ninguém perceber que você notou quando estão te seguindo. Então eu parei e me virei para olhar para a rua. A van fez o mesmo, parando e, quando a porta lateral se abriu, eu disparei. Ouvi o estalar perto de mim e corri para o beco à minha direita; ouvi o motor acelerando e me joguei sobre os dois metros de cerca de arame em alguns segundos. Palmas para a academia.

Eu corri, nunca olhando para trás, tendo visto muitos filmes de terror onde o herói se dava mal por isso. A lixeira enferrujada atrás da qual eu me abaixei foi atingida e a reverberação no metal me deixou em pânico. Quando eu estava na próxima rua, ouvi pneus cantando enquanto eu saltava sobre carros parados no semáforo, quase fui atropelado por outro carro que ultrapassou o sinal vermelho, e corri com toda a velocidade quando o contornei. O meu único pensamento era que eu tinha que levar quem quer que fosse para tão longe do meu apartamento quanto possível.

As escadas que conduziam para o metrô estavam lá, de repente, e enquanto eu corria, escutei o motor. Muito perto para que eu chegasse até a plataforma e eu estava ficando perigosamente perto do meu bairro. Desviei bruscamente e ouvi o barulho de metal. Eu imediatamente comecei a voltar para o clube. Eu podia sentir meus pulmões começando a doer enquanto eu me forçava a aumentar a velocidade. Mais uma vez, palmas para a aula de steps e para as centenas de voltas na piscina. São engraçadas as coisas que passam pela sua cabeça quando você está correndo para salvar sua vida.

Foi hilário, ou teria sido, mas quando virei a esquina derrapando, vi Nick e seus amigos saindo do clube. Contornei os carros estacionados na rua para que eu não passasse por ele e seu grupo. Parei de repente e da van chegou correndo enquanto eu olhava ao redor.

“Jory!” Nick gritou comigo, e quando nossos olhos se encontraram eu registrei o medo lá antes mesmo de ver a van. Ela fez uma curva de repente e eu corri para o outro lado da rua. Eu ouvi os pneus e estalos antes de sair correndo por outro beco. Eu vi uma lixeira e, acima dela, uma escada que levava a um telhado.

A adrenalina é incrível. Eu me sentia como o Homem-Aranha ou algo assim.

Levantei-me sobre a lixeira fechada, saltei sobre o degrau, e pulei para cima. Uma vez que minhas pernas estavam firmes, eu me levantei rapidamente no momento em que a van chegou cantando pneus logo abaixo de mim.

Não que eu tenha olhado para baixo, eu apenas ouvi. Eu ouvi os gritos e, em seguida, houve faíscas na frente do meu rosto, em todos os lados, enquanto eu subia. Pura sorte, mas só nos filmes poderia um alvo em movimento atingir outro. Eu caí sobre o telhado do prédio e fiquei ali por um minuto tentando respirar, tentando fazer com que meu coração e meus pulmões não explodissem. Peguei meu telefone e liguei para a delegacia de polícia. Não chamei Sam, mas seu parceiro, Dominic Kairov. Fiquei sentado ali enquanto minha ligação era transferida.

“Sr. Keyes?”

“Detective Kairov?”

“Sim, o que...”

Mas eu o cortei, disse-lhe onde eu estava, o que tinha acontecido, e perguntei se talvez ele pudesse enviar uma viatura ou algo assim para assustar a van.

“Onde está você es...”

“Jory!”

Eu gemia quando a voz de Sam se aproximou da linha. Eu desliguei e espiei para o lado, para a rua abaixo. Nada de van. Eu estava indo para a porta do telhado quando ela foi aberta e dois caras entraram. Ambos tinham armas em punho. Merda. Arrastei-me para o lado e, sorte minha, eles estavam a mais quarenta e cinco metros de distância. Eu estava descendo a escada mais rápido do que tinha subido, caí os poucos metros até a tampa de outro lixeiro e me joguei na calçada. Eu estava de pé quando a parede ao meu lado explodiu e eu virei a esquina. Corri pela calçada tão rápido quanto eu consegui, atravessei duas ruas, e chamei um táxi. Uma vez dentro, eu dirigi o motorista de volta para o meu apartamento. Abaixei-me no banco de trás e vi a van passar voando pelo meio da rua e disparar na direção oposta. Sentei-me, coloquei a cabeça para trás e fechei os olhos. Tentei recuperar o fôlego.

“Você está bem, cara?”

Eu exalei alto e longamente. “Perfeito.”

Talvez eu pudesse faltar a academia no dia seguinte.

Quando eu já estava dentro da porta externa do meu prédio novo, me senti totalmente seguro. Ninguém sabia que eu tinha me mudado, e quando eu estava sob a água quente, dez minutos depois, me concentrei em não desmaiar. Quando a adrenalina acaba, ela meio de que te abandona depressa demais. Eu consegui vestir minhas calças de pijama de flanela e deitar na cama em vez do chão quando eu desmaiei.

* * * * *

As batidas na porta me acordaram, e quando eu olhei para o relógio na cozinha enquanto eu me arrastava até a porta da frente, vi que eram duas e meia da manhã. “Jory!”

Eu estremeci. Mesmo a sua voz através da porta soava como um martelo. Quando abriu a porta, eu deixei a corrente e olhei para fora. “Sim, detetive?” Eu bocejei alto. “O que eu posso fazer por você?”

“Abra esta maldita porta agora, porra!”

O volume era alto demais para a hora. “Eu tenho vizinhos,” eu o lembrei enquanto fechava a porta para passar a corrente. “Você pode falar baixo, por favor?”

Quando eu me virei, ele invadiu, batendo a porta atrás dele e me agarrando em um movimento rápido. Ele tinha uma mão cerrada no meu cabelo e outra na minha garganta, enquanto olhava em meus olhos. Eu ainda estava meio adormecido, então meu corpo estava muito mais flexível do que normalmente. Eu estava mole.

“Seu filho da puta estúpido,” ele rosnou para mim, a boca pairando sobre a minha.

Eu me contorci livre de sua mão e atravessei a sala, colocando o sofá entre nós. “O que você quer?”

“Você vai para a custódia protetora nesse exato momento.”

Sua voz era dura e fria.

“Não.” Eu balancei a cabeça. “Eu não vou.”

“Se eu achei você, acredite em mim, eles podem encontrá-lo.”

“Por favor, você sabe quem é o meu patrão – eles não. Eu não estou preocupado. Além disso, se eles me matarem, talvez você possa pegá-los no ato. Isso o deixaria muito feliz.”

“Jory...”

“Vá embora,” eu implorei. “Por favor. Eu faço qualquer coisa.”

Ele olhou para mim um longo minuto antes de se virar, caminhar até a porta, abri-la com tanta força que vibrou, e sair. Eu ia bater palmas porque foi tudo tão dramático, mas pensei melhor. E se ele me ouvisse? Afinal de contas, provocar um urso era estúpido. Enquanto eu passava a corrente e trancava a fechadura, esperava que o drama daquela noite tivesse terminado.

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Impossivel não amar Sam e Jory, né?

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Mande pra mim também Bibizinha2, se você puder em meu email. Ficarei grato, pois atualizo o site toda hora pra ver se tem novos capitulos seus. felipeypicvttc@hotmail.com

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Adoro esse romance cheio de mistérios e ação. Você sabe quantos livros já foram lançados acerca desse casal?

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