Questão de tempo - 4

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 2761 palavras
Data: 12/07/2016 19:02:02

As pessoas constantemente me surpreendem. Eu entendo que, quando você está em um clube usando as roupas mais apertadas, mais sensuais que você possui, que ser paquerado é a resposta que você procura. Mas recém-saído da academia, cabelo ainda molhado do chuveiro, ligado a seu iPod, não é o momento para alguém para tentar te levar para a cama. Assim, quando um rapaz encostou ao meu lado no balcão de saladas na noite seguinte, eu estava irritado quando me virei para olhar para ele. Eu tinha passado meu dia no escritório em uma névoa e fui malhar com esperança de limpar minha mente. Eu não conseguia começar a me sentir como eu mesmo. Ser abordado por estranhos não estava fazendo nada para melhorar meu estado de espírito.

“Jory.”

Eu esperei. As pessoas saberem meu nome nunca me deixa mais ou menos à vontade com eles.

Ele sorriu rapidamente. “Trey Wyndham. Nos conhecemos na festa de Richard último sábado.”

Eu não fazia ideia de quem ele era.

Sua voz baixou um tom. “Você foi para casa comigo.”

Pequena informação que não fez nada para refrescar minha memória. Eu ia para casa com muita gente.

Ele limpou a garganta. “Você não se lembra?”

Era rude dizer a verdade nesta situação. “Não, eu me lembro. Como você está?”

Sorriso instantâneo. “Você tinha ido embora na...”

“Como você está?” Eu repeti, interrompendo-o.

“Ah ... tudo bem.”

“Bem, foi bom ver você de novo.” Eu sorri, fechando a minha salada de espinafre e virando-me para sair. Depois de ter escolhido, percebi que não era o que eu queria. Era típico de mim.

“Espere.”

Eu continuei andando, mas antes que eu pudesse caminhar em direção ao caixa, ele entrou na minha frente.

“Não me ignore,” ele retrucou, irritado. “Eu quero falar com você.”

Tirei meus fones de ouvido e lhe dei a minha atenção.

“Sabe do que mais?” Ele saiu do meu caminho. “Esqueça. Este olhar exasperado e irritado que você está me dando é uma babaquice. Eu não mereço...”

Eu me virei e comecei a mexer com meu iPod de novo.

“Jory!”

Continuei caminhando, não muito rápido, apenas me movendo no meu ritmo normal.

“Droga, espere!” ele gritou, de repente na minha frente de novo, interrompendo o meu caminho.

Eu parei. “O que você quer?”

“Eu quero que você não soe como se estivesse entediado.”

“Sinto muito” eu disse automaticamente.

“Não, você não sente.” Ele forçou um riso. “Eu não me lembro de você ser um idiota.”

“Ok.”

Ele soltou um fôlego, passando os dedos pelos cabelos. “Richard me disse que você costuma lanchar nessa lanchonete, então eu meio que tenho esperado aqui e... Ele me deu o seu número, mas você nunca atende e não retorna suas mensagens e .... Eu só quero saber o que está acontecendo. “

Eu olhei para ele. “O que acontece é que eu não retorno as ligações de números desconhecidos, e a ideia de você estar me perseguindo é assustadora como o inferno.”

“O quê? Não ... Eu não preciso perseguir ninguém, eu...”

“Tudo bem, então te vejo por aí.”

Mas quando eu tentei passar, ele segurou meu casaco de moletom.

“Jory, eu quero ver você.”

Ele estava brincando? “Você está brincando?”

Ele lentamente me liberou. “Aquela noite foi incrível. Você... Eu gostaria de...”

“Eu tenho que ir.”

Mas, novamente, ele entrou na minha frente, certificando-se de que eu não pudesse passar.

“Que inferno?!” Eu gemi, com fome, irritado e cansado. Uma péssima combinação.

“Por que você foi embora? Por que não ficou?”

Como eu não estava lembrando dele, dei o motivo que me pareceu lógico. “Nós tínhamos terminado.” Parecia explicação suficiente para mim.

“Jory, você...”

“Escute, cara, eu preciso ir, então...”

“Espere,” disse ele, com as mãos para cima para me impedir de ir embora.

“O que você está fazendo?”

O som daquela voz, o nível de irritação, era inconfundível. Eu não pude segurar o sorriso quando me virei e encontrei o detetive Kage. “Oi.”

Ele olhou para mim com raiva, que era a norma sempre que ele me via.

“Como você está?”

“Eu lhe fiz uma pergunta.”

“Desculpe-me, eu estava...”

“Foda-se,” o detetive disse a Trey antes que ele pegasse meu bíceps e me arrastasse atrás dele.

Eu não briguei nem discuti, nada disso. Deixei que ele me tratasse assim porque, por alguma razão, me sentia bem como se estivesse sendo cuidado. Ele me fez me sentir protegido e, naquele momento, eu gostei.

Ele parou de repente e eu tive que inclinar a cabeça para trás para ver seu rosto. O homem era muito alto. “Eu não consigo decidir se você é estúpido ou apenas...”

“Obrigado por me salvar desse cara,” eu interrompi, olhando em seus olhos cinza-azulados. “Ele estava sendo um babaca total.”

“Por quê?”

Eu dei de ombros. “Ele só não queria aceitar um não como resposta.”

“Parece que talvez isso te aconteça muito.”

“Talvez,” eu concordei.

Ele acenou com a cabeça lentamente. “Qual é a da salada?”

Eu ri. “Considerando o sorriso de desprezo, vou presumir que você não coma muita salada.”

“Você poderia estar certo.”

Olhei para a cesta de compras que estava carregando e não pude disfarçar minha reação.

“O que?”

“Jesus,” Eu olhei toda a comida congelada. “Você não vai comer isso, não é?”

“Sim, por quê?”

Peguei um dos aperitivos congelados. “Você tem noção do tipo de conservantes que isso aqui contém?”

“E eu deveria me importar por quê?”

Eu olhei de novo em seus olhos. “Detetive, você faz alguma ideia do que essa merda vai fazer com as suas artérias?”

Ele resmungou.

“E com o seu colesterol e sua...”

“Eu não como salada.”

“Você não precisa comer salada,” eu assegurei. “Mas você poderia comer...”

Ele colocou a mão. “Eu estou sendo esperado na casa de um amigo e ele disse para levar alguma coisa.”

“Então você está planejando matar todo mundo?”

Ele revirou os olhos. “Sabe de uma coisa, por que você não apenas cuida da sua maldita vida, compra sua comida de coelho, e te largo na sua casa no caminho.”

Dei de ombros e voltei a caminhar em direção ao caixa.

“Espere.”

Eu olhei para ele por cima do meu ombro.

Ele olhou sério para mim por vários minutos. “Merda. Mostre-me o que eu devo comprar.”

“O que?”

“Não banque o idiota, apenas me mostre.”

Mas eu não estava tentando bancar o idiota. Eu estava surpreso.

“Você vai me deixar ajudar?”

“Sim.”

Eu senti um peso de repente me abandonar. Havia algo no tempo que eu passava com o homem que me deixava mais leve. “Ok, então. Que você quer levar para lá?”

Sua expressão ficou mais sombria. “Como se eu soubesse. Só... eu vou seguir você.”

Eu andei diretamente para a área de hortifruti e comecei a colocar as coisas em sua cesta. Eu só comprava orgânicos, mesmo que custassem mais porque, como eu tinha dito antes, eu não tolerava conservantes. Eu coloquei damascos na cesta, cenouras e vagens, tomate, abobrinha e tomates polpudos. Ele me seguiu por toda a loja, escutando enquanto eu falava, dizendo a ele o que fazer com os ingredientes que eu estava escolhendo. Quando eu terminei, colocando duas garrafas de Chardonnay na cesta por último, eu olhei para o seu rosto.

“Eu não faço ideia do que você está falando,” disse ele categoricamente.

“Sobre o quê?”

“Exatamente; o que diabos é um fritter sei lá o que?”

“Uma frittata.”

“O que é isso?”

“É meio como uma quiche.”

“Então, por que não dizer quiche?”

“Porque é diferente, não tão pesado. Mais como uma torta.”

Ele gemeu. “Que seja... você pode vir comigo e preparar você mesmo.”

Eu estava atordoado.

“Cristo, seus olhos podem ficar maior?”

“Me desculpe, o que você disse?”

“Venha comigo.” Ele estava exasperado. “Dessa forma, posso ir para a casa do meu amigo, já que eu estou atrasado, você pode comer, e depois vou deixá-lo em casa.”

“Seus amigos não vão se importar?”

“Eles não dão a mínima.”

O pensamento de ir para casa sozinho não era atraente, nem um pouco. A ideia de ir para um clube e dormir com outra pessoa não era atraente também. A única coisa que eu queria fazer era passar um tempo com o detetive Kage. Ele era novo e interessante e só de olhar para ele, meu sangue corria e minha pele ficava quente.

“Ok.”

“Tudo bem.” Ele suspirou como se estivesse cansado. Notei então as olheiras sob seus olhos.

“Talvez você devesse ir para casa dormir, hein?”

“Entre logo na fila,” ele rosnou para mim, empurrando meu ombro para fazer meus pés se mexerem.

Caminhei à sua frente e fui para a fila do caixa.

Eu gostava de observar as pessoas e ver a mulher contar várias vezes o troco foi divertido. A forma como suas mãos tremiam, a respiração aguda quando seus olhos se encontraram, o sorriso brilhante que ela lhe deu foi muito revelador. Eu não era o único que via o quanto o detetive Kage era atraente. Imaginei como seriam seus amigos.

* * * * *

Era uma gritaria. Havia futebol passando na sala de estar, homens bebendo cerveja e gritando com a TV, música na cozinha e mulheres conversando na sala de jantar. A cozinha estava com um cheiro incrível, e estava quente enquanto várias mulheres se movimentavam arrumando os aperitivos. Sam me empurrou para o cômodo com as compras, disse a elas que eu iria fazer a parte dele, e me deixou lá.

Eu olhei para elas.

Elas olharam para mim.

“Então,” uma das mulheres disse, cruzando os braços enquanto olhava para mim. “O que você vai fazer?”

Ela tinha uma sobrancelha arqueada, desafiando-me a dizer alguma coisa... qualquer coisa. Eu gostei dela imediatamente.

“Frittata de legumes.”

“O quê?”

“É como quiche.”

Ela assentiu com a cabeça, estendendo a mão para mim. “Eu sou Megan.”

Tomei a mão oferecida com a minha. “Jory.”

Seu rosto se suavizou e seus olhos se aqueceram. “Então, o que vai nessa frittata?”

Expliquei sobre os ovos, os vegetais e o queijo.

“Parece delicioso. Eu não costumo comer quando venho aqui.”

“Nem eu,” uma das outras mulheres disse. “É nojento o que os caras chamam de comida.”

Aparentemente, a noite tinha evoluído ao longo dos anos de Segunda-feira de Futebol dos rapazes para a noite dos casais na casa de quem quer que fosse a vez de receber. Pizza, asinhas de galinha e cerveja tinha se transformado em uma reunião. Porém, pelo jeito, os homens ainda estavam trazendo lanches como se morassem numa fraternidade.

“Eu vou cozinhar,” eu anunciei, sorrindo enquanto caminhava até a pia e soltava as sacolas. “Quem quer me ajudar a cortar brócolis?”

Todo mundo quis.

Uma hora depois, apareci na frente do detetive Kage e ele lentamente levantou a cabeça até que seus olhos estavam em meu rosto.

“Aqui está,” eu disse, oferecendo-lhe o prato nas minhas mãos.

Ele pegou, ainda olhando para mim.

“É bom, experimente.”

“O que é isso?”

“É a frittata de legumes, pão sírio coberto com queijo de cabra e tomates e vagens com avelãs.”

Ele acenou com a cabeça.

“Deus, o que é isso?” o cara sentado ao lado de Kage perguntou enquanto ele pegava o prato que eu tinha acabado de entregar. “Tem um cheiro incrível.”

“Pegue um pra você,” disse ele, empurrando seu amigo para mantê-lo longe de sua comida.

Eu sorri para o detetive Kage. “Temos salada de frutas para a sobremesa, com cobertura de framboesa.”

“Ok.” Ele exalou antes de começar a comer.

Virei-me para voltar para a cozinha, mas Megan, minha nova amiga, me parou.

“Eu vou abrir o vinho.”

“Perfeito.”

“ Jory, querido, isso está delicioso,” Linda, que me ajudou a cozinhar, falou da mesa da sala de jantar. Eu recebi um coral de concordância de todos os outros. Eu comi na cozinha com Megan e outras duas, todos nós falando de comida. Elas todas me olhavam cortar as frutas e adicionar nozes e amêndoas à salada que eu serviria como sobremesa.

“Eu não tinha ideia de que salada de frutas poderia ser assim,” Bethany, outra das minhas novas amigas, disse enquanto me olhava. “Eu sempre uso apenas bananas, maçãs e laranjas, a coisa mais tediosa. Você não colocou nada disso aí. “

Eu balancei a cabeça. “Eu detesto todas essas frutas.”

“Deus, Jory, você vai fazer alguma mulher sortuda muito feliz.”

Eu arqueei uma sobrancelha para ela e ela riu.

“Tudo bem, um cara sortudo.”

“Como você conheceu Sam?”

Expliquei-lhes que eu estava tendo alguns problemas e ele estava me ajudando. Elas aceitaram as minhas palavras sem hesitação porque ele era um detetive da polícia e, obviamente, hetero. Elas não me questionaram nem por um segundo.

Mesmo que eu tivesse cozinhado, ajudei Darla, a dona da casa, a limpar a cozinha, que estava uma bagunça. Apenas o número de garrafas de cerveja vazias era surpreendente. Eu estava olhando para o jardim de ervas de aparência triste sobre o parapeito da janela quando senti alguém atrás de mim.

“Estava muito bom.”

Olhei por cima do ombro para o detetive Kage. “Obrigado.”

“Você come assim todas as noites?”

“Não.” Eu balancei a cabeça. “Eu não tenho uma cozinha grande o suficiente nem um orçamento que me permita comprar comida sempre.”

Ele acenou com a cabeça. “Bem, diga-me quando estiver pronto e vamos embora.”

“Claro. Eu só vou olhar álbum do casamento de Darla. Prometi que o faria.”

Seus olhos estavam presos nos meus, o que fez meu coração bater forte contra o meu peito. O homem me tirava o fôlego e ele não tinha ideia do que estava fazendo.

“Então, eu vou te dizer quando estiver pronto.”

“Tudo bem,” disse ele antes de se afastar.

Olhando mais tarde o álbum de fotografias, Darla estava debruçada sobre meu ombro, Linda se apoiando em meu lado direito, e Megan com a mão na minha coxa, inclinando-se sobre minha esquerda. Duas outras estavam debruçadas sobre a mesa para oferecer suas memórias do grande dia da amiga.

“Desculpe interromper, meninas,” disse o detetive Kage atrás de mim ”mas eu tenho que ir.”

“Então vá,” Megan disse a ele. “Deixe Jory aqui, um de nós vai levá-lo para casa.”

Suas mãos estavam de repente sobre os meus ombros. “Não, ele tem que ir comigo.”

Elas ficaram mais tristes por mim do que por ele indo embora.

Enquanto eu me despedia, recebendo beijos das mulheres e apertos de mão e tapas no ombro dos homens, fiquei surpreso quando o detetive Kage agarrou meu bíceps e me arrastou para fora do apartamento. Quando começamos a descer as escadas para a porta da frente do edifício, outras pessoas estavam chegando. Em vez de passar à minha frente, ele deu um passo para trás e me deixou mostrar o caminho. Lá fora, na rua, eu estava distraído pela proximidade do homem e, assim, não percebi o mensageiro de moto, até que ele passou voando perto do meu rosto. Eu tinha que agradecer ao dono do braço ao redor do meu peito por não ter sido atingido.

“Obrigado,” eu disse, alcançando para fechar as mãos em seu antebraço. “Eu me distraí totalmente.”

“Porque você não presta atenção,” ele rosnou perto do meu ouvido, o que enviou um arrepio por espinha. Eu estava certo de que cada centímetro da minha pele estava coberto de arrepios.

Eu balancei a cabeça.

“Vai colocar você em apuros um dia desses.”

“Sim, Detetive.”

“Você precisa ser muito observador e vigilante agora.”

“Claro.”

“Você precisa tomar cuidado.”

“Eu sei.”

“Ok.”

Eu estava tentando recuperar o fôlego.

“Você está com frio?”

“Não,” eu consegui falar, minha voz baixa e rouca.

“O mensageiro o assustou,” disse ele, apertando o braço, puxando-me de volta mais um pouco.

Eu fechei os olhos e me apoiei contra ele, inclinando-me para trás para ver o que ele faria. Eu não tinha nada a perder e eu tinha que saber o que ele permitiria.

“Você está tremendo.”

Eu estava quase sem respirar.

“Ande.” Ele bateu no meu peito suavemente. “Vamos embora.”

Sem o calor do seu corpo eu estava congelando na rua. Eu o vi contornar o SUV e entrar. Eu estava congelado no meu lugar, não querendo ir a mais nenhum lugar com ele, sabendo que minha atração era só minha. Eu era sua testemunha, nada mais.

A janela fez um zumbido e abaixou enquanto ele se inclinou sobre o banco do passageiro. “Entre no carro, estúpido, antes que seu traseiro congele aí fora.”

Encantador.

Eu marchei para o carro e subi no banco.

“O que diabos você estava esperando?”

“Um convite escrito, obviamente,” eu disse sarcasticamente.

“Meu Deus, você é um idiota,” ele murmurou antes de colocar o carro em movimento.

Ele não tinha ideia do quanto.

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Comentários

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E eu então, conto as horas esperando um novo capítulo. Muito bom, parabéns!!

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