Meu Loiro! - Capítulo 10

Um conto erótico de Léo Hanz!
Categoria: Homossexual
Contém 2319 palavras
Data: 28/06/2016 07:21:09

Thiago, Beatriz e Henrique estavam tomando café quabdo o telefone da casa tocou. Henrique atendeu. Era Rogério pedindo para falar com o irmão. Achou melhor não dar a notícia por telefone, já que uma notícia dessas poderia causar mais “estragos”. Thiago estranhou o a voz do irmão. Alguma coisa havia acontecido. Desligando o telefone, seguiu para o tal hospital que o irmão estava.

As lágrimas de Humberto já haviam secado. Mesmo assim o choro não o deixava. Depois de quase 1 hora de ter recebido a notícia do falecimento de seus tios, só pensava no primo e em como cuidaria dele. Fred dormia tranquilo, sereno. E isso deixava Humberto com mais tristeza. Fred nunca iria voltar a dormir assim. Calmo. Apesar de sua mãe ser um pé no saco, Humberto a amava. E também tinha o seu pai que sempre estava lá para poder ajudá-lo. Não conseguia imaginar a falta que eles fariam para ele e seus irmãos. Falta essa que só Fred seria capaz de explicar. No fundo, Humberto queria logo acordar o primo para contar o que tinha acontecido. Mas sabia que se acordasse o loiro subitamente, ele não iria conseguir processar nada na cabeça. Resolveu então esperar.

No hospital, Thiago já tinha recebido a notícia. Ficou meio perdido. Agora só restavam ele é Rogério. O que seria da família sem o irmão? Gian Carlo era o irmão mais velho dos dois. Sempre fez tudo o que pode para protegê-los e agora simplesmente se foi. Desirée também, era uma mulher cheia de vida. Mas sua cabeça também não parava de pensar no sobrinho. Fred! Um homem tão jovem. Sendo um pouco realista, sabia que não adiantaria em nada os dois ficarem parados ali, sem resolver o que tinha que ser resolvido. A parte burocrática da empresa ficava na mão de Thiago que sempre foi muito racional e prático. Então, tratou de cuidar das coisas para o funeral do irmão e sua cunhada. Rogério cuidou da parte de avisar o resto da família. Apesar da dor que estava sentindo, sabia que a tarefa mais difícil de todas seria de Humberto: a de avisar Fred sobre seus pais. Deus, como isso é difícil. A morte deveria ser uma coisa mais fácil de lidar. Mais uma vez veio o sobrinho em sua cabeça. “Força, Fred! - disse Rogério.

Deitado em sua cama, Fred se sentiu no paraíso. Estava sendo preenchido por Humberto. O loiro se alongou para mais perto do primo e notou que ele estava dormindo. Fechou novamente os olhos mas não conseguiu pegar no sono. Precisava ir ao banheiro. Então, levantou da cama e foi para o banheiro de seu quarto. Terminando, ia voltar para a cama quando encostou no batente da porta e observou Humberto dormindo. “-Que homem!”- pensou o loiro. Olhando para ele, não lhe restou dívidas. Amava o primo. Não queria nunca se afastar dele. Não iria deixar nada afastá-los. As qualidade que Fred mais adimirava em Humberto era sua honestidade e sua franqueza. Pra muitos, Humberto passava um tom de grosso por falar o que pensava, abertamente para qualquer pessoa. Mas para ele, mostrava o caráter do primo. E fora também as outras qualidades que ele tinha. Um homem perfeito do seu jeito. Perfeito para Fred. O loiro foi em direção às escadas. Tinha acabado de acordar e precisava tomar um café e fumar um cigarro. Passou pela sala e foi até a cozinha. Pegou uma xícara de café e foi para o quintal. Chegando lá, sentou na cadeira que ficava ao lado da piscina. Estava um clima perfeito. O céu estava ensolarado porém estava frio. Ficou ali, pensando em como seria gostoso ganhar um beijo de Humberto. Esses pensamentos não deixavam o loiro ecxitado. Muito pelo contrário, trazia paz para ele por que era um sentimento puro. E mesmo que tivesse que viver a vida inteira sem receber esse amor do primo, viveria em paz por que tinha condições para amar por eles dois.

Humberto acordou assustado, levantando de imediato. Não viu Fred na cama. Onde ele estava? Desceu as escadas gritando o nome do loiro. Quando chegou na cozinha, viu que a porta estava aberta. Correu em direção a ela e viu o primo sentado na mesa do lado da piscina fumando e tomando café. Fi ou mais aliviado. Foi ao encontro do primo. Fred não tinha percebido Humberto chegando, se assustando quando o mesmo sentou do seu lado.

-Que susto Beto! Nem vi você chegar!

Por dentro Humberto estava derrubado. E bem abatido.

-O que foi? Por que está com os olhos inchados?

Humberto estava tentando a todo custo segurar o choro. Não podia contar para ele ali, na casa de seus pais. Precisava tirá-lo de lá.

-Humberto? O que foi?

O moreno respirou fundo.

-Nada meu anjo! Estou com um pouco de sono ainda.

-E por que acordou? Hoje é sábado. Você poderia continuar dormindo.

-Eu sei, mas nao consegui.

Os dois ficaram se olhando.

-Fred, vamos sair um pouco?

-Ué, mas de novo? Mal chegamos!

-Eu sei. Mas podíamos passear no shopping! Você adorava shopping!

Fred concordou. Gostava mesmo.

-Pode ser Beto. Vamos sim.

Se olharam novamente.

-Bom, eu vou subir pro teu quarto e colocar meu tênis. Aí fico te esperando.

-Ok! Eu também vou com a mesma roupa.

Subiram e se trocaram. Desceram e foram para o carro. No carro, Fred ligou o som. Ficaram conversando. Humberto estava tenso. Tentava de todo jeito ficar calmo. Ao invés de dirigir para o Shopping, dirigiu para um hotel. Fred estranhou.

-Não íamos pro shopping, Beto?

-Sim. Mas antes eu vou entrar nesse hotel para fazer uma reserva.

“Não se faz reserva pessoalmente”, pensou o loiro.

-Ta né, eu espero.

Humberto saiu e entrou no prédio. Queria verificar se havia algum quarto disponível para eles. Estava com sorte. Voltou para buscar o loiro. Fred estava com a cabeça encostada no banco quando viu o primo se aproximando e entregando a chave do carro para um homem que parecia ser um motorista. Fred abaixou o vidro para poder enxergar melhor. Humberto estava chegando perto.

-Beto, por que você deu a chave do seu carro para aquele homem?

-Fred, eu peguei um quarto pra gente. Vamos subir? Eu preciso falar com você.

Humberto estava muito estranho.

-Viu, o que está acontecendo com você? Por que está tão estranho. Disse que íamos ao shopping, agora viemos para um hotel. Qual o problema?

Humberto não conseguia mais conter o nervoso. Estava a ponto de começar a chorar ali mesmo. Mas foi salvo quando o primo sem hesitar, saiu do carro para acompanha-lo.

O loiro ficou observando o primo. Alguma coisa estava muito errada por ali. Mas quis esperar para quando os dois estivessem no quarto.

Entraram no elevador calados. A porta se abriu no andar 18 e Fred saiu na frente. Do lado esquerdo do corredor, estava a porta do quarto. Humberto colocou a chave na fechadura e destravou. Fred entrou primeiro indo em direção à janela. Acendeu um cigarro. Humberto trancou a porta e ficou ali, encostado. Fred se irritou.

-Humberto, pelo amor de Deus, o que está acontecendo com você? Desde que você acordou você continua assim, quieto, misterioso. Eu já estou ficando nervoso!

-Eu… eu… - não aguentou a pressão. O choro veio sem controle. Fred assustou. Largou o cigarro e foi direto ao encontro do primo. Com muito custo, conseguiu levantá-lo. Olhou dentro dos olhos de Beto.

-Beto, por favor! Me diz o que está acontecendo. - disse o loiro encostando a cabeça no peito do primo.

Humberto respirou fundo. Afastou Fred de seu corpo e segurou no rosto dele. Olhou bem no fundo de seus olhos.

-Fred, eu te amo demais. E à mim foi dada uma responsabilidade que eu não sei como carregá-la.

-Seja o que for Beto, me fale! Eu vou estar do seu lado. Você sabe disso.

Com essas palavras Humberto puxou o primo para um abraço bem apertado. Fred não estava entendendo mais nada. O que seria essa tal “responsabilidade” da qual Humberto estava falando?!

Sem se soltar do abraço, Humberto deitou na cama do quarto e Fred ficou por cima dele. E continuou chorando. O loiro sabia que não conseguiria que Humberto dissesse nada enquanto não se acalmasse.

Rogério ja tinha avisado todos sobre o ocorrido. Todos estavam perplexos com a notícia. O velório seria no mesmo cemitério em que os pais dos irmãos estavam enterrados. Seria um velório para os familiares e para os amigos mais chegados. Thiago já tinha cuidado de tudo. Estavam todos indo para lá. Pillar estava meio em choque. Pela primeira vez na vida, seus filhos, seu marido e seus familiares à viram desarmada. Sem qualquer tipo de expressão. Todos, na verdade estavam estranhando essa atitude dela. Mas como todos estavam bem abalados, não dava tempo de questionar essas coisas. Rogério não esperava que Fred reagisse bem. Mas que pelo menos viria para um último adeus à seus pais.

Uma hora inteira esperando Humberto parar chorar e se acalmar. Fred continuava na mesma posição que estava, deitado no peito do primo. Apesar de tudo, não podia mentir: estava adorando. Mas ao mesmo tempo estava preocupado.

Humberto viu que não adiantava protelar. Tinha que contar para o primo. Foi para isso que o tirou da casa de seus pais. E outra, ela direito dele de saber! Respirou fundo.

-Fred!

O loiro olhou para o primo e levantou, sentando do lado dele.

Humberto respirou fundo novamente.

Fred estava ficando impaciente.

-Eu preciso contar uma coisa pra você!

-É Beto, precisa mesmo. O que você tem?

-Não tenho nada. Mas eu quero que você tenha a certeza de que eu irei ficar para sempre do seu lado. E também não sei como você irá reagir. Mas eu estarei aqui com você, pra passarmos por isso juntos.

Fred pegou na mão de Humberto e olhou em seus olhos.

-Eu sei disso Beto. Sei que você vai estar do meu lado como você sempre esteve. Agora, não tenha medo. Pode me dizer o que está te preocupando tanto.

Humberto sorriu. Fred estava prestes a saber que seus pais estavam mortos e mesmo assim a preocupação era com ele! Quando o loiro ia soltar sua mão, Beto segurou forte, fazendo os dois se olharem.

-Fred, o seu pai e a sua mãe morreram.

A princípio Fred achou que fosse uma piada. Depois ficou bem nervoso.

-Que tipo de brincadeira é essa, Beto? Não se brinca assim com coisa séria. Os meus pais estão indo pro Rio. Já devem estar chegando por lá.

Humberto começou a chorar.

Fred entrou em pânico. Seu semblante mudou.

-Beto, por favor me diz que você está brincando.

O moreno continuava chorando.

Não era uma brincadeira.

Fred sentiu seu mundo cair. Uma dor perfurante e forte rasgou seu peito. Involuntariamente as lágrimas começaram a cair de seus olhos. Seus corpo estava sob efeito da adrenalina. Ele não tinha controle sobre sua respiração.

-Beto, - disse o loiro chorando, -Por favor, me diz que isso não é verdade Beto.

-É primo. - disse Beto olhando para o primo e vendo a dor em seus olhos.

Foi aí que o choro veio sem controle e uma sensação de estar perdido tomou conta do loiro. Seu choro ela dolorido de se ouvir. Aos berros, o loiro perguntava a famosa frase “Por Que”!

-Beto, como foi isso? Eu estava com eles hoje de manhã. Eles não podem ter morrido assim. Me conta o que houve! - disse o loiro segurando nos braços do primo.

-Eles sofreram um acidente na estrada, Fred. E não resistiram.

-E eu fico sabendo disso agora? Foi por isso que você estava estranho! Foi por isso que você me tirou de casa. Eu quero ver a minha mãe e meu pai, Beto! -gritava o loiro, batendo no peito do primo.

Aquela cena estava matando Humberto. Ver o primo sofrer daquele jeito estava sendo insuportável.

-Beto… - disse o loiro com a voz chorosa, encostando no peito do primo. - Beto, o que eu vou fazer agora? Eu não tenho mais os meus pais! O que vai ser da minha vida agora, Beto?

Eu não sei, meu loiro! - disse Beto chorando, abraçando o primo com um braço e com o outro passava a mão em seus cabelos. -Eu não sei meu amor. Eu não consigo sentir isso que você está sentindo. Mas eu estou aqui. E eu te amo. Vou cuidar de você.

O loiro perdeu seu porto seguro. Perdeu a referência de vida. A dor que sentia por dentro era insuportável. Seu corpo estava mole. Não conseguia pensar em nada além deles!

Ficaram os dois, abraçados, chorando. Fred chorou tanto que seu corpo se cansou e desligou em cima do primo. Beto sabia que o pior estaria por vir: o depois! Enquanto pensava, não notou que o loiro, mesmo esgotado, não tinha paz no seu sono. Devagar, levantou e ajeitou o primo na cama e foi até o banheiro. Seu celular tocou. Era seu pai.

-Oi pai!

“-Oi filho! Onde você está?”

-Estou aqui no hotel do Silas. Tive que tirar o Fred de casa.

“-Voce já contou pra ele?”

-Sim pai! E foi pior do que eu imaginei. Ele surtou, chorou demais pai.

“-Eu entendo. Filho, eu já avisei todo mundo. O velório será na parte da tarde”.

-Tudo bem! Até lá o Fred já acordou. Mas vou avisando o senhor.

“-Ok Beto. E olha, qualquer coisa me avise por favor. Fique com ele o quanto ele precisar.”

-Eu vou ficar, claro.

“-Certo meu filho. Vejo você mais tarde. Um beijo!”

-Outro pai.

Desligaram. Humberto voltou para a cama e se ajeitou ao lado do primo, puxando ele contra seu corpo. Agora sabia que, mais do que nunca, ele seria um pai para o loiro. Dormiu…

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Bom dia pessoal. Perdão pela demora. Essa semana está meio corrida mas vou tentar postar mais um a manhã. Onrihado pela leitura e pelos comentários. Fico feliz que estejam gostando. Beijão. :)

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Comentários

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QUAL PARTICIPAÇÃO DE PILLAR NO ACIDENTE? ISSO Q ME PERGUNTO.

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Coitado do Fred! Tô quase chorando com esse capítulo! Acho que Fred deveria viajar sozinho pra pensar na vida! Acho que Beto vai fazer ele se confundir os sentimentos do Fred!

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