Renato & Elias Cap.2

Um conto erótico de Gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 1086 palavras
Data: 05/06/2016 04:35:56

Cap.2

NARRADO POR ELIAS CUNHA

Não tenho nada contra eles, desde que não façam as suas coisas perto de mim. Não entendo como um homem pode gostar de outro homem, parece tão nojento e estranho. Eu não entendo como podem existir pessoas dessa forma. Me chamo Elias Cunha. Amo o meu trabalho, sou Médico. Amo minha família. Amo as mulheres, mas detesto me prender a uma delas. Aliás, nunca me prendi a uma delas. Nunca fui uma pessoa de ter muitos amigos. Sempre fui meio introspectivo com homens. Meu melhor amigo é ele , Renato. Ele não é um amigo de longa data, mas é o homem mais íntegro que eu conheço e o amigo que eu mais confio.

-Acho melhor você não fazer isso... - dizia ele, avaliando o caso de um paciente do meu lado

-Porquê ?

-Tem grandes chances de dar errado essa cirurgia. Era melhor você continuar o tratamento com os médicos.

-É, você tem razão... - falei, prescrevendo outros medicamentos para a paciente – você é um ótimo médico Renato, é por isso que confio em você – falei, sorrindo.

NARRADO POR RENATO FLORENTINO

Nesse tempo em que conheço Renato, descobri que sua vida se divide em três coisas, trabalho, mulheres e festas. Quando não está trabalhando, ou está dormindo ou está em festas. É realmente um homem com uma mente de garoto. E apesar de essas características não deixar margem para uma paixão, eu não sei... Eu acabei me apaixonando por ele. Fui me aproximando e quando vi ele já não saia mais da mente.

-Dá pra você parar de beber ? - dizia eu ao lado dele no balcão de uma balada

-Que merda Renato ! Agora eu não posso nem beber mais ?

-Não ! Amanhã você tem que cumprir plantão e se beber mais um copo é capaz de receitar diazepam pra virose.

-Para de ser chato – dizia ele, se jogando sobre mim, bêbado. E como algumas outras vezes, ele tinha que me agradecer por estar ali, ser paciente e levá-lo até a casa dele mesmo naquele estado.

MINUTOS DEPOIS

Chegava no apartamento que ele morava, meio que aos trancos e barrancos.

-Me ajuda Elias, eu não posso sozinho com você...

-Eu estou ajudando Renato ! - ele dizia, com a língua meio que enrolada. Apenas joguei ele na cama dele. Já havia feito aquilo mais algumas vezes, de modo que nem chateado mais eu ficava – trate de dormir e acordar cedo, amanhã você tem que ir trabalhar e eu não vou te defender pro Lucas ouviu ?

-Tá Renato, eu vou trabalhar amanhã... - apenas o olhei. Já o conhecia bem. Nesses últimos dois anos, como um bom apaixonado, eu percebi todos os seus gostos e todos os seus trejeitos.

Elias era culto, apesar de tudo.

“-Com licença – dizia ele, entrando no meu consultório – ah, me desculpa, não sabia que você estava com paciente...

-Pode entrar Elias, a paciente já vai sair – era uma senhora que tinha acabado de descobrir que tinha diabetes – então a senhora vai voltar aqui nesse dia para vermos como está o seu índice glicêmico.

-Até mais senhora – ele dizia”

Era culto e extremamente educado. Além disso, tinha um amplo gosto culinário e cozinhava muito bem.

“-Anda Renato !

-O que você quer Elias ?

-Quero que vá ao meu apartamento jantar com os meus primos...

-Depende... Se você fizer aquela Lasanha eu vou...

-Tirou os planos da minha boca, eu farei a lasanha ? E então, vai ? - sorri

-Sim, eu vou”

E era um ótimo profissional...

“-O que você acha Elias ?

-Do que ?

-Desse Exame...

-Parece que ele está com Hepatite B, não ?

-Foi isso que eu pensei, mas olha esse outro indíce...

-Mais de uma doença... Tá bem arranjado esse paciente ein...”

Porém, era homofóbico. Meio machista e tinha algumas atitudes de adolescente.

“-Vamos sair, pegar umas garotas...

-Elias, você sabe que eu não sou como você...

-Porquê não, vais me dizer que não quer sair com umas garotas ?

-Não hoje... Depois nós vemos isso...”

Mesmo depois de saber desses detalhes, eu não entendo o porquê continuava apaixonado por tanto tempo. Apesar das atitudes que ele tinha, e algumas detestáveis, ele tinha ótimo coração, e também tinha atitudes adoráveis...

“-Renato, vem cá, rápido – dizia ele, abrindo a porta do meu consultório as pressas

-O que foi Elias ? - o segui, e quando chegamos do lado de fora do Hospital, tinha uma cadelinha com alguns filhotes -O que significa isso ?

-Acho que ela acabou de parir...

-Mas se o Lucas pega ela aqui vai enxotar com uma vassoura

-Eu sei... Ai Renato, não podemos deixar esses bichinhos assim...

-Mas o que vamos fazer ?

-Eu vou leva-los para o meu apartamento.

-Você e esses filhotes ? Tem certeza ? - ri

-Tenho...

-Mas você tem que cuidar deles direitinho.

-Eu vou cuidar... - nunca tinha visto tal atitude vindo dele”

Já que ele não me retribuia, vez ou outra eu acabava ficando com alguns homens que apareciam na minha frente. Mas sempre sem compromisso.

FLASHBACK

Chegava em meu apartamento após mais um dia de trabalho. Quando mal entrei, senti um abraço e uma barba a arrastar pela minha nuca.

-Porquê demorou tanto a voltar ?

-Eu tenho que trabalhar, oras...

-Estou te esperando aqui desde cedo...

-Então não vamos perder tempo, não é ?- falei, virando e olhando para ele. Seu nome era Ricardo, era um dos meus ficantes

-Claro que não...

MINUTOS DEPOIS

Aquilo servia para me desestressar e também para matar um pouco da carência que eu sentia as vezes.

-E então, quando é que você vai assumir ?

-Assumir o quê ?

-Assumir o que temos, ora... - estranhei aquela conversa.

-Ricardo, nós não temos nada... Lembra que antes de começarmos a ficar eu disse que era sem compromisso. É dessa forma que vai ser...

-Mas e se eu quiser ter agora ?

-Eu não quero ! Eu não posso ter...

-Mas porquê ? Nós já ficamos a tanto tempo, eu gosto muito de você, porquê não podemos namorar ou algo do tipo ?

-Simples, porquê ninguém pode saber da minha sexualidade...

-Mas porquê ? Vivemos num país livre, você pode ser o que quiser...

-Você sabe que não é assim Ricardo ! Sinto muito, mas não vai acontecer nada além disso entre nós...

FIM DO FLASHBACK

E assim eu mantinha as minhas relações. E claro, fazia tudo escondido de todos.

-Acho que você devia ir Ricardo...

-Mas já ?

-Já... Eu preciso descansar para trabalhar amanhã e... - de repente escutei a campainha tocar – espera... - fui até a porta, e quando olhei quem estava pelo olho mágico, me desesperei. Era o Elias...

Continua

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Comentários

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Gostei do seu novo conto! Espero que amizade dos dois continuem!

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vixe e agora???? sera que esse Ricardo vai trazer problemas à vida de Renato???

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