Boa noite meus lindos!
Demorei mas to aqui! Não foi fácil escrever esse capítulo porque me cobrei demais sobre ele! Nada fica bom e ah chega de enrolação! Papai ama demais vocês e boa leitura!
Lembranças
Havia minutos... Talvez horas que estava com aquele telefone na mão, toda hora que tentava ligar alguém aparecia. Estava ansioso por ouvir sua voz, mas o medo me assolava, tinha medo de mais uma vez ser rejeitado por meu primo. As palavras dos meus irmãos não saiam da minha cabeça "Não importa quem beijou quem Rodrigo, assim que chegarmos a Brasília você vai ligar pro Rafael e vocês vão se entender! Está claro?". Lógico que estava claro, aliás estava insuportável não ter sua companhia, eu sentia muito sua falta... Então respirei fundo e liguei... Lembro do telefone tocar uma, duas, três, quatro vezes e aí ouvi aquela voz... "Alô..." meu coração batia muito forte, não encontrei palavras para responde-lo... "Alôôô!" ele disse um pouco mais impaciente, respirei fundo de novo e respondi "Fael?" o outro lado ficou mudo por alguns instantes até eu ouvir outra respiração cortada do outro lado "Oi Rodrigo! tudo bem?" sorri ao constatar que ele ainda reconhecia minha voz... "Tá tudo sim e você?" perguntei já mais empolgado, juro que senti ele sorrir do outro lado "Tô bem Rô! Como foi lá em Santa Catarina?" sentei no sofá e relaxei totalmente, por uns minutos esquecemos de nossa briga, contei a ele como havia sido nossa viagem, como era linda a praia, como nos divertimos naqueles dias do réveillon ... "Nossa! Parece ser bom! Da pra próxima eu vou!" aquela frase me deu uma enorme esperança... Era como se tudo tivesse voltado a ser como era antes... "Eu sinto sua falta Rafael... Vamos parar com essa bobeira... Aquilo foi só um beijo cara! Não significou nada pra mim!" falei mas no fundo já me arrependendo do que disse "Então não significou nada pra você? Eu não significo nada pra você Rodrigo?" ele pergunta já bravo "Não Fael... Lógico que significa... Só não quero... Cara já passou! Eu não sou gay!" ouço ele bufar alto "E você tá me chamando de gay porra? Vai tomar no seu cú! A culpa disso tudo é tua Rodrigo! Você que começou com essas putarias de me olhar diferente... Me olhava como se fosse me comer! Tu é um gayzão! Baitola! Eu sou homem e não curto essas putarias! Me faz um favor Rodrigo esquece que eu existo!" e bateu o telefone na minha cara, me senti tão mas tão humilhado que prometi nunca mais procurar aquele filho da puta! Rafael era um homem morto pra mim! Baitola? Baitola era ele que me beijou! Não pedi pra ser beijado! Fiquei tão revoltado que peguei a chave do carro da minha mãe e guiei sem rumo, quando dei por mim estava as margens do Paranoá... Eu amava aquele lago! Ele me trazia paz, era o lugar mais mágico de Brasília pra mim! Sentei no capô e as palavras do meu primo vieram a tona em minha cabeça... Poxa a que ponto nossa briga havia chego? O respeito sempre foi algo primordial entre nós... Se ele havia acabado não tinha mais esperanças para nós dois! Eu consegui pela primeira vez não derrubar nenhuma lágrima sobre o que havia acontecido, eu estava desistindo do Rafael. Voltei para casa já era noite, encontrei minha família me esperando na sala "Onde você estava Rodrigo? Ficou louco?" meu pai vem até mim se certificar se eu estava bem, nisso aparece minha mãe gritando comigo... Eduardo e Diego apareceram também do nada... Me perguntando onde eu estava, porque não atendia o telefone. Fiquei assustado e me assustei mais ainda quando olhei para o relógio e mesmo marcava onze da noite... O castigo de não dirigir até os 18 anos foi pouco perto do que eu estava passando, a dor de ser rejeitado... Aquela noite meus irmãos dormiram comigo ficaram muito preocupados com meu sumiço, pelo menos aquela atitude me confortava, minha família me amava! Semanas depois meu aniversário chegou! Dezessete anos! Eu já não era mais apenas um moleque, eu já estava virando homem! Rafael não apareceu mas não deixei me abalar. A festa foi perfeita, Diego e Eduardo me animaram de tal forma que eu não entendia tal felicidade. Era apenas mais um ano de vida! Não era? Estaríamos juntos por muito mais tempo eramos novos... Ficamos até de madrugada rindo, conversando, o nome do Rafael não foi tocado naquele dia e eu fiquei grato por isso, em certos momentos até esqueci daquele par de olhos verdes. A unica coisa que eu não imaginava é que aquele era meu ultimo aniversário ao lado dos meus irmãos, eu pensava que Rafael me deixar era talvez a pior dor do mundo mas não! Dois meses depois daquele dia feliz, uma ligação, uma única ligação foi capaz de tirar meu chão... meu ar... minha vida... "Sim aqui é a casa do Eduardo... Sou irmão dele... Sim do Diego também..." falei um pouco sonolento "Meus pais? Estão... Moço cadê meus irmãos?" falei ao cair na real de que os meninos ainda não haviam chego em casa... E a partir daquele instante meu mundo ruiu... "Seus irmãos sofreram um acidente Rodrigo!".
Continuação: Fael ainda me ama?
Fiquei sem voz diante aquele frase... Era aquilo mesmo que eu tinha ouvido?
- Rafael... Eu também sinto sua falta! Mas você está namorando! Você sabe muito bem o que acontece quando estamos juntos!
- Ué! Você é meu primo, meu melhor amigo... É natural eu sentir sua falta... Somos homens crescidos e ninguém tem nada a ver com a nossa vida!
Confesso que aquilo me balançou por demais, depois do sumiço do ruivo estava mesmo considerando voltar para Brasília, porém eu sabia que ainda sentia algo por Fael e aquilo seria uma tortura!
Fiquei de pensar, mas era óbvio que a ideia de voltar para Brasília a cada dia ganhava mais força.
Mais de quinze dias sem se falar! Eu já nem ligava mais para ele, liguei o foda-se e comecei a viver, ainda era meio de semestre pra ajudar, logo trabalhos, seminários, provas e PlayStation tiraram meu foco do cara que eu não sabia mais nem se era meu namorado. Isabela as vezes ainda vinha conversar comigo dizendo que o Rafael me amava, mas estava confuso mas eu nunca deixava ela concluir o assunto, para todos os efeitos eu já era um homem solteiro! Mesmo com minha consciência gritando que isso não estava certo e que sim eu deveria ter forçado uma conversa, nem que fosse um termino mas nossa historia precisava disso.
Por dentro eu sentia falta dele, mas meu orgulho me fazia passar por cima de qualquer coisa.
Lembro ser um dia da semana, estava morto de cansaço mas ainda era inicio da semana, não era normal estar cansado daquela forma. Fiquei com tanta moleza que nem academia dei conta de ir! Foi chegar em casa e cair na cama de roupa e tudo, dormi no momento em que minha cabeça encontrou o travesseiro! Acordei com a cabeça latejando de dor, deveria ser de madrugada ainda, eu estava pingando de suor e o ar condicionado ligado no 24, o corpo inteiro doía de uma forma horrível. Pensei em tomar um medicamento, mas não conseguia nem me levantar. Resolvi então dormir mais um pouco, foi a pior coisa que fiz porque quando levantei pela manhã, minha cabeça rodava, tentei em vão ligar o celular que estava sem bateria. Estava tão nervoso que nem meu próprio diagnóstico eu não estava sabendo interpretar, era clássico de faringite mas o problema é que a garganta não doía. Resultado passei o dia inteiro derrubado na cama, eu não tinha pra quem ligar e estava fraco demais para pedir ajuda. Todos os meus amigos estavam na faculdade e Douglas estava trabalhando, só iria chegar as 18 horas e com muita sorte viria me ver! O que passei aquele dia eu não desejo para ninguém. Além de estar impotente não tinha ninguém da minha família comigo e naquele momento eu decidi! Em dezembro estaria voltando para Pelotas.
Acordei suando mais uma vez, mas dessa vez não estava sozinho, Douglas estava com a mão na minha testa.
- Seu Jorge chama a ambulância, ele está queimando em febre! - eu ouvia meu vizinho mas era muito longe sua voz.
- O que ele tem? Nossa meu filho eu não sabia que ele tava mal assim... Ontem eu vi ele tropeçando nas pernas mas achei que ele tava bêbado! - o porteiro lamentava em alguma parte do quarto.
- Seu Jorge o carro do senhor tá aí? O Rodrigo está queimando de febre! Acho melhor a gente levar ele... - devo ter resmungado algo porque senti sua respiração meu perto do meu rosto - Calma Rô eu vou te ajudar mano! Seu Jorge me ajuda a levantar ele? - Aos poucos a voz de Douglas foi sumindo e foi aí que tudo apagou...
Antes mesmo de abrir os olhos eu já sabia onde eu estava, aquele cheiro tão conhecido de hospital me fazia me sentir em casa. Eu sentia a agulha do soro em meu braço e ouvia um barulho de bip provavelmente era o monitor cardíaco de algum paciente vizinho... Mas a sensação mais estranha era sentir um peso em minha pernas. Abri os olhos aos poucos e vi que ainda era madrugada, fui acostumando com a escuridão até me deparar com Douglas deitado em cima de mim. Ele estava sentado em uma cadeira desconfortável e parte do seu corpo estava em cima de mim. Achei aquilo tão fofo! O problema é que daquela forma ele acordaria com uma puta dor nas costas. Comecei então a me mexer um pouco, meu corpo ainda doía, até que involuntariamente soltei um "ai" assustando meu amigo.
- Rodrigo? Nossa desculpa! Te machuquei? É que eu acabei dormindo e... Cara que susto você me deu porra! Você tá bem? Como se sente? – E como um pai ele vem e coloca sua mão na minha testa, suas mãos estavam geladas e minha pele pegava fogo.
- O que eu tive cara? Quero água, to morrendo de sede! – falei tentando me levantar mas estava fraco demais para isso.
- Guri o exame constatou dengue! Você tava com uma febre altíssima por isso desmaiou... Porra Rodrigo deveria ter me chamado antes!
- Eu tentei mas meu celular descarregou e não tive força pra levantar da cama... Depois disso apaguei! – Falei tentando tranquilizar meu vizinho – Arruma água pra mim Douglas...
- Tá vou chamar o Doutor que estava te atendendo! Falando nisso preciso ligar pra tua mãe! Teu celular tá sem carga e eu não faço ideia de quem chamar! Minha mãe amanhã cedo vem pra ficar com você!
- Não cara tua mãe não precisa fazer isso não! Eu ligo pro Sandro tenho certeza que ele vem pra cá! – Foi aí que lembrei que não tinha o número de ninguém sem meu celular!
- Ih guri para de bobeira mano! Minha mãe já falou que tu é filho dela, ela ja veio aqui mas voltou por causa do Matheus! Mas ela queria ter dormido aqui com você! Eu que não deixei!
- Tua família tá sendo tudo pra mim Doug! – nessa hora meio que me emocionei – Obrigado por tudo que fazendo por mim!
- Hahaha seu chorão! Não to fazendo mais que minha obrigação de melhor amigo Rodrigo! E outra você salvou meu irmão aquele dia... Terei essa dividida eterna com você!
- Então você me salvou só porque eu ajudei o Matheus? Se não fosse então você não ia???
- Rodrigo você é muito dramático! Doente fica pior! Eu te ajudei porque você é meu brother! Ontem à noite eu te chamei várias vezes mas você não atendeu! Pensei que estava pra rua sei lá! De manhã quando fui trabalhar vi teu carro lá e estranhei mas achei que tinha dormindo na casa de alguém! Passei o dia pensando em você e fiquei mais preocupado quando te liguei e seu celular tava desligado! Graças a Deus seu Jorge tem uma cópia da chave do seu apê! Nossa Rô não faz mais isso comigo tá?
Achei tão fofo aquela atitude dele! Logo chegou o médico e me atendeu, eu só teria alta no outro dia a noite.
- Esse cara aqui é amigão! Não saiu um instante do seu lado! – o médico dizia deixando meu amigo constrangido!
- Ah doutor ele não vive mais sem mim! Kkkkkk – Falei quando o médico tirou o termômetro de mim.
- Coitado! Quase morreu de dengue! – ele sorriu pra mim mas logo voltou sua atenção para o médico – A febre abaixou doutor?
- Bastante! Ele já está com 38° graus! Precisa descansar mais! Bom eu vou indo... Douglas faz ele dormir! Amanhã quero ele sem febre para dar alta ok?
Ele respondeu um "sim senhor!" E logo ficamos apenas os dois, ele volta a sentar na cadeira ao meu lado, ele parecia muito cansado! Também estava desde as 18h comigo! Tive uma ideia que vi num filme.
- Deita aqui comigo guri! Essa cadeira aí é muito dura e essa cama é grande para os dois!
- Tá louco Rodrigo! Mas nunca! To bem aqui! – ele tenta em vão se ajeitar.
- Velho vem logo! Não vou agarrar você! Tem espaço aqui! Nossa Douglas você tem que parar de ser assim! Já dormiu na minha cama e eu te agarrei? Lógico que não!
- É mas sua cama é de casal! Essa é minúscula! – ele solta outro ai e fica pensativo – e se alguém entrar Rodrigo?
- Cara foda-se! Ninguém paga tuas contas! Vem logo antes que eu mude de ideia!
E não é que ele veio? Deitou se posicionando na minha frente... Seu perfume penetrou meus pulmões, ele quase não se mexia, acho que nem respirava!
- Douglas relaxa brow! Às vezes acho que tu curte mas tem medo!
- Vai tomar no cú Rodrigo! Curto esmurrar tua cara se falar merda de novo! Sou macho cara! Eu hein!
- Então dorme aí desconfortável com seu preconceito, que eu to morto de sono! Boa noite Douglas!
Confesso que fiquei um pouquinho chateado, mas logo depois passou quando sinto o corpo dele vindo de encontro ao meu, ele estava com frio, senti quando suas costas encostaram em meu peito.
- Boa noite Rô! Só não me encoxa! – kkkkkk ele tentava não rir mas se rendeu à mim, começou a rir mas logo adormeceu.
Eu acho que foi ali que tudo mudou entre nós, no dia eu não enxerguei olhei aquilo como amizade mas... Tinha algo ali e meu subconsciente sabia muito bem o que era!
No outro dia cedo nem vi ele indo embora, quando abri os olhos vi Dona Fabi me encarando sorridente!
- Me conta que macumba gay você fez pra fazer meu filho homofóbico dormir na mesma cama que você? – ela veio até mim e beijou meu rosto – Está melhor meu querido?
- Só o corpo doendo! Parece que um caminhão me atropelou! Mas to bem tia! Cadê ele já foi pra casa?
- Sim! Hoje eu to de folga meu filho e vou ficar com você! Tua mãe deve estar embarcando! A tarde ela tá aqui! Nossa Rodrigo matando suas duas mães Fabi do coração!
- kkkkk Tia obrigado por ligar pra ela! Pelo que conheço ela deve estar pirando! Tadinha!
- Tadinha mesmo Rodrigo! Quando você melhorar vou te dar umas palmadas! Onde já se viu ficar doente e não avisar ninguém?
E foi meia hora de bronca! Kkkk Mas era bom! Me sentia tão amado por aquela família! Falando em família dona Fabi entrou feito um furacão naquele quarto, eram mais ou menos um pouco depois do almoço quando a matriarca da família Souto entra em meu quarto desesperada!
- O meu filho meu Deus! - e me abraçou forte com os olhos repletos de lágrimas, eu todo cavalão e minha mãe me tratando como uma criança! - Rodrigo!!! Você ainda quer matar sua mãe do coração meu filho???
- Calma mãe eu to bem! - lembrei do meu passado e aquela mesma cena havia se repetido inúmeras vezes! - Ei dona Fabi não chora! Eu to bem mãe! É só dengue!
- Dengue? Pelo amor de Deus Rodrigo! Isso é muito sério! - ela olha ao redor do quarto e me pergunta - E cadê a Fabiane? E o Rafa? Alias que negocio é esse que você de você passar mal sozinho?
E foi mais uma hora e meia de bronca (mentira 10 minutos depois a mãe do Douglas voltou e já era a best friend da minha mãe). Consegui me esquivar da conversa sobre o Rafael.
No fim daquele dia graças a Deus tive alta, meu corpo ainda doía horrores, eu estava fraco, mas eu teria minha casa com a minha mãezinha linda pra cuidar de mim. Lógico que não consegui correr muito tempo sobre o assunto Rafael.
- Tá agora que você está coberto, medicado e com uma aparência melhor... Cadê seu namorado? E porque o Douglas estava fazendo o papel dele? - ela me pergunta na lata sem tempo para defesa.
- Tá louca mãe? O que??? kkkkkk Papel de namorado? Não entendi! - me fiz de besta mas sabia muito bem de que ela estava falando da minha aproximação com meu vizinho
- Pode parar Rodrigo!Eu te conheço desde o exato momento em que coloquei os olhos em você! Você e o Rafael terminaram é isso? Você está namorando com o vizinho? Foi por isso que terminaram???
- Mãe! A senhora está pior que mulher ciumenta! Não não estou namorando o Douglas... ele é hétero para inicio de conversa e sim eu não namoro mais o Rafael porque aquele filho da puta me deixou sem nem ao menos ter o caráter de terminar comigo! Alias ele me jurou nunca fazer o que o Felipe fez... - Puta aí eu vi que havia falado demais!
- Quem é Felipe? E o que ele fez? - Contra fatos não existem argumentos, se eu não não falasse quem era Felipe e o que aconteceu com o ruivo minha mãe não iria me deixar em paz nunca! Então abri meu coração e contei a ela todas as minhas mágoas. - Poxa meu filho você é tão bonito! Tenho certeza que vai encontrar alguém que vai te fazer muito feliz... Quer dizer já encontrou mas prometi não me meter mais entre você e o Rafael!
- Ah mãe... Entre eu o Fael é mais complicado do que a senhora imagina... Melhor a gente deixar pra lá... Mãe eu to morrendo de saudade da senhora, mas eu preciso dormir... - falei já piscando o olho quase dormindo.
- Poxa Rô seu pai ficou ligar daqui a pouco, ele está morto de preocupado ele e o Rafael estavam em desespero pra viajar pra cá meu filho, só que tinham aquela audiência do deputado Manoel...
- Mãe fala pra eles que depois eu ligo... E que eu amo eles e entendo... - Não consegui terminar a frase... literalmente eu desmaiei por conta do remédio.
Infelizmente minha mãe precisou retornar as presas para Brasília dois dias depois, pois tinha dado um problema com um cliente ao qual ela ainda advogava. Ela quase me bateu quando eu disse que só retornaria para Brasília ao fim do semestre. Fui praticamente ameaçado de morte mas consegui resistir as ameaças de dona Fabi e Douglas precisou jurar que iria cuidar de mim...
Pegar a tal da dengue foi uma experiência horrível mas serviu para enxergar que eu não estava sozinho. Eu tinha meus pais, tinha Dona Fabi, tinha meus amigos da facul principalmente o Sandro que sempre vinha me visitar com o Gabriel e o Bruno e é claro meu vizinho Douglas.
Eu não sabia se era nossa proximidade ou se foi o carinho que ele teve comigo enquanto estive doente ou até o abandono nada esperado do Rafa, mas certo dia acordei e me toquei que estava sentindo um carinho diferente pelo Douglas. Não sabia bem o que era mas guardei comigo esse sentimento a sete chaves, eu sabia muito bem que era pura carência e sabia que não seria nada saudável expor tais sentimentos ao seu melhor amigo hétero.
Quanto mais você quer que o tempo não passe, mais rápido ele vai passar... Num piscar de olhos finalmente eu havia terminado o 4° período, ainda haveriam mais 8 pela frente. É aquele caso de segura na mão de Deus que vai!
Resumo de dezembro: Foi com muita dor no coração que coloquei meu apartamento à venda, mesmo que ele tenha feito parte de minha vida por apenas 2 anos, mas ele significou a virada de uma página e um inicio de uma nova liberdade. Posso ter tido minhas quedas, mas elas me ajudaram a me tornar o homem que sou hoje.
Foi também com muita dor no coração que me despedi daquela faculdade, fizeram uma festa pra mim regada de muito choro e muita bebida. Com um discurso emocionado com direito a promessa de nunca perder contato... (Posso dizer que ela foi parcialmente cumprida, pois até hoje mantenho contato com meus fiéis gaúchos Sandrinho do cavaco, Gabriel do sapatinho e Bruno não vou fala se não queimo o cara... kkkkkk)
E nem preciso dizer que a despedida da família Souza foi a mais triste! Dona Fabi fez um jantar delicioso pra mim, ao fim dele ela estava tão emocionada que acabou chorando me fazendo chorar também. Mateus não entendia minha partida então foi mais fácil a despedida. Já Douglas se esquivou quando tentei o abraçar... Ele resolveu pegar uma vodka e um suco na geladeira e fomos pra casa beber... Ele dizia que despedida sem cachaça não era despedida...
- Que mané despedida! Não vou deixar você embora não! Já falei você fica... Que porra Rodrigo! - ele fala batendo em minha coxa, estávamos os dois sentados já meio alterados no sofá.
- Guri se eu não subir naquele avião amanhã meu pai põe a federal na minha cola! Tem duas semanas que estou enrolando essa partida!
- Você é filho da puta mesmo! Me fez apegar em você, agora vai me deixar! - Confesso que aquela frase me deu um frio na barriga, olhei para ele e ele me olhava fixo aumentando mais ainda aquele frio na barriga - Rodrigo você quer saber porque no começo eu não quis contato com você?
- Não... Por quê? - perguntei surpreso e ao mesmo tempo curioso...
- Por causa disso cara...
E meu coração parou quando Douglas se apossou de minha boca... Que sensação deliciosa aquela! Aquela boca carnuda, o cheiro de álcool me embriagava e me fazia ansiar por mais daquilo. Eu não havia beijado ninguém desde o Rafa, eu pra ser sincero não sentia falta de alguém, o próprio Douglas não me deixava sentir tal coisa. Fomos nos atracando no sofá, parecia um leão com a sua presa, eu o beijava com vontade, com muito tesão acumulado de ambas partes. Em poucos minutos a única coisa que nos separava eram as nossas boxers, a cabeça do meu pau já estava para fora e babava na barriga dele, enquanto o seu estava duro como pedra na minha virilha. Foi algo surreal estar com aquele garoto em cima do meu sofá e seu corpo tão entregue quanto o meu. Por alguns segundos fiquei em dúvida de como aconteceria aquele sexo entre nós... Então deixei os nossos instintos nos levarem e minha maior surpresa foi sentir Douglas esfregando sua bunda em meu pau.
E o pedido mais louco que ouvi em minha vida "Rodrigo me come".
Olhei aqueles olhos escuros tentando entender o que era aquilo, mas Douglas me puxou para outro beijo selvagem me fazendo me perder qualquer tipo de juízo que restara... Mesmo bêbado tive todo cuidado do mundo ao penetra-lo, era muito apertado, foi difícil conseguir mas quando dei por mim meu pau deslizava para dentro e para fora de seu corpo. Sentia suas unhas cravadas em minhas costas, eu sabia que ele estava sentindo dor, mas o nosso tesão era tão gigante que não havia momento para ela.
Me perdi nas horas, comia Douglas olhando em seus olhos não acreditando que tinha conseguido tal façanha. Não conseguindo se segurar fui lá no fundo e vi Douglas gemer alto e gozar grosso em sua barriga, conforme ele gozava eu comecei a gozar também... foi tão forte a sensação que cai desfalecido em cima dele. Ficamos sei lá horas naquela posição, eu deitado em seu peito respirando forte, coração batendo descompassado, eu estava quase pegando no sono quando ouvi ele falar...
- Foi por isso Rodrigo, desde a primeira vez que eu ouvi você transando com o Rafael eu sabia que não iria conseguir me segurar... Eu sempre quis isso... - ele falava com a voz entrecortada.
- Cara mas eu não entendo! Por quê? Tanto preconceito e você curte... - falei lembrando de todas as vezes em que meu melhor amigo foi homofóbico.
- Rodrigo... Eu fui criado pelo meu avô e ele era muito machista... Isso aos olhos dele era tão errado quanto roubar ou matar. Eu nunca contei pra ninguém o que vou te contar aqui... Isso vai morrer aqui ok? - eu balancei a cabeça um pouco menos zonzo da bebida - Eu sempre quis saber como era estar com um cara, beijava mulheres mas meu desejo era por homens. Foi aí que comecei a andar com o Marcos e toda essa vontade me pegou novamente, nós dois lutamos contra isso, éramos dois adolescentes que não sabiam lidar com essa atração. Demorou meses para darmos nosso primeiro beijo, não era fácil para nenhum dos dois assumir o que estávamos sentindo. E o pior que com o tempo beijos e caricias já não nos bastávamos, logo aconteceu nossa primeira vez e resolvemos assumir de vez essa paixão.
- Caralho! Mas e aí? - falei já bem desperto com tanta informação - O que aconteceu?
- O que sempre acontece Digo! Meu avô começou a desconfiar e me expulsou de casa quando eu contei que namorava um cara. Voltei a morar com a mãe e meu avô morreu guardando isso com ele. Você não faz ideia de como me senti culpado! Fiquei meses sem falar com o Marcos, cortei qualquer relação com ele. Anos depois descobri que ele havia mudado para o Uruguai e definitivamente desisti de tudo isso. Rodrigo depois do Marcos eu nunca mais consegui ser feliz de verdade até encontrar você cara!
Eu fiquei totalmente sem palavras, na verdade nunca fui tão bom com elas. Mas respirei fundo e tentei passar o que estava sentindo naquele momento.
- Cara tudo isso que você passou com o Marcos eu passei com o meu primo Rafael, eu mais do que ninguém sei como é difícil essa fase da aceitação, mas foi com ela que aprendi que por mais que eu fuja eu nunca serei completo em um relacionamento hétero. Minha relação com o ruivo pode não ter sido perfeita, mas eu fui muito mais feliz com ele do que com a Luiza. É difícil colocar isso em palavras mas se um dia você se relacionar com um homem vai saber do que eu estou falando.
- Eu já sei de tudo isso Rô! Você me fez enxergar tudo com outros olhos entende? Se existe alguém que eu me relacionaria esse alguém seria você!
Confesso que fiquei extremamente balançado com aquelas palavras, eu sentia uma atração inegável pelo Douglas, porém eu tinha a plena consciência de que ainda amava meu primo e não queria tornar ele outro Rafa.
- Doug... A gente tá balançado cara... Eu amo você, acho que nunca tive a oportunidade de dizer isso, mas eu amo você... Só que minha vida é em Brasília ao lado dos meus pais... Ao lado do Rafael...
- Você ama mesmo esse cara né? - ele me pergunta enquanto fazia um cafuné gostoso em minha cabeça - Rodrigo de coração eu espero que vocês finalmente se entendam mas se ele não der valor você já sabe onde moro...
- Ah então é assim? Você deixa pra sair do armário justamente no dia em que eu to indo embora? Porra vida valeu por ser legal comigo...
- Para de ser besta Rodrigo! Tu vai pra Brasília não vai para o Japão não mané!
- Falando em Japão... Você nunca mais foi atrás do Marcos? - perguntei me ajeitando no sofá.
- E a coragem Rodrigo? Nem no orkut eu tive coragem de procurar... O que fiz com ele na época ele nunca iria me perdoar! Tenho certeza disso...
- Para de ser frouxo Douglas nem parece homem! - falei limpando um pouco da porra que já estava seca em minha barriga - Velho vai atrás da sua felicidade! Não tenha medo de viver! Você mais do que ninguém conhece minha história... Cara permita-se!
- Ok Rodrigo você está certo guri! Agora vamos tomar um banho? Cara to todo grudado! - E fomos ambos para o chuveiro, porém cada um tomou o seu e depois ele deitou em minha cama desmaiado.
Se rolou mais alguma coisa entre eu e o Douglas? A resposta é não! Pois vimos que um relacionamento não daria certo entre amigos. Como falei eu o amava demais para transforma-lo no novo Rafael, eu definitivamente não estava pronto para dar aquele passo e acredito que nem ele. Mas acho que consigui fazer meu amigo ver a vida de forma diferente homossexualidade não é um crime e sim uma opção a qual seu corpo te faz escolher naturalmente. Um ponto positivo é que ele após muitos anos resolveu procurar o Marcos, mas isso é história para um outro conto.
Sobre o ruivo... ele continuava desaparecido e o que eu sentia por ele também...
Finalmente havia chego a hora da minha partida, foi um chororô naquele aeroporto, foram todos os meus amigos, amigos de amigos, Dona Fabi, Mateus e Douglas. Foi muito difícil deixar minha vida para trás, cada abraço, cada lágrima, cada beijo que recebi antes de voar me fez me sentir a pessoa mais querida do mundo. Queria colocar o Sandro mala e o Douglas na outra, não saberia o que seria da minha vida sem meus dois melhores amigos. Aqueles que nunca deixaram de me amparar, mesmo nas minhas crises, nas minhas muitas cagadas, tive realmente dois amigos que poderiam sim se encaixar no buraco que Dudu e Diego deixaram em minha vida.
Pelotas me deixou muitas saudades, mas saudade mesmo eu senti no momento em que meu avião tocou o solo do Aeroporto J.K. Foi uma emoção muito grande rever meus pais no portão de desembarque, tanto que chorei quando abracei minha mãe que já chorava de felicidade. Em meu pai foi um abraço tão emocionado quanto o da mãe... Porem minhas pernas tremeram quando vi o Rafael parado de longe me olhando todo sorridente...
Continua...
Há! Quem diria??? 34 capítulos escritos por um cara que não é bom com palavras... Mas está aí primeira etapa concluída! Eu não tenho palavras para expressar a felicidade que eu estou hoje ao terminar Dois Príncipes e uma História...
Nossa Rodrigo que final lixo! Não ficou com ninguém! Não leio mais essa bosta!
kkkkkk Calma gente! Esse foi apenas o fim do primeiro conto. Não sei se perceberam mas acabei com o lance de 1ª e 2ª temporada... E vou começar outro conto para contar minha história com o Fael... Muitos irão se surpreender do rumo que a história irá tomar depois que eu cheguei em Brasília.
Mas enfim muito obrigado pela atenção! Pela paciência, pelos comentários maravilhosos, pela amizade, pelo carinho e por tudo o que vocês fazem por mim no dia- dia.
Antes eu costumava a dizer que fazia essa história por mim, mas hoje vejo que tudo o que faço é para vocês!
Cara muito obrigado mesmo! Amo a todos!
E vem aí...
Meu Príncipe, Minha História!
