Paixão Secreta | 1ª Temporada | Capítulo 20

Um conto erótico de Misteryon McCormick
Categoria: Homossexual
Contém 1918 palavras
Data: 30/05/2016 11:54:52
Assuntos: Gay, Homossexual

INCIDENTE capítulo vinte________________________________________

N

ós entramos no vestiário e lá havia alguns funcionários que olharam diretamente para mim. eles ficaram espantados ao verem meu olho roxo. Eu sabia que a primeira coisa que eles pensariam ao me ver é que eu tinha me envolvido em algum tipo de briga, mas eu realmente não me importava com o que eles pensavam.

- boa tarde – falou Gray para os funcionários.

Todos responderam e continuaram conversando, dessa vez em um tom mais baixo.

- prefere que eu fique sentado ou em pé?

- sentado – falou Gray analisando meu olho como se fosse algum tipo de médico.

Eu me sentei e ele se sentou ao meu lado tentei ficar de frente para ele.

Ele tirou os curativos malfeitos que eu tinha colocado e logo pegou um algodão e colocou algum remédio nele. Eu me remexi um pouco quando ele colocou.

- ratinho, quando acontecer algo assim você pode me ligar eu vou te ver imediatamente.

- o que? – perguntei rindo.

- é sério pode me ligar qualquer hora.

- não é isso, você me chamou de que?

- ratinho, posso te chamar de ratinho? Um apelido carinhoso, você é Mickey Mouse...

- por favor, não me chame disso – falei rindo.

- ratinho, posso te perguntar uma coisa?

- pode – respondi.

- me fala a verdade, eu sei que você não caiu de um uma mesa.

Senti um calafrio percorrer meu corpo.

- o que – falei rindo – foi sim Gray, deixa de ser bobo.

- eu não sou bobo. Posso não ser médico, mas reconheço o olho roxo resultado de um soco.

- eu não queria mente. Me desculpa.

- não precisa de desculpar, eu quero que me fala quem te bateu. Você se envolveu em uma briga?

Eu não respondi por alguns segundos, respire fundo pensando em mentir, mas a verdade é que eu tinha uma dor no peito. a dor de quem precisa desabafar.

- foi meu pai – falei envergonhado.

- seu pai? por quê?

- Ele bebeu um pouco além da conta e estava delirando, me confundiu com alguém e me bateu. Ele não teve a intenção.

- tem certeza? – perguntou Gray finalizando o curativo.

- tenho. Foi sem querer, eu não disse nada porque se não todos iriam achar que era mentira e iria dar a maior confusão. Promete-me não contar pra ninguém?

- prometo – falou Gray sorrindo gentilmente para mim.

- agora vou voltar ao trabalho se não Adam vai me dar uma bronca.

- Se acontecer qualquer coisa com você… - falou ele pausando – se seu pai te bater outra vez você me liga?

- ligo sim.

- ótimo – falou Gray.

Depois do expediente eu fui embora de taxi, para chegar mais rápido em casa, chegando lá meu pai não estava eu já fiquei um mais tranquilo, ele tinha ido trabalhar, então sua bebedeira já tinha passado.

Fiz o jantar e ouvi o barulho de um carro entrando na garagem por volta dás 20h26min. Eu esperei ele entrar pela porta da garagem, mas ele demorou um pouco e eu chamei por ele.

- pai? – falei.

Ele abriu a porta e apareceu. Ele estava com os olhos vermelhos.

- onde você estava? – perguntei. – estava bebendo? Veio dirigindo e bebendo?

- Mike... – falou ele se aproximando de mim e eu me afastei assustado. – não fica com medo de mim – falou ele. – me perdoa por ter te batido.

Ele se aproximou e o cheiro de bebida ficou forte no meu nariz.

- ta bom – falei me afastando.

- o que? Não posso te abraçar?

- o senhor está bêbado pai. eu fiz até um jantar para o senhor. Sua comida preferida.

Ele então foi até a mesa da cozinha aonde eu tinha arrumado para o jantar e empurrou tudo no chão quebrando os pratos e as colheres.

- que droga de jantar – falou ele alto – não posso nem abraçar meu filho nessa droga de casa.

Com medo me aproximei dele.

- se acalma pai.

Ele olhou pra mim e sua cara foi de confusão.

- quem fez isso no seu rosto – falou ele colocando o dedo no meu olho roxo.

- ninguém pai, esquece isso.

- QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ! – falou ele agarrando meu braço e apertando.

- VOCÊ! – gritei – me solta.

Consegui me soltar. Eu me virei e subi as escadas e me tranquei no quarto. Eu não sabia o que estava acontecendo com meu pai. Ele estava realmente precisando de ajuda, um conselheiro, psicólogo, ele estava me assustando e me decepcionando. Sem jantar eu tomei um banho e fui dormir cedo ouvindo meu pai quebrando todo o andar de baixo.

Acordei ás 03h10min da madrugada. Estava silencioso. Eu me levantei e me sentei na cama. Eu limpei meus olhos que estava embasado e ardendo de tanto sono. Eu abri a porta e fui até o corredor e vi meu pai sentado escorado na parede com várias latas de bebidas caídas em volta dele. eu chutei as latas e tentei arrastar meu pai pelo chão, com muita dificuldade consegui arrastá-lo até o último quarto do corredor e levei uns 15 minutos para coloca-lo em cima da cama. Eu o cobri e logo sai fechando a porta.

Desci as escadas e levei um susto quando cheguei. Havia coisas quebradas por todos os lados. Ele tinha quebrado todos os copos e pratos da casa. Enfeites de porcelana que minha mãe tinha comprado estavam destruídos.

Abri a porta dos fundos e peguei uma vassoura e comecei a arrumar toda aquela bagunça. Eu juntei os cacos e acabei cortando minha mão direita. Começou a escorrer sangue e eu fui até a pia e coloquei a mão em água corrente.

- ainda bem que sou canhoto – falei apertando a mão para limpar a ferida e não ficassem pequenos cacos lá dentro.

Fui até o meu quarto e fiz um curativo na mão.

- Gray vai me matar, mas eu não vou ligar pra ele uma hora dessas pra fazer um curativo na minha mão e além do mais, ele vai ver toda a bagunça que meu pai fez.

Comecei a limpar outra. Peguei a comida que eu tinha feito espalhadas pelo chão, peguei as panelas que meu pai tinha jogado no chão e metade delas foi para o lixo, pois ele tinha amassado elas.

Limpei as paredes sujas de comida e logo percebi que o que estava sujo no chão era vômito porque o cheiro foi forte no meu nariz e eu quase vomitei por cima. Eu peguei uma mascara e coloquei no rosto de continuei limpando a cozinha.

Ás 04h27min eu terminei de limpar toda a casa. Até uma das janelas da sala meu pai tinha quebrado quando jogou um pesado enfeite da estante por ela. Minha mão começava a escorrer sangue e a arder.

- vou ligar para Gray. Vou falar que quebrei um copo – falei para mim mesmo.

Subi as escadas coloquei minha roupa na mochila e tudo o que precisava para o trabalho e sai de casa, tranquei a porta e sentei na calçada. Eu peguei o celular e liguei para o Gray. Não demorou muito e ele atendeu com uma voz de sono.

- oi – falou ele.

- sou eu, Mike.

- ratinho, está tudo bem?

- está sim… é que... Eu não queria te incomodar, mas você disse que qualquer coisa podia te ligar... eu machuquei a mão, tem um corte enorme e está saindo muito sangue.

- aonde você está?

- em casa.

- daqui a 20 minutos eu chego.

- não vai correr.

- tudo bem – falou ele desligando o telefone.

Fiquei lá sentado vendo a escuridão da noite, a rua deserta e o céu com algumas estrelas lá no alto. Estava muito frio. Eu estava com os braços cruzados e a mochila no meu colo para me proteger do frio e depois de 20 minutos ouvi um carro ao longe. Era Gray.

Me levantei e esperei ele estacionar. Ele abriu a porta do carro e saiu e veio até mim.

- calma – falei – foi só um corte.

- só um corte? – falou ele olhando minha mão de perto – o que você fez? Apertou o caco de vidro?

- eu bati a mão com um copo de vidro ontem a noite na hora do jantar e fiz um curativo qualquer e fui me deitar. Eu acordei agora de madrugada com a mão doendo e tive que te ligar.

- ontem à noite? – falou ele enrolando a minha mão no pano. Nós fomos para dentro do carro.

- foi.

- vou te levar para o pronto socorro, lé eles podem te dar alguns pontos.

- obrigado por isso Gray e desculpa por te atrapalhar.

- sem problemas – falou ele tentando me deixar tranquilo.

Gray me levou para o St. Matthews Hospital. Lá eles me deram alguns pontos na mão. Pedi para Gray me deixar em casa, mas ele insistiu em me levar para a casa dele. No começo fui um pouco relutante, mas depois acabei cedendo.

Ao chegarmos a casa dele ele me mostrou o quarto de hospedes e disseque eu podia me sentir em casa. Ele perguntou uma dezena de vezes se eu queria comer algo, mas eu estava realmente sem fome.

- obrigado por tudo isso Gray. Não sei como posso agradecer.

- Fiquei bem e vivo – falou ele sorrindo.

- olha só a hora – falei olhando para o relógio do celular e era quase seis da manhã – daqui a pouco tenho que me arrumar para voltar ao trabalho.

- você não precisa ir trabalhar hoje.

- preciso sim, não vou deixar esse acontecimento atrapalhar minha vida profissional.

- você é o tipo de cara durão Mike, mas você só precisa de um carinho. Eu imagino por tudo o que você tem passado – falou Gray tirando sua roupa e ficando apenas de cueca.

- o que está fazendo?

- te dando carinho – falou Gray se deitando na cama – vem aqui – falou ele esticando a mão, mas eu não á segurei.

- vem aqui – falou Gray.

- só se você me prometer que vou poder ir para o trabalho.

- se significa tanto para você eu prometo te levar – falou ele ainda com a mão esticada – Eu já disse que prometo. Deita aqui comigo. Nós podemos sair daqui quinze minutos antes das oito e ainda chegamos cedo.

- tudo bem – falei dando a volta na cama e deitando ao lado dele. Nós nos cobrimos e ele me fez virar de costas e fez conchinha comigo.

Fechei os olhos, eu não iria conseguir dormir outra vez, mas pelo menos descansaria meu corpo. Gray ficou beijando minha orelha e alisando meu peito e eu consegui cochilar um pouco.

Por volta dás sete e quarenta ele me acordou e eu me arrumei e como ele só iria para a empresa a tarde ele me levou e me deixou na porta. Eu fui até o vigésimo andar.

O dia no trabalho foi como qualquer outro. Ao chegar em casa depois do expediente vi meu pai deitado no sofá com uma garrafa vazia caída no chão. Ele tinha passado o dia todo bebendo. Eu não aguentava mais ver meu pai naquele estado e o pior de tudo é que eu não podia fazer nada. Eu não podia obriga-lo a nada. Como filho meu papel era aguentar e cuidar dele do mesmo jeito que eu sabia que ele iria cuidar de mim. Desta vez eu não tentei leva-lo para cima eu trouxe um cobertor e o cobri lá mesmo no sofá. Eu arrumei um lanche para mim e resolvi subir logo.

Eu naveguei um pouco na internet quando Gray me ligou.

- oi ratinho.

- oi Gray – falei atendendo.

- está tudo bem com você?

- está sim.

- e seu machucado dói como antes?

- não muito.

- que bom, qualquer coisa você me liga.

- eu ligo sim. Beijos.

- beijo – falou ele desligando.

No mais tardar eu me cansei e logo me deitei e mergulhei em meus sonhos.

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