Meu jovem amor - Cap 3

Um conto erótico de LuCley
Categoria: Homossexual
Contém 3386 palavras
Data: 11/02/2016 13:31:49

Obrigado pelos votos de melhora. Estou bem hoje. Agradeço pelos comentários e por lerem. Espero que gostem e até o próximo. bjs.. :)

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Voltei pra empresa e a Simone tinha levado o Matheus para escolher os móveis. Aproveitei que não estavam e fui dar uma olhada nas Ordens de Serviço e quanto tinha entrado em caixa até o momento. Liguei pra Contabilidade e resolvi umas pendências; eis que meu celular toca e era a Simone. Ela estava nervosa, dizia que o Natheus não queria comprar nada porque achava tudo caro. Pedi que passasse o telefone pra ele.

— oi. — disse e ele parecia uma metralhadora, não parava de falar.

— olha, isso aqui é tudo caro, eu não vou poder levar essas coisas, como vou pagar o senhor depois? Quero dizer, você. Sabe quanto custa uma geladeira? É mais de mil reais, só porque ela tem água na porta... deixa queito...não posso te dar tanta despesa, você nem me conhece direito...

— Matheus, ei! Calma, rapaz... respira. — ele parou de falar e se acalmou.

— desculpa....pode falar.

— compra o que a Simone escolher, tudo bem? Se ela achar que precisa, está ótimo. — eu não posso passar minha vida te agradecendo o que faz por mim, somente com abraços.

— eu não me importo. Sério, me deixa te ajudar?!

— tudo bem. Você é doido, Ricardo.

— talvez eu seja, um pouco. Boas compras.

— abraço....Eu não posso mais falar aquela palavrinha, então... abraço!

— hahahaha, abraço.

Disse ao meu estoquista que podia ir e agradeci por ele ter ficado no lugar da Simone. Fiquei no caixa e recebendo os carros. Era quase fim de experiente, quando os dois voltaram e a Simone me entregou o cartão de crédito e a nota. Vi que o Matheus corou, estava com vergonha. Disse a Simone que podia ir pra casa. Perguntei ao Matheus quando entregariam os móveis e era no dia seguinte, seria sábado.

— vou deixar a chave da kitnet contigo, não perca.

— pode confiar. Eu não virei amanhã, então.

— sem problemas. Arrume suas coisas, faça o que tem que fazer.

— aquele convite pro sábado a noite, ainda está valendo?

— está sim. Eu passo lá pra te pegar.

— esta bem. Bom, eu já vou indo.

— me espera na saleta. Só vou pegar minhas coisas e ir também. Te dou uma carona.

Fui até minha sala pegar minha carteira e os documentos do carro e lembrei que tinha guardado o livro do Matheus no arquivo. Peguei tudo e passei na saleta pra chamar o rapaz e o vi ressonando. Fiquei parado, olhando pra ele por alguns minutos. Ele era tão bonito. Ele se mexeu e o chamei, ele abriu os olhos e se levantou vindo até mim.

— que sono! — disse e ele coçou os olhos.

— nossa, sentei ali pra te esperar e apaguei.

— você vai direto pra casa ou vai passar em algum lugar?

— pode me deixar no caminho, quero passar no mercado.

— vamos então?

— vamos.

Parei no semáforo e meu celular tocou. Era um amigo, bem, era um cara que eu estava ficando. Fazia umas duas semanas que não nos víamos, mas ele me ligava as vezes; trinta e oito anos, alto, corpo normal, mas tinha uma bunda redonda que eu adorava, além de muito simpático. Só que aquelas benditas luzes não me deixaram ficar tão animado com a ligação dele, mas mesmo assim, atendi.

— e aí, Jorge? Quanto tempo.

— ando meio ocupado, mas to de folga hoje. Ta afim de beber uma gelada?

— pode ser. Vou deixar um amigo em casa e te encontro no lugar das antigas.

— daqui meia hora chego lá.

— blz.

O Matheus mexia no celular e perguntei onde ele ia ficar; ele disse que ficaria no Supermercado da esquina. Parei o carro e por um instante, desejei um abraço daquele rapaz. Antes dele descer, me estendeu a mão e apertei.

— valeu, pela carona.

— você precisa de dinheiro?

— não, não. Ainda tenho daquele que me deu ontem. Ta tranquilo.

— se precisar de alguma coisa...já sabe.

— sim, eu te ligo. Boa noite, Ricardo.

— boa noite.

Esperei ele entrar no mercado e fui me encontrar com o Jorge. Eu demorei um pouco pra chegar e ele já me esperava, estava bonito como sempre. Ele estava numa mesa, na calçada e quando parei o carro, ele se levantou. Me abraçou quase me levantando e puxou a cadeira pra eu sentar.

Pedi dois chop, uma porção de calabresa com cebola e o cara não parava de me elogiar. Dizia que estava com saudades, que queria muito me ver e sorri, dizendo que a gente podia sair outro dia. Pra falar a verdade, eu não estava tão animado quanto deveria estar e acho que ele acabou percebendo.

— a gente podia sair pra dançar, amanhã a noite. — ele disse.

— amanhã não vai dar. Já marquei um compromisso.

— você ta namorando? Cara, não acredito que você está namorando...

— hahaha, não estou namorando. De onde tirou isso? E não adianta ficar me enchendo de perguntas...

— mas é o seu amigo de hoje? É com ele que você vai sair?

— sim, mas como você mesmo disse, é só um amigo..

— vão onde?

— naquele Pub do centro. — menti, seria bem capaz dele aparecer lá na praça.

— legal.

O Jorge era muito gente boa. O tipo de cara que você pode contar, sempre. O problema é que eu não estava na mesma vibe que ele e pelo seu entusiasmo, achou que eu estava tão afim dele, quanto ele de mim. Senti meu celular vibrar e pedi aos céus, sei lá porque, que fosse o Matheus. Olhei e era uma mensagem da porcaria da operadora, dizendo que minha conta venceria em dois dias. Que animador, pensei.

Terminamos de comer e pedi mais um chop pra cada. Ele falava do novo emprego que tinha arrumado e que estava ganhando melhor que no outro. Tudo que ele falava, parecia não ter importância, minha cabeça não estava naquele lugar. Na verdade, eu nem queria estar ali.

O chop acabou e ele perguntou se eu queria mais. Não aceitei, ainda tinha que trabalhar no sábado de manhã e acordar cedo. Ele ficou meio frustrado, mas me fez prometer que marcariamos pra outro dia.

Nos despedimos e ele arriscou me beijar na boca, como sempre fazia. Sutilmente virei pra outro lado e ficamos mesmo só no abraço. Eu estaria sendo falso se o beijasse, eu não queria.

Cheguei em casa e tomei um banho. Fui pro quarto e liguei a TV, estava passando jornal. Tinha levado uma jarra de suco pra ir tomando e me atrevi a mandar uma mensagem pro Matheus. Perguntei se ele estava acordado, mas ele não respondeu. Continuei vendo o jornal e vinte minutos depois, ele respondeu.

Ele:

oi, :D .....estou, meu celular estava carregando e fui tomar banho....e você? Ainda acordado? Diz que sim!

Eu:

sim, estou vendo o jornal. Animado pra arrumar suas coisas amanhã?

Ele:

estou, o Luís vai comigo. Pedi pra ele me ajudar a arrumar a bagunça depois. Como foi seu encontro?

Eu:

encontro? Que encontro? Eu só fui beber um chop com um amigo. Ele me chamou pra ir dançar amanhã a noite, mas disse que não podia.

Ele:

:) ...bom que já tem compromisso amanhã.

Eu:

:) .... também acho. Eu não trocaria meu compromisso de amanha, por nenhum outro. Vou levar um amigo no meu lugar favorito. Acho que ele vai gostar.

Ele:

:D .... seu amigo deve estar bem animado, acho que ele nem vai dormir direito essa noite, hahaha.

Eu:

hahaha, será? Eu ficaria muito feliz se ele mesmo dissesse.

Ele:

eu estou muito feliz em ter você como companhia amanhã à noite.

Meu corpo se arrepiou, meu coração começou a acelerar e meus dedos congelaram no celular. O que eu iria responder? Diga o que você sente, seu bobo! Diga! Pensei comigo mesmo, ainda com os dedos duros.

Eu:

eu também estou feliz em poder dividir um céu estrelado contigo. Acho que também não vou conseguir dormir essa noite. Pela expectativa de ter você como companhia.

:D

Ele:

ahhhh, você sorriu. Seu amigo gosta quando você sorri. As vezes ele te acha meio triste. Mas se depender dele, você não será mais.

Eu:

as vezes ele fala que eu não o conheço o suficiente, mas ele está errado. Eu queria que ele me deixasse ajudá-lo, cuidar um pouco dele, sabe? Ele está meio sozinho e eu queria fazer parte de sua vida, nem se for só um pouquinho.

Eu tinha tanto medo de me apaixonar de novo. Tinha medo de perder alguém que eu amasse, ou que mais uma vez, ele fosse embora. Prometi a mim mesmo não abrir meu coração, não deixar que mais ninguém tomasse conta dos meus sentimentos, mas acho que acabei quebrando a promessa. Meu coração teimava em abrir as portas para um jovem que eu mal conhecia, mas já tinha por ele um carinho imenso. Pensei que ele não responderia mais, havia se passado três longos minutos e felizmente, ele respondeu.

Ele:

seu amigo está com medo. Ele tem medo de tudo e as vezes acha que não pode sentir certas coisas.

Eu:

ele pode sentir o que quiser. Matheus, vou dormir... amanhã nos vemos, durma bem.

Ele: :) Também já vou. Boa noite e durma bem também.

Eu:

:)

Fiquei pensando nele um bom tempo. Eu gostava do modo como ele me olhava, era como se quisesse me dizer alguma coisa, mas não conseguia. Eu me sentia bem estando perto dele, me sentia querido. Acabei pegando no sono e acordei atrasado. Corri pra oficina e ainda tinha que resolver com o fornecedor, uma peça que veio com defeito.

Foi uma manhã de sábado desgastante. Discussão por telefone, cliente reclamando que o carro não fica pronto, sendo que fazia uma hora que ele tinha chegado e queria que fosse feito na velocidade da luz. Assim não dá. Ainda tive que escutar a Simone rindo por eu ter chegado atrasado, e nunca aconteceu esse tipo de coisa comigo.

— nem quando você estava com o falecido, você chegava atrasado. — ela disse rindo.

— não seja má. Eu fiquei trocando mensagens com o Matheus e....

— ahhhh, agora está explicado.

— nem começa. Ta cheio de cliente la fora querendo te comer viva...

— hoje não é meu dia. Vou lá me jogar na boca dos leões.

Deixei alguns assuntos pra resolver na segunda-feira e quando ia pegar minhas chaves pra ir embora, recebi uma mensagem do Matheus. Disse que estavam descarregando os móveis e falei que iria passar por lá pra dar uma ajuda. Ele disse que não. Me proibiu de ir pra lá e se eu fosse, não iria me encontrar a noite.

Ele:

não quero que venha se incomar. Está uma bagunça aqui, mas o Luís está me ajudando. Vai pra casa e descanse. Você já me ajudou muito, sabe quantas pessoas tem essa sorte? Pouquíssimas. Então, deixa isso aqui comigo.

Eu:

se você acha que não precisa... então vou ao Supermercado, preciso comprar umas coisas lá pra casa.

Ele:

te espero a noite. Eu trouxe roupa, tomo banho aqui. Você precisa ver como está ficando bonitinho, cada coisa em seu lugar... nunca vou me esquecer do que tem feito por mim.

Eu: você merece! Tenha um bom dia e até a noite. :)

Ele: até... :)

Fui direto pro Supermercado e como ele contou uma pequena mentira quando nos conhecemos, era a hora de eu também contar a minha. Fiz compras pra ele e comprei tudo que ele precisava. O porta-malas do meu carro ficou lotado e o resto foi dentro do carro mesmo. Cheguei em casa e guardei os perecíveis na geladeira pra não estragar. Tomei um banho e almocei no restaurante da esquina. Como eu sabia que ele ficaria o dia todo arrumando kitnet, pedi que o entegador do restaurante levasse o almoço pro Matheus e pro Luís. Dei uma volta pelo centro e ainda encontrei algumas lojas abertas. Comprei umas roupas e fui pra casa dormir.

Acordei preocupado, já estava noite, mas era sete horas. Caprichei no banho, passei meu melhor perfume e vesti uma roupa leve. Peguei uma manta, travesseiros e levei pro carro. De frente a praça, tem um gramado, onde o pessoal monta aqueles brinquedos infláveis paras as criança. Então, a noite é bem movimentado. Do outro lado da rua o pessoal monta varias barracas com vários tipos de comida e na esquina, tem uma pizzaria, a melhor da região. Pensei em levar ele pra jantar, mas combinava mais uma pizza ao ar livre, ele ia adorar.

Mandei mensagem e disse que já estava indo. Ele respondeu com uma carinha feliz e peguei tudo que estava na geladeira e levei pro carro. Cheguei e ele me esperava na rua. O pessoal da kitnet estavam todos sentados na calçada e quando me viram chegar, na certa imaginaram o que esse maluco está fazendo aqui uma horas dessas? O Matheus veio me encontrar e fui calarosamente acolhido em seus braços. Seu cheiro de banho tomado, me pegou de surpresa e tudo que eu queria, era nunca mais deixar ele ir.

— você está bem? — perguntei em seu ouvido.

— agora eu estou. Como você está cheiroso...

— rsrs, você também. Trouxe uma coisinha pra você, não reclame.

— ah, como vou reclamar qualquer coisa contigo, depois desse abraço?

Ele me soltou e eu abri o porta-malas e as portas do carro. Fiquei vendo o jeito dele e pedi que falasse alguma coisa.

— Cado, você fez compra pra mim?

— fiz. Ah, gostei do Cado...é mais íntimo.

— rsrs, me sinto mais íntimo. Meu Deus, tem comida aqui pra cinco meses. Me ajuda a levar tudo pra dentro?

— claro.

Cumprimentei todos meus locatários e ajudei o Matheus. Ele já tinha ligado a geladeira e realmente estava tudo "bonitinho", como ele mesmo disse.

Tinha muito sacola e ele decidiu guardar somente os frios e ia organizar tudo depois, senão, ia demorar. Ele disse que ia no quarto e fiquei esperando ele na sala. Ele voltou e tinha trocado de roupa.

— você não precisava trocar de roupa.

— mas eu estava de jeans. Se você está se bermuda... vou também. É mais confortável.

— isso é verdade, afinal, vamos nos sentar no chão, mesmo.

— então. Vamos?

— vamos.

Assim que chegamos no meu bairro, passei em frente minha casa e o Matheus brincou.

— é linda, Cado. Sua mansãozinha.

— depois voltamos e te mostro melhor. — ele ficou me olhando. — Que foi?

— a Simone me disse que nunca te viu tão feliz. Perguntei o porquê, mas ela não respondeu.

— olha, já chegamos. Vamos descer?

— isso, vai fugindo da resposta você também...

— hahaha, vou ali na pizzaria pedir uma pra gente. Que sabor prefere?

— a que você escolher, está otimo pra mim. Vou estender a manta e os travesseiros.

— obrigado.

Pedi a pizza e quando voltei, ele já estava deitado no chão. O segundo travesseiro ele havia posto ao seu lado e me deitei de barriga pra cima, do jeito que ele estava. Ficamos em silêncio por um tempo e como por telepatia, nos viramos de frente pro outro. Ele sorriu. Tirei a franja dos seus olhos e ele segurou minha mão a colocando em seu peito.

— ontem você me disse que tinha medo...me fale do quê. — disse e ele suspirou.

— tenho medo disso tudo. Tenho medo de que você esteja confundindo sentimentos.

— não... nunca pense que eu esteja confundindo o que sinto por você, pela ajuda que estou lhe dando. Eu tenho quarenta anos, sou maduro o suficiente pra saber o que sinto. Conhecer sua história, só me fez ver como nos parecemos e te admiro por ser forte. Você é um rapaz honesto e merece que eu te ajude, independente do que eu sinto por você.

— o que você sente? É o mesmo que eu sinto por você?

— eu espero que sim. Mas tenha certeza, é tao verdadeiro e sincero, quanto os abraços que você me dá.

— minha nossa, então somos dois bobos apaixonados.

— hahaha, somos dois bobos apaixonados. Você tem toda razão.

Ele sorria e veio chegando mais perto. Encostou a cabeça no meu peito e o abracei forte. Eu não conseguia mais segurar tanto sentimento dentro de mim e acho que ele também não. Seu corpo se encaixava ao meu tão perfeitamente que dava pra sentir seu coração bater. Ele ergueu a cabeça e me olhava como se tivesse me pedindo algo.

— Cado, posso te pedir um beijo?

— pensei que nunca pediria.

Me ajeitei e o trouxe mais perto de mim. Minha boca tocou a dele e seus lábios eram tão macios e gostosos. Sua língua calma, dançava na minha boca e suguei devagar. Desci meus lábios em seu queixo e mordisquei levemente, senti seu corpo se contorcendo e o segurei mais forte ainda.

— acho melhor pararmos com esse beijo, tem um carinha aqui, querendo acordar e tem muita gente perto. — ele disse no meu ouvido.

— deixa eu ver...

Ele passou a mão por cima do short e puxou o tecido pro lado, marcando o cacete que parecia ser lindo. Brinquei, disse que não daria pra levantar de jeito nenhum. Ele se virou de bruços e fiquei massageando suas costas por debaixo da camisa. Sua pele era extremamente macia. Queria ver ele todo, queria ver ele nu, queria descobrir seu corpo e encher ele de beijos. Fiquei imaginando ele na minha frente, entregue aos meu carinhos. Em meio aos meus devaneios, ele deu uma risada alta e me fez sair do tranze.

— olha ai, Cadão. Acho que não sou só eu que está acordando. — ele olhava a barraca que se armava em minha bermuda.

— hahaha, ahhh, que beleza. Agora somos dois apaixonados de barraca armada.

— hahaha, e que barraca heim? Papai do céu...

— hahaha, pára. Vou ficar com vergonha.

— hummm, um homem maduro como você, com vergonha de mim? Isso me deixa excitado.

— você está deixando sua máscara cair. To gostando...

— hahaha, bobo. Eu posso ser quieto, sou assim. Não gosto de badalação. Prefiro um encontro igual ao nosso, mas eu adoro uma safadeza. — ele ria.

— hahaha, ainda bem.

Me ligaram da pizzaria e fui buscar. Comprei refrigerante e voltei correndo. Ele estava sentado, olhando pro céu. Ele me viu vindo e veio ajudar. Olhou pra mim, depois olhou pra pizza e perguntou se eu iria comer sem prato.

— você quer prato? Eu gosto de comer com as mãos.

— hahaha, jura? Eu aqui achando que você ia trazer até aquelas toalhinhas de restaurante japonês pra gente limpar as mãos...me enganei. Senta logo aí então, meu Cado, que to com fome.

— capaz. Que graça que tem comer pizza de garfo e faca? O falecido era dessas coisas, eu sou de boa.

— agora sei porque ele foi embora.

— por que?

— pra deixar caminho livre pra mim. Pra gente se encontrar e comer pizza com as mãos.

— hahaha, então, ele fez a escolha certa.

Ele veio de joelhos até mim e me deu um selinho. Comemos a pizza e levei o resto pro carro, com a desculpa de que as formigas iam entrar na caixa. Peguei o livro que tinha comprado, estava no porta-luvas, e entreguei pra ele. Ficou feliz em ganhar um presente e me abraçou quase me fazendo cair pra trás. Me agradeceu com beijos por todo o meu rosto e parecia uma criança. Talvez naquele momento ele fosse.

— poxa, Cado. Você me surpreende a cada segundo. Nem sei se mereço tanto. Muito obrigado.

— merece sim, quero que você leia e se emocione com esse livro.

Ficamos deitados, olhando as estrelas e cada segundo com ele parecia uma eternidade. Sei jeito, seu sorriso fácil, tudo nele me chamava atenção. Ele cansou da posição que estava e colocou a cabeça no meu peito, me abraçando. Ah como eu queria ele pra sempre comigo.

Notei que seu corpo foi ficando pesado. Ele tinha dormido. Fechei os olhos e esqueci tudo que estava em minha volta. Sentia apenas sua pele macia, sua respiração quente no meu peito e o cheiro do seu perfume. Todos estavam indo embora, já era tarde. Com o Matheus ali, acabei cochilando também. Fui acordando ele devagar e olhou pra mim com uma cara de sono.

— vamos? Não tem mais ninguém aqui. — disse e ele esfregava o rosto no meu peito.

— hummm, está tão bom ficar com você.

— dorme lá em casa?

— convite tentador. Eu prefiro ir com calma...

— Theus, eu disse dormir. Eu só quero ficar com você, do mesmo jeito que quer ficar comigo. Só isso.

— eu quero. Vamos!

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Continua...

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Comentários

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Tbm acho que vai ter reviravoltas. Mas que seja apenas engano. Conto Maravilhoso!

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Lu, boa noite. Há algum endereço de email para o qual eu possa lhe mandar uma mensagem, é importante. Desde já, obrigado :*

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Faço das palavras de Luk Bittencourt as minhas. Tá maravilhoso rapaz... 👌👌👌

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Espero que esse Matheus não seja um canalha, que está usando o seu charme para ganhar a confiança do Ricardo!

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