Minha Primeira Paixão - parte 1

Um conto erótico de Ahygo C. T’vilerrã
Categoria: Homossexual
Contém 2885 palavras
Data: 03/02/2016 22:28:18
Última revisão: 24/04/2016 17:57:42

Oi gente. Meu nome de verdade é outro, mas quase todo me chama de Tiser mesmo então resolvi usar ele aqui... dsa Essa é a primeira vez que escrevo qualquer coisa diferente de um comentariozinho para algum site, e a segunda que escrevo um conto... Bem, esta não é a minha história é só algo que eu criei e taí agora... portanto, vamos ao que interessa.

— Felipe, filho, acorda. — minha mãe estava me sacudindo com uma mão enquanto empurrava as cortinas do meu quarto.

Todas as manhãs eram assim, mesmo eu tendo 16 e trabalhando para ganhar o meu dinheiro nos finais de semana. Minha mãe é mineira e por isso que em algumas coisas ela puxa um pouco o r ainda. Mesmo ela morando aqui no sul a quase trinta anos.

— Filho, você tem escola... acorda! — ela terminou de abrir a janela do meu quarto e começou a me destapar, o que eu não gosto que façam, principalmente no inverno. Mas então diriam, mas é primavera...! Eu sei, e daí! Fazia frio e o meu corpo tava gostando de ficar debaixo do cobertor da minha cama.

Eu resmunguei alguma coisa por conta disso e não lembro o que foi. Mas também nem importa. Porem minha mãe sim se importou, e muito. Pra ela algumas coisas como essa e mentir são um desrespeito enorme.

— Felipe...! — minha mãe se exaltou. Ainda sonolento e rindo um pouco, levantei o corpo cansado. — É nisso que dá ficar ate tarde no computador...! — ela disse saindo pela porta assim que teve certeza que eu não voltaria a dormir. Ela é uma senhora de 40 anos que trabalha como costureira, o que sinceramente não paga muito visto que também ela não é nenhuma grande empresaria nem trabalha de carteira assinada e tudo. E também ela é legal, gosta de passar o dia em casa com os filhos (mesmo que eu seja o caçula de quatro filhos e que os dois mais velhos já estejam casados ou vivendo em suas casas).

Ela não é muito mais alta que eu, nem tão alta ou mais magra ou tem a pele mais clara. Somos quase iguais na aparência, pra ser sincero. E ela gosta de dizer que eu sou a versão masculina, inversa e refletida dela. O que seria engraçado se não fosse pelo fato de eu não gostar de pensar assim. Porque, caramba, ser comparado com a sua própria mãe é um saco!

Depois de acordar e levantar MESMO da cama, fui ao banheiro fazer a minha higiene. E nisso eu sei que vocês sabem muito bem o que quero dizer, tomei um banho rápido e me penteei. Voltei ao meu quarto para ver uma roupa para ir ao colégio, dei a sorte de entrar para uma escola publica que não cobra uniforme de ninguém. Após sair do quarto fui ate o dos meus pais, esperava que meu pai estivesse lá se arrumando para ir trabalhar. Ele trabalhava em construção civil como empreiteiro, e naquela época ele estava mais de bom humor. Então resolvi pedir dinheiro a ele para pagar uma aposta, mas claro que não diria a verdade, pelo menos não toda!

— Pai, o senhor me empresta dez reais? — disse parado no batente da porta. Ele ficou me olhando como se eu estivesse fazendo uma brincadeira pouco engraçada.

— E por acaso tu não trabalha não? — perguntou ele no mesmo tom. Eu havia apostado com o meu amigo Jonas que não conseguiria comer quatro cachorros quentes de uma vez e como vomitei tudo assim que coloquei metade do quarto, tive que pagar dez reais a ele.

— É que eu usei pra pagar a internet nesse mês e no que vem e agora fiquei sem grana. — disse eu em tom triste, em parte porque não era mentira, eu tinha gastado tudo com a internet por isso estava pedindo dinheiro emprestado para pagar uma aposta que era minha. E como eu disse, em parte porque também não era toda a verdade, eu também tinha usado todo o dinheiro em livros e gibis, alem de ter pago para duas garotas para colocarem meu nome em um trabalho m grupo do colégio que não fiz. E como as duas não eram burras, cobraram caro, e como eu não tava com tempo, paguei.

— E eu posso saber pra que que tu quer esse dinheiro? — ele perguntou se levantando e indo em direção do cinto em cima da penteadeira da minha mãe perto da porta, não para me bater, e sim pra colocá-lo.

— Pra nada, é que os guris vão fazer uma festinha e cada um dá alguma coisa. — disse me explicando e se eu tivesse um pai mais... “deixa pra lá...”, teria me dado o dinheiro e deixado tudo por isso mesmo. Mas esse não era o meu pai, nem o meu caso. — Eu prometo que depois te pago. — eu falei olhando para cima, para ver nos olhos dele. Meu pai é muito alto e careca, branco e meio barrigudinho, ainda é muito bonito. Mas quando fica bravo, não demonstra tanta beleza, mas quando está desconfiado, você sente que deve sair correndo e fugir para a fronteira.

— E quando vai ser isso...? — ele brincou pegando a carteira. Talvez ele estivesse com mais bom humor que eu imaginei, mas não queria arriscar.

— Assim que eu receber. — falei sorrindo também. Afinal, conseguiria o dinheiro e nem teria de implorar ou explicar muito.

— Ta bom. — ele disse me entregando o dinheiro e com o olho esquerdo piscou para mim, eu não entendi nada, mas pisquei sorrindo de volta.

— Ate porque o senhor sabe onde eu moro mesmo. — brinquei vendo a nota na minha mão. E só então percebi a piscadinha. A nota era de cinco e não de dez reais. — Pai...

— O que é...? — ele falou em tom indiferente enquanto ajeitava sua roupa na frente do espelho. — Tem mais alguma coisa que tu queira me pedir...? — ele perguntou parecendo levemente interessado.

— Mas... o que pedi pro senhor foi dez reais...! — disse.

— Sim. — ele falou assim que teve certeza que estava pronto para ir tomar café e escovar os dentes. — E...? — ele perguntou virando o rosto na minha direção com um sorriso no canto da boca querendo que eu lhe respondesse logo para que pudesse saborear o momento. — Dissesse que cada um iria ajudar como pode, e eu estou te ajudando agora a fazer isso.

— Deixa pra lá. — falei irritado. Mas não levantei a voz para não lhe dar motivos de começar a gritar e brigar comigo.

Saí do quarto dos meus pais e fui ate a minha mochila para organizar o material para o dia e guardei o dinheiro no bolso da calça. Então lembrei que tinha esquecido de pegar o horário, que desde que mudara a diretoria, três professores pediram transferência e um quarto foi acusado de bater em um aluno, os horários mudavam toda terça-feira e aquele dia era uma quinta.

Após organizar tudo junto, pondo todos os cadernos, menos o de química, física e SI (Seminário Integrado) que é maior e mais pesado, fui para a cozinha tomar o meu café quando todo mundo já estava lá. Inclusive minha irmã Mirena (junção dos nomes de nossas bisavós, Mileny e Morena), que iria pra faculdade. Ela botou a língua assim que me viu e murmurou que eu devia me adiantar pois iríamos perder o ônibus pra ir estudar. Eu disse que não me importava com ela, que respondeu dizendo:

— Que bom, porque eu também não me importo contigo! — disse rindo e passando manteiga no pão que iria comer. E eu coloquei a língua pra ela também, que pareceu não ver. — E na próxima vez que te atrasares, eu vou sozinha pro ponto de ônibus e nem olho pra trás. — disse fazendo cara de mal-humorada.

— Ta bom. — eu disse olhando disfarçadamente para ela, que assim que se distraiu, roubei o pão dela ainda inteiro. Tirei uma boa mordida e completei: — Não gostei, tava com o teu gosto. — disse rindo e fugindo dela assim que ela tentou me bater. Nossa mãe se meteu no nosso meio e fez cara de quem não gostou, disse para que eu me sentasse e ficássemos os dois quietos.

Eu fiz o que ela mandou, me sentei e fiquei calado durante um tempo sem olhar para ninguém. Ate que meu pai puxou assunto comigo e minha irmã de ciúmes se intrometeu, eu não dei muita importância. Apenas continuei a tomar o meu café no meu canto. Mirena é alta e magra, parece mais com o nosso pai que comigo ou a mamãe. Mas ela também é negra, tem olhos cor de avelã e a pinta embaixo da boca da família da nossa mãe. Eu não tenho, por falta de sorte, mas sei que ela é bonita porque todos os meus amigos e os outros garotos também, ficam assoviando e falando dela quando ela passa.

Já eu, como eu posso me descrever? Sou alto, do signo de peixes (não que isso importe, mas caso alguém queira saber); tenho 1, 72 cm e quase 60 kg, então tenho um corpo magro alem de eu ser alto em relação a muita gente. Meu nome completo não vou dizer, é Felipe o máximo que precisam saber. Sou quase mulato, um tom meio escuro tipo caramelo, e também sou um nerd (não assumido) e recém descoberto gay. Não faz muito tempo que tudo isso começou. Eu ainda pensava que devia arranjar uma namorada e ver no que dava, esperar que tudo desse certo e a coisa toda que vem junto.

Eu tinha acabado de tomar café, já tinha escovado os dentes e estava correndo para alcançar minha irmã que parecia querer ver o circo pegar fogo, pois ela estava muito rápida. Bem, como ela mesma tinha dito, Mirena não iria me esperar e estava cumprindo o que prometeu. Não que ela fosse realmente má, só que minha irmã cumpre o que promete, mesmo quando não agrada a ela. Mesmo assim consegui chegar ao ponto de ônibus pouco antes dela, estávamos disputando para ver quem chegaria primeiro (e eu consegui k). Subimos no ônibus, ela quis desta vez sentar ao meu lado no banco, o que geralmente é um milagre. E nós fomos para o centro, ou melhor, ela foi e desceu na Rua General Osório para pegar outro ônibus na Marechal Deodoro para ir para Capão do Leão para estudar lá enquanto que eu desceria no próximo ponto.

— Te cuida, hein... — ela disse se levantando e indo para a porta. Eu apenas acenei minha cabeça e a vi descer e me abanar no lado de fora do veiculo, e logo depois encontrar sua melhor amiga, Micaela.

Desci assim que vi o meu ponto se aproximar. Duas outras pessoas desceram junto comigo, uma senhora de idade que eu ajudei a descer e uma guria um pouco mais velha, que nem olhou pra mim (e nem precisava também). Não que eu quisesse que ela me visse, mas eu pensei que talvez devesse chamar a atenção das garotas, ou melhor, das outras pessoas. Afinal, se quero que me olhem preciso ser e agir de forma que os outros me notem, não é?

Assim que entrei para procurar a minha sala encontrei meus amigos.

— Fala, mano velho. — disse Tuco me abraçando feito um urso. Ele é alto e um pouco parrudinho; nunca usa perfume, mas parece sempre estar com algum cheiro doce. Tem pelos por todo corpo e é bem mais velho que a maioria, alem de ser quase pálido ele também é meio bronco quando quer, e é gentil e delicado quando quer também (e isso quer dizer que com as garotas). Naquele dia ele tava usando uma roupa complemente de brim, e sapatos de marca, o único tênis limpo e novo que ele tem.

— E ae cara, como vais? — Vice simplesmente apertou a minha mão. Ele é um cara legal, se chama Vitenzo mas se pronuncia de um jeito meio diferente (pra não dizer gozado). É mais alto que eu, tem o rosto e o corpo cheio de sardas e pintinhas e a pele bem branca. Suas roupas não chamam muito atenção, pois ele é meio discreto no quesito visual (assim como a maioria de nós). E todo mundo o apelidou de “Vice” porque eu não sei o motivo direito.

— E ae, como vocês vão? — perguntei de volta. Todos responderam que estavam bem, e lembro que tava também Pedro e Paulo, mas como não me dou tão bem com eles eu apenas acenei a cabeça a eles como um oi e me sentei ao lado da nossa porta de sala de aula. Fiquei conversando sobre amenidades com eles, ate vejo Jonas e sua namorada Camila.

— E ae seus vagabundos. — ele apertou as mãos de todo mundo e assim que chegou em Tuco, que apertou com força, Jonas segurou um grito e deu um soco no ombro de Tuco. Que ria compulsivamente. Jonas deu um beijo em Camila e ela foi para a sua sala, um pouco mais distante da nossa. Ele veio ate o meu lado e se sentou me empurrando com a bunda para o lado. — Fala retardado. E o meu dinheiro da aposta? — Jonas, o mais idiota, me perguntou.

— Que aposta? — eu perguntei parecendo meio desinteressado no assunto. Ele sorriu achando graça e eu o acompanhei.

— Tu sabe muito bem do que é...! — ele disse me encarando e me empurrando para o lado. — Uma hora tu vai ter que me pagar, gênio. Porque eu sei onde tu mora! — nós rimos juntos.

— Mongoloide. — disse puxando a nota do meu bolso. Mas Jonas não aceitou assim que viu o que ia fazer.

— Tudo bem, — ele falou sem me olhar diretamente — depois tu me paga. — falou simplesmente se virando pra frente, porque Jonas também é legal. E eu guardei o dinheiro de volta. — Ate porque... eu sempre venço de ti mesmo! — meu amigo disse puxando o meu pescoço e me dando cascudos só de frescura, e me pegando desprevenido.

— Idiota. — digo eu me arrumando e fingindo não ter gostado assim que ele me soltou. Para logo depois puxá-lo também e fingir que vou lhe dar socos na barriga. Nós dois nos levantamos um segurando o corpo do outro, comigo batendo de leve nas bochechas do Jonas. Ele me empurrou e veio pra cima de mim de novo e recomeçou a me bater.

Nós riamos a todo momento feito idiotas. Todo mundo ria a nossa volta também do que estávamos fazendo. Depois que um professor passou nos olhando feio pararmos e voltamos ao banco que estávamos, ficamos apenas conversando com os guris. Passados alguns minutos e nada do nosso professor(a) aparecer. Ate que me lembro de perguntar a eles se alguém viu o horário daquele dia.

— Não, — disseram todos juntos. — mas eu soube que tem uma professora gostosa nova no colégio. — completou Tuco nos olhando com um sorrido cretino e malicioso. Eu não dei muita atenção nem confiança, só ri junto com todo mundo.

— Eu vi. — Jonas falou ao meu lado. — E... — ele continuou mas algo roubou toda a minha atenção. Ou melhor, alguém. E não completamente ASSIM como vocês tão pensando.

Um guri alguns centímetros mais baixo e também de pele mais escura de capuz e parecendo se esconder de tudo e de todos. Ele devia ser aluno novo, pois não lembrava de ter visto ele antes. Ate aquele momento. Ele tentou passar despercebido, mas não conseguiu.

— Olha ali. — disse Pedro mais ao fundo e longe de mim. E todo mundo olhou curioso para o guri passando como se ele fosse um pedaço de carne, ou só alguma coisa nova mas sem graça.

— Quem é ele? — perguntou Vice. E ninguém soube dizer, mas também tentei não prestar muito atenção nele.

— Não sei. — fui sincero. Porque realmente não fazia a menor ideia de quem era, mas já sentia curiosidade de saber. — E vocês, sabem...? — perguntei também sem perceber que estava demonstrando um pouco mais de interesse que o devido. Ninguém pareceu perceber, mas me recompus e voltei ao assunto anterior.

Conversei sobre tudo com a turma, desde o novo horário, sobre quem estava interessado em qual guria, ate sobre irmos jogar video game na casa do Tuco depois da aula. Eu conseguia não pensar nele, não tinha motivo nenhum pra fazer o contrario ate então, Jonas ate conseguiu me distrair um pouco falando que uma amiga de Camila, Sara alguma coisa, queria ficar comigo. E isso me ajudou a desviar um pouco a atenção de alguns assuntos, como o tal guri. Mas fiquei com uma pontadinha de curiosidade de saber quem ele era. Ele parecia ser muito tímido, retraído e sem amigos. Tinha roupa simples e barata, folgadas como se tivessem sido passadas de pai pra filho, e em seguida de irmão a irmão. Tentei não dar muita atenção a ele, e fico feliz em poder dizer que consegui, mas só no inicio.

Eu vi ele indo para longe do nosso canto, sem olhar para ninguém. E todo mundo parou de prestar atenção nele assim que o novo professor chegou. E eu também, pois o professor foi logo abrindo a porta e todo mundo entrou, e ele, o tal guri, também.

A parte de hoje chegou ao fim, galera. E quem gostar e quiser que eu continue é só comentar e ate sexta já estarei postando novo, muito obrigado a todo mundo que ler.

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