[Repost] O Lutador de Jiu-Jitsu 7

Um conto erótico de Jhoen Jhol
Categoria: Homossexual
Contém 12271 palavras
Data: 28/02/2016 17:26:33
Última revisão: 07/03/2016 09:39:50

Os capítulos 1 a 5 estão neste link: http://www.casadoscontos.com.br/perfil/217787

Pode buscar pelo nome: Triele

oooooooooOOOoooooooo

Enquanto me decidia se comia o lombo de porco, ou a bisteca, o meu celular tocou, era a Jú.

Gabriel> Alooo (voz abafada, pois estava com a boca cheia, rs) oi Jú... não tou na academia não, tou almoçando... mas já já chego ai... e te encontro, tá.. tá... Jú, tou um pouco ocupado... (olhei para o Guilherme, ele estava com me olhando atentamente) te ligo quando chegar... tá!

Desliguei o celular, pus no bolso e falei pro garçom...

Gabriel> Os dois por favor... (ambos, o garçom e Guilherme se entreolhara e desataram a rir – olhei indignado e apenas pude dizer) ora, na dúvida... vai os dois!

Foi ai que percebi o garçom meio que me encarando... no início achei que fosse porque estava devastando o estoque de carnes do porção, mas depois percebi de outra forma... sempre que ele vinha nos servir, ele roçava o braço em mim... era sutil, e de difícil percepção... mas como se repetiu todas as vezes que vinha a mesa, comecei a ficar incomodado... o Guilherme, incrivelmente, conversava amenidades... falando sobre como pretendia desenvolver o trabalho na academia... que era difícil, mas que estava motivado... eu pouco respondia, muito comia e estava ficando muito preocupado com o garçom tarado... e se o Guilherme percebesse?

Guilherme> Então, acho melhor termos alguns campeonatos entre as faixas de idade... ou entre as séries... não tenho certeza... o que você acha?

Gabriel> Anhh? Como?

Não tinha prestado muita atenção ao que ele me perguntava... pois o maldito garçom tinha ficado do meu lado, com parte da coxa tocando meu ombro...

Guilherme> Você só consegue comer... não pensa ao mesmo tempo? (ria divertido).

Eu estava vermelho... minhas faces estavam queimando... o garçom agora estava roçando o pau em mim... eu deixei cair a faca... fazendo um som estridente e o Guilherme me olhou divertido enquanto eu o olhei com os olhos suplicantes, arregalados e muito assustado. Foi aí que o Guilherme começou a mudar a fisionomia... foi de um ar divertido, passando para incompreensão, interrogativo, até chegar a incredulidade... o garçom afastou-se, pegou a faca e saiu.

Gabriel> Já acabei, vamos embora? (meu prato tinha uns pedaços ainda de carne, um pouco de arroz e linguiça).

Guilherme> E por que? (com os olhos sérios).

Gabriel> Estou satisfeito (balbuciei).

Guilherme> Mas ainda tem comida no seu prato... (olhei e percebi a mancada – peguei o prato e comi tudo engolindo os pedaços enormes... com a boca cheia falei).

Gabriel> Terminei, vamos... (limpando a boca com o lenço).

Neste momento o garçom, e só vinha ele desde que apareceu a primeira vez, aproximou-se novamente e mais uma vez me ofereceu carne, no que recusei. Ele insistiu e aproximou-se mais, tocando meu corpo com a região de seu pau... eu me retrai... o Guilherme olhou pra onde ele roçava e depois para os meus olhos... era um olhar de profundo ódio. Baixei o olhar e me fixei nas mãos do Guilherme. Ele segurava o talher com tanta força que o garfo começou a entortar e os nós dos dedos ficaram esbranquiçados...

Guilherme> Ele não quer... (sua voz, embora num tom contido, era quase rosnada – o garçom olhou assustado) você me entendeu? Ele não quer! (e se levantou, os músculos do peito estavam retesados – o garçom recuou dois passos) então não volte mais aqui ou faço você engolir esse espeto! (falava rispidamente entre os dentes).

Garçom> Mas eu só estava servindo... (e ante o olhar que o Guilherme deu, ele recuou mais e pediu licença, retirando-se).

Eu estava mortificado. Cabeça baixa e com o estomago revirado.

Guilherme> Não saia daqui enquanto vou resolver a conta. (rosnou pra mim e fez menção de se afastar mas hesitando, voltou-se a mim e falou contidamente) Não faça nenhuma gracinha (apontava o dedo pra mim), sabia que não podia confiar em você... isso tudo me enoja! (ele se vira, respira fundo e de costas tira a chave do carro do bolso e joga em meu peito) vai pro carro! (saí em seguida com passos duros até a região dos caixas enquanto me levanto e vou agradecendo a Deus por tá indo pra um local onde poderia chorar bastante).

Mal entrei no carro e meus olhos volveram em lágrima. Chorei bastante... de frustração, ódio, mágoa, tudo! Chorei porque estava mais uma vez sendo vítima de circunstâncias errôneas, de momentos não provocados e não almejados por mim, mas que por si só, fora do contexto, me condenavam... estava num choro incontrolável... não entendia... sei que não era pra tanto... mas meio que tive uma crise nervosa... comecei a ficar sem ar de tanto chorar... um nó formado na garganta, uma dor forte no peito... uma raiva da fraqueza que sentia... chorava muito... o acumulado do dia inteiro... talvez da vida...

Senti a porta se abrir e ele sentar-se abruptamente, batendo a porta com violência. Fiquei o tempo todo com o rosto virado chorando copiosamente... tentando segurar os soluços sem muito ter sucesso...

Guilherme> Francamente seu amoral... como você faz isso na minha frente... como eu posso confiar numa pessoa desprezível como você... que não tem a decência de se portar em público e age como uma pessoa suja, vil... baixa... isso tudo me enoja demais... (falava com muita raiva, cuspindo as palavras em tom de total desprezo) tenho vontade de te esmurrar até você aprender a ser gente, mas não vou perder meu tempo, nem sujar minhas mãos com o sangue de um bosta como você... imundo!

Ouvindo aquilo tudo eu entrei em choque... realmente em choque... quando choro muito eu tenho uma reação muito violenta... eu começo a passar mal... falta-me ar e tenho crises fortíssimas de asma sem conseguir me controlar... estava iniciando neste processo... meu peito subia e descia... minha cabeça doía muito... como uma pancada forte tivesse me desnorteado... a respiração começou a não querer funcionar e minha vista escurecer... não me controlava.

Guilherme> Não vai falar nada em sua defesa, seu imprestável... infeliz (ele tremia com as mãos apertando o volante com força)?

Me virei para ele e ele percebeu meu estado... tentei falar e apenas saiu um som quase inaudível...

Gabriel> Eu pedi pra você... pra agente ir embora (e chorava, engasgando, já babando muito e sentido ânsia de vômito chegar) Eu pedi pra ir embora (comecei a gritar) eu pediii... pediiii... ele... ele... (e comecei a soluçar alto) ele tentou... eu não quis... ele tentou.

Curvei-me pra frente com uma dor forte no estomago provocada pela falta repentina de ar... eu comecei a ter espasmos convulsivos similares ao que senti quando meu pai morreu, aos 5 anos de idade... e que só se repetiu outras duas vezes em minha vida até aquele momento... tentei respirar pela boca, com os dentes serrados e um gosto de sangue veio até meus lábios... tenho epistaxe (sangramento do nariz) que naquele momento começou a sangrar involuntariamente, eu pus minha cabeça entre o joelho e tentando respirar sem conseguir.

Guilherme> Você mente! (brandiu já meio indeciso).

A vista começou a falhar, levantei a cabeça e olhei pra ele... provavelmente meus olhos estavam da cor dos dele. Olhei-lhe com duas filetes de sangue do nariz até os lábios e reunindo com toda a força que ainda me restava os olhos já fechando-se em completa entrega, sem ar...

Gabriel> Você não me defendeuuuuuuuuu (gritei)!

E tudo se apagou ao meu redor.

Apagou-se... escuridão. Os sons ecoavam longe, mas estava numa inconsciência protetora... não era confortável, e simplesmente reconhecia aquela sensação... aquele torpor... meu corpo inteiro estava mole... esgotado... exausto! A mente vagava entorpecida pela carga abrupta de eletricidade que me acometeu... estava aparentemente inebriado, como que tivesse bebido litros de álcool e caísse em coma alcoólico. Como se tivesse acontecido um pico de energia em uma máquina e esta tivesse apagado o processador que lhe dava funcionamento. Eu simplesmente me desliguei do mundo, em um esgotamento nervoso...

Lentamente uma lufada de ar invade meus pulmões, me dando um gás amais... sinto minha respiração voltar devagar... e o que estava escuro mostra-se absurdamente claro... ofuscando minha visão... tento abrir os olhos e vejo tudo borrado... sinto algo em meu peito, braços, apertando-me... sacudindo-me... sons começam a ficar audíveis... similar a um som de um sino muito fio que vem se intensificando até formular palavras desconexas e de uma altura estarrecedora... que me deixava ao mesmo tempo consciente de todos os sons a minha volta e quase surdo, devido a rapidez com que recuperou-se a audição... meu corpo todo doía demais... pernas, braços, peito e com a mesma velocidade que apaguei, com a mesma intensidade, desperto enlouquecido, tudo voltando como se apenas um segundo tivesse sido gasto na inércia e que agora voltava a histeria anterior... pois era a última sensação que eu havia experimentado...

Comecei a escutar algo diferente... um tom surdo... abafado e muito apressado... acelerado, pra falar a verdade...

Gabriel> Não... eu não... (falava desconexo) não quis nada... eu juro que...

Ainda de olhos entreabertos vendo vultos desconexos... percebi que eu estava deitado no banco do carro tentando vislumbrar o teto, enquanto vejo um vulto enorme... um vulto não era o Guilherme que passava me segurava... me segurava? Eu tava deitado no banco? Não! Eu tava deitado no peito de Guilherme... escutava seu coração... nossa! Era disparado... senti minhas costas quentes e percebi que era devido a fricção que suas mãos faziam pra cima e pra baixo... alisando-as... enquanto a outra estava no meu peito... pressionando levemente e de vez em quando fazendo movimento circulares. Despertei com soluços altos e profundos que me sacudiam o corpo, mas que foram diminuindo mediante o que o Guilherme fazia... ele estava me acalmando... minha cabeça estava virada pra trás, por isso acordei olhando o teto do carro... tentei baixar, mas senti uma pressão me impedindo... tentei novamente, mas a pressão continuou...

Guilherme> Fica assim Biel, que vai está passando o sangramento do nariz... se baixar a cabeça volta a sangrar... (falou baixinho no meu ouvido).

Ele havia me chamado de que? Estava ainda entorpecido pelo desmaio e com a respiração difícil, mas não conseguia compreender do que ele me chamou... Gabriel? Briel? Estava confuso, tentei olhar pra ele mas não consegui... sentia seu corpo quente junto ao meu de forma acolhedora... reconfortante... seus braços me acalmavam, estavam contendo minha crise! Senti um vento em minha face, e percebi que todas as janelas do carro estavam abertas... e que algo pregava acima de meus lábios... acho que era o sangue já seco... as mãos do Guilherme começaram a diminuir o ritmo até pararem, sentindo-as me envolver num abraço, onde pude baixar minha cabeça e encostar na curva de seu pescoço com peito enquanto ele iniciava um vai e vem como se tivesse ninando uma criança.

Foi quando finalmente minha respiração se normalizou e o soluço ficou apenas um sonzinho abafado até morrer... estava deitado no peito de Guilherme, com o rosto em seu pescoço, e começando a entender tudo o que estava acontecendo. Sentia-me completamente amparado... acolhido e incrivelmente protegido... (lembrei, você não de defendeeeeeeu – quando grite) mas, naquele momento me sentia defendido, cuidado, salvo!

Guilherme> Assim, assim (ainda balançando pra frente e pra trás bem devagarzinho).

Gabriel> Guilerm... (interrompido).

Guilherme> Shiiiiiii, não fala não... fica só calminho... não diz nada... só se acalma (falava com uma voz branda, quente e muito carinhosa).

Tentei olhar pra cima pra ver o seu semblante, mas ele não deixou.

Gabriel> Mas, deixa eu explic... (interrompido).

Guilherme> Shiiiii (mais alto) não precisa meu pequeno... (e respirando fundo – parou, afastou o um corpo me pondo quase sentado e com as mãos segurando meu rosto falou devagar) não sou bom nisso... e talvez seja a primeira pessoa que digo isso, mas (respirou fundo e falou) me desculpa?

Vendo aquele homem enorme, que havia me deixado a beira do abismo e simplesmente me resgata de lá de forma tão terna e plena, não pude deixar de perceber que, apesar de ter sofrido o que sofri... do medo que senti e ainda sinto dele, percebi que foi a primeira vez que eu o via realmente, como ele era... e estava gostando do que via. Afastei estes pensamentos e forcei um sorriso bobo...

Gabriel> Mas você acredita que eu não...

Ele tirou as mãos do meu rosto e pôs o dedo indicador nos meus lábios...

Guilherme> Apenas diga que me desculpa (e com um meio sorriso, acrecentou) vamos, eu tou mandando, moleque! (sorrindo abertamente).

Eu baixei a cabeça e sorri... era um Guilherme tão diferente aquele. Não sei, igual e diferente. Era o mesmo Guilherme, com gestos agressivos, rude, mas com uma ternura nos olhos totalmente nova, parecia até aliviado... e feliz.

Gabriel> Sim! (respondi timidamente).

Ele sorriu e se deu por satisfeito.

Guilherme> Está mais calmo? (assenti positivamente) quero ainda te levar a um hospital... vamos!

Gabriel> Não, por favor... não vamos não! (falei num fio de voz).

Guilherme> Mas temos que ir sim!

Gabriel> Por favor Guilherme, vamos não... eu tou muito bem... por favor... se formos pra o hospital, o que vou dizer a mainha... aliás, temos que voltar para a academia (comecei a ficar um pouco agitado).

Guilherme> Não mesmo... você não vai trabalhar hoje não (desta vez eu interrompi ele).

Gabriel> Claro que vou! (brandi) poxa Guilherme, eu não minto pra minha mãe não... (e falei rápido), nem pra ninguém! (ele me olhou enviesado). Só preciso lavar o rosto e estou pronto... não se preocupa... eu estou bem... por favor te imploro... vamos pra academia... (e olhando o painel do carro apontei) estamos atrasados... faz 40 minutos que saímos... por favor... eu preciso ir lá... o que vou dizer a minha mãe... que tive uma crise porque... (e de repente parei de falar, imaginando a reação de minha mãe se soubesse que um garçom me assediou, que eu teria que explicar o porquê do assédio... não! Ainda não falei para ela que não sou gay e não seria daquela forma - pensei)

O Guilherme talvez pensou a mesma coisa, pois respirou fundo, passou uma das mãos no cabelo e falou:

Guilherme> Certo, certo... mas antes você vai entrar no vestiário e lavar o rosto... entra direito para o vestiário, sem falar com ninguém ok?

Gabriel> Obrigado, obrigado!

Guilherme> E outra, não vai trabalhar demais não viu... apenas alongamentos ao invés da massagem propriamente dita.

Gabriel> Mas...

Guilherme> Sem mais Gabriel... apenas me obedeça!

Seu rosto já estava carrancudo novamente. Balancei a cabeça afirmativamente...

Guilherme> Bom menino! (ficou me fitando por uns minutos intrigado, até que ajeitando-se no banco falou) Vamos?

E fomos pra Academia.

No caminho o Guilherme me comprou uma água mineral e tirou lenços de papel do porta luvas, me passando...

Guilherme> Usa a água para limpar um pouco teu rosto... assim ninguém vai perceber quando chegarmos lá.

Enquanto eu olhava horrorizado a situação de meu rosto no espelho do corta luz do carro, o Guilherme ligava para a Flavia avisando que estávamos chegando... que o transito tava fogo e que estávamos atrasados por isso... eu olhava meu rosto e não acreditava... estava banhado de sangue... descia até o pescoço e meus olhos estavam vermelhos, muito irritados... tentei o que pude... retirei o excesso de sangue do nariz, pescoço e ainda lavei um pouco os olhos....

Guilherme> Era melhor você ficar em casa (ainda tentou).

Gabriel> Não tem nem como... sem chance (continuava a lavar o olho), digo que tive uma crise de asma (o que não foi uma mentira, rs).

Continuamos o caminho de volta em silencio. Começou a ficar constrangedor a situação. Quando entramos na escola e estacionamos em frente a academia, esta já estava aberta e com alguns alunos do lado de fora... minha camisa estava suja de sangue em alguns lugares...

Guilherme> Tem um pouco de sangue aqui... apontou pra gola de minha camisa... (e pensando, falou) espera. Ele desceu do carro, abriu a porta de trás e retornou com um casaco.

Guilherme> Veste!

Era um casaco de frio preto com detalhes em vermelho... vesti e senti logo o seu perfume me envolver. Evitei esse pensamento, ora o que eu estava pensando... aquele era o cara que me humilhou diversas vezes... desci do carro e o acompanhei até a academia. Entramos sem dizer uma palavra ao outro e com um simples olhar, já de semblante fechado, apontou a direção dos vestiários, onde fui me esquivando pelos cantos até entrar... precisava voltar a ser quem era... não aquele zumbi ambulante...

O trabalho na academia aquela tarde foi absolutamente torturante. Tínhamos chegado as 2 da tarde em ponto! E já tinha cerca de 40 alunos já se aquecendo em musculação enquanto outros estavam se matriculando, se alongando... era muita gente já na primeira hora e continuou a frequência até as 6 horas da tarde. Mas o que foi mais torturante foi o Guilherme. Nossa, ele voltou a sem que era rapidinho. Ele é mandão, abusado, super grosso e ficou no meu pé me regulando a tarde toda... as aulas eram ministradas com uma hora de duração, trinta minutos de intervalo... os professores davam apenas duas aulas a cada tarde, e eu tinha 45 minutos pra aplicar o programa de massagens... quando começava a massagear, a Flávia foi a primeira, 15 minutos depois o Guilherme chegava gritando na sala...

Guilherme> Estamos precisando de você Flávia... seja mais profissional Gabriel e termine logo com isso... aqui não é spa não! Ou outras vezes...

Guilherme> Isso é o que dá contratar um moleque sem noção de profissionalismo! Ou ainda...

Guilherme> Será que você pode parar um momento de fazer essas inutilidades e contribuir com algo realmente importante aqui, Gabriel, como juntar os pesos esquecidos pelos alunos!

Era o tempo todo enchendo o saco... ele era irritante, e simplesmente apagou a imagem do cara legal que havia me ajudado há pouco... Fui muito cansativo e eu só queria que chegasse as 6 da noite pra ir para casa e dormir, e esquecer aquilo tudo. Mas, era mais fácil dar meia noite do que 6!

Teve um momento que meu celular tocou e eu tinha acabado de terminar uma sessão com um aluno que havia distendido a panturrilha, quando me viro para pegar e me assusto com o que vejo!

Guilherme> Alô? Quem? Não ele tá ocupado... quem é? (ele me olha de forma carrancuda) e diz, agora ele não pode atender... ligue outro dia... (e desligou o celular, jogando pra mim) deixe desligado! Se virou e começou a andar, se retirando de minha sala.

Gabriel> Quem era? Porque atendeu? E não me deu o celular... (falava atropelando as palavras incrédulo com a reação dele).

Ele parou na porta, e falou:

Guilherme> Não era importante... era um amigo que disse que depois ligava... mas o que eu tou falando? Estou te dando satisfação... ouça, eu não quero celular aqui!

Gabriel> Mas quem era... (ainda gritei)

Guilherme> Mas que inferno! Era um tal de Paulo... que importância tem isso? (e como que tivesse clareado o pensamento, voltou-se da porta com os olhos apertados) há alguma coisa importante nisso tudo, Gabriel? (aproximou-se de mim, pegando-me pelos pulsos) quem é esse Paulo?

Ele começou a apertar meu pulsos de uma maneira forte... depois, consciente do que fazia... soltou e recuou dois passos. Parou olhou-me de cima a baixo e falou...

Guilherme> Não importa... nada de você me dá interesse! E dizendo isso, saiu batendo a porta com estrondo. É realmente o velo Guilherme havia voltado.

Estava juntando alguns óleos espalhados pela bancada e tentando organizar as toalhas quando sinto alguém me apertar os braços e dizer um “oi” no ouvido.

O susto foi tão grande que simplesmente deixei cair um dos óleos. Olhei pra trás e vi o Bruno morrendo de rir, se sentando na cama de massagens.

Gabriel> Poxa, Bruno... que susto! (falei com a mão no coração) se fosse de vidro esse óleo (abaixei recolhendo-o) estava aqui a maior sujeira viu... (ele só ria).

Bruno> Você é engraçado Gabriel... (ria muito).

Gabriel> Engraçado! Imagina se a reencarnação de Hitler entra aqui e visse isso tudo sujo (na mesma hora pus a mão na boca arrependido do que disse, afinal ele era o melhor amigo do Guilherme). O Bruno soltou uma gargalhada alta, dobrando-se em cima da cama... me apavorei!

Gabriel> Pelo amor de Deus Bruno (me aproximei dele) não conta o que eu disse... por favor... ou tou perdido! O Bruno continuava a rir sem parar, o que me deixava ainda mais em pânico... nossa! Então, ele se controlou um pouco e falou...

Bruno> Relaxa, não vou dizer nada... mas que seria bom chamar ele assim... oh como seria... kkkkkkk (suspirei) mas eu vim aqui pra a minha sessão de massagem... vamos começar... (e começou a se despir ficando apenas de boxer preta) a minha aula foi cansativa, e hoje ainda vou treinar com meu treinador, portanto, capricha ai guri...

Deitou-se de bruços na cama e eu me aproximei com uma toalha e cobri-lhe a boxer... ele pôs as mãos atrás da cabeça e eu coloquei óleo nas mãos e nas pernas dele... comecei por ali a massagem... o Bruno tinha um corpo muito bonito, era forte todo retesado, com algumas cicatrizes nas pernas... cicatrizes de pequenos cortes... a sua pele era morena e com o óleo que eu passava nele ficava brilhante. Era muito bonito ver o corpo dele assim, mas eu apenas via realmente um monte de tensão precisando relaxar... o tempo todo que eu o massageei agente ficou batendo papo, ele de olhos fechados.

Bruno> Então você pretende fazer vestibular pra fisioterapia?

Gabriel> Sim, ou música... mas fisioterapia é minha primeira opção.

Bruno> Música?

Balancei a cabeça afirmativamente...

Bruno> Você gosta de música... toca algum instrumento? (ele abriu os olhos e levantou um pouco a cabeça pra me olhar)

Gabriel> Eu sei tocar piano, somente... quando nos mudamos pra cá, tinha um piano no AP em que minha mãe comprou... e como o antigo dono do apartamento não quis mais o instrumento, pois é caro remover um objeto tão grande, que não pode ser desmontado, do 10º andar, mainha preferiu ficar com ele, pois a gente também não podia arcar com as despesas do transporte... além do mais, eu gostava, e gosto, muito de música... ela uniu o útil ao agradável... mas pagou um preço ao antigo dono pela peça e pediu até que ele transferisse a propriedade... sei lá uns negócios desses daí de propriedade... não entendo... (respondi dando de ombro). Mas eu canto também...

Bruno> Verdade? E canta o que? (perguntou, e sem esperar resposta, logo em seguida falou) canta algo ai então...

Gabriel> Ahhh não! (havia chegado já no peito dele e comprimia-o fortemente meus polegares nele)... eu não gosto de cantar em publico, fico com vergonha.

Bruno> Que isso cara? Bobagem... ei espera! Você foi o carinha que cantou aqui? não foi?

Gabriel> Sim... foi... mas quem te disse?

Bruno> A Flávia. Cara ela disse que você canta demais... poxa meu canta! Aiiiiii! (Tinha pressionado fortemente o seu ombro)

Gabriel> Não... deixa me concentrar na massagem sim... (e vendo ele ainda pedir pra eu cantar, resolvi mudar o assunto e puxar para a vida dele) mas, me conta... como é ser um lutador de luta livre?

Bruno> Não luto muito a luta livre não... me dedico mais ao jiu jitsu... e nos campeonatos regionais e nacionais... vou pro brasileirão cara... vai sei foda esse ano... o pessoal tá alto nível, super preparado e eu preciso aperfeiçoar mais umas técnicas que ando desenvolvendo com meu treinador e com o Guilherme.

Gabriel> O Guilherme? (me interessei involuntariamente – e continuei a massagear o pescoço e ombros dele) ele não vai competir contra você? Então como tá te ajudando a apurar sua técnica.

Bruno> O Guilherme não vai competir não cara... ele não compete há dois anos quando... (e parou repentinamente – parei a massagem e o olhei intrigado) cara, melhor não falar sobre isso não... ok...

Guilherme> Falar sobre o que?

O susto agora foi compartilhado entre mim e o Bruno. O Guilherme estava com as mãos na cintura, na entrada da sala, com ar interrogativo.

Guilherme> Hein? O que é melhor não falar, Bruno?

A cara que o Bruno fez foi de total arrependimento, de ter sido, acredito um pouco indiscreto... quando eu ia falar o que era, o Bruno se levantou e disse:

Bruno> Nada não, Guilherme... poxa... (e ante a postura imóvel do Guilherme, esperando alguma explicação, o Bruno falou) eu só tava dizendo pra o Gabriel que depois do treino de hoje a gente poderia esticar e ir pra um barzinho.

Guilherme> Mas você sabe que não pode ir, Bruno.

Bruno> Sei, sei (falou exasperado) por isso disse que era melhor nem falar isso pra você que você não ia concordar... (foi interrompido)

Guilherme> Você não pode beber, é um atleta e esta em campeonato! Além do mais, o Gabriel é de menor (frisou o menor... ai que ódio), não pode beber.

Gabriel> Não posso o que? (que era aquilo? Meu pai? O Pastor, Papa?) ora, mas eu bebo sim... (indignado)

Bruno> Estou vivendo, tem gente que não bebe está (ates do morrendo parou intimidado pelo olhar carrancudo do Guilherme).

Guilherme> Acabou, Gabriel, a massagem? (escolheu as palavras cuidadosamente)

Ia dizer que ainda não e que ELE estava atrapalhando com aquela cara abusada, mas, como eu prezava minha sanidade mental e minha saúde física, apenas disse que sim...

Guilherme> Então vamos lá pra fora. Temos poucos alunos e já estamos quase encerrando.

O Bruno se levantou, vestiu e começou a vestir a roupa... enquanto o Bruno fazia isso, o Guilherme ficou o tempo todo olhando pra mim... aff que homem porre... me virei e comecei a guardar as coisas... já tinha dado pra mim... tava cheio de tudo... queria ir embora rápido... nem a Jú tinha ido na academia me ver e eu tava com saudades dela... aliás precisava de minha amiga... saímos com o Bruno falando pro Guilherme alguma coisa sobre o treino que iria fazer a noite. Eu não entendi nada, não sei se porque tava saturado de tudo e só queria ir embora, ou se pelo fato do Guilherme me vigiar feito um cão de guarda treinado por especialistas de Israel.

FINALMENTE 6 HORAS DA TARDE. Eu estava destruído... precisava de um banho urgente... me deitar e dormir quatro dias seguidos, sendo alimentado por uma alma caridosa, na boca, sem precisar me levantar... fui para o vestiário, tomei um banho rápido... e me vesti com a mesma roupa que havia usado pela manhã no colégio. Sai do vestiário com a sensação de ter tomado um banho e me vestido com um saco sujo. Olhei ao redor e apenas vi o Guilherme e a Flávia... pelo visto todos já tinha ido embora...

Flávia> Você deveria dar uma chance a... (parou quando cheguei perto). Oi, Gabriel, tudo bem? Já tomou banho?

Gabriel> Sim, e já vou indo... até quarta-feira...

Flávia> Até, e garoto... pense numas mãos tu tens... nossa, tou novinha em folha... (agradeci e disse tchau, que foi respondido pela Flávia somente). Quando estava quase cruzando a porta ainda escutei a Flavia falando...

Flávia> Pois é... como eu dizia, você deveria ainda dar uma chance a ela... a Marcela gosta de ti pra caramba, Gui.

E escutando isso, me virei, e vi os olhos do Guilherme em mim... baixei a cabeça desanimado, pensando, coitado dessa moça que vai se meter com aquele bruto... mas não conseguia entender o aperto que me deu na boca estomago naquele instante...

Cheguei em casa e ia dar quase 7 da noite. Minha mãe estava na cozinha e veio correndo me abraçar... fez-me perguntas e mais perguntas sobre como tinha sido o meu dia... o início da academia... se tinha ido muito aluno... se eu tinha gostado dos professores... tudo... e eu respondia feito um autômato... enquanto a metralhadora mãe trabalhava, quando estava tentando dizer que tinha um aluno que sofreu uma distensão no músculo, escuto uma voz característica...

Jú> Ôoo dona mãe... pode dizer pra esse ingrato que me abandona o dia todo que quando ele tiver um tempo em sua agenda cheia de compromissos excitantes, vá lá para o quarto que a cadelinha que ficou pra traz na mudança vai está lá esperando por ele.

E dizendo isso saiu fazendo cara de emburrada... nossa a Jú tava ali... aff que menina dramática.

Mãe> Vai lá filho (rindo) ela tá que tá, hein?!

Chegando no quarto eu nunca poderia esperar pelo que vi ali... ele tava todo revirado... com pilhas de coisas em um canto... outras noutro... roupas dobradas no chão, em cima da cômoda... meu Deus, parecia que o Tasmania tinha passado por ali.

Gabriel> Juliana o que aconteceu aqui? (perguntei admirado)

Ela continuou fazendo o que estava fazendo... desarrumando o meu quarto.

Jú> Nada não... aliás, nada de mais (e continuiou a abrir gavetas e escolher itens ali e separar)

Gabriel> Jú como nada! (falei tomando da mão dela o boneco do superman da liga da justiça) o que tu tá fazendo com minhas coisas... (ela arrebatou o boneca da minha mão e falou desafiadora)

Jú> Como eu disse, senhor ocupado... nada demais, somente estou pegando de volta todos os presentes que eu já dei a você em toda minha vida, seu ingrato... (e como se fosse a coisa mais simples do mundo, continuou a separar tudo o que já havia me dado na vida!)

Olhei pra aquela garota e não sabia se eu batia nela ou se eu ria de tudo isso... mas o que era pior... riria de minha desgraça, porque o quarto parecia uma mudança... aff... puxei ela pra mim, fazendo com que parasse de revirar mais ainda minhas coisas... ela ainda protestava, tentando alcançar uma caneta da pucca que estava na chão e eu puxando ela ao mesmo tempo, numa cena hilária, com minhas mãos em sua cintura e ela esticada tentando alcançar a caneta, quando dei um puxão mais forte e caímos os dois no chão, um em cima do outro... a Jú começou a bater em mim me chamando de traidor, que não deveria ter abandonado ela e tudo mais... eu ri muito e a abracei...

Jú> Seu ingrato... nem me ligou mais, aliás, desligou o celular... dizia batendo em mim... vou recolher todos estes tesouros que você usurpou de mim... (apontou a caneta da pucca pra mim, e comicamente, ela começou a piscar)

Gabriel> Foi você quem me deu... (rindo) deixa de besteira, quando eu te contar o que aconteceu você vai me dar razão.

Ela ainda ficou emburrada um pouco, até que contei tudo, desde o início... quando o Guilherme havia me levado pra a academia, logo cedo, pra eu fazer a massagem nele (ocultei a parte da excitação da massagem... não queria a Jú me enchendo o saco)... depois contei tudo sobre os professores, o almoço, a crise... a forma com saí da crise, o primeiro dia de trabalho... enfim, tudo. Ela só me olhava admirada e quando eu terminei ela me abraçou.

Jú> Carinha, não sei não, mas eu acho que você tem que ir numa sessão de descarrego! (me deu um beijo e olhou em volta – ai consciente de tudo, falou) ups! Rs, acho que exagerei aqui.

Gabriel> Jú... você não tem ideia do que passei hoje... mas não pode contar nada a maninha viu... senão eu estou frito, e o Guilherme também (e olhando pra a Jú que fazia cara de desconfiada, acrescentei) porque simplesmente se mainha brigar com o Guilherme ele nunca mais vai me deixar em paz (emendei, mas consciente da desculpa esfarrapada).

Jú> Seeei! Um-hunnn... (falou olhando com cara sinica) sei! Tudo bem cara pálida... vou proteger vocês DOIS... falou passando a cabeça da pucca piscante entre os lábios fazendo cara de prostituta procurando cliente...

Gabriel> Para Jú... não viaja! (e mudando de assunto) e o que ferra mesmo é o fato do Paulo ter ligado e ter acontecido aquilo tudo que te contei... (suspirei) e agora não tenho coragem de falar com ele. A Jú se levantou, abriu minha bolsa pegou meu celular e fez uma ligação.

Jú> Alô? Não não é o Gabriel não... é a Jú, bem mais gostosa... querido tou te ligando pra dizer que o zé mane do meu amigo está aqui com vergonha de te ligar porque pagou mico com o patrão dele hoje a tarde... mas não se preocupa não... está aqui a super Jú pra salvar todas a situações... o que? Sim, sim, ele tá aqui... vou passar pra ele. Bjos querido, é bom falar contigo.

Enquanto o meu queixo caía, a Jú me entrega o celular e diz simplesmente.

Jú> É o Paulo! (E então, jogou a caneta da pucca dentro de sua própria bolsa). Esta volta pra mamãe!

Não tenho coração pra isso tudo! Nem sempre temos tanta sorte... às vezes passamos o dia todo sofrendo com os estudos, trabalho puxado e principalmente problemas do coração. Normalmente no fim do dia, só queremos chegar em casa, comer uma boa comida, tomar um banho e deitar na nossa cama quentinha... e dormir serenamente. Mas, não estava em um dia daqueles... estava no dia que tudo deu certo e muito errado... no dia em que chego destruído em casa e encontro minha vida revirada por uma amiga doidona onde minha cama era palco da separação entre o joio e o trigo... o que era meu e o que não me pertenceria mais...

Contudo, o que mais me esgotava era aquele celular na minha mão, com o Paulo ali esperando, como antevendo o que possivelmente poderia ser uma conversa muito tímida, envergonhada...

Gabriel> Oi, tudo bem Paulo? (timidamente)

Paulo> Olá Gabriel... (quase não o escutava tão baixo falou).

Um silencio constrangedor se fez... eu não sabia como fazer ou falar... enquanto olho em volta e vejo a Jú comendo um sanduíche e analisando displicentemente uma tesoura em forma de foca... exasperado, resolvei quebrar o gelo.

Gabriel> Paulo e aí?

Paulo> Bom, foi você quem me ligou... diga aí você (e sem deixar que eu falasse, continuou) porque não falou comigo o dia todo? (e meio nervoso) porque não atendeu o meu telefone? Quem atendeu mesmo?

Gabriel> Eu respondo o que primeiro? (perguntei meio exasperado)

Ouvi ele respirara fundo do outro lado da linha e falou mais calmo...

Paulo> Desculpe, é que tentei falar contigo o dia todo e não consegui... e estou um pouco... e depois ver que quem ligou não foi você e... (parou) desculpe... (respirou fundo)

Paulo> Vamos começar novamente... pode ser? (rindo um pouco, sem graça)

Gabriel> Certo...

Paulo> Boa noite, Gabriel, como foi seu dia?

Gabriel> Difícil, Paulo, difícil... aula, trabalho puxado... nossa... (e meio que querendo justificar) olha Paulo eu não te atendi porque tava trabalhando... e na hora quem atendeu foi meu patrão...

Paulo> Ah, foi o seu patrão... poxa desculpa então... espero que não tenha te provocado problemas.

Pensando no que ele havia dito, e nos problemas que tive, não pude deixar de rir da inocência do Paulo, ele nem imaginava que aquele era o menor dos seus problemas...

Gabriel> Nada, de boa... eu não te liguei porque acabei de chegar em casa e encontrei a Jú fazendo uma faxina no meu quarto... (e de rabo de olho pude ver ela provando meu perfume)

Paulo> Por tudo, e mais uma vez, me desculpa... mas é que tava com saudades de ouvir tua voz.

Ai que fofo, ouvir tudo aquilo no fim do dia faz pensar que a vida vale muito a pena... que quando a gente passa um dia difícil, quase que perdido pra você e no fim dele tem uma luz maravilhosa que ilumina toda a escuridão anterior... Paulo era aquela luz...

Gabriel> Eu também estava... (timidamente) o que fez o dia todo?

Paulo> Passei o dia pensando em você! (simplesmente)

Gabriel> Deixa de coisa (rindo) falo sério.

Paulo> Eu também (rindo) fui pra aula, mas não tinha um lorinho lá em nenhuma das 42 cadeiras. Fui pra casa de meu tio almoçar, mas tinha apenas moreninhos chatos... (ri muito) a tarde dormi um pouco e sonhei que estava viajando com meus primos, mas eu nem lá te vi (e com voz tristinha, concluiu) então acordei daquele sonho chato e te liguei... rs, mas nem no celular você estava lá... ou como é difícil ter você ao meu redor!

Gente o que era tudo aquilo... que declaração foi aquela! Coisa mais linda... me sentei na cama (onde tinha espaço) e sorrindo fiquei absorvido pelos pensamentos que me vinham.

Gabriel> Oh, Paulo, não diz isso não... rs... eu queria poder te compensar disso tudo.

Paulo> O que você vai fazer amanhã à tarde? (e antes que eu respondesse) Poderíamos nos ver.

Gabriel> Claro, claro que sim... (pensei na prova de química da quinta-feira e fugi desses pensamento)

Paulo> Gosta de jogar PS3? Poderíamos jogar.

Gabriel> Não sei... pode ser... eu tenho PS3, poderia ser amanhã à tarde aqui em casa (quando engasguei com a própria saliva – a Jú estava com um cachorrinho de pelúcia pegando ele e fazendo movimentos indecentes, como se tivesse fudendo o cachorrinho – olhei feio pra ela e acrescentei) podemos também locar uns filmes e assistir na sala... sei lá... (e olhei pra a Jú com cara de quem diz, viu sua pervertida – mas ai ela pega o rabo do cachorrinho e faz cair simulando um broxamento) tá então combinado!

Mãe> Gabi, Jú... venham jantar! (gritos de mainha da cozinha)

Gabriel> Paulo, tenho de ir jantar.

Paulo> Certo, sem problemas... a gente se fala mais tarde pra combinar melhor amanhã, ok?

Gabriel> Unhummm... até mais tarde. Desligamos e olhei pra Jú que estava de braços.

Jú> Use camisinha... e se não tiver lubrificante... você sabe o que é lubrificante, não sabe? (revirei os olhos e sai do quarto, e ela me seguindo) de toda forma ele deve saber, mas se não tiver use gel de cabelo... sem álcool viu!

Mãe> Usar gel pra quê?

Jú> Pra lubrifica... (interrompi a Jú) aaaaaaiiiii.... O que foi, quer que é, quê que há? Só ia dizer que era pra lubrificar a entrada do parafuso grande e grosso na bucha apertada... Sabe dona Júlia estamos tentando colocar umas prateleiras novas na parede do quarto do Gabi... a senhora precisa ver o que esse menino fez lá no quarto... nossa tá tudo revirado. Olhei assassino pra aquela vaca...

Gabriel> Parafuso grande e grosso em bucha apertada... sei... (minha têmpora já estava fervendo – sentando a mesa e pondo um pouco de arroz de leite com paçoca de carne)

Mãe> Gabriel, você bagunçou o quarto? (brava)

Gabriel> Mãe eu... (interrompido)

Jú> Não briga com ele não... ele só queria mudar a decoração... vai arrumar tudinho dona Júlia...

Mãe> Você só vai dormir hoje depois de arrumar tudo mocinho...

Vou matar essa mentirosa!

Gabriel> Tá mãe (e subitamente falei) mas a Jú já tinha dito que iria dormir aqui pra me ajudar... e que acordaria cedinho pra irmos pra escola. Sorri divertido com a cara de enterro que a Jú fez, enquanto eu abocanhava uma parte enorme do arroz que adoro.

Jantamos com as perguntas constantes de mainha sobre o primeiro dia de trabalho e da Jú me provocando com a história do gel... arrumamos o quarto e fomos dormir... terminamos meia noite... antes, liguei pro Paulo combinando a hora... combinamos de 1:30 da tarde lá em casa... e fomos dormir, eu no colchão no chão e a Jú na minha cama... mas antes a Jú deu uma delas.

Jú> Gabi... usa sem álcool viu (ouvi sem entender)

Gabriel> Como? Não entendi... (entendi) vai te lascar Jú... (falei me cobrindo) mas antes dorme...

Jú> Tá bom... usa com álcool pra ver se você não vai sair arrastando essa bunda no chão que nem gasolina em cu de cachorro... Ri muito daquela idiota

Gabriel> Fica fria sua lesa... eu não pretendo transar... aliás ainda não me sinto pronto...

Jú> Aff, como tu é donzelo!

Gabriel> Olha quem fala...

Jú> Querido eu não sei o que é isso há dois anos... aliás posso te ensinar...

O pior que era verdade...

Gabriel> Cala boca! Me deixa em paz... vamos dormir...

Acordamos cedo, mas pelo menos eu, com uma tremenda dor de cabeça... a Jú roncou a noite toda... e mal eu fechei os olhos, já era de manha e mainha tava chamando agente. Tomamos banho rápido (eu em um banheiro e a Jú noutro viu gente... rs) engolimos o café da manhã e fomos pra escola... chegamos quase atrasados... entramos na sala em tempo. As aulas foram extremamente maçantes e eu queria apenas chegar em casa para me encontrar com o Paulo. Mas a maldita hora não passava. A Jú dizia o tempo todo que eu relaxasse e que logo-logo eu estaria em casa... mas simplesmente eu não conseguia relaxar... olhava os professores falando e me pareciam homilia de missa, onde a gente quer que acabe logo para irmos nos encontrar lá fora com a galera jovem, antes dos pais nos levarem pra casa...

Na hora do intervalo, fomos pra cantina comer alguma coisa, pois eu estava morrendo de fome... quando fico muito nervoso me dá uma fome enlouquecida... mas, como mainha diz que raramente não estou com fome, acho que não tem muita base científica essa minha teoria. Durante todo o intervalo, enquanto estávamos lanchando na nossa mesa estratégica, eu olhava insistentemente para a academia... mas não via nem sinal do Guilherme...

Jú> O que você ta procurando? (perguntou quando olhei a 10ª vez para o lado da academia...)

Gabriel> Nada, só tou distraído...

Jú> Seeeei... disfarça pião... mas a mim tu não engana... acho que tem muito angu neste teu caroço... (e apontou a academia)... como é mesmo o Bruno? Moreno, alto forte, careca e sensual?

Gabriel> Ah, Jú, tu num presta... cala boca (falei irritado)

Jú> O pobre do Paulo mal entra na tua vida, e tu já ta pondo boné de chifres nele e EUZINHA que não presto... francamente... que mundo é esse...

Olhei exasperado pra ela e me levantei pra pagar meu lanche e voltar a aula, quando vi o valor de minha conta, olhei pra dona Nilda e indaguei:

Gabriel> Tá errado? Eu não comi tanto...

Dona Nilda> Deixa eu somar novamente... (e verificando a conta, acrescentou) não filho tá certo... você a Juliana comeram isso tudo sim...

Gabriel> Mas eu quero só a minha conta... Jú vem pagar a tua também que a dona Nilda tá cobrando...

Jú> Querido... essa conta é sua... quem foi que me abandonou ontem com uma conta pra ser paga alegando que depois acertava... olha que eu nem ligo, mas como disse que depois eu acertava... estou acertando agora (e fazendo o característico ruído de quem suga o suco até o fim, se levanta, pisca o olho, e vai pra sala de aula)

Olhei pra dona Nilda e disse...

Gabriel> Eu odeio essa garota!

Finalmente em casa... aff que estressante. Ainda tive aula de biologia e precisei fazer um mini teste surpresa... eu ODEIO mini testes surpresa... pra que serve isso mesmo? Além de ser tortura a jovens mentes... cheguei em casa de 12:45... mainha não estava em casa porque ela normalmente almoça na escola, pois trabalha até as 6 da tarde e então, já deixa pronto um prato pra mim no freezer e eu só tenho o trabalho de esquentar no microondas... fui tomar um banho demorado... frio claro, e enquanto estava no chuveiro lembrei do Paulo, e do beijo lindo que trocamos no sábado... nossa parecia tão distante aquele dia, e ano apenas há 72 horas atrás... é aconteceu tanta coisa... tanta... e comecei a lembrar de tudo... desde aquele beijo excitante no cinema... da noite no MSN... das palavras ali que trocamos... do domingo deitado na cama lembrando dele... da segunda feira! Da massagem que fui obrigado a dar... daquela pele que estava arrepiada ao meu toque... de minha excitação ao ver a respiração dificultada e aquele corpo poderoso e enorme parecer repentinamente indefeso ao simples toque de meus dedos... da chama bruta em olhos negros que pareciam prontos pra me devorar no meio de aparelhos de ginástica sem nada sobre minha pele nua, indefesa e apenas protegida por uma camiseta minúscula... da forma arrebatadora com que fui resgatado de minha crise insana no esgotamento nervoso... de sua voz... subitamente percebi que estava me masturbando quando um jato de esperma atingiu o azulejo frio do banheiro, descendo copiosamente como uma lágrima cai do rosto, se perdendo no chão molhado... com a ciência minha que aquele orgasmo não foi direcionado a nenhum beijo que o Paulo possa ter me roubado... mas sim ao enigma da profundidade escura daqueles olhos negros que ora me metem medo... ora me incendeiam com o desejo que ali, agora, percebo que sempre existiu!

Sai do banho de pernas literalmente bambas... fiquei pensando se minha vida sexual se resumiria a aquele ambiente... e a solidão de minhas mãos... seria melhor eu procurar o maldito gel que a Jú tanto falou... ahhh, que tou pensando... melhor me vestir e comer, pois o Paulo chega a pouco... Fui Jú: #já fez a chuca, amiga?#. Aff, a jú tinha que parar... imagina se o Paulo ta ali e vê essa mensagem... resolvi ligar antes da próxima...

Jú> CVV pois não!

Gabriel> Jú pelo amor de Deus... para! Não me manda mensagem hoje à tarde senão vou ter que desligar o celular... tu quer acabar com minha vida? A Jú só ria ao telefone...

Gabriel> Jú tou falando sério... me promete?

Jú> Só tava brincando contigo Gabi (ainda rindo) sabia que ia me ligar e pedir isso... mas não vou te importunar... só me conta mesmo o que tudo aconteceu viu... e se você tiver medo... faça! Perca logo esse cabacinho rosa...

Gabriel> Juliana...

Jú> Tá, tá já parei... mas me conta... ou melhor... fala alto, porque as câmeras que instalei no teu quarto não captam muito bem o som ao vivo (e depois do grito incrédulo que dei, rindo muito acrescentou) brincadeiro guri... kkkk... tu é bobo mesmo... bjão e me liga logo depois... amo você...

E desligou no mesmo instante que o som do micro-ondas anunciava meu almoço... após o almoço, fui escovar os dentes e procurar uns filmes legais pra agente poder assistir. Entrei na net, já que não consegui locar nenhum, rs... e pus uns dois pra baixar... enquanto baixava... entrei no MSN. O Paulo estava off, mas tinha um convite ali... o link era MATADOR... ui! Seria um serial killer? Eu estava pensando se aceitava ou não... olhei o e-mail e não identifiquei... quem será? Onde conseguira? O do meu ORKUT (na época eu tinha) era diferente do MSN! Resolvi aceitar só pra saber quem era... mas ai o cara tava off... exasperado, sem o Paulo no MSN, sai... olhei o relógio: 1:25 da tarde... tá... o será que ele vai se atrasar? E enquanto eu decidia se ia preparar pipoca ou abrir salgadinhos escutei o sinal de mensagem... se fosse a Jú eu iria matar aquela menina... #Tou aqui embaixo... teu Paulo#

Ahhh que lindo... teu Paulo... fiquei nervoso! Calma, calma... vamos com calma... o interfone tocou... fui atender...

Guarita> Sr. Gabriel, tem um rapaz... (escutei ele dizer o nome) o Paulo, pedindo autorização pra entrar... posso liberar?

Gabriel> Sim, pode sim... indique o número do apartamento por favor...

Guarita> Ok senhor. (e desligou)

Ai meu Deus... o tempo em que esperei o Paulo subir, parecia horas... andava na sala com as mãos geladas e molhadas, estava com distonia... será que eu estava bem vestido... olhei a minha roupa... bermuda caqui, camiseta verde musgo, havaianas branca... será que não seria melhor trocar por uma camiseta azul... não eu já usei azul no primeiro encontro... e que tal uma vermelha... não vou parecer oferecido... loiros de vermelho são fatais... rs... meu Deus, melhor botar um boné... NÃO! Boné dentro de casa... ishiii, é coisa de Mané... até rimou, rs ! treeeennnnnnnnnn! A CAMPAINHA!

Respirei fundo, e abri a porta... lá estava ele... com aqueles olhinhos que se apertavam mais ainda quando sorria... com um bermudão folgado preto e uma camiseta sem mangas mas com capuz branca... e de boné amarelo... bem que eu deveria ter posto o boné...

Paulo> Boa tarde... (falou com aquele sorriso lindo)...

Gabriel> Boa tarde Paulo... (e fiquei feito pateta admirando ele quando percebo que ficamos parados e eu não havia convidado a entrar...) ahh, desculpe, entra Paulo (falei morto de vergonha). Ele entrou sorrindo mais ainda, divertido com minha atrapalhação...

Gabriel> Sou meio lerdo, não liga não (envergonhado)

Paulo> Tranquilo... (entrou e pôs as mãos no bolso) mas legal o teu AP...

Gabriel> Obrigado... é legal sim... mas é grande apenas pra mim e mainha, pelo menos eu acho!

Paulo> Ah tá... mas quando a família aumentar (e olhou fixamente pra mim...)

Gabriel> Acho que mainha não vai se casar novamente não... (ri divertido, mas ai percebi a mancada e baixei o olhar)

Ele ficou sem jeito... e eu pedi pra ele sentar no sofá... ofereci uma água ou refrigerante e ele recusou...

Paulo> Bom, e sua mãe... vai me apresentar a ela?

Gabriel> Talvez (falei devagar o que fez ele me olhar interrogativo) talvez mais tarde, é que ela não tá em casa e só chega à noite...

Foi aí que percebi um sorriso no canto de sua boca, e ele se levantou repentinamente me puxou e deu um enorme beijo de língua explorando minha boca completamente e me deixando sem ar...

Paulo> Então, tenho você só pra mim hoje, e a tarde toda!

Desvencilhar daquele abraço foi difícil... primeiro eu não queria... segundo o Paulo era fortinho e resistiu quando tentei afastar... mas ai me dando mais um beijo forte, mordendo os meus lábios, me soltou e disse...

Paulo> Tá, mas só por enquanto...

Gabriel> É que tenho que olhar se já baixou o vídeo pra eu poder converter e depois gravar na mídia pra agente assistir no DVD... (falei timidamente)

Paulo> Tá baixando? Pensei que fossemos locar...

Gabriel> Sei, mas é que se fossemos sair pra locar, talvez não desse tempo de assistir mais de um... ou da gente conversar, ou (calei na hora... lembrei das sandices da Jú).

Ele percebeu que fiquei envergonhado e me puxou dando um beijinho no nariz...

Paulo> Melhor então.. temos mais tempo juntos...

Apenas balancei a cabeça e me desvencilhei dele mais uma vez indo olhar se havia terminado o download – 87%... droga... ainda falta converter e gravar... voltei-me pro Paulo e ele tava olhando uma foto que tenho de criança num porta retrato que fica no aparador da sala... uma foto que estou NU com um violão apenas cobrindo minhas partes intimas... tinha 4 anos... morro de vergonha dessa foto... já tirei ela várias vezes e mainha põem de volta todas...

Gabriel> Ahh Paulo, olha isso não!

Paulo> Que bonitinho... você peladinho aqui... (rindo muito olhando a foto) tão branquinho que parece feito de leite... (Me aproximei tirando o porta-retratos das mãos dele e depositando virado pra baixo no aparador)

Gabriel> Agora que nunca iria apresentar mainha pra você... (e ante o porquê interrogativo de suas sobrancelhas - acrescentei) ela iria mostra o meu book queima filme!

Paulo riu bastante... e eu, meio que, pra mudar de assunto, perguntei se ele queria conhecer o resto do AP... mostrei os quartos, a cozinha, área de serviço... a varanda... tava meio nervoso, parecia até um corretor vendendo o imóvel...

No meu quarto ele ficou olhando com mais atenção... olhava tudo de pertinho... pegando as coisa... como se tivesse fazendo uma investigação sobre mim... olhava livros, brinquedos, os meus CD’s E DVD’s (que são muiiiiiitos)...

Paulo> Legal esta prateleira na parede inteira pra guardar teus CD’s e DVD’s... são tantosss.... (essa prateleira é a parede inteira do teto ao chão, que mainha mandou fazer projetada porque não cabia mais em local alguém aquela quantidade de CD’s e DVD’s que eu possuo)

Gabriel> Eu adoro música... estudo partitura desde pequeno e canto de vez em quando (ri)

Paulo> Quero que cante pra mim alguma coisa...

Gabriel> Falei quem sabe... (ele sentou-se na cama e ficou me olhando fixamente – fiquei um pouco tímido e como estava já incomodado com aquela situação, falei) pois é... vamos lá pra sala... ver se o filme baixou... (e sai em seguida esperando que me acompanhasse, mas antes ainda pude escutar um suspiro e ele vir me acompanhando em seguida).

Fomos pra cozinha e procurei a pipoca pra pôr no micro-ondas... resolvi pipoca! A de bacon... adoro! O Paulo ficava me olhando e rindo de minha confusão na cozinha... nunca sei onde estão as coisas... pareço até que nem moro ali! Depois de um tempo procurando a pipoca, achei, pus no microondas e não liguei ainda... tinha que ser quando o filme tivesse pronto... foi pro PC... e já tendo sido feito o download naquele momento... iniciei a conversão e em seguida a gravação... o Paulo o tempo todo falava sobre como foi a visita a família dele em Olinda, que o pai dele tava meio cansado esta semana e que iria viajar pra São Paulo... nossa era tanta informação desconexa que fiquei imaginando se o Paulo não tava nervoso...

Quando o filme ficou pronto... (o outro ficou fazendo o download) fiz a pipoca e sentamos no sofá pra assistir... era um filme de comédia e o início foi bem bobinho mas deu pra rir legal... no momento da pausa pra pegar mais refrigerante o Paulo perguntou:

Paulo> De quem é este piano?

Gabriel> É meu... mainha comprou pra mim quando nos mudamos pra cá... na realidade o ex-dono deste apartamento deixou ele aqui e ofereceu a ela... como ela sabe que adoro cantar... ela aceitou... rs

Paulo> Adora mas não canta pra mim (fez bico – que bonitinho)

Gabriel> Tá eu canto... mas outro dia pode ser?

Paulo> Não! Mais tarde... (parecia uma criança emburrada... rs)

Gabriel> Vou pensar no seu caso... (e liguei o filme já pra impedir que ele contra argumentasse... sou malvado, rs)

Eu estava sentado no sofá, quando o Paulo perguntou se podia sentar no chão ao pé do sofá... respondi que sim... e o Paulo sentou-se lá, perto de minha perna... podia sentir o ombro dele tocar de leve minha perna o que me dava arrepios na espinha! Em dado momento, ele curvou-se pra frente e quando voltou sentou-se entre as minhas peras, colocando um braço sobre a minha coxa e perguntando coisas banais sobre o filme, como se o local onde ele estivesse fosse o lugar mais natural do mundo...

Paulo> Acho que essa loira esquecer novamente dele... e assim por diante todos os dias, ele tendo que conquistá-la dia após dia...

Só falava: unhumm! Ele estava tocando minhas pernas que ficavam encostadas no corpo dele... os seu braço em minha coxa... sentia o perfume dele subir invadindo meu nariz... impregnando o ambiente todo... deixei o filme de lado completamente... e só pensava no Paulo sentado ai, com tanta intimidade... tão próximo de mim... parecia que éramos dois namorados... conscientes do corpo um do outro... conscientes de que estávamos ali palpável... acessíveis... comecei a ficar incomodado e nervoso... e a suar com um calor repentino que me deu... eu olhava fixamente a TV, mas involuntariamente meus olhos desciam pra aquele moreno de ombros largos que fitava a TV e falava normalmente como se estivesse numa praça jogando comida aos pombos... mas que na verdade, começou a descer sua mão pela minha perna, circulando os músculos da panturrilha, até meus pés tocando-os delicadamente... passando o dedo entre um e outro... as unhas no calcanhar e subindo até as cochas novamente, fazendo aquele movimento sem parar... me enlouquecendo... me excitando... me deixando completamente em êxtase...

Fechei os olhos... era muita tortura... o Paulo começou a fazer movimento circulares em minha coxa e foi enfiando a mão por baixo de minha bermuda... eu tremia... era delicioso aquilo... ele começou a beijar meu joelho e dar mordidinhas... foi se virando lentamente e meio que levantando-se pra cima de mi... e eu ainda de olhos fechados pude sentir ele tirar a mão de dentro da minha bermuda e tocar minha face... eu estava morto de vergonha e excitação... eu imaginava ele percebendo que eu estava com o pau duro pois este já estava estourando que até doía na base... fiquei ainda de olhos fechados enquanto sentia sua respiração a poucos centímetros de mim... ele continuou ali com o rosto bem próximo e foi encostando seu copo ao meu... colando lentamente... até que senti seu peito colado ao meu, e seus braços me postos em minhas costas me puxando até ele... num abraço onde nossos rostos se colaram e eu pude senti ele bastante excitado... Então abri os olhos... só aí ele sorriu e falou...

Paulo> Queria te beijar olhando esta imensidão azul. E nos beijamos.

O Paulo me forçou a deitar no sofá... enquanto explorava minha boca com sua língua, num beijo profundo... sentia o pau dele em minha perna... pressionando... ele estava muito excitado... suas mãos exploravam meu corpo tocando cada parte... tocando meu peito... minha barriga... senti ele deitar-se completamente sobre mim... separando minhas pernas e encaixando-se lá fazendo seu pau roçar no meu... sua boca consumir a minha por inteiro... seus lábios alternar a boca e o pescoço ao mesmo tempo... lambendo aquele região hiper-sensível pra mim... passando pela minha orelha e voltando até a minha boca, enquanto suas mãos deslizavam pelo meu corpo, uma me suspendendo um pouco enquanto a outra percorria toda a extensão de minhas costas indo parar em minha bunda.. onde deu uma apertada forte enquanto que uma leve estocada na frente o que me fez gemer involuntariamente... neste momento ele põem consegue enfiar a mão atrás da bermuda, e acaricia minha bunda em cima da cueca, para logo em seguida enfiar dentro dela... seus dedos procuravam invadir-me de uma maneira deliciosa, onde começou a passar o dedo médio na entradinha... fui a loucura... ele passou o dedo ali e eu senti contrair um pouco... gemi e toquei o pau dele pela bermuda... o que fez ele gemer também e sua mão apertar minha bunda mais forte ainda... nossa... o que estava acontecendo comigo... abri um botão de sua bermuda pra facilitar e enfiei a minha mão ali dentro sentido o pau dele duro feito rocha... toquei a cabeça e pude perceber molhadinha... com um liquido fininho saindo dela... ele gemeu mais forte e descontrolado, levantou-se tirou a camisa a bermuda e apenas de cuecas puxou-me falando ao meu ouvido...

Paulo> Quero você... agora!

Não sei o que me deu... eu estava excitado, com a bermuda aberta, o Paulo de cueca na sala de minha casa, com o pau a metade pra fora dela... no segundo encontro! Dizendo que queria transar comigo! E eu queria aquilo, queria não, quero! Estava tremendo de tesão... excitado ao extremo... mas era muito assustador tudo... eu apenas o conhecia da praia, sai uma vez, rolou um único beijo (o meu primeiro, por sinal) e já estávamos ali, ele querendo transar comigo... gente! Era minha primeira vez... A MINHA PRIMEIRA VEZ! Realmente não sei o que deu em mim... eu pensei que iríamos ficar só nos amassos... mas fomos longe demais... olhei pra ele daquela forma e fiquei assustado com o desenrolar de tudo... tive tanto medo que me afastei dele instantaneamente...

Gabriel> Não! (gritei).

Vi o sorriso do Paulo ir se desfazendo lentamente dando lugar uma expressão de que não estava entendendo nada... Ele ainda se aproximou e tentou tocar-me o rosto buscando um beijo... meio que achando que fosse uma brincadeira boba, embora perversa... eu me afastei e fiquei de costas pra ele, e repeti...

Gabriel> Não!

Paulo> Como não! Olha como estou... vejo como você está... você quer eu quero... o que nos impede (interrompi)...

Gabriel> Não... (fio de voz).

O tempo parecia que teria parado... eu não tinha coragem de olhar para ele... sentia sua respiração dificultada atrás de mim...

Paulo> O que houve? O que te fiz... eu te machuquei? Não estou entendendo... porque esta assim? Me rejeitando? (e muito nervoso, toca no meu ombro e me vira) olha pra mim Gabriel, o que aconteceu... me conta... porque não podemos fazer o que a gente sente... o que a gente quer, Gabriel.

Gabriel> Desculpa, eu não quero! Eu não posso.. eu... entenda...

O Paulo me olhou de cima a baixo...

Paulo> Então o que você quer Gabriel (começou a recolher a roupa pela sala, vestiu o short e a camiseta apressadamente)... quer me abusar? Me deixar queimar de excitação por você... como fez no cinema.

Eu apenas de cabeça baixa não conseguia encará-lo... ficava apenas balançando a cabeça negativamente. Sentia sua raiva avançar sobre mim, como uma onda quente que te arrasta até a praia...

Paulo> É isso, Gabriel... tou te dando a chance de me explicar... o que você quer de mim? Diga Gabriel...

Gabriel> Eu não pensei que a gente... eu não pensei que (não consegui dizer)...

Paulo> Olha.. já deu pra mim... desculpa se te chateei com alguma coisa... vou embora (exasperado)

Gabriel> Nâo! Fica...

Paulo> Na boa Gabriel... estou sem entender tuas atitudes e antes que eu me ferre nelas, prefiro sair de campo... (se encaminhou pra porta me deixando uma dor enorme no peito, virou-se e falou ainda) queria que fosso bacana entre nós, mas você é uma pessoa que não se deixa tocar por ninguém... eu não te entendo... eu não quero mais entender... desculpa se te enchi o saco hoje com minhas investidas... prometo nunca mais tentar nada contigo... adeus!

Olhei pra ele e vi ainda me olhar. Seus olhos estavam magoados. Seu corpo não tinha mais sinal de excitação... nem de que iria a qualquer momento correr pra mim e fazer carinho. Era o que eu queria, mas não tinha coragem... não tinha coragem de pedir... senti que ele ainda esperava uma atitude minha... mas eu não iria. Não conseguia. Estava absolvido apenas pela inércia de minhas atitudes. Como se entregasse os pontos, balançou a cabeça, voltou-se e saiu deixando um vazio enorme em minha vida.

Fiquei alguns minutos imóvel. Olhava ao redor e não compreendia aquelas minhas atitudes. Poucos minutos antes, poderia se dizer que eu era o homem mais feliz que poderia existir... descobrindo as sensações do que é ser beijado... de estar gostando de outra pessoa... de sentir a pele sobre a minha... de excitar ao toque mais sutil... de tocar e ser tocado nos lugares mais íntimos... se sentir o cheiro do sexo tão próximo... de ter vontade de tocar no outro a sua excitação e enlouquecer ao perceber que seus gemidos aumentavam a medida que eu tocava-lhe apenas... de sentir-me febril quando fui invadido por tantas sensações maravilhosas... mas, sempre há um mas, naquele momento apenas via o frio da sala... a solidão mais dura... a frigidez da impossibilidade de se deixar permitir aos arroubos do sexo, doce ou selvagem... de ter impedido o que naquele sofá agora sem ninguém, poderia estar dois corpos entregues ao puro deleite só sexo, onde estaria sendo penetrado por aquele pau rígido que dava saltos pronto para entrar dentro de mim... nossa... ninguém sabe o quanto eu queria aquilo... e o quanto desejava que o Paulo me possuísse a tarde toda... mas eu não podia... e não sabia o porquê... simplesmente não conseguia permitir... era algo me deixava sem chão! Olhei aquela sala... olhei o filme passando indiferente na TV... olhei minha bermuda com o botão aberto, testemunha do que poderia ter sido... mas tive medo... e era o medo de que: e se a primeira vez fosse com a pessoa errada... como teria sido há quase 10 anos atrás... quando eu tinha sete anos... era isso que me bloqueava, o medo de me entregar a pessoa que não fosse a pra sempre...

Senti-me um imbecil. Uma pessoa execrável. Por conta de uma ilusão romântica, magoei uma pessoa maravilhosa, que não merecia a minha mágoa. Com certeza o Paulo não queria mais falar comigo. Precisava mudar isso. Só dependia de mim. Sei que sou muito tímido, mas não iria deixar me abater. Teria que ter coragem e enfrentar a situação. Foi quando vi o boné do Paulo, ele havia deixado... nossa pareceu o símbolo de que ainda restava algo dele comigo, que eu conseguiria resgatá-lo. Peguei o celular e liguei para o Paulo. Estava desligado. Tentei umas 4 vezes e desligado. Tentei não desanimar... tinha que seguir em frente. Se ficasse frustrado com isso, eu não conseguiria pelo menos tentar explicar a ele os meus motivos. Arrumei a sala rapidamente, organizei a cozinha e fui ligar novamente pra ele. Chamou até cair na caixa postal: ele não atendeu! Calma, da primeira vez o celular estava descarregado... da segunda ele estava tomando banho... vou esperar 15 minutos e ligo novamente... e então, 15 minutos depois o celular começou a chamar até a caixa postal... tentei mais uma, duas, três vezes até que a chamada foi recusada. Foi um baque para meu estimulo, e compreendi que havia perdido o Paulo pra sempre. Sentei na cama e joguei o celular longe de mim... segundos depois ele começou a tocar... corri até ele imaginando ser o Paulo, era a Jú...

Gabriel> Oi Jú... (desanimando)

Jú> E ai, sem prega! Tudo bem... rs.

Gabriel> Ah Jú tou sem saco pra piada...

Jú> Pô, depois de uma transa louca que sei que você fez, tá de mal humor é... poxa fuma um cigarro ai...

Gabriel> Não viaja Jú... não aconteceu nada de transa... eu, eu... (aí desatei a chorar e contei toda a historia a ela quando estava mais calmo)

Jú> Ôooo, meu lorinho, fica assim não... também o Paulo deveria te entender... era o segundo encontro de vocês e a sua primeira transa...

Gabriel> Ele não sabe que era minha primeira vez...

Jú> Mas por que cargas d’água tu não contou pra ele menino? Ele teria ficado mortinho, sabia?

Gabriel> Fiquei com vergonha...

Jú> Que mané vergonha...

Gabriel> Aaah, Jú, você sabe como eu sou... sabe mesmo... sou envergonhado e pronto... agora ele tá mal, não quer me atender o telefone... acho que perdi o Paulo... (falei triste)

Falamos mais um pouco, a Jú queria ir lá em casa pra me ver... mas eu recusei. Tomei um banho frio, e vesti uma camiseta gola canoa e uma cueca branca, liguei o note e fui para o MSN e ele fava off, ou tinha me bloqueado... entrei no Orkut e pensei em deixar um depoimento... mas eu não deixei... tive medo de estar sendo muito entrão! Ouvi o som da campainha tocar... a única pessoa no mundo que subia ali sem precisar do porteiro ligar pra pedir autorização era a Jú... aff, que menina mais invasiva... ia jogar ela pela janela... será que ela não entende que eu queria ficar sozinho, sem ninguém... desta vez ela ia ver eu iria fazer ela voltar mais ligeiro do que veio... abri a porta já gritando...

Gabriel> Olha aqui idiota, eu quero curtir minha fossa sozinho (e minha voz morreu ao ver os olhos negros queimarem-me). Em dois passos rápidos ele venceu o espaço entre nós, pegou meus pulsos e carrancudo falou...

Guilherme> Quem é idiota aqui? (e aproximando seu rosto do meu completou entre os dentes) E essa fossa é para quem Gabriel?

De onde tinha surgido aquele homem? Empalideci, se ainda era possível ser mais pálido! O sangue fugiu da minha face. Como o meu maior pesadelo tivesse se materializado ali na minha frente... o Guilherme estava com o rosto interrogativo a poucos centímetros do meu... seus dedos apertando meus braços de uma forma que ao redor deles ficara uma faixa vermelha com se o sangue tivesse preso. Sua respiração queimava minha face... ele me olhava nos olhos e eu estava tão assustado que não conseguia fala... o que ele estava fazendo ali, parado na porta, segurando-me como se fosse uma criança levada precisando de uma boa corsa... e a criança estava apenas de cuecas com camiseta, o que deixava completamente vulnerável... uma vulnerabilidade que saia das raias da normalidade...

Guilherme> Responde Gabriel...

Gabriel> Eu, eu... o que você ta fazendo aqui? (ele apertou mais ainda meus braços e cheguei a sentir dor)

Guilherme> Vai me contar porque me chamou de idiota? Ou o idiota era para outra pessoa? Quem Gabriel? Quem? (falou de forma forte)

Gabriel> Era a Jú... e tou de fossa porque, porque (pensei no que naquele dia tinha me deixado triste, além do Paulo, e lembrei do vôley) o vôlei perdeu... pra cuba!

Ele me olhou mais detidamente, querendo perceber se eu estava mentido, quando falou por fim me soltando.

Guilherme> Você não mentiria, não é Gabriel? (balancei a cabeça negativamente e entrou sem ser convidado mesmo, virando-se falou) Nunca minta pra mim Gabriel... é melhor...

E subitamente, percebeu a forma como eu estava... ele me olhou detidamente, como um scanner... olhou meus pés descalços... minhas pernas nuas... as mãos cruzadas na frente da cueca... NA FRENTE AS CUECA... SIM EU ESTAVA DE CUECAS E ELE ALI A ME OLHAR INTENSAMENTE...

Guilherme> É assim que você recebe as pessoas dentro de sua casa? seminu? (e riu sarcástico, dando a volta no sofá é sentando-se lá)

Gabriel> Não não.... não é isso! Eu não tava recebendo...

Guilherme> Cara, você não me convence... desde o primeiro dia você mostra ser um viadinho nojento, oferecido... (Aquilo já é demais)

Gabriel> Chegaaaaaa! Chega... (os lábios tremendo e ele me olhando intrigado) eu estou em casa... você chega sem avisar... sobe aqui, me vê aqui do jeito que estou, e porque estou em CASA! Me chama de oferecido? Como ousa...

O Guilherme deu um pulo e chegou em mim novamente.... me encolhi involuntariamente de medo e instantaneamente ele parou... parece que ficou abalado com minha reação, porque nervoso, passou a mão pela sua cabeça e tocou-me...

Guilherme> Tá Gabriel... não vim brigar... é que quando vejo você fico assim... com uma raiva impulsiva, sei lá... você tem alguma razão... (sorriu, eu já não entendia nada, e me virou empurrando-me falou) vi vestir algo... (parou de falar, e eu fui me dirigindo para o quarto, sentindo seu olhar em minhas costas o tempo todo)...

Quando retornei à sala o Guilherme estava olhando fixamente o porta retratos que tinha uma foto minha no colo de meu pai. Era a única foto que tinha com meu pai. Eu estava sorrindo pra ele tocando-lhe o queixo e ele olhando ternamente pra mim... nossos olhos estavam fixamente um no do outro... era uma foto linda... que me emociona desde todas as vezes que vejo... o Guilherme parecia hipnotizado.

Guilherme> Ele parece com você... (falou tão repentinamente que me assustei...)

Gabriel> Ahhh é sim... todo mundo diz...

Ele largou o porta-retratos e voltou-se a mim... perguntei finalmente...

Gabriel> O que faz aqui? Como entrou? O porteiro não te barrou... (ele parecia se divertir) como sabia onde eu morava...

Guilherme> Kkkkkk, calma guri, calma... rs rs... respira aí... (rio) o que repondo primeiro? Preciso mesmo responder?

E sem dizer mais nada foi até a cozinha... o que só me restou segui-lo. Ele abriu a geladeira e pegou uma cerveja long neck abriu, jogou a tampa fazendo aquele som característico e tomou um gole que venceu a metade da cerveja. Ele estava vestido de calça jeans que moldava-lhe as coxas e fazia aquele volume que eu tentava evitar olhar. Uma camisa pólo branca e tênis preto... ele estava muito bonito... mas era estranho porque eu não achava ele bonito em si... de rosto. Mas que sua presença enchia todo o ambiente... isso sim... principalmente com os olhos negros que me fitavam interrogativos.

Guilherme> Eu sei onde você mora porque sua mãe me disse... eu entrei porque o porteiro não me barrou quando disse que eu iria subir até aqui e não queria ser anunciado (e piscou o olho como se eu fosse cúmplice dele) e eu sei ser persuasivo quando quero... e o que eu vim fazer... bem vim falar com meu funcionário que ele pode viajar comigo pra os campeonatos porque sua mãe já permitiu... aliás foi ela quem me falou que você estaria aqui sozinho a tarde toda... assistindo filmes com um amiguinho... (meu queixo caiu) então eu pergunto (falou displicentemente) eu terei que procurar no armário esse amiguinho ou simplesmente você vai me dizer onde ele está... (virou o resto da cerveja e limpou a boca com as costas da mão)...

Francamente... acho que o Guilherme é de gêmeos... e os dois gêmeos são malvados... o que ele realmente quer com isso... o que realmente quer de mim? Fico pensando se ele quer alguma coisa a mais do que me ofender, importunar... tem momentos que penso que só me atura porque sou filho de quem ele admira... mas há momentos que penso que ele me deseja ao ponto da dor física... como as vezes sinto! Mas não consigo entender... porque ate onde sei ele é hétero e odeia bichinhas, como mesmo disse...

Guilherme> Em Gabriel? (insistiu, suspirei e falei)

Gabriel> Não, meu amigo já foi embora...

Guilherme> Amigo ou namoradinho? Pergunto porque pela forma como te encontrei quando cheguei...

Gabriel> O que você quer de mim Guilherme... por favor... diga logo...

Guilherme> Amigo ou namoradinho? (falou mais duro)

Gabriel> Amigo, apenas amigo... Ele sorriu de leve, apertou os olhos e falou:

Guilherme> Vi só ver como você estava... amanhã te falo da conversa com sua mãe... agora vem aqui...

Falou me levando até a sala, na frente do piano. Ele sentou-se lá, abriu o piano, tocou algumas teclas desconexas e como se refletisse as palavras falou...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Jhoen Jhol a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Pir favor nao pare de postar esse conto é top dos tops

0 0
Foto de perfil genérica

Eu li bem devagarzinho,para não acabar logo. Volte logo meu rei!! tou anciosissíma!!!

0 0
Foto de perfil genérica

kra ainda bem que tu voltou, pqp , e com dois contos em um dia!!!! Pow vlw ae, esse conto realmente é otimo

0 0
Foto de perfil genérica

Nenhum comentário se cria... Se copia né? Geomateus e LUK

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Meu Deus mais o que acontece com esse Guilherme? Tipo ele é muito 😵😵😵 e o Paulo é um idiota querendo forçar a barra. Abraços 😄

0 0
Foto de perfil genérica

Louco, louco, louco esse Guilherme haha, pensei que não voltaria mais. Abracos man

0 0
Foto de perfil genérica

Esse cara é louco... Gabriele é um babaca, ja to ficando com raiva dele o bixa mole. qualquer coisa ja ta chorando afff. espero que ele mude esse jeito de bixa virgem idefesa ja ta ridiculo.

0 0

Listas em que este conto está presente