Thithi et moi, amis à jamais! Capítulo 109

Um conto erótico de Antoine G.
Categoria: Homossexual
Contém 2199 palavras
Data: 17/01/2016 19:16:51

Após o almoço, meus pais, meus irmão, minha tia e o Thi ainda ficaram mais um pouquinho, mas logo foram embora. Afinal, eu tinha que descansar para começar a quimio no dia seguinte. Bruno e eu passamos o dia inteiro brincando e paparicando a Sophie. Aquela menininha era muuuuuuuuuuuitoooo gostosa. Era impossível a gente não se encantar por ela. Meus amigos foram rapidinho em casa, nós contamos o que o médico disse, e claro, todos ficaram arrasados. Eles queriam ir comigo no outro dia para a primeira sessão de quimio, o Dudu bateu o pé, mas eles não poderiam ir. O único que tinha permissão era o Bruno, pois ele era meu acompanhante. À noite, nós entramos para o nosso quarto bem cedinho, umas 20h, como não tínhamos dormido nada na noite anterior, nós estávamos mortos de sono.

- Amor, acorda! – Eu ouvi Bruno me chamando

- Que horas são?

- 6h.

- Já?

A impressão que eu tinha era que eu acabara de dormir.

- Vamos, temos que sair daqui às 8h.

- Aaaaaah, amor....

- Levanta, mozão! – Ele fazia carinho nas minhas costas

- Amor, e se eu te falar que não quero ir?

- E ia te falar que tu irias de qualquer jeito, nem que eu tivesse que te puxar dessa cama. – Ele me deu um beijo no rosto – Vamos!

- Aaaaaaaah.... – Eu disse levantando sem vontade alguma

Fui ao banheiro e tomei meu banho rapidinho. Quando eu sai do banho, Bruno já não estava mais no quarto. Eu me arrumei e desci procurando-o.

- BRUNOOOOOOOOOOOOOO!! – Eu gritava pela casa feito um doido

- AQUIIIIIIIIIIIIII!!!

- AQUI ONDE?

- NA SALA DE JANTAR!

Eu fui até ele e o encontrei arrumando a mesa para tomarmos café.

- Tu já fizeste o café?

- É que como a gente dormiu muito cedo, eu acordei cedo. Aí, eu te deixei dormir um pouquinho mais e já vim fazer o café. Quando eu fui te chamar já estava tudo pronto.

- Obrigado, amor! – Eu o beijei

- Por isso?

- Por existir e por estar na minha vida!

Nós nos beijamos.

- Eu acho que eu tenho que te fazer o mesmo agradecimento, então. – Ele me olhou nos olhos, sorriu e me deu mais um beijo – Vamos tomar café, já já temos que sair.

Nós nos sentamos e tomamos nosso café tranquilamente, quando estávamos terminando de tomar café, dona Cacilda chega.

- Bom dia!

- Bom dia, dona Cacilda! – Bruno disse

- Ué, vocês já estão tomando café?

- Eu quis fazer café para nós, hoje.

- Eu estou no horário certo, não estou?

- Está, sim! – Eu disse sorrindo – Cadê nossa princesa?

- Ficou com uma vizinha minha, hoje. Ainda não sei com quem deixa-la.

- Por que a senhora não a trouxe?

- Não, não... Não dá para eu ficar trazendo a bebê e a deixando com os senhores.

- Dona Cacilda, isso é uma ordem, traga sempre a So... – Eu lembrei que o nome dela não era esse – a Carla. Eu amo crianças!

- É verdade, dona Cacilda, pode trazê-la, não há algum problema.

Ela ficou nos olhando e somente balançou a cabeça em sinal de positivo.

- Com licença! – Ela disse indo para a cozinha

- Ei, mocinho, vamos nos arrumar?

- Vamos? Eu já estou arrumado!

- Tu vais assim para o hospital?

- Assim como?

- Amor, essa bermuda é de vestir em casa!

- Ah, mas eu vou fazer a quimio, ficar lá um tempão recebendo aquelas porcarias no meu organismo, eu tenho que ir à vontade.

- Mas não tão à vontade, né amor?

- É só uma bermuda, Bruno.

- Uma bermuda que fica coladinha em ti.

- Ciúmes, mozão?

- Olha só pra isso... amor, olha como fica a tua bunda.

- O que é que tem demais nisso?

- O que é que tem? O hospital inteiro vai ficar te olhando...

- Até parece... Mas, eu vou trocar, já que te incomoda tanto assim.

- Muito obrigado, mozão! – Ele disse todo bobo

- Me aguarde quando tu vestires aquelas blusas coladinhas...

- Ham?

- Ham, nada! Vais ver só! – Eu disse rindo e indo para o nosso quarto

Nós nos trocamos e partimos para o hospital. Chegamos antes do horário marcado, bem antes. O Bruno aproveitou para ir ao RH ver como ficaria a situação dele no hospital. Ele ficaria mais três meses sem trabalhar efetivamente. O RH disse que já haviam feito o contrato temporário com o Antônio para a chefia e com um médico substituto também, então, Bruno não poderia entrar agora. Ele até poderia ficar somente na parte administrativa, mas como ele trabalhava há bastante tempo no hospital, e todos ali eram loucos por ele, eles analisaram a situação dele com muito carinho e como eu estava doente, eles preferiram liberá-lo por mais três meses. Ele só teria que ir no hospital de 15 em 15 dias para gerenciar os mestrandos. Afinal, ele ainda era o coordenador do projeto de cooperação do mestrado com a Bolívia.

- Eu não acredito que vou ficar mais três meses em casa.

- E isso é bom ou ruim?

- E tu ainda perguntas? É claro que é bom, eu vou poder te acompanhar de bem mais perto.

- Ai, meu Deus, vou ter um fiscal oncológico em casa!

- Isso mesmo! Eu te conheço, mocinho! Tu vais querer fazer coisas que tu não vais poder.

- Até parece!

Nós chegamos na sala em que eu iria fazer a quimio. Eles me prepararam e eu passei boa parte do dia recebendo as drogas. Bruno não saiu do meu lado nem um segundo sequer. A todo momento ele conversava com as enfermeiras sobre a dosagem, sobre como elas estavam aplicando, etc. Eu com certeza seria considerado um dos pacientes mais chatos, tendo como acompanhante o Bruno. Ele queria saber tudo o que todos faziam.

Quando terminei a aplicação da quimio, eu não senti nada de errado com meu corpo, mas eu sabia que as consequências viriam mais tarde. Nós fomos para casa. Bruno estava todo preocupado comigo. Chegando em casa, dona Cacilda já tinha deixado uma comidinha bem leve pronta para jantarmos. Eu fui para o quarto, tomei banho para tirar todo o cheiro de hospital e me deitei um pouco. Não devia ter feito isso.

Foi só eu deitar e deixar o corpo relaxar um pouco que a vontade de vomitar veio com força. Eu corri para o banheiro, quase não dá tempo de chegar. Eu me encostei na privada e vomitei tudo o que eu havia comido durante o dia.

- Antoine!! – Bruno entrou desesperado no banheiro e foi me levantando do chão

Ele me colocou no banho novamente, já que eu havia me sujado. Ele me limpou e cuidou de mim com todo o carinho. Ele me levou para o quarto e me deitou novamente na cama e ficou comigo. Não falamos nada, ele só ficou do meu lado. Eu adormeci e ele continuou lá comigo.

Eu acordei com ele me chamando.

- Acorda, amor!

- Oi!

- Oi! Tá melhor?

- Eu tô com dor no corpo, amor.

- Isso, infelizmente, é normal. Tenta levantar, tu tens que comer alguma coisa.

- Eu não to com fome, não.

- Eu sei, mas tu tens que comer alguma coisa, Antoine. Não podes ficar sem comer nada.

- Mas eu realmente não quero, depois eu tento comer.

- Não, amor. Vamos, eu te ajudo. Tenta levantar. – Ele tirou a coberta de cima de mim

Eu me levantei, mas foi só eu levantar que eu vi tudo girar e eu cai na cama de novo.

- Eu odeio essa parte! – Eu disse

- Vem cá, vem! – Ele disse me ajudando a levantar

Eu fiquei em pé com a ajuda dele e rapidamente ele passou a mão na minha cintura. Nós fomos andando devagar até chegarmos na sala de jantar. Ele me ajudou a sentar na cadeira.

- Fica aqui, eu vou lá dentro esquentar a comida que a dona Cacilda deixou pra gente.

- Tá!

Eu fiquei pensando em como o Bruno era paciente comigo, será que ele ia aguentar tudo até o fim? Aquele era somente o primeiro dia de muitos que estavam por vir. Com o Thi começou assim também, ele cuidava de mim, mas em um determinado momento ele não aguentou e começou a surtar. Eu tinha medo de isso acontecer com o Bruno e de eu perde-lo. A gente acaba virando um peso morto quando contraímos essa doença. Por mais que tu queiras fazer as coisas, teu corpo está tão carregado de drogas que tu não consegues. Teu cérebro manda ordens de se levantar e andar, mas as pernas não obedecem. A consciência te diz que tu tens que comer por que é preciso, mas a tua boca e teu estomago não aceitam o alimento.

- Aqui, olha. Ela fez uma sopinha bem levinha. – Ele disse voltando da cozinha

Ele me serviu e se serviu. Ele se sentou ao meu lado e nós começamos a comer, bom eu pelo menos tentei.

- Tá bom, não está?

- Unrum! – A verdade era que eu não sentia gosto de nada, aquilo caia no meu estomago e já queria voltar.

Eu tentava segurar, mas em um determinado momento não entrou mais nada. O enjoo foi forte.

- Bruno! – Eu coloquei a mão na boca

Ele saiu correndo e trouxe uma vasilha. Eu tive que vomitar ali mesmo. Ele me olhava preocupado e amedrontado. Enquanto eu vomitava, ele passava a mão na minha costa, aquilo me confortava.

- Pronto, pronto... passou! – Ele dizia

Eu passei o resto da noite com dores no corpo e principalmente no joelho. Era uma dor que não me deixava dormir, e se eu não dormia, meu vigia muito menos. No dia seguinte, dona Cacilda trouxe a Sophie, o que me alegrou bastante.

- Ah, me dá essa princesa aqui. – Eu estava sentando no sofá.

- Oi, meu filho! – Dona Cacilda me cumprimentou – Como tu estás?

- Estou mais ou menos! – Ela me entregou a Sophie – Olha como ela tá mais linda ainda!

- Como foi lá no hospital?

- Eu iniciei o tratamento, daqui a pouco Mamam está vindo aí com a tia Joana, elas vão logo cortar meu cabelo, antes que caia.

- Ah, seu Antoine...

- Faz parte, dona Cacilda, faz parte...

- O que puder fazer para ajudar, me falem por favor.

- Pode deixar, mas só da senhora trazer essa fofura, já está bom.

- O senhor gosta mesmo dela, não é?

- Como não gostar?

- Ah, talvez ela durma logo, ela não dormiu a noite toda e nem me deixou dormir. Ela chorou bastante.

- Tadinha!

Ela foi para a cozinha e o Bruno foi junto com ela, ele queria passar algumas instruções sobre a minha alimentação. E eu fiquei com a Sophie, ela era tão calminha comigo, que eu ficava calmo junto com ela. Nós brincamos um pouquinho, e logo ela adormeceu, no meu colo, como dona Cacilda havia me alertado. Eu fiquei com ela até o Bruno aparecer.

Eu pedi para que ele fosse lá em cima e pegasse lençóis e travesseiros limpos, eu teria que improvisar uma caminha para a Sophie. Ele foi rapidinho e trouxe o que eu havia pedido. Nós arrumamos a caminha no sofá, que era bem grande. Eu coloquei a Sophie lá e ela dormiu que nem um anjinho.

Não demorou e Mamam e minha tia chegaram. Eu estava me sentindo um pouquinho melhor, as dores haviam reduzido um pouco.

- Oi, amor da titia!

- Oi, tia! – Ela me abraçou

- Salut, mon p’tit!

- Oi, Mamam! – Ela também me abraçou, eu me sentia o máximo perto daquelas duas. Ali, eu tinha minha mamam e minha segunda mãe.

- Vamos lá, meu amor? Onde a gente pode cortar o teu cabelo?

- Acho que lá na varanda.

- Amor, tu tens certeza que tu queres fazer logo isso?

- Amor, meu cabelo vai cair, não vai?

- Vai! Mas tu só fizeste a primeira sessão.

- Eu sei, mas eu não quero ver o meu cabelo cair aos poucos, já pensou eu ficar com a cabeça toda esburacada? Que horror! Eu prefiro ficar careca logo só de uma vez. E é angustiante tu veres teu cabelo ir caindo. Credo!

- Tudo bem, então.

Nós fomos para a varanda e as duas cortaram meu cabelo, eu fiquei bem carequinha mesmo.

- Cadê o Thi, tia? Eu ainda não falei com ele.

- Ele está lá em casa. Ele disse que depois viria aqui com vocês.

- Atah!

- Achei tão bonito ele e o Bruno conversando como amigos.

- É, eu tive que forçar um pouquinho essa “amizade” – Eu fiz o sinal de aspas com as mãos.

- Eu já suspeitava disso! – Mamam falou sorrindo

- Ah, não...

- O que foi? – Bruno perguntou

- A vasilha, Bruno.

O bichinho saiu correndo e pegou a vasilha. Eu mais uma vez estava vomitando. Ele me deu um guardanapo e eu limpei a minha boca. Quando eu olhei para o guardanapo eu vi sangue, e o Bruno também.

- O que é isso? – Perguntou Mamam

- Sangue! – Eu disse

- Não era para isso acontecer agora. – Disse Bruno

- O doutor Antônio não disse que o câncer estava evoluindo rápido? Parece que o efeito da quimio acompanhou a doença.

- Mesmo assim, tu só fizeste a primeira sessão, amor.

- Não vamos nos preocupar com isso, a gente sabe que isso faz parte.

Eu falei, mas todos ficaram preocupados. O Bruno então...

- Amor, vai olhar a Sophie, ela tá chorando.

- Tá!

Ele foi lá acalmou a bebê e ela voltou a dormir.

COMENTÁRIOS

Prontinho, um pouquinho atrasado, mas aqui está. Eu volto com outro capítulo lá pelas 23h ou 0h. Um beijo! Até mais tarde!

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Comentários

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O fato de você estar escrevendo a sua história, significa que sua vontade de viver o fez vencedor sobre a doença. Parabéns por tudo, pelo relato e pelo exemplo.

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Nossa que barra que você passou

Mais graça a deus você tá bem

ansiosa para o próximo

Amor a sua história

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ANTONIE!!!!

Estou in love com sua história Parabéns !!!!

Ótimo conto, narrativa perfeita !!!

Próximo capítulo já!!! #Ansioso

leiam o meu conto também: O diário de um garoto de programa

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Sabe que não gosto muito da forma como você compara o Bruno com o traíra?

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Amando o seu relato. Sei que nao deve ser facil relembrar tudo isso entao obga por compartilhar conosco sua historia. bjos

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Antoine, vc já deve ter ouvido centenas e centenas de vezes o quanto sua história é linda. Mas é isso que ela é mesmo: linda! Quanto ao Bruno, eu fico pensando em como alguns "pais" são tão ignorantes a ponto de não reconhecer a jóia que foram capazes de fabricar. Bruno é um ser humano tão lindo que deveria ser orgulho de quaisquer pais. Uma pessoa com uma profissão lindíssima, do bem, com caráter impecável até esse momento da história. Enquanto deveriam agradecer aos céus o filho que tem, rejeitam-no por um simples detalhe. Difícil de entender. Espero que vcs ainda estejam juntos e sejam muito felizes.

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Você merece nota 10, não somente pelo conto, mas também pela sua estória de vida. Beijos lindo!!

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Que tudo acabe maravilhosamente bem #natorcida 😉. Na espera do próximo capítulo!!! 👏👌👏👌

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