EGEU - 4º Episódio

Um conto erótico de Lord D.
Categoria: Homossexual
Contém 4011 palavras
Data: 14/01/2016 22:08:19
Última revisão: 14/01/2016 22:08:35

4.

A segunda-feira não poderia ter chegado mais rápido. Não que Christian tivesse alguma coisa contra esse dia, em particular, como se dá com a maioria das pessoas. O fato era que, ele preferia ser criogenizado e mantido nesse estado para sempre, a ter que enfrentar a fúria de William. Sim. Ele não havia ligado para o amigo, como exigido. William não sabia o que tinha nos desenhos secretos de Érico, e o fato de Christian saber e não querer compartilhar com ele de forma injustificada, com certeza seria nocivo para a amizade dos dois.

Outra questão atrelada a segunda-feira, se referia o encapuzado que, pelo o que Christian pode compreender de sua última mensagem, ele se revelaria. Não que isso fosse uma coisa ruim em si. O problema, é que Christian temia não se tratar de Pedro Miguel. Apesar de ele encontrar evidências que apontava para Pedro Miguel, sempre existe uma possibilidade de sermos surpreendidos.

- Christian? A gente vai se atrasar! – gritava Suzana lá da sala.

Christian divagava por essa tsunami de incertezas, mirando o seu reflexo no espelho do banheiro, enquanto escovava os dentes, após o café da manhã.

- Já vou descer! – ele respondeu, suspirando fundo diante da proximidade do inevitável: encarar William.

No trajeto para escola, Christian estava muito absorto em suas angústias mentais. Nem o estudo marcado com Pedro Miguel, para aquela tarde, dirimia sua tensão. Mesmo o tagarelar incessante de Suzana, era insuficiente para trazer-lhe ao mundo real.

- Boa aula, crianças – desejou Teresa, que havia trazido eles para escola.

- Tchau, mãe – eles quase responderam ao mesmo tempo.

Suzana entrou na frente, se enturmando com o seu grupinho de amigas, enquanto Christian andava cautelosamente, espreitando pelo corredores, temendo esbarrar com William. Até que ele avistou o amigo, parado perto de um bebedouro. Christian respirou fundo e se aproximou.

- Oi! – disse Christian, baixinho.

William, que enchia um copo com água, fingiu não ter ouvido. Nem ao menos desviou sua atenção do que estava fazendo, ignorando Christian completamente.

- William, por favor, para com essa frescura – suplicou Christian. –Vamos esquecer o episódio do sábado. Eu não acredito que você vai jogar a nossa amizade de anos pelo ralo, por causa de uma bobagem.

William tomava sua água com uma tranquilidade irritante, continuando a ignorar Christian.

- Presta atenção! – Christian firmou a voz. – Imagina que você descobre algo muito pessoal de alguém. Uma coisa que a maioria das pessoas nem desconfia, e que poderia, sei lá, trazer algum transtorno para essa pessoa. O que faria? Sairia divulgando o que você descobriu, sem ao menos se importar com o sentimento e tal pessoa? Isso sem mencionar que se trata de alguém muito bacana. Olha... eu cometi um erro. Eu não deveria ter invadido a privacidade do Érico. Eu fui um escroto. Um sacana.

- Eu fui a primeira pessoa para quem você contou que era gay. E não fiquei escandalizado, ou chocado. Pelo contrário, eu te apoiei em todos momentos. Acho que ficou bem claro que eu sou de confiança. Sem mencionar, Christian, que estamos falando do meu irmão. Eu nem devia estar falando com você, mas não me entra na cabeça, o porquê desse seu sigilo comigo.

- É complicado, William.

- Complicado? Essa é a sua melhor resposta? Complicado? – William balançava a cabeça, incrédulo. – Porra! Nós estamos falando do meu irmão. Eu não consigo imaginar algo tão sério que eu não possa saber.

- O problema, é que isso não diz respeito só ao seu irmão. – tentou explicar Christian.

- É o quê? Ele está desenhando um esquema de um atentando a bomba, aqui na cidade? Ou ele é um “serial killer” que desenha o rosto de suas vítimas?

- Não fala asneira! – exclamou Christian.

- Quem tem falado asneira ultimamente, é você Christian. Boa sorte com o Pedro Miguel. Espero que o pau dele seja suficiente pra você – William lhe deu as costas, no alto da acidez.

Apesar da grosseria de William, Christian sabia que ele estava certo. E talvez fosse melhor mesmo contar tudo ao amigo. Senão fosse por um pequeno detalhe nos desenhos, tudo seria com certeza menos difícil. Christian só esperava que William não interpretasse de forma torta, quando ele revelasse. Bom. Era isso. Ele iria contar.

A manhã foi um horror, em parte. William não olhava para Christian, e quando o professor de matemática pediu para que formassem grupos, este primeiro nem fez menção de se unir ao outro. Por outro lado, Pedro Miguel não perdeu tempo e juntou sua mesa à de Christian, formando dupla com ele.

- Espero que não se importe – disse Pedro Miguel, abrindo um sorriso enorme. – Como o seu amigo escolheu outro par, não podia perder essa oportunidade.

- Sem problema – Christian até esqueceu, por um momento, do impasse com William. – Agora, não espere muito de mim em Trigonometria. Eu até me saio bem, mas não é com muita facilidade.

- A matemática é o de menos – soltou Pedro Miguel. – Você e seu amigo estão bem?

Pedro Miguel olho para William, que os encarava com desprezo.

- Não muito – respondeu Christian, também olhando para William. – Mas acredito que logo vai passar.

- Vocês são muito... próximos, não é? – a voz de Pedro Miguel soou maliciosa.

- O William é como um irmão para mim, e o sentimento é recíproco – disse Christian. – É comum irmãos brigarem. Se nunca discutíssemos, seria um péssimo sinal.

- Se você tá dizendo, quem sou eu para discordar – Pedro Miguel o encarou, como se enxergasse algo no fundo da íris de Christian.

O professor de matemática os olhou com olhos repreendedores.

- Vamos começar, então? – propôs Christian.

- Como quiser, capitão! – Pedro Miguel bateu continência.

Haviam quinze questões de cálculos a serem resolvidas. Christian explicava alguma coisas para o outro, e este sempre atendia com uma brincadeirinha, mas nunca deixando de prestar atenção. Eles pareciam se entender muito bem, para o desespero de William, que se via diante da iminência de perder o amigo.

- E você disse que não era muito bom em matemática – observou Pedro Miguel, depois que eles já haviam respondido dez das quinze questões propostas.

- Imagina – Christian se fez de modesto. – Você também demonstrou muito esforço. E é assim que a gente aprender, com muito exercício. O cérebro não é diferente do corpo nesse aspecto. Ambos precisam de treino para se desenvolverem.

- Eu só me saio 100% bem, com o exercício do corpo. Ser atacante do time, é o meu maior talento – declarou Pedro Miguel. – O que te deixa em uma vantagem bem favorável em relação a mim.

- Como assim? – perguntou Christian.

- Você consegue exercitar a mente tão bem quanto o corpo – Pedro Miguel apertou a coxa de Christian com força, apalpando sem medo.

O corpo de Christian se contraiu e seus pelos se eriçaram em um prazeroso arrepio. Pedro Miguel enchia a mão na coxa de Christian, analisando todas divisões que o atletismo evidenciou.

- Sua perna é muito malhada – Pedro Miguel deslizou a mão para a lateral.

Christian estava duro como ferro. Sua saliva estava grossa, seus lábios secos e suas mãos suadas. Ele não sabia como reagir. Estava como uma estátua, diferente apenas no que se refere ao tato, pois ele sentia cada célula sua gritando pelo toque de Pedro Miguel. Christian estava a ponto de puxar a mão do outro para cima de seu pau, e conservá-la ali em uma massagem lenta e vigorosa. Que se danasse a sala. Pedro Miguel o faria gozar no seu jeans apertado até se estivessem em uma igreja.

- É melhor a gente terminar as questões restantes – Pedro Miguel recolheu sua mão da coxa de Christian, colocando ambas sobre a mesa.

- Claro – disse Christian, quando na verdade ele queria gritar para que Pedro Miguel batesse uma para ele.

Depois da aula de matemática, veio o intervalo. Se Christian delirou com a massagem na perna, ele iria pirar com que veria em seguida.

Os alunos formavam uma longa fila na cantina, para o lanche. Quando William chegou, Christian já aguardava sua vez na fila. William se pôs atrás dele, e disse em voz baixa:

- Você parecia um idiota contemplando o pateta. Que duplinha ridícula.

- Pelo menos o pateta não tem baixo autoestima por conta de sobrepeso – devolveu Christian, sem dó ou piedade.

Entalado com a ofensa, William deixou sua bandeja sobre uma mesa e saiu pisando pesado, de volta para sala. Poucas coisas no mundo lhe tiravam o apetite; um delas era mencionarem o seu peso. Esse era o calcanhar-de-Aquiles de William, e Christian havia dado uma bicuda nele.

- Posso ficar atrás de você? – sussurrou Pedro Miguel, ocupando o lugar que William deixara.

- Oi – foi a única coisa que Christian conseguiu dizer. Principalmente depois que ele percebeu que Pedro Miguel estava encoxando ele.

Podia até ser o zíper da calça de Pedro Miguel, mas que alguma coisa dura estava friccionando na bunda de Christian, ele não tinha a menor dúvida. Pedro Miguel estava colocado nele, mas que os blocos das pirâmides egípcias. E ele balançava a mão desnecessariamente, colidindo a mesma na bunda de Christian, “acidentalmente”.

- Nossa, hoje o dia tá quente, não acha Chris – o hálito quente de Pedro Miguel, tocava a nuca de Christian, o arrepiando.

- Oh, se tá – respondeu Christian, contendo um risinho.

Após o término das aulas, Pedro Miguel e Christian combinaram a ida desse último para a casa do primeiro, para o início da tarde. Desde o começo do ano letivo, Christian dava aulas de história para Pedro Miguel, a matéria que ele mais levava bomba. Christian realizava essa tarefa com muito prazer.

- Eu tomei uma decisão – William se aproximou de Christian, que esperava sua mãe ao lado de Suzana, do lado de fora da escola. Pedro Miguel já havia ido embora.

- Que decisão? – perguntou Christian.

- Não vou mais te “importunar” com a história dos desenhos.

- Ah, que bom que você entendeu a minha situação – Christian sentiu um alívio, precipitadamente.

- Se você não quer falar... tudo bem – William falava calmamente. – De repente, quem sabe, o Érico não acabe contando, quando eu disser que você abriu a pasta dele e viu os desenhos.

- William, não faz isso! – pediu Christian.

- Tchau! – William deu as costas para o outro.

- O que tá acontecendo? – perguntou Suzana.

- Não é da sua conta! – Christian foi ríspido.

- Nossa, que grosso! – Suzana revidou. – O William é muito legal, e um amigo maravilhoso, pelo que percebo. Só um idiota como você para estragar essa amizade. Vocês, homens, são tão estúpidos. Ainda tinha esperança que você, sendo gay, fugisse à regra.

- Suzana me faz um favor? – pediu Christian, indo em direção ao carro de sua mãe, que estacionava próximo à eles.

- Pode pedir, maninho – ela atendeu.

- Fica de boca calada até a virada milênio! – disse Christian, cuspindo fogo.

Suzana não retrucou. Os dois entraram no carro e foram para casa em silêncio.

Depois de um almoço longo e cheio de perguntas sobre o porquê do humor de Christian, ele se trancou no quarto e se jogou na cama, ficando de olhos fechados, mas acordado. Estava cansado de William. Se ele estava decidido a fazer o que prometeu, que fizesse. Queria ver se Érico teria coragem de indagar alguma coisa dele, Christian. Não ia mais ruminar aquele assunto, principalmente depois de todas as investidas de Pedro Miguel naquela manhã. Se Pedro Miguel o tocou daquela forma, é porque sentia alguma atração por ele. E diante da certeza de que o encapuzado e Pedro eram a mesma pessoa, o encontro dos dois naquela tarde, iria esclarecer tudo. Pois se Pedro Miguel quisesse continuar com o jogo, Christian estava disposto a dar o xeque-mate já.

“Quer mesmo me conhecer?”, mais uma mensagem do encapuzado chegou no celular de Christian.

“É o que mais quero no momento”, Christian respondeu na mesma hora.

“Faz muito tempo que eu gosto de você. Mas algumas coisas me impediram de dar um passo a diante.”

“Fale-me sobre esses empecilhos”, Christian ficou entusiasmado.

“Não sabia que você era gay, e nunca senti tanta felicidade quando descobri que o era”.

“Como descobriu? Eu dou muita pinta? Kkkkkk”.

“Sou amigo do primeiro cara com quem você ficou. Fiquei com tanta inveja quando ele me disse. Você é muita areia para o carrinho-de-mão dele”.

Christian se lembrou do tal cara. Ele tinha apenas quinze anos, quando isso ocorreu. Estava descobrindo a sua sexualidade, e teve um beijo roubado por Igor. Esse era o nome do rapaz. Namoraram por um mês. E tudo acabou porque Igor queria transar, enquanto Christian ainda não era totalmente resolvido com sua homossexualidade, por isso nem cogitava dar um passo tão sério.

“E depois?”, enviou Christian.

“Depois, eu esperei que você adquirisse mais idade. Era uma criança ainda.”

“Há uma grande diferença entre as nossas idades?” – Christian sabia que Pedro Miguel tinha quase 20 anos, o que o tornava três anos mais velho que ele, mas não considerava uma diferença tão absurda.

“Agora que você está em vias de completar 18, a diferença não parece ser grande. E fico mais tranquilo de não ser acusado de pedofilia”.

Christian não respondeu a essa última mensagem, tão pouco recebeu uma outra.

No horário combinado, Christian chegou na casa de Pedro Miguel. Era uma típica casa de homens. Muita bagunça, embalagens de comida pronta espalhadas e uma pilha de copos na pia.

- Desculpa a zona – Pedro Miguel o recebeu com um abraço apertado. – A diarista no veio hoje, e eu e o meu pai não tendemos aos trabalhos domésticos.

- Sem problemas – disse Christian, não dando atenção para o estado da casa.

Pedro Miguel era filho de pais separados. Durante a infância, ele viveu com sua mãe, mas assim que ela se casou pela segunda vez, o relacionamento dos dois começou a se desgastar. Um pouco pelo padrasto, que Pedro Miguel não aceitava, e outra parte pelo pai dele, que enxergava mil defeitos no marido da ex-mulher. Enfim, desde a adolescência, Pedro Miguel vivia com seu pai, que nunca se casou novamente, apesar de nunca ter lhe faltado namoradas.

- Vamos para o meu quarto? – convidou Pedro Miguel. – Lá o ambiente está um pouco mais organizado.

- Claro – atendeu Christian.

Pedro Miguel estava usando apenas um shorts de time de futebol, bem fino e curto, que deixa suas entradas, cavadas, à mostra, no limite da virilha. Christian até teve a impressão de que ele estava sem cueca.

O quarto de Pedro Miguel estava apresentável, ou próximo disso. Não estava propriamente organizado, pois a bagunça fora apenas empurrada para o lado. No entanto, ele havia trocado a roupa de cama, pois esta, ainda exalava um cheirinho de amaciante.

- Você não se importa que a gente estude comigo vestido assim, se importa? – Pedro Miguel puxou o elástico do shorts, soltando em seguida. – É que está fazendo muito calor, e...

- Não... – Christian, olhava aquele peito desnudo com muito desejo. – Fique à vontade.

- Se você quiser tirar sua camisa, não tem problema – afirmou Pedro Miguel.

Christian usava uma polo amarela e um bermuda jeans clara.

- Estou ótimo – disse Christian, sentando-se sem jeito na borda da cama.

- Então eu vou pegar minhas coisas – Pedro Miguel foi até o seu armário e revirou em alguns livros. – Olha isso – ele jogou uma playboy para Christian, e continuou a mexer no armário.

Christian pegou a revista, meio sem graça, e começou a folheá-la.

- O que acha? – perguntou Pedro Miguel, sentando-se ao lado dele.

- Bem... ela tem umas pernas bastante flexíveis. Nunca imaginei que fosse possível alguém ficar tão aberto – disse Christian, entregando a revista de volta.

- Você é muito engraçado – Pedro Miguel apenas riu. – Antes da gente começar, eu queria te falar uma coisa.

- Claro – Christian estava esperando que ele se revelasse de uma vez, como sendo o encapuzado.

Pedro Miguel estava um pouco ofegante, como se buscasse as palavras certas para dizer o que pretendia. Nervoso, ele começou:

- Christian, eu nunca te agradeci da forma como você merece. Geralmente as pessoas se aproximam de mim, sempre querendo tirar uma vantagem. Você sempre me ofereceu muito, e nunca pediu nada em troca. Eu tenho muitos colegas na escola, mas nenhum me faz sentir a liberdade que sinto, quando estou com você. Tem coisas que eu jamais diria para galera, pois talvez me interpretasse mal. Sabe, meu pai sempre espera que eu seja o campeão o dominador. A escola espera isso de mim, também. Todo mundo acha que eu sou uma fortaleza, e que não tenho sentimentos, que aguento tudo. Mais os fortes sofrem, mesmo que em silêncio. E só os sensíveis conseguem perceber o sofrimento e as angústias dos outros. Durante esse tempo que nós estudamos juntos, você sempre me ouviu e nunca me julgou. Sempre permitiu que eu falasse qualquer bobagem, e no máximo riu, mas nunca arregalou os olhos ou fez exclamações repreendedoras. Cara, isso é tão bom!

Christian ouvia tudo, estupefato. Ouvir aquilo de Pedro Miguel, além de ser surpreendente, era emocionante.

- Eu sei que você gay! – Pedro Miguel disse. – E eu sempre tive um pouco de asco dos gays, por causa do assédio insistente. Meu pai sempre diz que gay gosta de dar e que nunca deixa um homem em paz enquanto não leva umas porradas. Você nunca tentou nada comigo. Nunca se insinuou ou fez algo do tipo. E eu vejo como você me olha.

- Pedro Miguel, eu... – Christian, que estava muito corado, foi silenciando pelo dedo indicado do outro, que tocou o seus lábios.

- Eu não sinto nojo de você – disse Pedro Miguel, encarando Christian no fundo dos olhos. – Longe disso. Eu gosto quando você me olha, quando me deseja. Eu queria que você me tocasse. Queria sentir sua mão deslizando pelo meu peito.

- Pedro Miguel, você parece confuso – disse Christian, sentindo o calor o hálito do outro.

- Minha cabeça tá queimando – Pedro Miguel levantou da cama, e ficou de costas para Christian. – Eu... eu.

- Relaxa – Christian se levantou, e pôs a mão no ombro de Pedro Miguel.

- Eu não quero relaxar – Pedro Miguel virou-se de frente, abruptamente, e enlaçou a cintura de Christian com o braço, chocando seus lábios com um beijo feroz.

Christian não conseguia raciocinar, e muito menos respirar. Pedro Miguel não de espaços para contestações. Grudado nos lábios de Christian, chupando e mordendo, ele o empurrou de costas até sua cama, derrubando-o. Christian não acreditava no que estava acontecendo. Ele e Pedro Miguel estavam tomados pelo um desejo insano, ardente e feroz. Ambos com os membros em riste, se friccionavam em um atrito urgente e violento.

Pedro Miguel estava por cima de Christian, encaixado entre suas pernas. A camisa de Christian foi arrancada pelo outro, que desceu seus beijos para os mamilos de Christian, o fazendo se contorcer de tanto prazer.

- Vira de costas pra mim – sussurrou Pedro Miguel no ouvido de Christian.

Christian obedeceu, um pouco receoso, pois ele nunca tinha sido penetrado. E era óbvio que essa era a pretensão de Pedro Miguel. Mas, o corpo de Christian, queria recebê-lo. Pedro Miguel, já nu, arrancou a bermuda e a cueca de Christian, num puxão só.

- Bati tantas pensando nessa bunda gostosa e nessa coxas – Pedro Miguel deu um tapa na bunda de Christian, sentando-se nas pernas do mesmo. – Você é meu agora.

Pedro Miguel começou a lamber as coxas de Christian, alternando com mordidas vigoras. A língua dele subiu até a bunda de Christian, escorregando para o cu do rapaz.

- AHHHHHHHHHHH!!! – Christian gritou de prazer, enquanto era chupado. – Por que... demorou tanto... pra se revelar. Por que... demorou tanto pra tirar o capuz.

Christian quase não falava, sentindo a língua de Pedro Miguel o deixar cada vez mais molhado, mais aberto e desesperado para perder sua virgindade com aquele homem.

- Estava esperando o momento certo – disse Pedro Miguel, encapando seu pau com o preservativo e se esticando por cima do corpo de Christian. – Queria saber se você valia a pena. – ele deslizava seu pau entre as coxas de Christian.

- E eu valho a pena – perguntou Christian girando o rosto para Pedro Miguel.

Em silêncio, Pedro Miguel enfiou a cabeça de seu pau no anelzinho virgem de Christian, fazendo-o gritar.

- Você é muito melhor do que imaginei – Pedro Miguel forçou a entrada de sua vara.

- CALMA! – pediu Christian, sentindo-se rasgado. – Tá doendo.

- Relaxa – Pedro Miguel, continuou a enfiar mais, só que devagar, dando tempo para Christian se acostumar com sua tora.

Depois de penetrar seu pau até o talo, Pedro Miguel ficou parado, mordiscando a orelha de Christian, sussurrando “coisas” em seu ouvido, lhe dando muito carinho, até perceber que Christian estava confortável para o sexo. Pedro Miguel começou a se mexer lentamente, fazendo um vai-e-vem gostoso e sem pressa. O suor colava seu peito nas costa de Christian. Seus movimentos aceleravam a medida que Christian demonstrava que queria mais. Logo a virilha de Pedro Miguel estalava na bunda de Cristian, em estocadas rápidas e fundas. Os dois gemiam como loucos, tomados por um cio selvagem. Pedro Miguel puxou Christian pela cintura, o colocando de quatro e segurando firme em seus ombros. As estocadas eram tão rápidas que era impossível saber que conduzia os movimentos. O rangido da cama se misturava com o ofegar dos dois.

- Que rabo gostoso você tem – Pedro Miguel girou Christian, o botando em seu colo. – Quem o seu macho, fala?

- É você? – Christian delirava de olhos fechados, totalmente cravado pelo outro.

- Você quem?

- Você, Pedro Miguel.

- Isso mesmo! – Pedro Miguel enfiava cada vez mais – Eu sou seu macho, e vou arrombar o seu cuzinho até não aguentar mais.

Os dois se mordiam, lambiam, misturavam os seus suores num cheiro de sexo afrodisíaco. Toda a roupa de cama havia sido jogada no chão. Pedro Miguel, de joelhos, segurava as costas de Christian, deixando-a na forma de um arco, enquanto o fazia cavalgar sobre seu mastro.

- Ahhhhhhh! – Pedro Miguel gozou, encostando sua cabeça no peito de Christian, que gozou logo em seguida.

Os dois desmoronaram na cama, baixando a respiração lentamente, lambuzados de esperma. Pedro Miguel retirou seu pau de dentro de Christian e se levantou.

- Volta pra cá – pediu Christian, com a voz manhosa. Ele estava de bruços, ainda totalmente nu.

Pedro Miguel o olhou seriamente por alguns minutos, antes de dizer:

- Meu pai já tá quase voltando, eu acho melhor você ir embora – havia um arrependimento nos olhos de Pedro Miguel.

- O quê? – Christian não havia processado direito o que acabara de ouvir. – O que você tá dizendo?

- Olha, depois a gente conversa – Pedro Miguel se vestia. – Vai pra casa, antes que meu pai chegue.

Christian ficou estático, com a garganta tampada. Ele não sabia o que dizer e o que fazer, só não queria estar ali, como uma puta que acabou de terminar o programa com o cliente. Christian nunca tinha se sentido tão sujo e usado, como naquele momento. O desejo expressado por Pedro Miguel, tinha sido reduzido a um bloco de gelo. Pois era essa a sensação que Christian tinha, de estar diante de uma pedra de gelo. Depois de tudo que Pedro Miguel o havia dito, como ele poderia agir daquela forma?

Com os olhos ardendo, Christian sentou-se na cama, tentando com todas as forças, manter as lágrimas guardadas. Bancar a bichinha frágil ali, era a última coisa que ele queria.

- Não demora – Pedro Miguel lhe deu as costas e entrou no banheiro.

Christian começou a juntar as suas coisas rapidamente, vestindo suas roupas de qualquer jeito. Ele desejava urgentemente retirar todos os resquícios de Pedro Miguel de sua pele. Como doía o seu peito. Uma dor o trucidava em carne viva, esfolando seu coração, como se fosse uma rosa esmagada por mãos grosseiras. Quanta ilusão! Todo aquele teatro do encapuzado, os toques de Pedro Miguel na escola, tudo isso era apenas por uma transa? Só para experimentar, e depois descartá-lo como muitas das embalagens de comida pronta, espalhadas pela casa? Christian queria vomitar.

Quanto tempo ele passara nutrindo uma paixão oculta por Pedro Miguel mantendo viva a expectativa de um feliz porvir. Não. Ele não estava vivendo um pesadelo, pois um acordar não iria dissipar o que acontecera. Era real. Violentamente real. Uma correnteza de sentimentos descia pelo esgoto da decepção.

Quando Pedro Miguel saiu do banheiro, Christian não estava mais lá. Ele socou a parede com violência, escorando a cabeça na porta do banheiro, crispando os lábios. O que ele estava e pensando e sentindo? Quem pode dizer?

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Comentários

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Nossa!

Bom estarei seguindo este conto.

Sou apaixonado por sua escrita!

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