EGEU - 1º Episódio

Um conto erótico de Lord D.
Categoria: Homossexual
Contém 1958 palavras
Data: 14/01/2016 21:31:16
Última revisão: 14/01/2016 22:03:53

PESSOAL, CALMA, EU NÃO ESTOU PIRANDO. SE VOCÊ ESTÁ LENDO UM TEXTO NADA HAVER, VOLTE MAIS TARDE, ATUALIZE A PÁGINA DO SITE QUE VOCÊ VAI ENCONTRA O CAPÍTULO CERTINHO. COMO EGEU JÁ FOI PUBLICADO, SE EU COLOCAR DE PRIMEIRA O TEXTO, O SITE VAI REJEITAR, POIS CONSIDERARÁ PLÁGIO, ENTÃO EU PRECISO POSTAR OUTRA COISA PRIMEIRO, QUANDO SITE ACEITAR ENTÃO EU EDITO E COLOCO O TEXTO DO CONTO. ESPEREM. PACIÊNCIA.

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1.

Ocupar suas horas naquela tarde quente, fazendo um trabalho de literatura, não era bem o que Christian chamava de diversão. Apesar de estar na companhia de seu melhor amigo, William que, excepcionalmente, conduzia o trabalho da dupla.

- O que você achou do Quincas Borba? – perguntou William.

- É Machado de Assis – Christian respirou fundo. – A gente sempre tem a sensação de que acabou de emergir de si mesmo, quando termina o livro.

- Cara, isso foi poético – William comemorou. – Vou colocar no trabalho. A Auxiliadora vai pirar nessa nossa definição machadiana.

- Eu queria que outra pessoa pirasse – Christian se jogou em sua cama.

Christian e William estavam na casa do primeiro, trancados no quarto há horas, desenvolvendo uma resenha do livro. Eles eram amigos de infância, e sempre formavam dupla, à exceção de quando um professor “filho da puta” (palavras de William) resolvia sortear ou compor por conta própria as duplas.

- Pedro Miguel – William falou com uma voz de nojo. – Cara, eu nem sei o que vocês veem naquele cara? Tudo bem, que ele é boa-pinta, mas não passa de um convencido do caralho. Seu eu fosse gay, eu namoraria você em vez dele.

- Ah, William, eu também namoraria você, se você fosse gay – retribuiu Christian.

- E o Pedro Miguel?

- Não faz pergunta difícil – Christian sorriu.

- É claro que você não abriria mão do gostosão, para ficar com o gordo ridículo.

- Cara eu te acho uma fofura.

- Não tá ajudando, Christian – William retrucou a cara.

- Você é um gordinho lindo – disse Christian. – Veja bem: suas pernas, bunda, braços, são todos proporcionais. E você não parece uma geleia de banha. Seu corpo é bem firme. Sem mencionar os olhos, que é de um castanho fora de série.

William ensaiou um meio-sorriso, antes de dizer:

- Já declarei o meu amor por você essa semana?

- Na verdade você me mandou ir tomar no cu, quando eu disse que não ia para sua casa jogar vídeo game, porque o Pedro Miguel viria para cá, receber aula de reforço em história.

- Pois, eu te amo – William disse rindo – E foi bem feito que o gostosão não parasse de falar em buceta para você.

- Meninos, um lanchinho – a mãe de Christian entrou no quarto, trazendo uma bandeja.

William ficou sem respirar, com medo de que Teresa tivesse ouvido seu termo obsceno.

- Sanduíches de peito de peru e suco de laranja, para energizar meus dois rapazes estudiosos – disse Teresa.

- Já que a senhora está tão gentil, por que não relaxa meu castigo? – pediu Christian com a voz manhosa.

- Nem pensar, mocinho – sentenciou a mãe, servindo os dois com o lanche. – E seu pai está proibido de negociar com você. Ela deu um beijo nos dois garotos e saiu do quarto.

- Nossa. Castigo é foda – disse William, devorando o sanduíche – A tia Laura não dá descanso também. Eu e o Érico estamos sempre no fogo. E falando em Érico, ele sempre pergunta por você. É sério, nem comigo, que sou irmão dele, ele demonstra tanta preocupação.

- É que finalmente ele percebeu que o melhor da nossa amizade, sou eu – disse Christian, recebendo uma livrada do amigo.

Não havia tantas novidades no cotidiano dos dois. Moravam em um bairro familiar, de uma cidade de porte médio, no centro-oeste brasileiro. William tinha 17 anos, era órfão de pai e mãe, e vivia com o irmão mais velho, Érico, de 22, sob os cuidados de uma tia paterna. Ele estudava no Colégio Santa Clara, uma escola particular muito boa, graças a uma bolsa concedida a funcionários da escola. Sua tia Laura, era orientadora pedagógica da Educação Infantil. William era feliz, apesar de se sentir inferior aos outros, por ser um gordinho virgem, e virgem de tudo. Ele nutria uma paixão avassaladora por Suzana, a irmã de mais nova de Christian.

Christian tinha também 17 anos, mas era o extremo oposto do seu amigo. Era alto (até demais, em sua opinião), magro, cabelo preto, bem curto, pardo e de olhos grandes e bem claros. Mas o destaque estava nas pernas. Como herança genética, ele herdou um par pernas bem grossas de seu pai, que ficaram mais torneadas ainda, depois que ele entrou na equipe de atletismo da escola. E um detalhe: ele era gay assumido. Mas todos sempre diziam: “você não tem jeito de gay”. E ele respondia: “ser gay só diz respeito ao meu desejo por uma pessoa do mesmo sexo, só isso”.

Os pais de Christian, não reagiram muito bem de início, mas nunca ficaram contra ele. Uma bênção que ele agradecia a Deus todos os dias. Ele e Suzana, sua irmã de 15 anos, estudavam com meia-bolsa no mesmo colégio de William.

- Mas me diz, o que você fez de tão grave para estar nesse castigo, escola-casa? Perguntou William.

- Eu pus laxante na água do Colosso – riu Christian. – Você sabe como aquele cachorro me odeia. Assim como dona dele, a Margarida. Velha encrenqueira.

- E como sua mãe descobriu?

- A hiena bêbada da Suzana, falou demais – disse Christian. – Mas tudo bem, ela abriu uma exceção para o baile de hoje.

- Você vai para aquela droga? – William, perguntou meio chateado.

- Cara, é nosso terceiro ano. E quero aproveitar tudo.

- Eu sei muito bem o que você quer.

- É claro que eu estou muito ansioso para ver o Pedro Miguel de índio, nesse baile das boas-vindas do segundo semestre, mas não é só por ele.

- Um índio gordo. A piada do ano.

- Cala a boca, William, e vamos finalizar essa resenha – Christian atirou uma almofada nele, levantando-se para terminar de digitar o trabalho.

Índios. A escola inteira estaria fantasiada assim. Tradicionalmente, a escola realizava um baile temático após as férias de julho. Esse ano, a temática indígena foi quase unânime. Havia muita perna, peito e bunda, que a galera queria conferir quase ao natural.

***

- NÃOOOOOO!!! – Suzana parecia estar em trabalho de parto. – Eu sabia que não deveria ter comido aquela fatia de pizza, hoje de manhã. Eu estou uma baleia.

- Ai, garota, que drama – Christian disse. – Você está uma vara, e não teria engordado nem se tivesse comido aquela pizza inteira.

- É sério Christianzinho? – a irmã dele implorava a confirmação.

- É. Agora para com esse histerismo, que meus tímpanos não fazem troca como os dentes.

- Ah, estão lindos – Tereza ajustava os últimos detalhes das roupas dos filhos. Já era noite e estava quase na hora do baile.

Suzana era uma adolescente muito bonita, tanto de corpo como de rosto. Sua beleza deixava muitos colegas babando, implorando uma migalha de sua atenção.

- Mãe, essa roupa está curta – disse Christian.

- Está – ela confirmou. – Essas pernas tem que ser valorizadas.

- Tô quase vendo a polpa da minha bunda. – reclamou Christian.

- Bebezinho, os índios tradicionais andam pelados. – Teresa disse dando um tapa na bunda do filho. – Agora desçam logo, que o pai de vocês está esperando.

Dois índios bem sexys se apresentaram para Arnaldo, o pai coruja que aguardava no carro, os filhos.

- Só uma foto, antes de irem – Teresa desabafa casa a fora, com uma câmera digital na mão.

Flashes e olhos cegos. Os garotos puderam ir.

No caminho, Christian ainda tentou ligar para William, mas o celular do amigo estava desligado. Ele entendeu que William não havia mudado de ideia.

O carro de Arnaldo parou em frente à escola, que estava bem iluminada e com música rolando. A animação era contagiante.

- Ah, isso me faz lembrar os meus bailes de escola – suspirou o pai. – Divirtam-se – ele beijou os filhos.

- Tchau pai! – falaram em coro.

- Juízo, crianças – disse Arnaldo de dentro do carro. – Meia-noite e meia, e nem um segundo mais. E cuide da sua irmã, Christian.

- TCHAU PAI!!! – eles quase empurraram o carro de Arnaldo, rumo a sua casa.

- Então é aqui que nos separamos – Suzana jogou o cabelo para trás. – Lá dentro, é cada um por si.

Ela saiu em direção a umas amigas que aguardavam no portão da escola.

- Garotas adolescentes – disse Christian, olhando em redor, a procura do P.M.

- Olha, se eu curtisse salame, te pegaria essa noite Christian – disse uma voz feminina por trás dele.

- Gisele – ele se virou para amiga.

- E a escola ainda proíbe beijo na boca, enquanto promove uma festa com pessoas quase nua – a garota abraçou o amigo. Ela era uma bela moça roqueira. Melhor. Uma índia roqueira.

- Vamos entrar? – Christian estendeu o braço para ela.

- Com todo prazer, cavalheiro – os dois atravessaram o portão da escola, mergulhando num mar de balbúrdia. – Que tenha muitas gatinhas para mim, gatinhos para você.

- E a igreja diz, amém – Christian arrancou risos da amiga.

É inevitável, parece: Dom Quixote e Sancho Pança G.L.

- Um momento de sua atenção, por favor – a senhora Benedita, diretora da escola, tomava posse de um microfone. – Sejam bem-vindos ao nosso baile das boas-vindas. Divirtam-se, e lembrem-se: tudo que fizerem aqui terá consequências amanhã. Os banheiros estão sendo vigiados. Boa festa.

Todos começaram a bater na boca fazendo “o-o-o-o-o-o”, antes de a música quebrar de novo. Christian, não estava muito entusiasmado. E não era por causa da música ruim da boy band, que tocava. À sua frente, um rapaz forte de cabelo espetado, engolia a boca de uma morena alta.

- Não sei por que alimenta sentimento em relação ao Pedro Miguel – Gisele sentou-se ao lado do amigo, em uma área distante da pista de dança.

- Eu, não... – Christian foi pego no susto.

- Não precisa negar – Gisele o interrompeu. – Eu percebo como olha para ele, e como seus olhos brilham quando ele fala contigo.

- Eu sou idiota – Christian levantou-se.

- Não, Chris, ele é um idiota. E eu não sei por que você ainda não o apagou da sua cabeça.

- Onde fica botão?

- Eu não sei – disse Gisele. – Mas sei de um lugar que é muito melhor que essa festa caída.

- Pra onde você vai me levar? – Christian foi puxado pela amiga.

- Você vai ver – ela respondeu.

Os dois deixaram a escola. Mas Christian não estava convencido de que deveria fazer isso. Gisele levou o amigo até um jipe azul, seu veículo, e arrancou dali. Os dois não seguiram por muito tempo, parando em frente a uma boate de nome Pane.

- Que lugar é esse? – perguntou Christian.

- Uma balada LGBT – ela respondeu.

- Ah, não Gisele, se meus pais souberem que eu larguei a Suzana sozinha e fugi para uma balada, eles me matam.

- A gente só vai passar um tempinho, depois voltamos – ela disse.

- E essas roupas?

- Tem gente que fica até nua – Gisele puxou Christian, pagando a entrada dos dois e sumindo na boate.

Estava superlotada. As pessoas dançavam ensandecidas. Logo Christian perdeu Gisele de vista. Ele tinha absoluta certeza de que fizera a coisa errada, em vir ali.

- Nossa, que indiozinho gostoso – Christian foi agarrado por cara, que tascou um beijo em sua boca sem se fazer de rogado.

Ele apenas ficou atônito com a ação. O cara era bem bonito, mas Christian nem notou isso, diante da surpresa do beijo.

- Você é muito lindo. Nunca te vi por aqui – o cara passou a mão na bunda de Christian. E este logo a tirou de lá.

- Ei, me dá mais um beijo – o cara puxou a cabeça do outro.

- Não! – Christian recusou, tentando se desvencilhar do polvo.

- Ah, tu não é viado? – o cara tentou mais uma vez beijá-lo, com mais força agora.

- Eu não quero – Christian o empurrava.

- Ele já disse que não quer – uma voz masculina ecoou em sua defesa.

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