E Se Der Certo?

Um conto erótico de D.
Categoria: Homossexual
Contém 1774 palavras
Data: 02/01/2016 10:24:52
Última revisão: 03/01/2016 08:38:30

O Início

Chega um momento da vida que você cansa de tudo. De ter expectativas sobre coisas que muitas vezes parece não dar certo e quem conhece a palavra “amor” sabe muito bem do que estou falando.

Ser gay não é um conto de fadas colorido que muitos pensam ser e dificilmente será, só alguns que tem a sorte de dizer que nunca teve dificuldade para ter um amor ideal. Posso até estar exagerando, mas não estou. É difícil sim, ainda mais quando não se tem experiência nesse quesito da vida.

Tantos Paulos, Ricardos, Eduardos, Henriques, Fernandos e muitos outros que conheci em apps de relacionamento gay que já perdi a conta. Quase todos os caras com quem saí, só queriam sexo sem compromisso. Ok, vou relevar que também existe um ou outro perdido nesses apps que parecem dispostos a ter algo sério, mas no meu caso só pareciam mesmo. Depois da transa, pergunto quando é que a gente poderia sair denovo e sempre recebo a mesma resposta de que “Acho melhor a gente ficar só na amizade mesmo” ou “É melhor a gente parar por aqui”.

Entre outras palavras, colocar no perfil que “procuro algo sério” só serve como artifício para enganar trouxas que assim como eu, procuram algo sério DE VERDADE.

Mas hoje eu acordei decidido em desistir dessa coisa de achar amor verdadeiro em aplicativo de relacionamento. Comecei a apagar os aplicativos um por um, olhei meu celular várias vezes para ver se havia ficado algum sem ser desinstalado e constatei que ainda sobrava um.

Abri o aplicativo só para conferir mesmo, uma última olhada. Entrei na área de bate-papo e tinha uma nova mensagem na caixa de mensagens. Antes fui olhar o perfil, mas não havia descrição alguma, provavelmente o cara tinha se cadastrado recentemente no app. Ele continuava online, eu não queria responder ele até porque eu ia desinstalar aquilo e pretendia nunca mais voltar a utilizar novamente, mas sei lá, não sei o que deu em mim, só respondi ele que a conversa começou a fluir.

O cara tinha boa conversa, assuntos interessantes e o melhor é que não fazia perguntas do tipo “atv ou psv?” (isso incomoda muito).

Sobre ele? O nome é Davi, 19 anos, branco dos olhos e cabelos preto, da minha altura (1,75), mora com os pais e estuda engenharia civil. Olhando assim, parece ser um cara muito interessante, eu fiquei até impressionado por achar um cara assim, justo na hora que eu ia desinstalar o app.

“Calma Júlio, não vamos criar expectativas exageradas,você sabe muito bem o que vai acontecer depois.” Pensei comigo mesmo.

—Então Davi, o que procuras aqui? —Essa foi a pergunta que mais tive vontade de fazer, até porque se ele falasse “sexo sem compromisso” eu deixava ele no vácuo eterno e apagava de vez aquilo.

—Olha, eu to afim de

—De? —Ele não mandou a mensagem por completa, aquilo me deixou mais curioso ainda. Ele tava demorando para responder, e do nada ficou offline.

Eu não estava acreditando que o infeliz havia me deixado no vácuo, fiquei puto mas pensei numa boa justificativa. Talvez ele estivesse usando rede WiFi e a mesma deve ter caído a conexão… Ou ele simplesmente não me achou interessante e resolveu parar por ali.

Falar que eu não ligo se ele me procurasse ou não e que pra mim tanto faz é mentira. Não sei, de alguma forma esse cara chamou minha atenção e eu não sei como isso aconteceu. Resolvi deixar o app até uma semana, prazo esse que ele pode me procurar, caso contrário, já sabem.

Eu me chamo Júlio e tenho 20 anos, moro com minha amiga-irmã que conheço há 9 anos (moramos juntos há 2 anos), divido com ela um AP que não é lá essas coisas, mas é formidável para nós dois. Decidi sair de casa aos 18 anos de idade, me assumi gay pra família e como esperado eles não me aceitaram, desde esse dia minha vida não teve mais sossego até resolver sair de casa. Trabalho numa empresa de contabilidade e curso fisioterapia durante a noite.

Janiele é bissexual, tem 21 anos e também é assumida. Diferente de mim, os pais dela aceitaram sem problemas e ajudam ela em tudo que ela precisa. Não, ela não é rica, mas digamos que sua família tem uma boa condição financeira. Ela namora uma guria linda de 19 anos, se chama Eduarda e estão juntas faz uns 2 meses. Acho o amor e a troca de afeto que elas tem muito bonito, as vezes olho de longe para elas namorando e fazendo brincadeiras no sofá e fico pensando quando é que vai chegar minha vez de fazer aquilo…

Hoje resolvemos ir para uma balada bem movimentada daqui da cidade, eu não estava com vontade de ir, mas não ia deixar elas na mão.

— Que cara de enterro é essa, Júlio? Se anima maninho. —Falou Janiele pegando na minha mão e tentando me levantar do sofá.

— Ah Jani, nem vem tá. Você sabe que não gosto muito de balada, prefiro mil vezes ficar aqui em casa assistindo TV e comendo pipoca a madrugada inteira. —Falei revirando os olhos.

— NADA DISSO SEU JÚLIO! —Gritou Eduarda lá do quarto da Janiele, ela estava dando os últimos retoques para finalmente podermos ir.

— Tá vendo que eu tenho razão mano? Ok, sei que você não gosta muito de festa e tals, mas você precisa sair. Fiquei sabendo que nessa balada tem vários boys lindos e… — Interrompi.

— Lá vem você denovo com essa história de boys de baladas, aff. Tô cansado disso, você sabe que nenhum desses caras que frequentam baladas querem algo sério, então para de me empurrar pra eles porque isso não ta resolvendo em nada. — Falei.

— Tá bom então, não tá mais aqui quem falou! — Disse Janiele com cara feia.

— Estou pronta amores, e aí, arrasei ou divei? Hahah —Falou Eduarda toda trabalhada na beleza.

— Você é linda de todo jeito meu amor, vou até ficar com ciúmes, vai chamar atenção de todos hoje. — Falou Jani num tom meio irônico e logo em seguida deram um selinho.

— Olha, se uma coisa que eu tenho certeza é de que se eu não ficar com um boy ,eu vou segurar vela de vocês duas e isso eu não quero mesmo, já basta aqui em casa né?! — Falei na brincadeira, todos rimos.

Chegamos no local e na frente estava aquele movimento e norma de pessoas. Havia muita gente mesmo e não parava de chegar mais e mais, entramos na balada e o DJ tocava umas músicas bacanas, mas nada ali era interessante pra mim. Elas ficaram na pista de dança e eu fui no bar pedir algo pra beber. Eu não estava nem um pouco interessando em estar ali, e já estava até com dor de cabeça, aquele som apesar de bom, era ensurdecedor. Pedi uma bebida lá e fiquei mexendo no celular, aproveitei e entrei no aplicativo pra ver se o Davi havia dado um sinal de vida.

Ele não estava online, mas o aplicativo mostrava que eles estava aproximadamente 150 metros dali. Não pensei duas vezes, deixei a bebida pra lá e inventei para as meninas que eu não estava muito bem e que ia sair pra dar uma respirada. Eduarda nem ligou, estava curtindo e dançando loucamente, mas Janiele me olhou com uma cara de preocupada e disse que qualquer coisa só era eu telefonar para ela. Eu falei que ela não se preocupasse pois eu não estava sentindo nada muito grave, apenas uma dor de cabeça. Ela acabou acreditando e eu saí de lá de dentro.

— Agora você não me escapa Davi. — Pensei comigo mesmo.

Comecei a andar primeiro no sentindo da direita, mas eu estava me afastando cada vez mais, então resolvi fazer o caminho da esquerda. Quanto mais eu andava, mas me aproximava dele. Na minha cabeça passava muitas coisas, mas eu não estava nem aí pois eu já tinha ido longe com essa história e não ia parar por ali. Seja o que for, o que eu fazer estará feito.

Ali perto havia uma lanchonete grande, e tudo me indicava aquele lugar. Não hesitei e entrei lá. Ele estava lá, era apenas 5 metros de distância, eu estava nervoso pois eu não sabia qual seria a reação dele quando me visse, mas não ia dar meia volta de jeito nenhum.

O lugar estava quase que vazio, poucas pessoas se encontravam ali. Eu procurava em cada lugar daquela lanchonete, um cara no qual eu nunca tinha visto. Subi no 1º andar que estava vazio. Quer dizer, havia um cara sentado na mesa ao fundo, sozinho.

Só 3 metros de distância, não tinha como não ser ele. Eu tinha certeza disso, andei em passos lentos, não queria que ele se virasse para me ver. Desde o caminho, eu estava com o celular na mão e olhando o perfil dele constantemente, quando de repente ele ficou online.

Eu parei de andar no mesmo momento, apenas observei ele dali, poucos metros nos separavam e eu não sabia o que fazer.

Ele estava com a cabeça inclinada para baixo, olhando o celular obviamente, e quando percebeu que eu estava próximo dele, ele levantou a cabeça, mas apenas ficou olhando para frente. Eu já estava enlouquecendo, não aguentava mais aquela situação e se ele não tomasse alguma atitude logo, eu agia de uma vez por todas.

Estava um silêncio, só se escutava o barulho dos carros que passavam na rua e cada passo dado era uma dose de nervosismo a mais, achei isso estranho, nunca havia acontecido isso comigo antes. Queria saber falar algo mais que um “Oi, tudo bem?”.

Eu ia andando sem fazer barulho e quando faltava alguns passos, o maldito celular começa a tocar. Nunca mais, NUNCA MAIS eu saio de casa com o celular sem estar no modo silencioso. Era a Janiele me ligando, o celular tocava mas eu não atendi a ligação. Ele olhou para trás, já era de se esperar aquilo. Eu só fiquei observando ele, que por sua vez também fazia o mesmo. Não expressei nenhuma reação, não sabia o que dizer e acredito que ele também ficou meio pasmo com aquela cena.

É, não tinha mais dúvidas. Aquele cara que estava sentado ali, era o Davi.

……

Esse é meu primeiro conto aqui hahah. Espero que tenham gostado, pois a avaliação de vocês é fundamental pra dizer se eu continuo ou não com essa história. Não sei se ficou legal, por isso preciso da opinião de vocês! Se faltou algo é só comentar aí que no próximo eu vou tentar dar uma melhoradinha kkkk. Obrigado <3 !!!

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Comentários

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Gostei sim, mas você trocou Juliana por Janiele? isso me deixou meio confuso kkkk mas ta bom. Enquanto ao Davi, descreve ele no próximo, quero ver se o cara é tesudinho Okkkk

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Adoreii, por que sempre na melhor parte???? continua logooo

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Excelente começo, gostei demais. Parabéns. Continua sim, óbvio! 👏👌👏👌👏👌

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