Recordações - Diário Gay Parte 10

Um conto erótico de Fabioo
Categoria: Homossexual
Contém 2263 palavras
Data: 10/12/2015 00:00:00
Última revisão: 10/12/2015 00:08:33
Assuntos: Gay, Homossexual

Fiquei em choque com as declarações que acabará de ouvir, e não saberia me comportar, como agir estando junto ao Ricardo.

Todas as terças e quintas em função de não ter aulas, eu treinava com ele todas as tardes, mas com que cara eu olharia para ele?

Qual a reação, comportamento e o pior, o que falar ou como dialogar com ele?

Uma coisa era fato e eu entendi o porque de ele nunca encontrar a mulher que o completasse, a esposa ideal, já que o que ele queria, não encontraria em mulher alguma.

Não vou mentir que me senti muito bem ao saber que ele me desejava, que sentia atração por mim!

Ser cortejado por aquele lindo homem era mágico, mas não era o que eu precisava ou o que eu esperava para minha vida naquele momento.

Contei sobre o ocorrido para a Michelle.

Ela ria toda destrambelhada me incentivando a iniciar algo com o Ricardo.

Fábio! Ele é solteiro, é lindo, um homem de verdade, já sabe os macetes da vida e o melhor: ele se declarou para você amigo.

Quer coisa mais romântica que isso?

Eu não queria nada romântico, eu queria algo real, duradouro e sincero, e infelizmente não encontrei no Dani.

Meu primeiro relacionamento sério e eu sou trocado por um amor que ele mesmo, nem sabia se realmente existia ou se era verdadeiro.

Naquela terça feira o Ricardo me ligou dizendo que precisava se desculpar pelas coisas que havia me dito.

Chegando no treino me sentei com ele e batemos um longo papo sobre todas as nossas dúvidas.

Senti uma certa vergonha em olhar diretamente em seus olhos, mas aquela situação não poderia ficar daquele jeito, eu gostava muito dele como pessoa, como amigo e sentia uma enorme consideração por tanta generosidade da parte dele.

Ele iniciou o diálogo dizendo: estou envergonhado, estou muito xateado e o principal, estava com muito medo de perder sua amizade Fábio!

Eu gostei de você desde o primeiro momento, sem mesmo te conhecer.

Meu filho falava com tanta ternura e paixão a seu respeito que eu comecei a imaginar e a criar uma imagem sua.

Aí você veio pra minha casa, com aquele jeitinho tímido e todo envergonhado, logo vocês estavam iniciando um relacionamento, eu tinha ciúmes de vocês dois, mas não podia expressar aquele sentimento.

Seu cheiro, seu jeito, seu sorriso tudo contribuiu.

Eu me sentia realizado cada vez que estava ao seu lado, sabia que era namorado do meu filho e isso me doía, porque eu não podia sentir aquilo, porque era errado.

A cada abraço seu era um convite para criar coragem e me declarar, mas o respeito que tinha pelo amor de vocês, me forçava a retroceder e me calar.

Não precisei me deitar e ter uma noite de amor com você, não precisei abrir minha intimidade ou invadir a sua.

Você foi me conquistando dia pós dia com sua beleza, seu sorriso, seu cheiro e sua atenção, o jeito com que tocava minha mão e me olhava.

Tudo isso fez com que eu me atrevesse a nutrir algo que foi crescendo aqui dentro, e todos esses meses eu me resguardei para não desrespeitar meu filho e o amor que ele sentia por você.

Mas as coisas mudaram e eu me vi na certeza de que estava fazendo a coisa certa.

Ele falou todas aquelas coisas sem desviar seu olhar do meu.

Eu não podia fazer aquilo com ele, eu não sentia o mesmo.

Pedi desculpas por várias vezes certo de que ele entenderia.

Não era isso que eu queria que acontecesse e estou me sentindo muito canalha por isso, me desculpa Fábio?!

Eu respondi: peço desculpas também por tê lo expulsado da minha casa, mas foi a minha primeira reação Ricardo, eu me senti muito mal depois.

Você foi o cara que me colocou sob aquele teto e me ajudou em todos os aspectos.

Eu não posso fazer esse tipo de coisa com você, me iludir ou te iludir, criar um coisa ilusória entre a gente, tem pouco tempo que seu filho me deixou e agora é hora de juntar os cacos e reorganizar as coisas aqui dentro do meu peito.

Também não quero que você saia da minha vida por isso, quero ser seu amigo, só não quero que seja dessa maneira.

Eu não tive boas escolhas no amor, não quero me decepcionar novamente.

Terminei aquela frase olhando diretamente em seus olhos.

Aproveitei para falar das minhas noitadas com o Duda, do fato de ele me procurar para transar nos momentos de crise com a namorada, mas não queria compromisso e sim como "tapa buraco".

Ele ficou surpreso pelo fato de eu ser todo certinho, mas concordar e ceder ao Duda, sabendo que ele me queria para satisfazer suas necessidades, por prazer e diversão.

Nós nem treinados naquele dia, pegamos nossas coisas e fomos para um barzinho terminar a conversa.

O bom é que nos acertamos e desfizemos qualquer mal entendido que poderia haver entre nós!

Cheguei em casa aquela noite e fiquei pensando na minha vida, coloquei as coisas na balança e até então o saldo era positivo, não morri, não me perdi no mundo, não tive nenhum arrependimento das coisas que fiz.

Eu não namorava mais, não tinha mais meu guarda costas e quando os boatos sobre meu térmico chegaram até os ouvidos do Dimas, ele voltou a me infernizar.

Me perseguia nas ruas, me ameaçava e as vezes me tocava nos momentos mais inusitados.

Eu sabia me defender agora e eu não me sentia mais amedrontado e coagido por aquele marginal e ele teria o que tanto procurava.

Ele morria de medo do Danilo e isso era bom para meu ego, mas agora seria apenas eu.

Quando eu comecei a namorar o Danilo, ambos estavam cientes que poderia ser difícil por causa das barreiras (preconceitos e coisas parecidas) que "normalmente" são impostas pela sociedade formal e também pelas pequenas necessidades específicas que ela tem.

As pessoas não falavam abertamente, mas nos olhares e expressões de cada rosto, era nítida a repulsa por nos verem de mãos dadas.(mãos dadas).

Nunca foi um empecilho para nós dois, mas naquele momento eu não tinha mais o Dani para me apoiar.

E por isso foi mais complicado sentir o preconceito que era disparado em minha direção.

Sim o Duda também voltou das cinzas ou bem dizer do inferno e certa noite, madrugada eu escuto algumas batidas na porta e logo em seguida na janela.

Pensei em chamar a polícia, mas num ato tolo de ingenuidade eu perguntei quem poderia ser.

Sou eu Fábio, o Duda, abre a porta me deixa entrar pra gente conversar?

Abre aí por favor, eu preciso falar algo para você!

Ele estava bêbado, muito bêbado!

Eu respondi: pode falar aí de fora mesmo!

Ele: não, aqui alguém pode ouvir, vai me deixa entrar, está frio aqui fora.

(De fato estava um frio de quase 40º kkk)

Ele continuou: "estou com saudades e sei que você também está".

Eduardo eu não sinto absolutamente nada, nem saudade, nem raiva de você.

Vai embora antes que eu chame a polícia.

Ele bateu mais algumas vezes e numa última tentativa disse: me desculpa por todas as coisas ruins que te fiz, sinto sua falta.

Logo não ouvi mais suas batidas e nem os resmungos, ele tinha indo embora.

Cadê o Danilo naquele momento para colocar o Duda ou o Dimas para correrem?

Eu ainda tinha um fio de esperança que voltaria com o Dani, e sempre me pegava relembrando em tudo que aconteceu entre nós e em nossos momentos de extrema felicidade, era impossível que ele não lembrasse também.

Já na faculdade o Duda nem olhava na minha cara, não me cumprimentava, não, nem chegava perto de mim.

Era incrível aquele cara ir bater na minha janela me pedindo para foder com ele nas madrugadas, mas na faculdade ele nem sequer me dirigia a palavra.

O Dimas era um cara tão ignorante, encrenqueiro e grosseiro que vivia sozinho, quando estava acompanhado era aquele tipinho pior que ele.

Ele não era bem visto pelas outras pessoas, era taxado de drogado, ladrão, marginal e outros rótulos do tipo.

Nisso éramos parecidos, ambos conviviam com pessoas preconceituosas, eu mesmo era um desses.

Eu não era tão diferente dele ou do resto da sociedade.

Aconteceu que um dia eu estava sozinho na biblioteca e ele surgiu procurando um livro, estava um pouco nervoso e preocupado.

Ele chegou me chamando: "ei fresquinho, chega ae?"

Preciso ler esses livros, estou com dois trabalhos atrasados e vou ter prova, se eu não entregar essas porras na semana que vem, eu vou tomar bomba.

Peguei aquela folha de papel escrita com garranchos quase indecifráveis da mão dele.

Ajudei a encontrar os livros e os entreguei em ordem para que fossem lidos naquela forma, ou ele se atrapalharia com os estudos.

Obrigado chapa, você até que é bem prestativo para um playboyzinho pau no cu.

Ele me ofendeu naquele momento: viado, gay, boiola, fresquinho eram ofensas que eu estava acostumado a ouvir, mas "playboy pau no cu".

Dimas eu não sou playboy, não estudo numa faculdade renomada, não fico ostentando coisas caras por aí e não tenho grana de sobra para curtir com amigos.

Eu moro numa casa de aluguel, tenho empréstimos para pagar, trabalho durante o dia e faço esse bico aqui na facul, acho que você está meio equivocado meu caro.

Ele ficou me olhando com cara de desacordo.

Diz ae então ou Fábio (tom de sarcasmo).

Você é bastante inteligente, não pode fazer esses trabalhos pra mim?

Eu pago bem! Pode dar seu preço.

Dinheiro era sempre bem vindo e aquilo não era tão difícil de ser feito.

Concordei e combinei de ele me levar os 50% em casa e o restante seria pago quando tudo estivesse pronto.

A noite ele seguiu pra minha casa, foi sozinho e bem cauteloso, me entregou a grana e já estava para sair quando eu por educação o convidei a entrar.

Ele aceitou, entrou e caminhou pela sala passando a mão nos móveis e objetos que compunham a decoração.

E você ainda diz que não é playboy rs.

Ofereci uma cerveja e ele se sentou para apreciá lá enquanto visualizava o restante da sala.

O papo até que foi interessante, tudo se encaixava numa boa, eu tinha quase certeza que ele era um completo ignorante, mas na real era apenas preguiçoso.

Naquela noite ele foi bem menos ogro, quase não falou besteira e não me assediou em momento algum, também não tocamos no assunto do estupro e eu percebi que a raiva que sentia dele, tinha ido embora por completo.

Em três dias estariam os dois trabalhos em mãos e ele poderia vir buscar.

Não viramos amigos naquela noite, foram apenas negócios, ele precisava de mim e eu precisava de dinheiro.

Combinado e acordado, ele foi embora, confesso que fiquei com o pé atrás e um pouco receoso por ele.

Eu também tinha deixado minha vida social um pouco de lado, não estava saindo e nem me relacionando com ninguém e com isso estava a um bom tempo sem sexo.

Punheta todo dia não adiantava, eu precisava transar ou trepar como a Michelle dizia.

Muito tempo sem essas coisas deixa a gente meio desesperado e quase a ponto de fazer besteiras.

Eu quase fiz essa besteira naquela mesma noite, depois que o Dimas saiu.

Pensei em contratar um garoto de programa para satisfazer a minha necessidade naquele momento.

Era a única coisa que eu conseguía pensar, que eu queria, que eu precisava.

Sexo sem compromisso, sem cobrança, sem ter que dar satisfação, apenas o prazer do momento.

Procurei por vários anúncios na internet e um deles me chamou a atenção.

Era um anúncio diferente dos demais que descreviam formas esculturais, pintos exageradamente grossos e grandes, que prometiam gozo estântaneo.

Parecia que o garoto demonstrava ter sensibilidade e que não era apenas mais um produto a venda.

Então, êxitei por algum tempo, pois, minha consciência pesou pelo simples fato de estar pensando em contratar um garoto de programa. Uma hora eu me sentia vulgar, mas noutra parecia que esta atitude era um ato de obrigação para comigo mesmo, pois, eu não poderia ficar definhando sozinho, já que o Dani estava furando o João desgraça, o Duda estava comendo a Karla, o Dimas concerteza tinha sua pepeka pra furar, o Ricardo devia estar trepando gostoso, até a Michelle acho que estava, pois não havia ligado a tarde e noite toda.

E eu alí, jogado no sofá sem uma companhia masculina para satisfazer meus desejos carnais.

Criei coragem e resolvi telefonar para o rapaz.

O telefone chamou três vezes , até que uma voz masculina atendeu :

Maurício!

Respondi : boa noite Maurício!

Acho que ele deveria estar num local público ou com alguém que não sabia de sua profissão e me pediu:

Só um momento por favor?

E eu ouvi ele falar algumas coisas com a outra pessoa.

Aquilo me deu um medo lascado, uma vergonha e num ato covarde, desliguei o telefone na cara do rapaz.

Minhas mãos começaram a tremer, a minha consciência já estava muito pesada.

Me senti mal no resto da noite e tive vontade de chorar .

Uma tristeza tomou conta de mim, chorei bastante me vendo sozinho naquele sofá.

Levantei, peguei um shorts e uma toalha, fui para o banheiro tomei um banho e em seguida me deitei na cama, pensando :

Como seria aquele garoto de programa?

Seria bonito?

Seria gentil?

Seria atrevido?

Naquela noite virei de um lado para o outro, demorei a dormir.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Fabioo a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

acho que o pai do ex deveria ter uma chance. um amor maduro, responsável. pense nisso.

0 0
Foto de perfil genérica

nao to entendo mais o rumo do conto, ele vai se apaixonar agora por gp é af, parece q se um homossexual ficar sem um pau ele morre

0 0
Foto de perfil genérica

Hoje devorei seu conto todo de uma vez... Li sem parar. E cara, muito louco,cheio de altos e baixos como realmente nossa vida é. Mas no nosso caso(gay) tem mais agravantes. Muito triste passar por tudo isso.

Conto muito bom, parabéns 👏👏👏

0 0