Eu ainda não entendo o porquê da Camilla ter falado aquilo. Ele desamarrou ela primeiro e depois foi eu. Ele olhou fundo nos meus olhos e eu nos dele. Naquele momento eu peguei um ódio tão grande que acabei empurrado ele (sei que fui muito imaturo naquele momento, mas ele me colocou aqui, estou horrível, fedendo e tudo mais). Raphael caiu do palco e parece que ele machucou o braço. Só que em um instante ele levantou e fingiu que não aconteceu nada. Camilla nem percebeu que foi eu que empurrei ele.
-Senhor Raphael e Senhora Camilla, vamos? – Diz um cara.
-Puta merda. – Digo, tomando um susto. -Quem é ele? – Todos acabam rindo.
-Vamos, Thomas? – Diz, Camilla
-Vamos para onde? –
-Para a minha casa. –
-Nossa casa, Camilla. – Diz, Raphael.
Naquele momento eu meio que buguei.
-Gente, não estou entendo nada. –
-Vem com a gente. –
Acabei seguindo eles, o cara que tinha entrado na sala abriu a porta do carro para a gente e depois fechou.
-Não vamos sujar esse carro? – Digo
-Sem problema, depois o Pai manda limpar. – Diz Camilla
-Gente, por favor me expliquem alguma coisa, não estou entendo nada. –
-Quando chegarmos em casa, eu te explico. – Diz Camilla
O carro foi parando aos poucos até que parou definitivamente na casa da Camilla.
-Vem Thomas, vamos entrar. – Raphael diz.
Sinceramente era uma casa magnifica, sabe aquelas casas luxuosas, pois é, parecia uma delas. Tudo ao meu redor brilhava. Percebi que ao lado da sala tinha um escritório, não consegui ver muito, pois a iluminação daquele compartimento estava pouca.
-Chamando Thomas, chamando Thomas. – Diz Camilla, parecendo que está em uma central intergaláctica.
-Oi – acabo meio que rindo pelo modo como ela falou comigo.
-Bem-vindo a minha casa. –
-Quer dizer, Nossa casa. – Diz Raphael
-Enfim, deu para perceber que você gostou muito dela. – Diz rindo. -Vamos lá em cima. Temos que trocar essas roupas urgente. -
Senhor, a parte de cima da casa é linda, tem um corredor enorme, percebo que tem alguns quartos e tem um banheiro no final do corredor. Agora estou me perguntando, quem são eles? E o que fazem em uma universidade Pública? Entro no quarto da Camilla e ela me dá as instruções.
-Tem um banheiro no final do corredor, fique há vontade para usá-lo, só não empresto o meu, pois vou usar agora. Mas se você preferir tem outro banheiro no quarto do Raphael, ele pode te emprestar, se você quiser. – Diz com um sorrisinho.
Acabo percebendo que o quarto dela é bem legal, tem vários objetos entre eles tem um PC, alguns livros ou será mangas??? E banheiro que ela tinha falado. Não reparo muito, pois, estou acabado, fendendo e grudento. O que mais quero agora é tomar um banho e trocar de roupa.
-Não, prefiro usar o banheiro do corredor mesmo. –
-Eu sei que você não vai gostar, mas o Raphael vai emprestar uma roupa para você dormir, pois essa daí obviamente não dá. Se eu tivesse uma que coubesse em você, emprestaria, mas como não tenho. –
-Mesmo assim, muito obrigo, você está sendo a amiga, pois nunca alguém fez algo desse tipo por mim. Obrigado. – Acabo dando um abraço nela. Foi estranho pois estávamos grudento e fedorentos, mas mesmo assim valeu a pena. –
Raphael entrou no quarto para deixar a roupa que eu iria vestir e foi embora. Camilla acabo me dando a toalha e alguns produtos para tirar esse mau cheiroSaiu do banheiro e vejo como é tão bom está limpo e cheiroso, e as roupas do Raphael couberam direitinho. Sério, nunca mais quero passar por algo como aquilo, nunca! Quando passo pelo corredor, vejo que tem um quarto com a luz acesa, tento ir lá disfarçadamente, só que o idiota aqui, acaba tropeçando e caindo dentro do quarto.
-Será que alguém escutou? – Me pergunto.
Tenho certeza que ninguém escutou. Como já estou no quarto mesmo, acabo dando uma olhada. O quarto em si é muito bonito, grande e tem um banheiro, mas o que me mais fascinou foi a estante com livros. Acho que tinha livros para todos os gostos, iria de Jogos Vorazes a Casi Angels. Quando eu percebi que tinha Casi Angels, eu meio que endoidei, sério, eu estava atrás desse livro a anos, só encontrava ele em pdf e, sinceramente não sou muito fã de e-books, prefiro livros físicos. Dou uma breve lida no livro, quando percebo que tinha alguém saindo do banheiro.
-Thomas. – Diz
-Desculpa Raphael, eu vi a luz aberta e acabei entrando, desculpa. – Digo devolvendo o livro a estante.
Raphael naquele momento estava só de toalha. Ver aquele corpo dele todo molhado, com aqueles olhos olhando para mim, com aquela boca rosinha. Senhor Jesus, não posso gostar dele, não posso.
-Você gosta de Casi Angels? – Diz se aproximando de mim.
-Sim, é a minha série preferida. –
Ele foi chegando mais perto de mim, mas perto. Eu acabo me afastando dele quando a Camilla entra no quarto.
-O que vocês estão fazendo? –
-Nada, só estava vendo uns livros. – Digo
-Coube direitinho a roupa dele em você. –
-Sim. –
-Vamos, você tem que comer algo. – Diz CamillaChegamos na cozinha e sentamos na mesa para comer. Raphael se vestiu bem rápido e nos acompanhou para o lanche. Percebo que ele ficou a maioria do tempo olhando para mim, também não vou negar que eu não olhei, até porque, ele estava sem blusa e dava para ver bem os músculos. Porque meu coração quer ele, e minha razão não?? Por que?
-Deixa que eu limpo os pratos e arrumo aqui, ok? – Digo
-Nada disso, você é um dos nossos convidados, e não queremos que você não faça nada. – Camilla diz com um sorriso no rosto.
-Mesmo assim vou ajudar, e ponto final. –
Ela acabou aceitando. Em quanto o Raphael guardava o resto das coisas na geladeira, Camilla tirava a mesa e eu limpava a louça. Eu estava limpando o último copo, quando ele caiu no chão, fui tentar pega-lo e acabei cortando um pouco a minha mão. Os dois pararam o que estavam fazendo e foram ao meu encontro.
-Raphael, pegue a caixa de primeiros socorros e ajude ele. –
-Eu vou ficar aqui e apanhar esses cacos de vidro. –
Não deu tempo nem de eu falar. Raphael me levou até o seu quarto.
-O que estávamos fazendo aqui? – Digo me sentando na cama.
-A caixa de primeiros socorros está aqui no banheiro. –
Ele vem ao meu encontro e se senta na cama, ele passa primeiro o álcool no corte, isso serve para cicatrizar rápido. E depois ele fez um curativo. Ficou legal. Percebo que o braço dele está um pouco inchado, depois daquele empurrão que dei nele.
-Está doendo muito o seu braço? –
-Mais ou menos. –
-Desculpa pelo empurrão, foi momento de raiva. Desculpa –
-Sem problemas, você estava certo em ter feito isso, eu merecia. –
-Quer que eu passe algo no seu braço para melhorar? Pois você já fez um curativo no meu. – Digo fazendo uma careta divertida para ele.
-Sabia que quando eu estou perto de você, eu me sinto vivo? – Diz, com uma voz séria.
-Por favor essa conversa, não. –
-Por que não? –
-Porque se eu lhe fizesse vivo, você não teria feito o que fez comigo. –
Nesse momento abaixei a cabeça e comecei a pensar em tudo o que houve, desde como eu cheguei a festa para encontra-lo até ele gritar, dizendo que estou aqui.
Não aguento mais e acabo deixando escapar uma lagrima. Nesse exato momento ele coloca a mão no meu rosto, enxuga essa lagrima e levanta a minha cabeça. A mão dele passa pelo meu rosto acariciando com amor. Ele vai chegando mais perto de mim, com aquele seu olhar, aquela sua boca. Consigo sentir sua respiração junto com a minha, o seu nariz está pertinho do meu, sua boca está perto da minha.
-Desculpas pelo o que te fiz, mas só quero que saiba uma coisa. –
-O que? –
-Eu te amo! –
Foi quando seus lábios encostaram nos meus, sua língua invadindo a minha boca. Percebi que aquele beijo foi sincero, real e o melhor de tudo tinha amor. Nunca fui beijado assim antes, nunca senti tanto desejo e amor ao mesmo tempo por uma pessoa. Cada vez que ele me beija eu lembro de tudo o que houve, do que aconteceu lá para todos verem, mas ao mesmo tempo quero beija-lo. Quero ama-lo, quero beija-lo e o melhor de tudo quero ele só para mim! Mas não posso. Paro de beija-lo e olho para ele.
-Desculpa, simplesmente, não consigo. – Digo isso, e saiu do quarto com lágrimas nos olhos.
ContinuaSe vocês quiserem meu e-mail para algum spoiler o coisa do tipo, é só pedir ai nos comentários.
