O amor, às vezes, vem de longe | Capítulo 4

Um conto erótico de Bruninho
Categoria: Homossexual
Contém 1275 palavras
Data: 20/11/2015 14:14:36

Obrigado pelos comentários! Vocês são uns fofos.

Sei que eu disse que ia mandar um capítulo novo toda quarta e domingo, mas estou viajando e não consegui manter a assiduidade. Desculpem!

===== Capítulo 4 =====

- Posso sentar aí ou tá reservado pra alguém especial? – aquele armário levemente moreno de 1,90m de altura perguntou, com um sorriso mostrando todos os seus dentes brancos e perfeitos contrastando com seu tom de pele, deixando-o ainda mais charmoso.

Eu travei. Só consegui olhar pra ele com a boca aberta. Não saia nenhum som da minha boca. Estava paralisado.

- Que foi Bruno? Um gato comeu sua língua?

- Ah... Oi Thiago! Não. É que. Bem. Veja. Na verdade... – eu só consegui falar palavras desconexas. Lógico que ele percebeu e começou a rir de mim.

- Não precisa ficar nervoso! Eu não mordo. – falou rindo.

- Não tô nervoso. É que você me pegou distraído. Só isso.

- Sei, sei... Mas e aí? Posso sentar ou não?

- Lógico, né!? Fica a vontade – falei, já me recompondo um pouco do susto que ele havia me dado.

Quando ele sentou ao meu lado pude sentir seu perfume. Era um cheiro que eu não me lembrava de ter sentido em lugar nenhum, mas me deixou completamente mole. Uma mistura de perfume bom, com banho recém tomado e aquele cheiro gostoso de homem. Eu fiquei até meio fora do ar, imaginando como seria poder sentir aquele cheiro direto do pescoço do Thiago.

- Ta fazendo o que sozinho por aqui? – ele falou, me tirando dos meus devaneios acerca do seu cheiro.

- Ah... A Gi está com um peguete do outro lado e eu vim pra cá ver o povo passando. E você?

- Estava na casa da minha tia, mas fiquei entediado e vim aqui pra ver gente. Sempre tem alguém bonito que a gente acaba encontrando, né? – ele falou essa última frase olhando fundo nos meus olhos.

- Ahn... É. Tem sim. – De novo, a minha timidez estava sendo mais forte do que eu. Queria me esconder num buraco, que nem avestruz, de tanta vergonha.

- A gente quase não conversou desde que cheguei aqui. Depois daquela declaração que você sobre mim pra Gi parece que você está fugindo de mim.

- Não estou fugindo – falei olhando pra baixo – só não tivemos oportunidade de conversar, né? E desculpa por aquele dia, não era pra você ter ouvido.

- E por que não?

- Porque é chato, oras. Aposto que você está me achando um tarado que dá em cima de todos os caras que vê pela frente.

- De todos os caras não. Só dos que são gostosos que nem eu. – ele falou, num tom de voz convencido e risonho ao mesmo tempo.

- hahaha Além de convencido é engraçadão, então?

- Não sou convencido. Só estou falando a verdade. Ou vai me dizer que você não me acha bonito e gostoso? – aqueles olhos castanhos olhando no fundo dos meus olhos me deixavam completamente desconcertados. Ai que ódio daquele jeito que ele tinha de me deixar constrangido.

- Lógico que achei! – falei de repente e sem pensar – Quero dizer, você ouviu o que eu disse pra Giovana, não ouviu? Então...

- Ouvi, sim! Por isso que não sou convencido. – concluiu ele com um sorriso de canto de boca. – Não vai sair com seu namorado hoje?

- Namorado? – falei rindo – Quem me dera ter um namorado! Tô mais sozinho que chinelo de saci. Tem ninguém que ta querendo um gordinho estranho que nem eu, não. – tentei esboçar um sorriso com um tom de voz meio alegre e leve, mas nunca fui bom e esconder o que eu realmente sinto.

Ele percebendo minha tristeza disfarçada de piada, passou o braço atrás das minhas costas, apoiando sua mão no meu ombro direito e me puxando contra seu corpo. Sentir seu corpo quente contra o meu, contrastando com a brisa fresca que batia em nós, fez com que todas as minhas defesas fossem pro chão. Eu me sentia completamente vulnerável, porém estranhamente seguro em seus braços.

- Não tem porque ficar triste! Você pode não estar com um corpo trincado, mas é um garoto muito bonito. Aposto que tem um monte de garotos por aí que estão a fim de você e você nem sabe. – enquanto ele falava, apertava o meu ombro com sua mão direita quase como querendo me fazer um afago.

- Obrigado pelas palavras, mas acho que você está sendo gentil. Não tem ninguém a fim de mim, não. Nem beijar eu consigo... – falei com lágrimas brotando dos meus olhos.

- Como assim? Você nunca beijou? – a pergunta foi feita em tom de voz mais baixo. Parecia, até, que ele se preocupava para que ninguém ouvisse a pergunta dele.

- Não. Ainda sou BV. – Abaixei a cabeça, enquanto mais lágrimas rolavam pelas minha bochechas. Eu não conseguia entender o porquê eu estava me abrindo daquela maneira, mas me sentia seguro em seus braços.

Com sua mão esquerda ele enxugou minhas lágrimas, com uma delicadeza que não combinava muito com aquele jeito fortão e meio bruto dele. Lentamente ele aproximou o seu rosto do meu, puxou meu queixo para que eu virasse meu rosto para ele e antes que eu pudesse protestar ele colou seus lábios nos meus. Eu não conseguia pensar em mais nada. Apenas fechei os meus olhos e esqueci que estávamos em uma praça com várias pessoas passando por nós. Me entreguei ao momento e às sensações que aqueles lábios quentes me provocavam.

Enquanto ele mantinha seu braço direito por trás das minhas costas segurando o meu ombro de maneira firme, porém carinhosa, ele passou sua mão esquerda por trás da minha cabeça, conduzindo o beijo com experiência e maestria. Lentamente ele foi separando os lábios, comigo tentando acompanhar cada movimento, e introduziu sua língua na minha boca. Eu, ainda meio desajeitado com aquela língua dentro da minha boca, tentei retribuir passando a minha língua na dele. Sentia o gosto da sua saliva misturada com um sabor meio mentolado que me lembrava Halls azul e involuntariamente o meu pau ficou duro. Muito duro. Sentia aquela pressão dentro da minha cueca que quase chegava a me machucar, mas eu não queria interromper o beijo para poder ajeitar o meu amigão.

Sua mão que estava atrás da minha cabeça foi lentamente descendo pela minha cintura até chegar na minha perna, me dando um apertão firma na minha coxa que me fez despertar do meu devaneio celestial daquele primeiro beijo. Me afastei dele num susto, me levantando do banco como se algo muito errado tivesse acontecido. Quando eu fiz menção de virar as costas e ir embora, ele segurou o meu braço, com força, me puxando de volta.

- O que foi? Não gostou? – ele me olhava com ar de preocupado.

- Não é isso... É que, sei lá. Não devia ter acontecido.

- Por que não? Você queria, eu queria. Somos dois caras crescidos e podemos tomar esse tipo de decisão, não? – ele falou com um tom de voz carinhoso enquanto olhava nos meus olhos, sem soltar meu braço.

Eu demorei uns cinco segundos olhando para ele, sem conseguir formular uma resposta ou fazer com que qualquer frase decente saísse da minha boca. Aproveitando o meu silêncio, ele me puxou contra seu corpo num abraço apertado. Eu o abracei com força, sentindo o calor do seu corpo contra o meu, cheirando aquele aroma maravilhoso que exalava do seu pescoço enquanto ele afagava minha cabeça e dizia baixinho “está tudo bem. Fica tranquilo”.

- Quer dizer então que a bixinha do colégio arrumou um macho? – uma voz masculina, gritando, nos tirou do nosso momento pessoal.

===== FIM do Capítulo 4 =====

Espero que tenham gostado do capítulo. Garanto que esse primeiro beijo foi extremamente impactante e nunca mais sairá da memória.

Beijos a todos!

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Comentários

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Adorei o capítulo. Muito bom. Aguardando a treta do próximo. haha

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