Os Esquecidos - Parte V

Um conto erótico de Sonhador Melancólico
Categoria: Homossexual
Contém 1184 palavras
Data: 07/11/2015 15:51:34

Os dias se passaram desde que Gustavo e Leonardo se conheceram. As noites estreladas vieram e se foram. Os dias de sol viraram noites de chuva e estas também passaram.

Eles estavam neste mundo de esquecidos enquanto este conto ficou esquecido. A história deles começava e começávamos acompanhar aqueles dois.

Mas o que terá acontecido depois de todo este tempo? O que houve com os dois?

Eu peço desculpas pelo meu sumiço e espero que vocês ainda estejam querendo descobrir o que aconteceu com Gus e Leo. A partir de agora, como eles ganharam vida própria e têm suas próprias personalidades, não tem porque eles não narrarem eles mesmos a história deles.

--- Leonardo ---

Eu e o Gus estamos juntos. Digo isto com um certo orgulho e com a alma mais livre do que um passarinho voando pela imensidão azul dos céus de inverno. Não temos um nome definido para o que somos. Alguns dizem casal, outros dizem namorados, outros ainda chamam-nos de bichinhas e maricas. Sinceramente, não faz diferença. O que importa para nós dois é o que construímos até hoje e o que somos um para o outro.

O Gus parece ficar cada vez mais lindo cada vez que o vejo. Pelo menos para mim sim. Cada vez que toco o rosto dele é como se fosse a primeira vez. Toda vez que o beijo, é como se estivesse de volta ao estacionamento do shopping quando nos beijamos pela primeira vez. É único. É raro. É eu e ele. Ele e eu. É o coração bater forte. É perder a respiração. É querer ficar para sempre com os lábios colados nos lábios dele. E é diferente. Cada beijo é especial.

Enquanto escrevo isto, me bate saudade dele. Já faz alguns dias que não nos vemos e a falta que sinto dele me faz querer sair pela rua no meio da noite, descalço, de pijama e ir para os braços dele. Me faz querer abraça-lo. Me faz querer traze-lo para mim e não deixá-lo ir, pois ficar longe dele e sem tê-lo em meus braços me tortura.

Ainda me lembro da primeira vez que o vi. Me lembro da segunda e da terceira. Me lembro quando escorreguei e cai aos pés dele, embora eu já estivesse caído por ele desde a primeira vez que o vi. Simplesmente não pude evitar. Não pude controlar ou escolher de quem gostar.

Sinceramente, eu nunca havia pensado muito em como seria amar um garoto. Nunca havia imaginado que um dia pudesse querer outro homem perto de mim e principalmente, que iria querer beija-lo.

E aconteceu. Não foi planejado. Não foi imposto e nem proposto. As coisas vem e vão em nossas vidas. E isto foi algo que simplesmente veio em nossas vidas. Simplesmente. Simples. Amo estas palavras. Amo simplicidade e amo o Gus. Isto que importa.

O primeiro beijo como disse anteriormente foi no estacionamento do shopping. O segundo foi neste mesmo dia. No silêncio da noite, na penumbra de uma praça.

Eu havia chegado e o encontrei sentado num banco. Caminhei até ele observando os detalhes do corpo dele mal iluminado e mesmo assim, ainda era bonito. Ele estava com uma aparência misteriosa em meio a penumbra. Os cachos que eu sabia serem castanhos estavam negros como meus cabelos cor de carvão e seus olhos também castanhos com um tom cinzento, eram duas estrelas brilhantes e ao contrário dos meus negros olhos que com certeza estariam mais negros do que nunca.

Ele se levantou. Nos abraçamos. Eu o havia prometido um beijo no canto da boca, mas minha ansiedade, desejo e curiosidade por descobrir aquele homem em meus braços me fizeram pular estes meros detalhes e beija-lo na boca. Pude sentir que ele sorriu surpreso entre o beijo e correspondeu. De lábios colados, eu o segurava pela nuca com uma mão enquanto puxava o pela cintura com a outra. Gus estava com uma mão em meu rosto e percorria minhas costas com a outra e aquele contato tão íntimo entre nossos corpos me fazia perder o fôlego. Eu o respirava. O cheiro dele entrava em mim e o gosto dos lábios dele colados nos meus me fazia acreditar que aquilo era real e eu não estava sonhando.

__ Eu te conheço a tão pouco tempo e seu beijo me parece tão familiar.

Ele disse depois que descolamos nossos lábios. Ele sorria e num impulso acariciei os lábios dele com meu polegar. A luxúria daquele gesto me fez enrijecer. Gustavo percebeu o que se passava e sorriu lascivo. Arrepiei.

__ É porque sua boca se encaixa perfeitamente na minha.

Ele riu.

__ Que provocante. De onde tirou isso?

__ Eu não sei. __ respondi sincero. __ Não consegui deixar de imaginar que só pode ser por causa disto.

__ Cá entre nós, acho que isto tudo o que temos em comum significa que teremos uma boa amizade.

Eu fiquei calado. Não pude deixar de sentir a verdade daquelas palavras. Independente do que viesse pela frente e do futuro que eu ele tivéssemos, valia a pena estarmos por perto e manter contato um com o outro.

Ele se sentou onde estava sentado antes que eu chegasse, pegou em minha mão e me fez sentar ao seu lado. Ficamos lado a lado de mãos dadas. Ele olhava em meus olhos e acariciava meu rosto. Ficamos nos naquilo por uns minutos, segundos, horas, dias ou semanas. Não sei dizer.

__ Eu pensei a mesma coisa. Que temos que nos conhecer e fazer mais coisas juntos. Tem sido tão bons estes momentos ao seu lado.

Eu disse infantilmente. Mas era verdade. Tudo acontecia de uma forma estranha e sem um rumo aparente. Eu sequer sabia quem eu era e sequer sabia quem ele era.

__ Semana que vem é meu aniversário, eu vou sair com alguns amigos e gostaria que você fosse também.

Ele me disse me olhando com seu jeito perdido, encarava meus olhos e sorria.

__ Eu adoraria, vou fazer questão de estar lá para dar um abraço em você.

Ele sorriu. Eu sorri porque ele sorriu e ficamos naquela sintonia. Abraçados. Aproveitando aquele momento que parecia infinito. Eu queria vê-lo bem, cuidar dele e ver aquele sorriso sempre que possível. Ao mesmo tempo me sentia seguro e estar abraçado dele era um pouco de paz naquela minha vida caótica de universitário tentando estudar e trabalhar.

Então ele beijou meu rosto depois de alguns minutos e em seguida colou seus lábios mais uma vez. Foi um beijo leve e carregado de ternura. Ele parecia estar sentindo tudo que eu sentia enquanto eu conseguia desvenda-lo. Nós soltamos nossas mãos e nos envolvemos naquele outro beijo. Nada mais importava.

--- CONTINUA ---

Oi gente. Alguém ainda lembra deste conto? Desculpem se demorei tanto, mas ando meio ocupado com meu trabalho e com a faculdade.

Fiz algumas adaptações na narrativa e espero narrar pela perspectiva dos próprios personagens para que os leitores possam saber exatamente o que o Leo e o Gus sentem, pensam e etc. Espero que vocês tenham sentido minha falta assim como eu senti. Abraços a todos. Com carinho. Eu.

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Comentários

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Amei. perfeito eu prefiro a narrativa assim que é bem melhor. :)

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