Louco amor - metido a machão pegador 21

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 4274 palavras
Data: 20/10/2015 20:40:16
Última revisão: 21/10/2015 03:16:39

LOUCO AMOR – metido a machão pegador 21

Anteriormente:

– Acho que ela não vem hoje, relaxa cara – disse momentos antes da professora chegar na sala e mandar todos abrirem o livro e lerem em pagina tal, é serio isso? Não estava com cabeça pra nada naquele dia, muito menos ler livro. Passei uma aula inteira assim lendo aquelas malditas páginas, na verdade fingindo ler, Caio ao meu lado fingia as vezes, quando não estava jogando bolinhas de papel nos amigos que estavam no fundão até algo vibrar em meu bolso, normalmente não dou a mínima pra mensagens já que a maioria que eu recebia era da operadora enchendo o saco mas daquele vez foi diferente, quando ele vibrou senti algo ruim percorrer meu corpo. Tirei do meu bolso e logo de cara vi o nome: Teresa enviou uma mensagem – abrir/ignorar. Meu sangue gelou naquele momento, cutuquei Caio ao meu lado que se preparava pra jogar outra bolinha de papel, ele me olhou e em seguida olhou o aparelho em minha mão. Abri a mensagem e lemos juntos:

“Nossa Lucas, faz tanto tempo que eu não faço uma visitinha a sua mãe, já havia esquecido o quanto ela é legal, pena que esse sorriso que está na minha frente nesse momento pode se desfazer, que coisa feia Lucas”

Continuação:

Li e reli umas três vezes aquela mesma mensagem. O medo fez com que meu coração batesse dez vezes mais rápido, a primeira coisa em que pensei no memento em que li aquilo pelo incrível que pareça foi na saúde de minha mãe e não o que poderia acontecer comigo, se fosse expulso de casa, eu tinha como me virar de um jeito ou de outro mas com saúde não tem como.

Caio olhou pra mim com uma expressão no rosto que dizia: “E agora?”

– Lucas isso não é hora de mexer no celular – disse a professora de sua mesa.

– Desculpa professora, posso fazer uma ligação lá fora?

– Vá – disse ela.

– Posso ir ao banheiro? – pediu Caio logo em seguida assim que me levantei já procurando o número de Teresa, não sei como mas ela acabou deixando Caio ir ao banheiro, na verdade só foi uma desculpa pra vir atrás de mim.

– O que vai fazer? – ele perguntou quando já estávamos no corredor.

– Ligar pra ela – disse já colocando o celular no ouvido. O celular chamou, chamou e chamou mas ninguém atendeu. Liguei novamente e nada.

– Liga pro seu pai – falou Caio dando uma ideia. Não pensei duas vezes e liguei, por sua vez nem chegou a chamar, apenas dizia “Fora da área de cobertura” aaaaah, minha vontade era de gritar, extravasar o que estava sentindo mas não demonstrando. Com as mãos já tremendo tentei novamente e novamente aquela voz chata falou “Fora da área de cobertura” – e o telefone de lá?

– Eu não tenho – disse me recostando na parede me dando por vencido, fechei os olhos e respirei fundo.

As coisas iam e vinham na minha cabeça, suposições obscuras das quais só de lembrar me causam angustia e medo. As lagrimas vieram sem resistência alguma.

– Ei Lucas, fica calmo cara, ela pode só está blefando pra te causar medo, mas se não estiver, o que tem demais? Vai ser melhor assim, se ela te expulsa de casa você vem morar comigo, sem problemas.

– Primeiro: ela deve saber de mim e de mais ninguém e segundo: a questão não é só eu, minha mãe, ela é muito nervosa, com qualquer coisa ela já passa mal. Eu estou com medo do que possa acontecer com ela, e o pior é que a culpa... A culpa vai ser minha – falei colocando a mão no rosto, tentando esconder as lágrimas e o meu nervosismo.

– Ei, vem cá – disse puxando meus braços de encontro ao seu corpo, relutei um pouco mas acabei cedendo. Apoiei minha cabeça no seu peito e chorei. Meu Deus, como eu era fraco emocionalmente.

– Alguém pode ver – falei.

– Que vejam, não estou nem aí.

– Eu preciso ir lá, agora – falei saindo de seu abraço e seguindo a frente pelo corredor.

– E como é que a gente vai sair? – ele perguntou em meu encalço.

– Me siga e verá.

– Lucia (vice-diretora) eu não estou me sentindo muito bem – algo que não deixava de ser verdade – será que a senhora pode me liberar? Estou ligando pra minha mãe só que ela não está atendendo.

– Claro filho, vá e descanse, leve seu amigo com você, pra lhe acompanhar – disse ela.

– Muito obrigado Lucia – digo – vamos – digo a Caio que estava próximo a mim.

– Como foi que você conseguiu tão fácil assim? – perguntou meio surpreso assim que saímos da sala.

– É um dos privilégios que se tem quando é presidente do grêmio estudantil e um aluno exemplar – digo já seguindo o corredor novamente pra poder pegar minha mochila na sala.

Falei com a professora referente a minha saída e a saída de Caio, peguemos nossa mochila mas quando estávamos no meio do corredor eu paro de andar.

– O que foi? – perguntou Caio do meu lado me olhando.

– Estou com medo – falei baixo sem olhar pra ele.

– Eu vou está com você, do seu lado, pra o que der e vier.

O olhei já com os olhos já marejados e agradeci – Obrigado.

Ele sorriu e limpou uma lágrima que teimou em cair, sorriu e disse:

– Vamos?

– Vamos! – digo decidido.

Pegamos um taxi e a única coisa em que eu pensava era em o que eu iria encontrar lá, durante o trajeto tentei ligar mais algumas vezes pra meu pai (que só dava fora da área de cobertura) e também para Teresa (que não atendia). Chegamos em frente ao supermercado que para quem não lembra, era onde meu pai trabalhava como gerente e minha mãe com subgerente. Olhei pra Caio uma última vez antes de sair do carro, ele balançou a cabeça em afirmativa, retribui e saímos do carro. Não parecia mas eu estava apavorado mas desistir agora não iria dá, entrei no estabelecimento que não estava muito cheio por ser uma segunda feira, avistei Alana, uma funcionária com quem eu conversa nas minhas raras visitas àquele local.

– Oi Alana, sabe dizer se meu pai está por aqui?

– Está sim Lucas, ainda bem que você veio, eu não sei direito mais sua mãe não está bem, seu pai está lá tentando acalma-la, tem alguns funcionários lá também tentando ajudar.

Aquelas palavras me fizeram sentir aquele friozinho na barriga, aquela angustia causada pelo medo. O estrago já estava feito.

– Obrigado Alana, vou lá sim.

Dei um abraço nela e junto a Caio segui por entre as prateleiras, ambos calados e apreensivos, eu só conseguia imaginar no pior. Momentos atrás pensei que não fosse sentir raiva de Teresa no momento em que a visse de novo mas no momento em que a vi vindo na nossa direção, usando um vestido pronta pra matar, pisando no chão cheia de atitude e o pior, com um sorrisinho de satisfação no rosto sentir todo meu corpo inundar em uma raiva crescente, não, não fiz nada, não berrei, não pulei em cima do pescoço dela, nada disso, apenas continuei andando até sentir Caio me ultrapassar e pegar forte no braço dela que já estava a poucos metros de nós.

– O que você quer com tudo isso em? – ele perguntou com um olhar de raiva.

– Vingança – vociferou ela.

– Solta ela Caio – digo segurando o braço dele que segurava o braço de Teresa com força, era possível ver a marca vermelha crescendo enquanto ele ainda apertava.

– Vira viado e não se contenta, tem que ser um covarde pra bater em uma mulher, vai me bater de novo Caio? – disse o desafiando enquanto poucas pessoas que estavam no corredor paravam pra ver a confusão. Ele por sua vez a soltou ainda a olhando com raiva – Não vou me admirar se um dia você aparecer roxo de pancada Lucas – disse a mim, mas seu tom não estava mais em um deboche insuportável e sim em preocupação, sim, uma preocupação, era como se ela quisesse me prevenir.

Ela ia se virando pra sair mas aí a segurei pelo braço, queria falar o quanto eu sentia por tudo que estava acontecendo, queria me explicar, queria que ela me perdoasse mas a única coisa que consegui foi uma cuspida na cara assim que ela se virou.

– Nunca mais encoste essa mão imunda em cima de mim! – disse com o dedo em riste – Vocês se merecem – disse por fim antes de sair.

A única reação que tive foi de limpar o rosto com a minha camisa enquanto ele me olhava com uma expressão visível de que queria falar algo mas acabou por não falar nada. Também não falei, parei um momento pra respira e pensar, me preparar pra o que vinha a seguir.

Assim que chegamos perto do escritório pude ouvir gritos estéricos, alguns sem nexo, outros nem tanto.

– Eu quero ele aqui agora, Meu Deus do céu, o que eu fiz pra merecer. Eu quero ele aqui, quero olhar nós olhos dele – Ouvi assim que cheguei próximo a porta do escritório, com certeza a voz era da minha mãe, parecia que ela falava com meu pai.

– Fica calma mulher, eu estou tentando ligar pra ele – disse, pela voz era realmente meu pai.

– Vai encarar? – perguntou Caio atrás de mim.

– É preciso – digo abrindo a porta – não precisa ligar, eu estou aqui mãe.

Ela estava sentada, meu pai ao seu lado, estava com um copo com água provavelmente tentando fazer com que ela bebesse. Ambos olharam pra mim parado na porta, meu pai já sabia, o único problema era realmente minha mãe, eu precisava escolher bem as palavras pra não a deixar nervosa, a final não queria ser o motivo de minha mãe ir parar no hospital ou até mesmo, coisa pior. Ela se levantou e veio devagar em minha direção.

– Que história é essa Lucas? Que história é essa que a Teresa me contou? – perguntou aumentando a voz gradativamente a cada palavra proferida.

– Mãe... eu posso...

– Meu único filho virou viado? É isso mesmo João Lucas?

– Eu não virei gay mãe – enfatizei bastante a palavra gay – eu nasci assim, eu não tenho culpa – falei com toda calma que pude reunir naquele momento tão tenso.

Ela começou a rir loucamente em minha frente em forma de resposta.

– É mesmo Lucas – se aproximou de mim – Nasceu viado foi – deu um tapa de leve em minha cara, não fez efeito então não me afastei – NASCEU VIADO LUCAS? – gritou novamente e novamente bateu em minha cara, só que com um pouco mais de força. Não recuei.

– Senhora – disse Caio se aproximando de mim.

– A CONVERSA AQUI É ENTRE FAMILIA, SEU NOJENTO, ISSO É TUDO CULPA SUA, LEVAR O MEU FILHO PRA ESSA VIDA DE CÃO – gritou apontando o dedo na cara dele.

– Caio, me espera lá fora por favor – me virei pra olha-lo, minha voz já embargada na emoção.

– Eu não vou sair daqui nem que você me implore – disse seguro de si.

– Nossa que lindo – disse minha mãe em um tom que eu desconhecia nela, por um momento a vi como uma estranha – vocês não tem vergonha não? Dois marmanjos, que nojo.

– Já chega Clara (minha mãe) – repreendeu meu pai, que permanecia calado até então.

– É o que? Você está defendendo eles dois, é isso mesmo?

– Eles não estão fazendo nada de mais Clara – disse meu pai se aproximando dela, tentou tocar nela mas ela recuou.

– Você está compactuando com essa sem vergonhice? É isso?

– Ele não está compactuando com nada mãe, ele apenas está sendo compreensivo, tenta entende mãe – digo deixando pela milésima vez só naquele dia as lágrimas caírem – eu gosto muito dele, eu gosto dele como você gosta do papai.

Ela ainda de costas disse:

– Primeiro: Não me chama de mãe – só Deus sabe como me doeu ouvir aquilo – segundo: não ouse comparar o meu sentimento pelo seu pai com essa nojeira de você e terceiro – ela virou pra me olhar – você só fica na minha casa se deixar esse aí e viver uma vida normal.

O silencio reinou naquele ambiente após aquela proposta, eu fiquei em duvida, seria hipocrisia minha se eu falasse que me decidi de primeira e que nem pensei no caso. Coloquei tudo aquilo na balança. O amor de minha por mim e do outro, o amor de Caio por mim, parecia ser obvio para onde a balança iria pender mas pra mim naquele momento não foi.

– Eu vou entender se você escolher eles, sério, eu sei que é sua família, sei que... – disse Caio que estava ao meu lado.

– Desculpa mãe, mas não vou esconder quem eu sou, não vou morar com uma pessoa que não me aceita. E com todo respeito, ele não é nem um nojento, é a pessoa que amo, é a pessoa que escolhi pra viver uma vida e não, não foi ele quem me levou pra esse caminho, ninguém leva alguém para um caminho que não queira, só não se esqueça que sempre vai contar com meu amor.

– Então suma da minha frente, agora, VAI, AGORA – ela começou a se descontrolar e a gritar na minha frente, o que eu temia estava acontecendo, ela estava se descontrolando, minha primeira reação foi ajuda-la mas só fazia com que ela se descontrola-se mais.

– Vai Lucas, vai – era meu pai – eu vou cuidar dela, eu te ligo assim que der, não se preocupa, vai filho é a única forma de você ajudar agora.

– Eu não quero ir pai – disse relutante.

– Vamos Lucas – era Caio. Praticamente me arrastou pra fora da sala. Eu chorava e esperneava como uma criança – ei Lucas, calma por favor, vai dá tudo certo – disse segurando nas laterais de minha cabeça pra que eu o olhasse.

– Nada vai dá certo Caio, nada! – disse enquanto meu corpo se enchia de um misto de sentimentos, era medo, raiva, medo de novo e amor, amor por aquele moreno. Ele sabia que não precisava falar nada quando eu não estava bem, só precisava me abraçar e ele me abraçou sem vergonha das pessoas que estavam no supermercado nos observando.

– Eu te amo – disse no meu ouvido seguindo de um beijo em minha bochecha enquanto o abraçava forte. O abraçava como se fosse perde-lo.

Narrado por Fagner:

1 dia antes:

Acordei naquela manhã de domingo com o sol batendo em meu rosto, abri os olhos devagar e a primeira coisa que vi foi os dois livros em cima da mesinha, um era o meu que havia caído suco e o outro do cara misterioso cujo nome eu não sabia. Comecei a lembrar do dia anterior, do momento em que esbarrei nele, no momento em que vi o quanto era bonito, aqueles olhos castanhos, o quanto me soou familiar sua fisionomia, o momento em que me enganou pra poder me dar o livro e o momento... pera aí, ele escreveu algo no livro.

– Claro, como eu pude ser tão burro – falei me levantando com uma disposição matinal que há muito tempo desconhecia, abri o livro e lá na primeira página tinha um numero de celular e um endereço de e-mail. Minha felicidade foi grande naquela hora, peguei e celular na mesma hora mas quando fui digitar os números, hesitei pois não queria ser evasivo mas aí vocês pensam: se ele deixou um número de celular e um endereço de e-mail é porque ele quer que eu ligue mas eu não pensava assim, assim como os meus pulmões, minha mente funcionava bem diferente. Decidi tomar café primeiro e depois ligar pra ele, cheguei na cozinha e minha mãe estava preparando o café enquanto meu pai (padrasto na verdade) lia seu jornal, dei bom dia aos dois na qual responderam em uníssono um “bom dia”. Me fizeram algumas perguntas sobre o dia anterior, como tinha sido o cinema e taus, respondi que tinha sido legal, algo que não tinha sido tão mentira assim apesar do que havia acontecido, era incapaz de dizer que um dia foi ruim quando esse dia eu passei com a pessoa que eu mais amo na vida, depois dos meus pais mas enfim terminei o café da manhã e voltei correndo para o quarto, para quê? Para nada na verdade por que dessa vez era minha falta de coragem que não me deixou ligar, então estabeleci outro meta: iria ligar depois do almoço e dessa vez sem falta. Então minha mãe antes do almoço foi assim, ler, sofrer tentação em ligar mas o receio era maior, estudar, sofrer tentação em ligar mas o receio era maior, tomar um banho de piscina, sofrer tentação em ligar mas o receio era maior e claro, pensar no Lucas, pensar em como ele era uma pessoa tão extraordinária, tão amável, uma pessoa que eu tive o prazer e também o desprazer de conhecer, gostava muito daquele garoto. Pensar nele fazia com que eu esquecesse de todo o resto, até mesmo da tentação em ligar para o cara misterioso.

Almocei aquela tarde com a cabeça no mundo da lua. Tanto que minha mãe falava comigo, eu nem estava prestando atenção no que ela dizia mas mesmo assim respondia um sim, as vezes um não.

– Filho, consegui uma vaga pra você em outro hospital em São Paulo – disse meu pai anunciando a notícia, a única frase completa que eu havia entendido até agora.

– Legal pai – disse forçando um sorriso – eu vou estudar um pouco agora, com licença.

Pelo que eu conhecia os dois, eles com certeza haviam percebido que eu estava estranho e sempre nessas circunstancias eles me davam espaço pra ficar sozinho para só depois perguntarem o que estava acontecendo.

Cheguei em meu quarto, peguei o celular mas dessa vez consegui digitar os números. Deitei na cama de barriga pra cima. A cada som de chamada que o celular fazia meu coração batia mais forte (Não era porque eu estava apaixonado por ele, era mais porque eu estava nervoso e não sabia ao certo o que falar).

– Alô – falou uma voz mas era uma voz feminina.

– (silencio) – fiquei sem saber o que falar porque eu pensava que iria falar com um cara, uma voz masculina, e se ela fosse namorada dele? Ah, mais o que eu tenho haver com isso?

– Alô? – repetiu a voz em um tom mais rude.

– Oi, eu queria falar com o dono desse celular – que bosta de frase, mas o que eu podia fazer, eu nem sabia o nome dele.

– Ah, ele saiu e acabou esquecendo o celular aqui, com quem falo?

– Fagner, eu sou um amigo dele.

– Olha Fagner, ele saiu e não sei que horas vai... pera, ele chegou, vou passar pra ele – disse fazendo eu ficar ainda mais nervoso, porque eu pensei que não fosse falar com ele agora e de repente vou falar, meu coração não guenta. Esperei alguns segundos na linha enquanto ouvia a garota falando com ele, dizendo que era um tal de Fagner, amigo dele, essas coisas.

– Alô – era com certeza a voz dele.

Segundos se passaram e eu finalmente respondi:

– Alô, acho que você nem se lembra mais de mim, eu sou aquele cara lá do shopping, a qual nos esbarramos aí você me enganou e acabou comprando o livro pra mim.

Ouvi seu sorriso do outro lado da linha antes dele responder:

– Claro que eu lembro cara, então quer dizer que seu nome é Fagner? Belo nome.

Também sorri antes de responder:

– Acabamos nem nos cumprimentando ontem, nem sei o seu nome ainda.

– pan pan pan – disse fazendo um som de suspense seguido de uma risadinha – meu nome é Caique, não é tão bonito quanto seu mas... – e riu.

– Que nada cara – disse rindo.

– E aí Fagner vai fazer o que hoje à tarde?

Putz, será que ele iria me chamar pra sair?

– Agenda vazia – falei rindo, ele também riu.

– Vamos nos encontrar na praia por volta das 15horas, lembre-se está me devendo uma digamos que retribuição por ter feito eu derramar meu suco, eu não tinha bebido nada cara – disse em tom de zoação – quer dizer, não tem problemas pra você ir?

– Claro, a doença não me impede, pelo menos, não nesse sentindo, onde nós encontramos?

– Diz aí um ponto, é verdade a parte em que disse que não conheço nada por aqui.

– Então estamos no mesmo barco cara, não faz nem um mês que eu me mudei pra cá, nunca fui àquela praia – digo sorrindo.

– Eita, complicou, pera aí... (Laura, sabe de algum ponto de referencia lá na praia?) – acho que ele falava com aquela garota que havia me atendido, ouvi ela falando algo ao fundo mas não consegui entender o que era – parece que tem um quiosque chamado ***** e é bastante conhecido, pode ser?

– Claro.

– Aí qualquer coisa quem chegar lá primeiro, liga pro outro.

– Tudo bem, então... até lá.

– Tchau, até lá – ele finalizou a ligação.

Fiquei em casa de bobeira sem fazer nada até dá o horário, só pensando em Lucas (só pra variar), tive vontade de falar com ele, pedir desculpas, mas não tive coragem. Passei um tempão escolhendo uma roupa boa para esse encontro, vesti e troquei varias, para no final, vestir qualquer coisa já que estava ficando atrasado. Uma camiseta branca com uns desenhos meios malucos – mas bonitos – estavam a frente, na parte de baixo, uma bermuda listrada, branco com azul marinho e chinelos da coca-cola finalizava meu look. E ah, também havia trocado meu cilindro de oxigênio, não que o outro estivesse acabando, mas é que queria que nada desse errado. Pensando assim até parecia que era um primeiro encontro.

Quando estava tudo pronto decidi dá uma olhada no google mapa pra poder me localizar melhor, segui as instruções do aplicativo e em 10 minutos estava entrando no quiosque, já estava me preparando pra ligar pra ele quando o avistei mais a frente se sentando em uma cadeira. Me aproximei.

– Oi – cumprimentei.

– Olha, dessa vez não nos esbarramos, senta aí, cheguei agora também – disse rindo.

– Pois é – disse me sentando de frente pra ele, também rindo do comentário.

– Gosta de água de coco? – ele perguntou.

– Sim, gosto.

– Garçom, duas águas de coco por favor – disse ele a um garçom que passou por perto de nós, ele anotou o pedido e se foi.

– De onde você é? – perguntei.

– Ah, eu nasci no interior, ainda novo me mudei pra Fortaleza e cá estou eu.

– Não querendo ser curioso mas já sendo, por que veio pra cá?

– Ah, uma longa história, primeiro pretendo encontrar meu irmão, que não vejo há anos e depois meus pais que também não vejo há anos, briga de família, sabe? Deixei com que a poeira baixasse.

Claro que eu quis perguntar qual foi o motivo da briga pra ter deixado eles separados tanto tempo mas não quis ser evasivo. Assim que ele terminou de falar o garçom chegou com as duas águas de coco.

– Vai querer mais alguma coisa? – ele perguntou pra mim.

– Não, não.

– Vamos pra perto do mar então?

– Vamos.

– Quanto custou? – perguntou ele ao garçom que estava próximo a nós, ele respondeu e eu fui mais rápido do que o Caique e paguei e mesmo antes dele contestar peguei minha água de coco e fui em direção a areia, ele veio atrás de mim.

– Cara, eu iria pagar – disse ele rindo com a água de coco na mão.

– Nada disso, estamos aqui por que eu tenho que retribuir não é, é o que estou fazendo.

– Está certo então.

Chegamos próximo a água e nos sentamos na areia e ficamos por alguns minutos em silencio só contemplando o mar, as ondas na qual elas faziam e o horizonte.

– Você havia dito que havia brigado com sua família algum tempo atrás e agora está de volta pra falar com eles, que garantia tem que eles vão falar contigo? – perguntei.

– Eu não tenho garantia alguma cara, eu só quero velos, ouvir a voz deles novamente nem que seja só pra me xingar, a saudade que eu sinto já não consigo mais suportar – disse olhando fixo para frente, para o mar. Sem duvidas aquelas palavras haviam me tocado.

– Já sabe onde seu irmão mora por aqui.

– Não, mas vou procurar, vou revirar essa cidade toda se for preciso.

– Se você quiser que eu ajude a procura-lo, eu ajudo.

– Ah cara, não posso te pedir isso a você – disse me olhando com seus olhos castanhos que brilhavam por causa da claridade do sol em sua face.

– Você não está pedindo, eu que estou me oferecendo e aliás tenho que fazer algo de útil nessa minha vida curta.

– É grave? – ele perguntou.

– É sim, vou tentar outra seção de quimio daqui a alguns dias pra ver se consigo a cura mas deixando um pouco essa história de lado, como se chama seu irmão?

– Você vai conseguir. Ele se chama Caio.

CONTINUA...

Gente queria pedir desculpas pela demora, fiquei uns dias sem ideia de como escrever esse capítulo e como meu tempo não ajuda muito, aí já viu né, mas sem mais desculpas, eu peço desculpa mais uma vez ;)

S2DrickaS2: Desculpa linda, muito legal ter uma menina lendo meu conto. Obrigado ;)

Rodrigopaiva: Vou pensar no seu caso rsrs. Obrigado ;)

Mr.John: Acho que matei todos sua curiosidade num foi? Rsrs Obrigado ;)

Esperança: Obrigado :)

Helloo: Tem um pouco de maldade kkk Obrigado ;)

Lobo azul: é, a Teresa foi capaz de tudo mesmo. Ei cara, porque apagou seu conto? Obrigado ;)

R.Ribeiro: Ela não responde cara kkk o mistério continua kkk O Fagner é um cara legal e vai conseguir uma pessoa legal também ;). Obrigado ;)

Kell3599: Até que a reação dele não foi das piores kkk. Obrigado ;)

Ru/Ruanito: ;)

Lucassh: e não deixou mesmo. Obrigado ;)

LC..Pereira: Obrigado ;)

Nara M: A Teresa só está com raiva. Obrigado ;)

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Comentários

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Irônico essa envolvimento de todos hahaha. Um tanto intransigente essa mãe do Lucas, e um tanto passivo o pai dele. Foda quando os pais não aceitam, mas vamos ver como essa bagaça acaba hahaha.

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A Tereza foi muito vaca. O Caique é irmao do Caio?

Ô meu deuso. Que saudade de vc heim? E ó posta logo...

Esse capitulo foi foda d+.

Bjos e até logo baby. A.

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Aim o irmão so Caio? Hummmmm tem farinha nesse angu viu.... Tua escrita está maravilhosa mano. Parabéns ❤ Vc é do Ceará? Sou de Recife mano. Abraço

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Sou viciado no seu conto, espero que nessas seções que o Ganges faça dêem super cerro e ele fique bom logo.

Desde o início acompanho seu conto, mas só a pouco tempo atrás conseguir me cadastrar p poder elogiar os contos que eu mais gosto e o seu é um deles.

Parabéns e não demora muito p postar a continuação.

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Pqp! Pelo menos ele conhece o irmão dele kk... entoa vai ser fácil... Que bom que o Fagner não vai sofrer muito pelo Lucas... espero que ele seja muito feliz... e vivo k.

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Cara que isso o Caique bem saio de casa por preconceito, eita agora quero ver. . . essa mina é uma vaca mesmo atingir uma pessoa que não tinha nada haver para atingir uma outra odiando essa mina. . . teu conto ta otimo cara, esperando pelo próximo!

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What? É isso mesmo que li no final? O irmão do Caíque se chama Caio! Que capitulo de hoje foi esse com fortes emoções, demorou mas publicou. Esperando ansioso pro próximo conto. Beijos!

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Será que o aconteceu com o suposto irmao de Caio, vai acontecer com Lucas? Fortaleza é bem pertinho daqui :3. Só desculpo porque gosto muito dessa sua história. Abraços e até mais

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Conto perfeito! Ah, amigo! Apaguei pq estava acontecendo umas coisas comigo que iriam refletir no conto( desculpa, por nem ter comunicado) mas quis parar, pq fiquei com medo de depois da história desenvolvida, eu parar bem no meio. No começo é mais fácil, pq ainda não estão presos ao conto. Mas, é isso... Vou me desligar da casa tbm...ainda não sei a data, mas vou. Beijos de Luz, meu amigo...

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tesão, Fagner merece um grande amor, um amor de verdade e tal

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muito bom... Acho um pouco baixo fazer o q a Tereza fez,mais não a julgo por isso, ela teve seus motivos. Qnt as consequências ,não daria p esconder a vida toda,acho q a maneira q aconteceu é q pareceu algo sujo,provavelmente ela falou sobre a traição dos dois e isso pesou muito aos ouvidos de sua mãe, As reaçães são as mais variadas nessas horas de revelações, só tem q dar tempo ao tempo...

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