De onde menos se espera - Cap 2

Um conto erótico de LuCley
Categoria: Homossexual
Contém 3607 palavras
Data: 10/10/2015 23:04:59
Assuntos: Amigos, Gay, Homossexual

Olá a todos...muito obrigado pelos comentários. Espero que continuem gostando e desculpe pela ortografia, não sou nenhum mestre da língua portuguesa kkkkk... :)

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Quando levantamos o sinal tocou. Esperamos todos subirem e fomos para a sala. Entramos, a Nanda e o Luís ficaram me encarando. Cumprimentei os dois e me sentei. De repente vi o Cleyton saindo dos fundos da sala de mochila e tudo vindo se sentar na carteira atrás da minha. Por instantes eu pude sentir aquele cheiro de novo e ele se inclinou até mim dizendo no meu ouvido que ia ficar sentado ali até o ano acabar. Achei engraçado o jeito dele e comecei a rir. A Nanda me fez um sinal pra olhar o celular e vi suas mensagens. Respomdi dizendo que conversava com ela na hora do intervalo e ela disse que tudo bem. Eu odiava álgebra e o professor pediu que formassemos duplas. O Luís prontamente chamou a Nanda e o Cleyton já veio encostando a carteira dele na minha. Ele se aproximou um pouco e me disse que era péssimo em álgebra.

— Lucas, quebra essa pra mim? Sei nadinha. Estou sendo sincero contigo.

— eu não gosto, mas sei. Vou te ensinar. Vou quebrar essa pra você porque foi você quem fez praticamente sozinho o trabalho de biologia ontem e pra falar a verdade eu to impressionado.

— vai ficar ainda mais. — ele disse me olhando bem nos olhos.

Me senti intimidado ouvindo ele falar daquele jeito e não sei, algo estava diferente. O professor passou entregando os exercícios e era uma folha só. Disse ao Cleyton para prestar atenção que eu o emsinaria. Ele arrastou a cadeira um pouco mais perto e aquele cheiro mais uma vez invadiu meus sentidos.

— seu perfume...

— o que tem meu perfume? É ruim?

— não, é bom.

— obrigado, o seu também é bom, muito bom. — disse sorrindo.

Enquanto eu fazia o exercício também ensinava o Cleyton. As vezes ele brincava me chamando de "prof" e eu me divertia com as palhaçadas dele. Pra quem não sabia nada de álgebra, até que ele estava aprendendo rápido.

Olhei para o lado da Nanda e o Luís e percebi o quanto eles estavam felizes, será que eles estavam ficando? Deixei minha curiosidade para o intervalo e assim que terminamos os exercícios o Cleyton foi entregar para o professor.

Ele voltou e ficamos conversando baixo para não incomodar o restante da sala.

— Luquinha, vou almoçar com minha mãe depois da aula. Ela e minha tia tem um restaurante no centro. Quer ir?

— não sei, não quero atrapalhar.

— você não vai atrapalhar, e já avisei que você ia.

— como você já avisou, eu vou.

— ai sim.

Ficamos conversando e o sinal para o intervalo tocou. Fui falar com a Nanda e ela me fez varias perguntas por eu não ter entrado na sala no dia anterior. Expliquei o motivo e ela disse que sempre achou estranho minha mãe ter ido embora sem nenhum motivo aparente. Também falei sobre o Cleyton.

— ele gosta de uma pessoa. Só não disse quem era.

— não faz mais diferença.

— não? Como assim?

— o Luís e eu estamos ficando. Gostar de quem gosta de mim, sabe?

— que bacana, bem que eu estava desconfiado. Legal!

— ele é super carinhoso e atencioso. A gente está se dando bem.

— fico feliz por vocês.

— mas me diz uma coisa, você e o Cleyton são amigos agora? Quem diria heim?

— ele me pediu desculpas por ter sido um idiota esse tempo todo e como fizemos o trabalho de biologia juntos e pode acreditar, ele fez quase tudo sozinho, então aceitei e estamos nos dando bem. Até agora. — disse rindo.

— só vocês mesmo. Vou ali com o Luís, quer lanchar com a gente?

— obrigado, estou esperando o Cleyton com os lanches, ele foi comprar.

— tudo bem.

Eu não ia ficar de vela. O Cleyton voltou com os lanches e fomos para trás da arquibancada. Nos sentamos atrás da pilastra e nos servimos. Nunca pensei que ele fosse uma pessoa que se pudesse manter uma boa conversa e ainda conseguir rir de tudo que ele falava. Como ele pode ser tão insuportável por tanto tempo? Eu não conseguia entender, mas ele estava mudando e isso estava fazendo uma grande diferença.

— peguei coca-cola, não sabia do que você gostava.

— está ótimo. Eu preciso avisar meu pai que não vou pra casa.

— liga, eu espero.

— só um minuto.

Avisei meu pai e ele disse que tudo bem, mas era pra eu avisa quando chegasse em casa.

Durante o lanche ficamos conversando e ele perguntou o por quê de eu não ter entrado na sala. Fiquei quieto por instantes e ele pôs sua mão sobre meu joelho.

— cara, confia em mim. Eu já te dei provas que estou mudando, acho que mereço um voto de confiança.

— eu sei.

Decidi falar e ele me encarava, não com olhar de pena, mas de solidariedade. Ele não sabia o que dizer e eu não queria que ficasse um clima ruim. Chamei ele para irmos pra biblioteca pegar os livros para começarmos a ler. Era para o trabalho de literatura. Nos sentamos em uma das mesas e nossos braços se tocaram. Estranho e engraçado ao mesmo tempo porque não nos importamos em manté-los se tocando. Começamos a ler e o sinal tocou. O restante das aulas foram se arrastando, mas havia algo diferente em mim, algo diferente acontecendo e não conseguia entender. Fomos para saída e o pai do Cleyton já o esperava no portão. Incrível como se pareciam, como se fossem gêmeos, mas com idade diferente. O Cleyton me apresentou e aparentemente me pareceu uma pessoa muito simpática e agradável. Começamos a conversar:

— você vai prestar vestibular Lucas?

— sim senhor.

— que área?

— humanas. Quero ser medico como meu pai. Ele é cardiologista.

— não me diga... como ele se chama?

— Jorge, Jorge Sampaio.

— mundo pequeno esse. Fiz uma consulta com ele faz uns dois meses, por sorte não tenho nada. Seu pai é um médico muito interessado na vida dos pacientes e fez várias perguntas, muito atencioso.

— ele gosta do quê faz. Acredito que ele se lembre do senhor. Vou comentar quando chegar em casa.

— bom saber que você é filho de uma pessoa de caráter. E você, pretende ser o que?

— pediatria. Crianças precisam de alguém que as entendam, acho que posso ser um bom pediatra.

— será. Bom, chegamos.

Os dois se despediram e entramos no restaurante. Um lugar muito agradável e requintado, mas sem exageros, não era grande, mas o cardápio era excelente. A mãe do Cleyton veio nos cumprimentar e que mulher educada, bonita e simpática. Nesse momento imaginei como seria minha mãe, nunca me interessei em ver suas fotos.

Ela nos levou até uma mesa e pediu que escolhessemos o que comer.

Disse ao Cleyton que o que ele pedisse estava bom.

— então não vamos pedir nada do cardápio. — ele disse e deu uma piscadinha.

Ele chamou a mãe e pediu arroz, feijão, bife a milanesa com muita babata frita e que ela trouxesse catchup, mostarda e limão.

— se seu molho fica bom com pipocas também deve ficar bom com as batatas.

— garoto você é muito maluco, mas fica bom sim.

— refrigerante ou suco?

— suco. Abacaxi com hortelã, será que tem?

— hummm, meu favorito. Viu, temos uma coisa em comum.

— estou impressionado. — disse e rimos.

— estou feliz por ter vindo, obrigado. — ele segurou minha mão sobre a mesa.

— você me fez muito bem ontem. E não precisa agradecer. — coloquei minha outra mão sobre a dele.

A mão dele estava um pouco gelada, parecia estar tenso. A mãe dele trouxe os ingredientes para o molho e soltamos as mãos devagar. Senti seus dedos escorregando levemente nos meus e por alguns segundos pensei em não soltar. Fiquei um pouco sem graça, sei lá. Ela poderia interpretar de outro modo, mas não pareceu se importar. Ela sorriu e disse para aproveitarmos o almoço.

Em vinte minutos trouxeram nossos pratos e a bebida. O restaurante estava começando a encher e ela perguntou se a gente queria comer na saleta de descanso dos funcionários. Disse que sim. Lá tinha uma TV, sofás e uma mesa. Nos sentamos de frente pro outro e ela saiu.

— bem melhor aqui. — ele disse.

— também achei, mais reservado. Vou fazer o molho pra gente.

Começamos a comer e estava tão delicioso. Um simples prato brasileiro feito com tanto caprixo e sabor. Depois entendi como o restaurante encheu tão rapidamente. O tempero era maravilhoso.

— você não sabe comer sem se lambusar? — disse e ele tentava limpar.

— tem molho no canto da minha boca?

— tem, bem aqui. — disse e limpei o canto de sua boca com o polegar.

— sério, eu não sei comer sem fazer bagunça.

— estou percebendo. Sabe, é o melhor bife a milanesa com batata fritas, arroz e feijão que eu já comi. Juro!

— direi a mamãe.

Durante a refeição nossos olhares se encontravam e nossas mãos sempre se tocavam quando colocavámos as batatas no molho. Eu estava meio estranho, mas ele parecia mais calmo e me tratando tão bem. Eu simplesmente não entendia.

Terminamos e sentamos no sofá de frente para a TV. A refeição começou me dar sono e eu bocejava.

— não tem nenhuma almofada aqui. Deita a cabeça na minha perna e tira um cochilo.

— não sei, e se sua mãe entrar?

— ela não vai se incomodar. Quem não sente sono após o almoço? Eu sinto.

— se você não se importa...

— não, pode deitar.

Apoiei minha cabeça em suas pernas e ficamos assistindo o jornal.

Por mais estranho que fosse, eu estava me sentindo bem em ter o Cleyton por perto e acho que ele também gostava da minha companhia. Meu corpo parecia estar ficando pesado e senti algo entre meus cabelos. Ele deslizava os dedos e fazia uma leve massagem na nuca. Eu não nego, estava gostando, ajeitei meu corpo e ele parou. Talvez tenha achado que eu não havia gostado.

— continua. — disse baixinho.

— posso?

— uhum.

Ele continuou e quando dei por mim estava dormindo. Sonhei algo como estar numa casa amarela de esquina com um sobrado azul. Eu era bem pequeno e uma mulher me segurava nos braços e as vezes me jogava pro alto. Parecia tão real que acordei com uma conversa.

" não, eu nem sei se ele sabe".

Não abri os olhos e continuei naquela calma. Acabei pegando no sono mais uma vez e quando definitivamente acordei, ele havia adormecido. Ele parecia estar num sono profundo e não quis acordar ele. Levantei devagar e peguei a escova e o creme dental que estava na minha mochila. Fui para o banheiro da saleta, lavei meu rosto e escovei meus dentes. Algo martelava na minha cabeça. O que ele quis dizer: eu nem sei se ele sabe? Talvez ele não estava falando de mim, talvez falava de outra pessoa. Saí do banheiro e ele ainda cochilava. Me sentei no sofá e colocando a cabeça novamente em suas pernas eu deitei. Já passava a sessão da tarde e ele acabou despertando.

— nossa, acabei dormindo também. — ele disse bocejando.

— eu sonhei. Eu ainda era criança e tinha uma casa amarela e uma mulher me segurando no colo.

— pode ser sua mãe. Talvez alguma lembrança daquela época tenha voltado. Fica tranquilo, tudo vai se ajeitar. — disse e voltou alizar meu cabelo.

— pode ser, mas foi estranho.

Virei de barriga pra cima e ele sorriu lindamente. Naquele momento pude ver como ele era bonito, como não tinha reparado antes? Era estranho ver o modo que ele estava me tratando e saber que eu estava aceitando ser tratado com tanto carinho. Ficamos conversando naquela posição por um bom tempo e de repente entrou alguém. Era um dos cozinheiros, mas ele nem ao menos nos olhou, foi no banheiro e saiu de cabeça baixa. O Cleyton acomodou as duas mãos atrás da cabeça e estava bem relaxado. Eu brinquei dizendo que ele ainda deveria estar com sono, pela cara amassada. Ele baixou uma das mãos e apertou minha bochecha. Virei minha cabeça e acariciei sua não com meu rosto. Ele deixou a mão onde estava e acariciava bem de leve o canto da minha boca. Tudo em mim estava diferente, meu corpo, meus sentidos e meus pensamentos. Senti seus dedos contornando meus lábios e num impulso procurei com a boca a palma de sua mão e a beijei. Ele sorriu. Eu ouvi seu sorriso e soava como música. Girei meu corpo e abracei sua cintura. Ele se inclinou e devolveu o abraço. Fiquei com a cabeça colada em seu peito e ele me apertava tão forte pra si que parecia estar desejando não sair mais de mim. Uma explosão de sentimentos começou a tomar conta de mim, era como se eu descobrisse quem realmente eu era, por mais confuso que fosse.

Fomos nos soltando aos poucos e me levantei, ajeitei minha roupa e peguei minha mochila.

— onde você vai? — ele parecia estar decepcionado.

— eu preciso ir pra casa.

— mas já?

— já sim. Eu gostei muito de ter vindo aqui, muito mesmo. Na verdade eu gostei demais de ter ficado aqui contigo.

— desculpa se eu.... — eu o interrompi.

— ei, não se desculpe não, por favor. Não se desculpe de absolutamente nada. Eu só preciso ir pra casa, colocar a cabeça no lugar, só isso.

— eu bagunçei tudo ai né?

— um pouco, mas colocou muita coisa no lugar também. Juro.

— não quero que pense mal de mim. Tem coisas que eu preciso te falar.

— você acha que eu vou pensar mal de um cara que me fez carinho pra dormir e me abraçou como se eu fosse a coisa mais importante do mundo? Eu nunca pensaria mal de você depois dessa tarde. — disse e fui até ele.

Ficamos frente a frente e ele estava de cabeça baixa com as mãos na cintura. Cheguei mais perto e o abracei. Ele continuava parado, mas acabou me envolvendo mais uma vez naquele abraço.

— me liga a noite. — disse em seu ouvido.

— ligo. Não quero te largar. — ele disse rindo.

— então não larga. — disse e a porta se abriu.

Era a mãe dele. Eu não sabia onde enfiar minha cara, mas não podia fazer nada mesmo. Ela perguntou se estava tudo bem e eu me soltando devagar dele disse que sim, mas precisava ir embora. Agradeci o almoço e ela me fez prometer que levaria meu pai qualquer dia desses. Saímos os três e o Cleiton pediu um táxi. Me despedi de todos e ficamos ele e eu na calçada esperando.

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— tem certeza que não quer que eu vá contigo? — ele disse.

— tenho sim, fica tranquilo. A noite você me liga e a gente conversa. Não se esqueça que tem a feira do livro amanhã, você disse que ia comigo.

— não me esqueci, ainda mais agora.

— ainda mais agora o quê? — disse com um tom provocativo.

— poxa, você sabe. — ele ficou sem graça.

— eu sei sim. Meu táxi chegou.

Nos despedimos com um breve abraço e fui pra casa. No caminho fui pensando em tudo que estava acontecendo e como eu contaria pro meu pai sobre aquele medo que eu sempre tive. Fiquei imaginando sua reação quando a minha certeza viesse a se confirmar. Desejei que o Cleyton estivesse ali comigo, segurando minha mão e me acalmando. Perdi a noção do tempo e quando vi já tinha passado pelo apartamento, pedi ao taxista que parasse e caminhei uns cem metros de volta. Liguei pro meu pai avisando que já estava na portaria e por incrível que pareça ele já estava em casa. Subi e quando abri a porta não pude conter uma gargalhada. Ele estava somente de cueca boxer deitado no sofá da sala. Nunca vi meu pai desse jeito, ainda mais em casa. Pensei: está todo mundo enlouquecendo ou o quê?

— pai, desde quando o senhor fica em casa assim?

— você acredita que eu entrei no centro cirúrgico às sete da manhã e sai às dezessete quinze?

— acredito, mas o senhor já ficou muito mais tempo que isso.

— mas era um menino de oito anos. Você não faz ideia de como é ficar tanto tempo com uma criança com o peito aberto e saber que os pais estão lá fora esperando por notícias. É agonizante.

— o senhor perdeu ele pai?

— não... não, correu tudo muito bem. O garoto foi muito forte. Eu estou exausto, fisicamente nem tanto, mas emocionalmente sim. Todas as vezes que opero uma criança eu lembro de você. Esses dias operei um garoto da sua idade. Eu me coloco no lugar dos pais.

— isso é bom pai, faz de você uma pessoa mais humana, mais cuidadosa, entende? Imagine se fosse comigo? Você iria querer o maximo de cuidado. Sabe pai, é por isso que quero ser pediatra.

Ficamos um bom tempo conversando e ele disse que me apoiaria em tudo que eu quisesse fazer. Perguntou como tinha sido meu dia e comentei sobre o pai do Cleyton ser seu paciente. Ele lembrou euforicamente dele e disse que o seu André é uma pessoa extremamente divertida. Eu disse que poderíamos ir qualquer dia desses almoçar no restaurante e ele adorou a ideia. Ele continuou ali só de cueca e fui pro quarto tomar um banho. Liguei o chuveiro e a água morna aliviava a tensão que meu corpo sentia. Me senti nos braços do Cleyton e em meio ás lembranças daquele dia comecei a me masturbar. Tanto tempo que não me tocava, que não sentia meu próprio corpo. Foi como uma libertação. Me sentei no chão e meus músculos se retesaram dando lugar ao gozo que a muito tempo não sentia. Me senti fraco, forte, tudo ao mesmo tempo. Eu queria o Cleyton ali comigo dividindo um momento de intimidade. Tomei meu banho e vestido somente de uma boxer preta fui pra sala.

— se o senhor pode eu também posso. — disse e rimos juntos.

— quer conversar?

— ah não pai, meu dia foi tão bom que eu não quero falar sobre ela agora.

— tão bom, como assim? Você não estava com o Cleyton?

Eu falei demais, animado demais e de um jeito que só percebi depois.

— sim, eu estava. O senhor não faz ideia do que foi comer um simples prato brasileiro, mas tão, tão gostoso.

— garoto, você se encheu de batata frita, não foi?

— muita batata. — disse rindo.

— você sabe o que seu coração sente toda vez que você come uma batata frita?

— e ainda fiz aquele molho de catchup...

— você não fez...

— fiz...

Ele veio pra cima de mim e começamos a lutar. Eu não me aguentava mais de tanto rir e ele não parava de rir das cócegas que me fazia. Era isso que eu gostava no meu pai, os momentos de pai e filho que ele me proporcionava mesmo chegando exausto de um fatídico dia de trabalho. Meu pai, meu herói. Ele era tudo pra mim e eu não saberia viver sem ele. Acabamos a luta e fomos até a cozinha preparar o jantar. Ele fez uma salada deliciosa com peito de peru.

— esse é seu castigo, pelas batatas.

— então é melhor o senhor me castigar de outra forma, eu adoro essa salada.

— então.... sem a feira de livros amanhã. — ele disse rindo.

— isso não é castigo e sim a morte.

— estou brincando. Acho que seu celular está tocando.

Pedi licença e fui atender. Eu sabia que era o Cleyton e perguntei se poderia comer no meu quarto.

— quem é?

— o Cleyton.

— pode ir, vou pro meu quarto ler um pouco. Se precisar de mim estou lá.

— tudo bem.

Fui pro meu quarto com meu coração acelerado, coloquei a salada na escrevaninha e me joguei na cama. Atendi e ele perguntou porque demorei tanto.

— só pra te deixar ansioso.

— interessante, é uma forma nova de tortura. — ele disse rindo.

— você está bem?

— estou sim. Posso te falar uma coisa?

— claro!

— já sinto sua falta.

— sério?

— sério. Amanhã você podia ficar aqui em casa depois da feira. Será que seu pai se importaria?

— não sei. Vou perguntar pra ele depois. Então... eu sinto sua falta também.

— que bom. Nossa, pensei tanto em você depois que foi embora. Eu te deixei confuso?

— não muito. Eu só não estou mais confuso porque, bom, eu estava envolvido também e você sabe...

— entendi. Fiquei com medo de você me odiar.

— como te odiar? Odiar você seria o mesmo que me odiar e eu me amo. Não posso me odiar pelo que sou, pelos momentos que passamos juntos hoje. Não da pra odiar isso.

— que alívio. A gente precisa conversar, eu preciso esclarecer certas coisas e saber que você não está chateado me deixa muito feliz.

— tudo bem, amanhã conversamos melhor. Cley, se eu te contar uma coisa você jura que não vai rir?

— juro tentar não rir tanto. — disse já rindo.

— que coisa heim... assim não vale. Amanhã te conto então.

— nem vem com essa de amanhã, pode falar.

— imagine se eu vou falar que bati uma punheta pensando em você agora pouco no banho. Não mesmo. — ele começou a rir e não parava mais.

— então, imagina se eu te contasse que venho fazendo isso pensando em você desde o começo do ano... nem posso falar.

— seu pervertido. — comecei a rir, mas ai parei e notei que ele já vinha gostando de mim a um tempo. Por isso o modo grosso como me tratava e toda àquela chatisse.

— eu gosto de você desde o primeiro dia que te vi. Desde o primeiro dia que me mudei pra aquele colégio chato, mas que agora é o melhor colégio só porque você está lá.

— agora entendo muitas coisas. Você me surpreende... eu preciso dormir. Amanhã cedo você me espera na feira?

— estarei lá as oito e meia. Boa noite

— boa noite. Até amanhã.

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Continua...

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Comentários

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realmente um lindo conto, faz com q eu deseje voltar a ter essa essencia de novidade,de sonho romance

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meu deus tive um surto de fofura pelos dois , nota mil adorei . Beijos de sangue e fogo de um targaryen.

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Amei!! Muito bem escrito e muito envolvente.Estou ansioso pela parte 3, 4, 5 até 10 partes que você queira escrever eu vou estar louco pra ler

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Seu conto é envolvente! Parabéns ótimo texto, continue e não pare mais.

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Owwnnt que lindo! Adorei esse capítulo. A cena dos dois no sofá foi linda. Tudo perfeito. rsrs Espero que engatem uma relação e não se machuquem.

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