Ladrilhos 10

Um conto erótico de Igor Alcântara
Categoria: Homossexual
Contém 3599 palavras
Data: 10/10/2015 01:46:47

- Pra onde você vai? – eu perguntei ao César que ia saindo pelo nosso corredor de salas.

- E eu devo satisfação agora?

- Já é a terceira vez em duas semanas que eu vejo você saindo mais cedo. A sua aula já acabou?

- Não, não acabou. Mas eu preciso ir. Tenho umas coisas pra resolver. – ele disse passando a mochila no outro ombro.

- Cadê a Valéria?

- Que interrogatório é esse?

- Cadê a Valéria, César? Porquê vocês não andam mais juntos?

- Terminamos... E nem me venha com cara de surpresa. Não era pra ser.

- Como terminaram? Como foi isso?

- Foi quando nós decidimos que não queríamos mais estar juntos. Aí terminamos. Foi aí. Posso ir agora?

- Não. Não pode! O que você tem que resolver?

- Meu Deus!

- O papai vai ficar sabendo que você tá saindo mais cedo pra nada.

- Que seja... Você já foi pedir desculpas pro seu poodle? Fazem 9 dias hoje...

Ele se virou e saiu do mesmo jeito. Caminhou apressado até o fim do corredor e virou em direção ao pátio.

O César é estranho mas ultimamente ele tem agido muito mais estranho. Muito mesmo. O César tinha faltado algumas aulas, isso eu já havia notado. O César estava saindo muito menos à noite. Ele estava vidrado no notebook por horas. Notebook esse que era quase sagrado e ninguém podia nem chegar perto. Ele tinhas uns sumiços por horas em que o celular dele não chamava de forma alguma.

E como assim ele terminou com a Valéria? Eles eram carne e unha! Ela foi a primeira pessoa que eu pensei que ele iria chamar pro almoço lá em casa com a família na semana passada e depois ele havia me dito que ficou chateado de não chamar os amigos mas não citou a Valéria. Além disso, César andava muito mais... “feliz” ultimamente. Ele ainda era irônico e tinha respostas prontas pra qualquer coisa que se dizia com ele mas o sorriso estampado no rosto era quase fixo. Algo estava acontecendo com ele e pelo visto algo bom. Eu só queria saber o que é, odeio estar por fora.

E o Victor... Ok. Faziam 9 dias que não nos falávamos. Desde o episódio do beijo, pra ser preciso. Eu gostava do Victor. Até aprendi a falar “bacana” com ele mas eu tinha muito medo de chegar perto dele e dar a entender algo errado. Porque foi isso que eu fiz, mesmo sem perceber. Eu não sabia o que tinha feito pra dar aquela impressão ao Victor mas seja o que tenha sido eu precisava remediar. Ele mostrou ser alguém legal, de confiança, um amigo que eu queria sim ter por perto mas se fosse pra ele ficar com segundas intenções e até tentar me beijar seria complicado demais. Tentar não, né? Me beijar de fato.

O tempo estava passando, muito rápido aliás, e se eu não fizesse nada muito provavelmente não iríamos mais ser amigos porque atrás de mim que moro do outro lado da cidade e estudo numa faculdade muito distante da dele é que ele jamais viria. Eu tinha meios. Eu tinha carro, tinha tempo, tinha motivo, mas também tinha medo. Ora, que medo? Medo de quê? Aquela situação se perdurou por 9 dias e não ia chegar a 10. Eu ia atrás do Victor hoje à noite e tentaria acertar as coisas. E já tinha até uma ótima desculpa pra encontrar com ele.

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- César? – Cleide disse surpresa ao me ver.

- Só vou terminar penúltima pilha. Ficaram faltando poucos. Eu prometo. – disse já procurando a camiseta no fundo da mochila.

- Olha, eu tô começando a achar que você vai ficar milionário se achar o que precisa no meio desses papéis. Até eu já quero procurar também.

- Não se preocupe que não se trata disso.

Eu retirei a camiseta da faculdade e vesti a camiseta ainda com o pouco de mofo da visita passada e dessa vez trouxe uma máscara que peguei do laboratório da faculdade pra auxiliar. Fui mexendo nos últimos papéis da pilha que agora só tinha uns 40 cm. Conferindo a numeração e os nomes. Sempre numeração e nomes. O lado bom é que se não estivesse alí então só faltava mais uma pilha de processos. Mais uma pilha da minha altura mas, ainda assim, a última pilha.

Cleide ia tagarelando e folheando a nova Veja enquanto eu continuava concentrado e soltava dispersos “hum...” pra que ela achasse que eu estava entretido com algo que ela falava sobre o governo. Até que parei.

Todos os pelos do meu corpo arrepiaram, meu ar faltou e eu desequilibrei sentando no chão. Era o processo. Era o nome da minha mãe. A numeração batia, estava correto. Meu Deus eu mal podia acreditar. O último processo da penúltima pilha. Era ele. Eu li e reli o nome e o número sem acreditar.

- Cleide!

- Sim.

- Preciso tirar uma xerox disso. Desse processo.

Ela olhou e tomou da minha mão.

- Sinto muito, César. Não posso deixar.

- O que?

- Esses arquivos são confidenciais. Eu deixei você procurar porque era importante e eu queria a sala arrumada mas eu não posso te dar cópias do que está aqui. É arquivo da prefeitura.

- Cleide você não tá entendendo. Eu preciso desse processo. Eu tô há três semanas procurando.

- Olha, eu não sei o que isso significa pra você mas eu tenho medo do que você vai fazer com isso em mãos.

- ENCONTRAR A MINHA MÃE!

Eu disse e meus olhos marejaram de imediato.

Ficamos um momento em silêncio e ela pareceu entender.

- Espera aqui.

Ela saiu. Eu não conseguia ficar parado. Caminhava de um lado pra outro naquele cubículo e continuava respirando com dificuldade já sem saber se era pela renite ou pela ansiedade.

- Olha, se isso vazar eu perdo o meu emprego. Então por favor use com cautela. Coloca na mochila.

Ela estendeu as cópias na minha direção e eu as guardei na mochila.

- Obrigado. Eu vou te recompensar por isso.

- Só vá com calma.

Troquei a camiseta e saí da prefeitura. Já eram 11h da manhã e dava tempo voltar pra faculdade mas como eu iria prestar atenção na aula com o que estava dentro da minha mochila. Eu estava um passo mais perto de saber quem ela era, onde ela talvez estivesse, ou por onde ela havia passado. Eu ia encontrá-la. Eu ia virar o planeta de cabeça pra baixo mas ia encontrar.

Uma mensagem do Rômulo chegou no meu celular.

“Vamo almoçar. Agora.”

“Hoje você tá que tá... Desde quando eu recebo ordem assim?”

“Puta que pariu César!”

“Aff... Só me diz onde.”

Encontrei com Rômulo no restaurante onde gostamos de comer. Coincidentemente é o restaurante onde a mãe do Victor também trabalha.

Assim que entrei o vi numa mesa.

- Depois quer falar de mim... Você também saiu cedo, ou a aula já acabou?

- Senta aí.

- Olha você tem que rever como falar com as pessoas porque eu não preciso desse seu tom de ordem comigo. Vai tomar no cu. Eu vou pra outra mesa se me der na telha.

Ele bufou e esfregou os olhos.

- O que foi meu Romeu agora com o rosto vermelho e os olhos esbugalhados? – eu joguei a chave do carro na mesa e sentei de frente pra ele.

- Tô cansado.

- Cansado de quê?

- Das aulas, do curso, da faculdade... Cansado.

- Quem vê cara não vê coração viu... Logo você? O amante da medicina.

Rômulo de fato amava o curso e parecia que por vezes que ria aulas até nos domingos. Aff...

- Amante da medicina se cansa.

Ficamos calados enquanto eu o olhava.

- O que foi? – ele achou estranho.

- Você me chamou aqui pra reclamar do curso?

- Posso almoçar e conversar com meu irmão que anda estranho?

- Ah... Olha, o lance com a Valéria... Acabou. Só isso. De boa. Não brigamos nem nada. Ela já tá até com outro cara, segundo dizem. No mínimo devem pensar que ela me traiu... E se tiver traído, foda-se.

- Você fala como se ela não significasse nada.

- Não é isso. Significou. Eu gostava dela. Mas desgastou e acabou. Seguimos em frente.

- Isso é fácil demais pra você. As vezes me pergunto se você gosta de mim ou do papai.

- Meu Deus, que drama... Romildo, todos nós gostamos das pessoas. Não tem como não gostar de ninguém. Mas ninguém por mais que você queira é eterno. As vezes as pessoas passam assim como o tempo. Eu e Valéria, foi legal, mas passou.

- Então você também iria deixar de gostar de mim e do papai?

- Cara que deprê é essa? Que papo é esse de eu deixar de gostar de você?

- Iria? Você iria? Eu e o papai um dia vamos ser pessoas que passaram pra você?

- Romeu, Romeu... Oh Romeu... O que tu comestes no café da manhã? Capim?

- É que do jeito que você fala...

- Rômulo, para com isso! Para com isso de querer amar todo mundo incondicionalmente. Você só se ferra. Você me trouxe aqui pra discutir sobre isso? O quão diferente e estranho eu sou de você? Você veio perceber isso agora? Nossa, reinventou a roda.

- Não... Hoje à noite nós vamos pedir desculpas ao Victor.

- Eu preciso realmente dizer que não ouvi isso?

- Você vai pedir desculpas por tê-lo tratado mal e eu vou pedir desculpas por ter me distanciado e não agido da forma correta nessa situação.

- Primeiro, eu não vou me desculpar com ninguém. Segundo, que situação?

- Do beijo!

- De novo, que situação?

- Nós estamos sem nos falar há dias. Eu só quero voltar a falar com ele, mostrar que está tudo bem.

- Então volte. O que eu tenho a ver com isso?

- Você vai abaixar essa crista e ir falar ele também. Vai pedir desculpas pela forma como o tratou em casa.

- Cadê o garçom? Já notou que ninguém veio nos atender?

- César.

- Ok, vamos supor que eu fizesse o que você está dizendo. O que eu ganharia?

- Você vai fazer porque é correto.

- Rômulo, eu não sou a melhor pessoa do mundo. Não sou. Eu fiquei puto com o papai e com você por eu não poder levar ninguém pro almoço enquanto você podia.

- O Victor era praticamente convidado do papai! Já expliquei!

- Mas era seu também. Cala a boca. Fiquei chateado e tal... Ok, eu posso pedir desculpas. Só que eu falei coisas pro Victor que você não sabe.

- Tipo o que?

- Olha, se ele te beijou foi porque quis porque eu avisei que você não era gay e que mais gays já tinham se fodido apaixonados por você. Disse pra ele cair fora e que isso já tinha repetido diversas vezes.

- Você o que?

- Ué, falei mentira?

- Então é por isso que ele também não me manda mensagens! Seu idiota!

- Idiota? No fim eu estava querendo o bem dele! Pensa. Victor ia ser, nesse caso foi, mais um gay que se apaixona pelo “Romeu” e você quebra o coração do cara. Eu avisei pra ele não ser mais um e ainda disse, o vilão não sou eu. Não vou me desculpar por isso.

Tudo isso era verdade. Eu falei sim pra alertar o Victor mesmo e ele desfazer aquele brilho de paixão do olhar porque o Rômulo ia partir o coração dele mais cedo ou mais tarde.

- Imagino a simpatia que deve ter sido você falando isso.

- A mensagem chegou a ele do mesmo jeito. Se ele ignorou e agiu sem pensar eu não tenha nada a ver. Mas você é meio gay mesmo, vamo admitir. Eu sou seu irmão, tudo bem.

- Do que é que você tá falando?

- Ok, você não é gay. Mas você é um hétero diferente, sabe?

Fomos interrompidos pelo garçom que anotou nossos pedidos e saiu.

- Hétero diferente, é?

- Claro. Você é bonito, rico, forte, inteligente, cursa medicina, tinha tudo pra ser esnobe, mulherengo e antipático e não é. O que você faz? Sai pegando os gays e quebrando o coração de todos eles querendo ser amigo... Me poupe.

- Não peguei nenhum gay! Que história é essa?

- É modo de falar Romilho! Aff... Olha, só tenta ser menos... Aberto com o Victor. Ele vai confundir tudo de novo, vai se apaixonar ainda mais... Principalmente com você lá todo preocupado indo atrás dele. Vai dar um gás danado no ego dele. “Ah meu Deus ele sentiu minha falta também”, essas coisas, entendeu? Você é muito tapado.

Logo o almoço chegou. Começamos a comer enquanto eu não cansava de mais uma vez me assustar com tanta salada no prato do César.

- Pra quê tudo isso de salada? – Rômulo perguntou.

- Porque faz bem... – eu disse revirando os olhos. Eu sempre digo isso. – Eu até coloquei no prato do Victor.

- Você colocou salada no prato do Victor?

- Sim, faz bem. Eu queria zoar ele com uma quantidade fora do comum, mas sim, também porque faz bem. – eu ri.

- Você tem uma forma muito estranha de demostrar que gosta das pessoas.

- Você então quer que eu demonstre te dando um beijo na boca aqui, é isso?

- Você vai comigo a noite, certo?

- Pode ser...

- César?

- Você precisa ir ao fono, Rômulo. Sinceramente... Eu disse pode ser. Quer dizer, “ok, vamos lá pedir desculpas ao menininho gay carente e apaixonado pelo Romeu que faz questão de quebrar o coração dele de novo”.

- As coisas vão ser diferentes.

- Hum... Sei... Claro que vão...

- Claro que vão!

- Ok. Claro que vão! Tudo bem. Eu só quero que você entenda que isso é maldade. Tratar o Victor assim é maldade. Então por favor, se você se importa com o seu amiguinho não dê esperanças a ele. O coitado deve ter se sentido horrível naquela noite. Mas tudo bem, esse pecado de iludir as pessoas vai pra sua conta, não pra minha. Eu fui bem verdadeiro e direto com ele.

Espera, eu estava mesmo me importando com ele?

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Eu estava a caminho da padaria do seu Silvinho. Eu sentia falta do pudim de leite e iria comprar pelo menos umas duas fatias. Uma eu comeria e outra eu levaria pra casa. Eram por volta de 19h e a rua estava levemente movimentada.

Eu sempre tinha o hábito de caminhas observando as pessoas pra notar um possível assaltante. Como se eu fosse detectar um... Principalmente depois da noite do assalto em que eu conheci o...

- Rômulo? – eu falei baixinho chegando na porta da padaria.

Aquilo era verdade. Rômulo estava numa mesa comendo pudim de leite. Isso por sí só já era impressionante. Mas não parava por aí. César estava do seu lado tomando um suco. Eu entrei na padaria bem devagar os olhando com cara de susto, eu imagino.

- Victor! – Rômulo chamou.

Eu me aproximei da mesa.

- Senta. – César disse sem tirar o canudo da boca.

- Boa noite. – eu disse sem me sentar.

- Senta. – Rômulo ofereceu.

- Não... Eu só vim comprar... pudim.

- Eu quero conversar contigo. O César também.

Eu olhei pro César que continuava sugando o suco e esboçou um sorriso ainda sem tirar o canudo da boca.

- Vamo sair? – Rômulo perguntou.

- Podemos falar aqui.

- Não. É melhor a gente ir. Eu tô com medo de ser assaltado nesse lugar. Vamo logo, por favor. – César disse.

Eles se levantaram e eu saquei o celular pra avisar a minha mãe. César passou por nós dois e entrou direto no carro quase correndo. Eu e Rômulo fomos caminhando lado a lado calados e entramos no carro do César. Romulo ao lado dele e eu atrás.

- Vamos pra onde? – eu perguntei.

- Fugir para as colinas. – César disse.

- Oi? – eu não entendi.

- Nada... Não sei. Pra onde vocês querem ir. – ele arrancou com o carro cantando pneu e me assustando. Muito.

Após ele trocar algumas palavras baixinho com o Rômulo chegamos numa sorveteria. Entramos e Rômulo foi direto ao banheiro.

- Eu não demoro. – ele disse.

- Vem. – César pegou no meu ombro e me guiou até as taças. – Escolha uma.

As taças estavam enfileiradas com os respectivos preços acima delas. Era uma sorveteria em que você escolhia uma taça de um valor e podia colocar quanto sorvete quisesse naquela taça. Óbvio que a taça mais barata custava R$ 5,00 e não era muito maior que uma xícara da minha casa. Eu a peguei. Era todo o dinheiro do pudim que eu tinha alí.

- Aff... Só isso? Qual a graça de se tomar pouco sorvete? Pega essa.

César pegou a taça de R$ 20,00 e me entregou.

Não era uma taça. Aquilo era mais um vaso. Era enorme. Não correspondia a quatro taças de R$ 5,00. Era muito maior. Que bela estratégia de ganhar dinheiro dessa sorveteria.

- Eu não quero tanto.

- Relaxa, eu pago.

Eu o olhei e ele estava com o olhar fixo em mim sem o ar irônico de costume.

- Pega logo, tá estranho nós dois segurando a taça juntos.

Eu então aceitei.

- Não vamos esperar o Rômulo?

- Pra quê? – ele disse com a mão no meu ombro me levando aos freezers. – Agora é só escolher. Seja feliz. Coloque os sabores que quiser, os enfeites que quiser e tudo mais. Mas coloque tudo mesmo, se quiser repetir tem que pagar de novo.

César não tinha o tom do dia do almoço. Ele estava sendo... Gentil.

Peguei o coletor em forma de círculo e... Como as pessoas fazem bolas de sorvete? Eu não sabia. Tentava pegar e não formava. César viu a minha dificuldade.

- Você precisa arrastar a colher e não enfiar no sorvete. – ele demonstrou com a dele. – Viu? Faz várias vezes até a bola ficar grande.

Eu tentei e ainda não consegui. Ele largou a taça e veio pra traz de mim segurando meu pulso.

- Olha, assim. – ele arrastou e fez uma bola pequena. – Viu? Daí é só fazer de novo. – ele continuou até a bola maior se formar e colocou na minha taça.

- Eu nunca entendi como que as pessoas faziam bolas tão perfeitas.

- É... Tipo, quando eu era pequeno e não conseguia ver dentro do freezer eu só via a funcionária colocando a mão dentro do freezer e já saia com a bola de sorvete feita. Daí eu ficava me perguntando como ela havia feito aquela mágica!

- E a colher não faz sentido.

- Não faz! Você olha pra esse negócio redondo mas não sabe como usar. Poderia ser mais simples, né?

- Poderia sim!

Começamos a rir até que olhamos pro lado e vimos Rômulo parado com a taça na mão nos observando. Ele havia voltado e já pego a taça? Quando?

- Então, é assim que se faz bola de sorvete. – César disse e voltou pra sua taça.

Fizemos nossas taças e César colocou muitas outras coisas no sorvete. Biscoitos, granulados, bombons, cobertura... Ríamos enquanto ele tentava equilibrar a taça sem deixar os biscoitos caírem até que fomos pra mesa.

Começamos a conversar de amenidades. Faculdade, cursos e tudo mais... Até que a hora passou e eu vi que a noite havia sim sido agradável. Muito agradável aliás. César havia demonstrado um outro lado. Nada de ironias, de piadas, de olhares. O que estava havendo? Eu só pensava que Rômulo o havia pago.

No fim de tudo eles me deixaram em casa.

- Victor, me desculpa por nos últimos dias ter... Você sabe... Não tô chateado, nem nada. – Rômulo disse antes de eu sair do carro.

- Tudo bem. Eu estava me sentindo um idiota pelo o que fiz. Desculpe. – olhei César pelo retrovisor. Não sabia se ele sabia o que tinha acontecido então precisava dar um jeito de falar sem fazer referência ao beijo.

- Não precisa se preocupar. Está tudo bem então?

- Sim.

- Não podia morrer antes de saber como fazer uma bola de sorvete. É algo muito importante de se saber fazer. – César disse.

- Não. Não podia. Obrigado. – eu olhei no retrovisor e ele tinha um leve sorriso nos lábios se divertindo com o próprio comentário.

- Não há de quê. Outro dia eu te ensino mais coisas altamente necessárias na vida de alguém.

- Vou esperar então.

O sorriso dele então se estendeu e os dentes apareceram.

- Eu vou indo. – eu disse abrindo a porta.

- Entra logo que essas ruas aqui, viu? Meu Deus... Vou te falar... – César disse sendo reclamado pelo Rômulo.

Eu entrei em casa e eles saíram. Contrastando com meu sorriso minha mãe me esperava na cozinha com cara de poucos amigos.

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Desculpem a demora. Eu sei que pelo hora (01:45) já é sábado. Mas é que tive problemas com a internet e estou dependendo do meu celular pra postar.

Tozzi e LUCKASs : Sim.Toda sexta. Só em casos excepcionais que atrasa. Tipo hoje.

tavinhoo: Espero que tenha gostado do de hoje também.

LiloBH: Eu não gosto do César. Não sei, acho que não gosto. Lucas e Bernardo viajaram ontem pra curtir o feriado da segunda até terça. Só voltam na quarta. Foram ficar com os pais. Eu e Kaio estamos bem e não sabemos se vamos viajar, apesar de que querer muito muito muito.

SafadinhoGostosoo: Acredite. Existem sim. E eu queria poder dizer que são poucas.

Geomateus, esperança, Marcos Costa: Obrigado!

guisandes: Eu não acredito que ninguém vire gay. Você pode descobrir uma atração mas isso não é tornar-se gay, pra mim.

Monster: E eu aqui doido pra escutar as ideias de vocês sobre todos eles.

Drica (Drikita): Já agi por impulso e me dei mal também. É sempre assim. Esse povo que se joga sem medo de ser feliz e dá certo são bichos raros.

Drica Telles(VCMEDS): Eu concordo. Eu acho que tudo que é construído com objetividade desde o início dá certo. Basta deixar as coisas claras e evitar dúvidas. Quanto a sua teoria, isso sim foi interessante!!!!! É isso que eu querooo!!!

Abraço a todos. Até a próxima sexta.

Igor.

kazevedocdc@gmail.com

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Comentários

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Nossa estou viciado no seu conto, muito bom a forma que você relata faz a gente se imaginar na cena. Parabéns e por favor não demora a postar a continuação.

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Bem q vc podia fazer um capítulo especial hoje neh😀😀😀😀😀😀kkkkk beijos

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Nossa, não espera essa "gentileza" toda vindo por César, e você fez exatamente o contrário que imagivamos né haha. Vem por ai um personagem de humor ácido e estou adorando, sobre os amores do Victor.... Abracos man.

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São os irmãos incógnita, sem dúvidas! É bem difícil de entender qual é a deles, coisinha já se sabe que é no mínimo bipolar de carteirinha, mas o Rômulo também não ajuda não, viu? Eu se fosse o Victor só ia querer uma coisa deles, distancia...Um é canalha e preconceituoso, eca e o outro é confuso, não sabe o que quer e nem defender os amigos. E ainda levando em consideração o que ele já sente pelo Rômulo, é sofrimento na certa. Vamos ver no que dá, o que essa sua cabecinha prodigiosa e essa escrita gostosinha nos presentearão. Beijos pra ti e o Kaio e bom feriadão.

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Te odeio por me fazer esperar até sexta pela continuação desta história. Levemente mas odeio. Ótimo conto. Abraços.

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Gostei dessas postura oculta do César, acho que Victor e César vão se tornar bem amigos e Rómulo vai ficar com ciúmes! Adorei o cáp! Abraços!

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Bem que o Victor poderia ficar com o César, pra esse babaca desse Rômulo morrer de ciúmes e ver o que perdeu.

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Acho que o César está gostando do Victor, continue logo.

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Gostei sim. César sendo gentil "hum" intrigante.kkk até o próximo. Abraços ^.^

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Igor, você pode até não gostar do César, mas escreveu um César quase adorável hoje. Diga-se de passagem perigoso demais para o lesado do Victor. :-D

Ler você e o Biel Sabatini no começo do FDS é um delicioso ritual já. Sua historia está intrigante e deliciosa, ainda estou tentando entender o Rômulo... Qual é a dele???

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Nossa gostei mt qro vê onde isso vai da... Até na Sexta q vem... Espero mais emoções

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