O doce nas suas veias - (Capítulo 5)

Um conto erótico de Vamp19
Categoria: Homossexual
Contém 2386 palavras
Data: 31/10/2015 00:29:28

Meu tio continua a segurar a cruz e a tocha na direção de Eduardo enquanto grita vários xingamentos para ele. Eu também consigo ver o medo do homem em seus olhos. Sinto-me humilhado. O que ele está fazendo? Tenho vergonha de olhar para Eduardo. Tenho certeza que ele irá me odiar após esse acontecido. Vou em direção a meu tio e peço para ele parar de gritar.

‘Você está bem?’ ele pergunta, muito preocupado. Ele parece um homem louco, eu percebo. Olho para Eduardo agora e vejo que ele está de pé também, mas está de costas, encarando o horizonte.

Ele nem quer olhar para mim, eu percebo. Fico com muita raiva de meu tio, tanta raiva que chego a não acreditar que já passei por outro período assim. Sinto que meu tio nos atrapalhou num momento muito importante para mim, eu sei que é pecado e sei que estou sendo uma péssima pessoa, mas eu quero muito, queria continuar aquilo com Eduardo, o homem estranho e misterioso.

‘Tio! Está me envergonhando.’

‘Ele te mordeu?’ meu tio me ignora, chego perto o suficiente para que ele me agarre e procure por alguma ferida no meu corpo. Não acha e olha para Eduardo que por sua vez está olhando para nós com os olhos vermelhos brilhando ainda mais por causa das chamas.

‘Acredito que a melhor coisa a se fazer é eu ir embora daqui.’

‘Cale-se, demônio.’

‘TIO!’ Estou mortificado. Eduardo não responde a ofensa, mais uma vez mostrando que consegue se controlar e ser um cavalheiro mesmo em situações como aquela. Realmente, um homem muito peculiar! Ele encara o meu tio intensamente e depois caminha ao redor de nós, meu tio segurando a cruz em sua direção como se estivesse surtindo algum efeito. Quero correr atrás dele e pedir desculpas, mas meu tio me segura no braço. Eduardo vai embora.

Após algumas horas, eu já estou em casa e o sobretudo preto de Eduardo está comigo. Consigo sentir o seu cheiro perfumado. Sinto-me arrepiar-se enquanto estou deitado na minha cama, pelo menos tenho alguma desculpa para falar com ele depois. Meu tio passou muito tempo falando comigo a respeito de desobediência. Ele está decepcionado comigo e eu não me importo. Não muito. Tenho outro homem em mente no momento no qual estou preocupado com o que ele pensa de mim. Meu sono é perturbado. Acordo suando no meio da noite e olho pela janela, ainda está escuro mas eu podia jurar que havia alguém me observando. Deve ter sido algum barulho do vento. Volto a dormir, daquela vez mais tranquilamente.

Meu tio me carrega para a igreja no outro dia. Estou muito irritado com ele mas escondo bem. O sobretudo está escondido debaixo da minha cama.

Depois de estudar, Niara vem me encontrar e eu falo para ela de Eduardo. Niara diz que não conhece ninguém assim embora ela queira muito conhecer esse homem misterioso de olhos vermelhos. Ela é mais jovem que eu. Mais nova. Mas ainda uma mulher bonita e eu imagino se Eduardo não vá se interessar por ela. Depois que Niara vai embora, eu faço uma coisa que nunca fiz antes na minha vida, fujo da igreja. Volto para casa e pego o sobretudo de Eduardo escondido debaixo da cama e então vou em busca da sua casa. Ele havia me tido onde estava morando na noite passada enquanto caminhávamos pela rua de barro. Eu conheço a casa onde antes era a antiga clínica. É bem afastada.

Lá, eu bato na sua porta, bato e bato, mas ninguém atende e eu me sinto sozinho e solitário do lado de fora, segurando o seu sobretudo como um idiota. Fugi da igreja por nada? Eduardo é um homem crescido e com certeza tem muitos afazeres na vida. Nem sei se ele ainda está morando na cidade. Depois do que meu tio falou, como alguém pode achar uma cidade daquelas um bom lugar para morar?

Escuto alguns barulhos por de trás da casa e curioso vou olhar. É uma casa grande. Demoro algum tempo para chegar no local de onde vem os barulhos. Mas encontro um bando de homens cavando o chão ao lado da casa. Um deles olha para mim como se perguntasse o que estou fazendo ali. Rapidamente, eu me desculpo e vou embora. Estou me sentindo mais derrotado do que nunca.

Volte à noite…

O pensamento é tão estranho que não parece ser meu, parece ter sido de outro local, de outro ser. Sinto minha pele se arrepiar enquanto corro a passos largos daquele lugar. Mas penso no que ouvi. Voltar à noite. Sim. É só questão de horário. Ele vai me ouvir mais tarde. Com uma nova esperança no coração, corro para casa. Meu tio ainda está na igreja. Escondo o sobretudo debaixo da cama. Vejo um monte de papéis na mesa do meu tio dentro do quarto dele que deveria estar fechado. Mordendo o lábio, deixo a minha curiosidade mais uma vez me governar. Entro no quarto e começo a ler.

Criaturas da noite. Demônios. Matar demônios. Água benta, estacas de madeira, muitas coisas em latim. Sinto um desespero crescer dentro de mim. Nosferatu? Criatura que bebe sangue e tem olhos vermelhos. É isso que o meu tio acha que Eduardo é? Uma criatura da noite? Que bobagem! Sinto-me mais uma vez envergonhado de ser sobrinho de um homem tão maluco quanto aquele. O pensamento logo me deixa extremamente envergonhado. Ele ainda é meu tio e merece respeito. Com certeza deve acreditar naquela tolice e acredita estar me protegendo. Deus me ajude!

Sei muito bem que o padre deve estar preocupado comigo nesse momento. Mas ele vai ficar na igreja como lhe é devido e eu só preciso esperar pela noite. As horas passam incrivelmente devagar. Preciso me controlar para não correr até a casa de Eduardo às seis horas. Quando o sol desaparece, não me aguento e saio de casa temendo a chegada de meu tio furioso.

Levo o sobretudo de Eduardo na mão cuidadosamente como se fosse uma obra de arte que precisa de carinho e bons tratamentos. As ruas começam a ficar escuras e escuras à medida que caminho. Chega um ponto em que está tudo tão escuro que mal consigo enxergar o chão onde piso. Sinto medo. Mas com certeza ninguém iria me fazer mal ali, iria?

Alguém me chama do outro lado da rua. É uma voz de homem e parece estar interessada. Uma luz acende no meu rosto e alguém da uma gargalhada.

‘É o filhotinho do padre’ outro homem fala. ‘Veio orar pra nós foi?’

‘Não, senhores. Estou indo visitar um amigo, ele mora por essas bandas.’

Outra voz aparece por trás de mim. ‘Essas bandas? Acha que essas bandas são muito ruins pra o tipinho religioso como o seu que gosta de roubar dinheiro e foder garotinhos?’

‘O padre faz você orar muito pra ele? De joelhos?’

‘Do que está falando?’ pergunto, confuso. ‘Eu só quero encontrar o meu amigo, senhores.’ Eu continuo andando, mas um braço se prende no meu. Todos estão próximos de mim o suficiente para me tocarem. Sinto muito medo e vontade de correr, mas já deveria ter feito. O braço que segura no meu direito é forte e parece estar passando uma noção de violência. Engulo em seco o medo da minha garganta. ‘O que querem de mim?’

Um dos homens segura no meu rosto, aperta nas minhas bochechas de modo que eu abro a boca. No processo eu derrubo o sobretudo de Eduardo. Os outros dois estão me segurando e me prendendo entre seus corpos. O homem da frente aperta no meu rosto e dá uma gargalhada. ‘Vamo levar ele pro cantinho e ensinar como é que se faz uma boa oração de joelhos.’

Sinto o desespero crescer dentro de mim.

‘Por que é sempre violação?’ A voz dele chegou aos meus ouvidos como um anjo do céu. Eduardo está atrás de mim e sinto que estou seguro agora. Os três homens ao meu redor agem surpresos e depois se recuperam.

‘Continua andando, cara.’

‘No meu tempo’ ele disse. ‘Até mesmo os bandidos eram confiantes o suficiente para arrumar companheiros sem violar pessoas. Por que não se juntam um com o outro se querem tanto liberar essa frustração sexual que carregam por dentro, meus bons senhores.’ Ele falou essa última parte de forma enojada. Os homens me soltaram. Temi pela vida de Eduardo. Olho para trás, deitado no chão de costas, e vejo os olhos vermelhos brilhando.

‘Talvez a gente deixe o garotinho ir e use você em vez disso.’

‘A prefeita sabe que está ameaçando o homem que pagou pelos seus serviços?’ ele pergunta. Nem um pouco de medo na voz, mas isso não me tranquiliza, são três contra dois. Os homens vacilam naquele momento.

‘Bem, parece que a gente não pode deixar ela saber, não é?’

Os três homens avançam em Eduardo. O que se segue acontece tão rápido que nem acredito mesmo que aconteceu, Eduardo tinha os três homens no chão em questão de segundos. Ele estendeu uma mão para mim.

‘Não devia estar aqui à essa hora’ ele diz, deixando-me triste. Mesmo assim, decido que vou enfrentar tudo. Solto-me dele e vou pegar o sobretudo no chão.

‘Queria lhe entregar isso’ digo, estendendo o sobretudo para ela.

‘É uma noite fria demais. Você precisa mais do que eu.’ Eduardo pega o seu sobretudo e o enrola envolta de meus ombros e no processo ele me abraça por trás de forma carinhosa, mas acontece rápido demais e eu não sei o que aquilo significa. A gente deixa os homens gemendo atrás de nós e continuamos a andar. Eduardo me leva para a porta da sua casa. Vai na frente. ‘A casa está parcialmente limpa e mobiliada, Jesus. Perdoe-me.’ Ele abre a porta. Em vez de responder pela sua desculpa banal, eu pergunto:

‘Eduardo, está com raiva de mim. Por causa do meu tio? Ele falou aquele monte de coisa de você. Olha, estou muito envergonhado e não quero que pense mal de mim.’

Eduardo abre a porta da sua casa e se vira para mim. Ele me encara por tanto tempo em silêncio que chego a sentir medo da resposta. Acho que ele me odeia. Sinto vontade de correr do que sentir aqueles olhos vermelhos me odiando.

‘Com toda a sinceridade que existe em mim, acho que nunca vou poder sentir algum sentimento negativo por você.’ Ele fala daquele jeito que me deixa confuso, tão cavalheiresco e galante. Tão fora de época. Tão sincero.

Eu vou até ele e lhe dou um abraço apertado, encostando meu rosto no seu ombro e sentindo o cheiro atraente do seu pescoço e cabelo longo. Sinto falta de alguma coisa naquele abraço, mas ele me aperta com uma força que de novo me surpreende e que me faz esquecer de qualquer dúvida na minha mente.

‘Você não devia estar aqui’ ele diz. Acho que ele cheira a minha nuca, ou talvez tenha sido apenas o meu desejo. Aquele é só um abraço amigável…

Ele se solta de mim.

‘Por quê?’ pergunto.

‘É uma vizinhança ruim. Aquilo que ia acontecer com você… uma coisa horrível. A única coisa que me impediu de fazer uma coisa horrível foi o seu rosto assustado.’ Eu me pergunto como ele enxergou o meu rosto no escuro.

‘Eu queria pedir perdão.’

‘Jesus pedindo perdão?’ ele fala, brincalhão. Seu senso de humor com a divindade é bem aberto e eu me surpreendo, mas mesmo assim dou um sorriso.

‘Não tem medo de ir para o inferno?’ pergunto. Eduardo abre-se num sorriso ainda maior.

‘E você, Jesus? Não tem medo de ir para o inferno?’ Ele enrola um braço ao redor da minha cintura bem em cima do meu bumbum e sussurra com uma voz rouca em meu ouvido. ‘Eu consigo sentir seu calor seu coração batendo rápido, seu sangue fluindo em grande quantidade para a parte de baixo do seu corpo.’ Ele dá um beijo na minha garganta. ‘Oh, meu menino, tão doce. Me deixa maluco. Isso não pode acontecer.’

‘Pode’ falo. Fico todo arrepiado quando ele me chama de ‘meu menino’.

‘Não sabe o que está fazendo, garoto danado.’

‘Sei.’ Só consigo falar uma palavra de cada vez. Sua força é enorme e me embraça possessivamente. Mordo o meu lábio quando ele lambe o meu pescoço mais uma vez. ‘Você é tão forte.’

‘Não, sou fraco, fraco demais. Percebo isso mais e mais a cada momento que passo ao seu lado.’

‘Faça o que quiser fazer comigo, Eduardo.’ Sua barba está pinicando a minha nuca. Sinto-me fraco e tremendo, meu corpo está entrando num estado de transe louco onde eu estou sendo atraído para ele mais e mais. ‘Sou um garoto grandinho. Você consegue sentir o meu corpo? Então sabe o que eu quero. Sabe muito bem, porque eu consigo sentir o seu corpo também. Quando coloca seu braço ao meu redor não penso em mais nada a não ser no quanto eu quero que você me aperte mais.’

‘Então, Jesus, entra na minha casa.’

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Kempzz: e vc tá sendo muito fofo, eu não mereço isso, kkkkk. obrigado. estou muito feliz que tenha gostado. é por isso que to postando esse, pq eu já tenho alguns escritos e é mt força de vontade pra n apertar no botão enviar. se alguém reclamar, eu peço que vcs venham em minha defesa. kkkkkk.

S2DrickaS2: o cara lá reclamou que eu tava postando muito ashashausasu, como sempre divando nos comentários, sempre me coloca um sorriso no rosto, obrigadinho. estou também postando por sua causa, então peço que se alguém reclamar vcs me defendam pq eu sinto q estou abusando de vcs já.

Edu19>Edu15: ok, n consegui me segurar, continuei.

Yami : sou lindo! ahhaha. obrigado, é pra se achar mesmo pq olha um dos melhores comentários. obrigado por ainda n ter me abandonado.

WhiteChocolate(*): senhor, muito obrigado! que bom que gostou dos capítulos. muito obrigado pelo comentário gordinho e lindo, me emociona de verdade. um beijão e volte aqui viu?

lu6454: vai nada. o menino é mais fogoso. kkk

crys12: ok, crys, desculpa por não ter perguntado logo. hahaha. obrigado, também por vc que postei hoje. só vou tirar print e mostrar pra quem reclamar depois. hahaha.

Helloo: AQUI ESTÁ O PRÓXIMO, hahaha. espero que goste.

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Comentários

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muito bom. quero um vampiro desse na minha vida

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Acho que vou me achar mesmo kkkkkk cara não ligue para a reclamações continue postando como quiser e de onde você tirou essa idéia de eu abandonar de ler o conto e eu não acredito que você escreveu "Obrigado por ainda não ter me abandonado"😥 nunca cogitei isso é você terá que me aturar até o final desse conto e se for escrever outro terá que me aturar também kkkkk😊 Agora comentando o capítulo :eu adoro o senso de humor do Eduardo com as brincadeiras com o nome de Jesus e que padre chato atrapalhou o EduJe e agora o Jesus vai ver os encantos de Eduardo e tomara que ninguém atrapalhe agora.E que mania esse escritores tem de para na melhor parte chega parecer novela kkkkse ansiedade mata-se...Bom o que eu tenho pra lhe falar é que a história é 10,o escritor é 10,a escrita é 10 resumindo tudo perfeito, infelizmente a nota máxima é 10 mas por mim seria BEM MAIOR e já vou lhe falando não ligue muito para(se aparecer uns engraçadinhos) as reclamações está tudo perfeito e eu estou amando nota 10000 e ansioso pelo próximo...Um Beijo!!!! 😘

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Capitulo incrível. Eu adoro o Eduardo, ele é muito legal. Espero que Jesus fala pra ele sobre o padre. Bjs.

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Não liga para os meus erros! Maldito corretor!!! Nem para eu ler antes!

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Quase morri de rir com essas piadas sobre Jesus kkkk (essa última foi a mais kkkk). tô vendo que o padre vai dar trabalho, já tá até tentandodescobrir como matar o Eduardo... parte aqui tem muitosimples escritores malvados a sempre param na parte que tá começando a ficar interessante??? (todos os seus contos estão muito interessantesobre até agora!) Isso é crueldade ainda bem que vc não demora para postar! E quanto a postar os capítulos rápidos demais... isso pra mim e muito bom!!! Quanto mais melhor! Bjs e Abraço...

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Puta que pariu!!! Como assim?? Acabou novamente na melhor parte. É agora que Jesus vai sentir o poder de Eduardo kkk Só espero que o padre não atrapalhe dessa vez. Obrigado pela consideração e ter postado novamente hoje. Você é 10! E ó já te disse, pode postar a vontade e saiba que eu vou ler sempre. Tua escrita e teu detalhamento me fascinam e é claro, eu quero ler essa história até o fim.

Bjos baby e até loguinho gatinho. . . A.

Ps.: Eu ia fazer uma piada infame, mas deixa para lá.

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