Meu macho, meu amor. (Parte - 07)

Um conto erótico de Carter26
Categoria: Homossexual
Contém 4365 palavras
Data: 02/09/2015 14:37:38
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Sobre Flávio ainda está comigo, bem... acho que não teria graça se eu falasse, mas estou bem e ele tbm. Eu contava minha história pra um amigo que conheci aqui faz uns anos já. Ele escrivia uns contos muito bons, mas o dito cujo sumiu. Antes do sumiço ele sugeriu que eu contasse um pouco da minha trajetória com Flávio pq era bem bacana, embora eu ache ela um tanto complicada. Aí resolvi relatar um pouco dela e confesso que é bom escrever o que vivi com ele. Mas estou falando muito, vamos ao que interessa. Boa leitura e espero que gostem.

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Parte: 07 - Verdades

O mecânico olhava o motor enquanto, lá fora da oficina, Flávio discutia com uma mulher.

- Eu já não faço mais parte de operação nenhuma. Deixei isso claro há dois meses atrás.

A mulher era loura, bonita e com o semblante duro: Olha, se vc quer jogar tudo pro alto agora...

Ele duro: Eu não estou jogando nada pro alto!, só não vou mais usar o...

Ela o interrompe: Mas vc já fez isso, lembra? Não contou nada ainda, contou?

Flávio: É o que eu mais quero. Mas tenho medo de fazer isso. Ele é muito frágil.

A loira com desdém: Ahh, a gazela é de porcela. Vc me dá náuseas. Mas esculta aqui, aquele menino é mais forte do que vc pensa. Abra logo o jogo pra ele e pare 'você' com essa coisa de poupar o garoto.

Flávio: O que vc faria no meu lugar?

Ela respondeeu de prontidão: Falaria a verdade. Vc espera o quê?!, contar quando uma bala tiver na cabeça dele?

Flávio tremeu e suspirou. A loira viu a tristeza no olhar dele e falou com a voz mais branda: Olha, tivemos que montar outro aparato sobre ele e mudar planos, tudo isso por vc. Eduardo tá de olho em vc e estamos fazendo o que pudemos pra te ajudar. Mas vc ta se predendo de mais nesse menino, e tá deixando algumas prioridades de lado.

Flávio: Eu só não quero mais envolver Bruno nisso, eu trabalho em outra operação, menos nessa.

A loira: Olha, ele deve saber mais alguma coisa que pode ser crucial. Vc já ta nessa, conte logo a verdade e tenho certeza que ele vai ajudar vc e a nós.

Flávio: Vou contar, quando for necessário. Mas agora tenho que pensar em cono fazer isso e não vou meter ele em nada. Nem que pra isso eu me mude de cidade.

A loira surpirou e colocou seus óculos desistindo do assunto: Ótimo. Mas uma hora ele vai saber de tudo e se não for pela tua boca, bom, não sei mais o que dizer. Fica ao seu critério.

Ela ligou seu carro vai embora cantando pneus. Flavio ficou olhando pra ela e ouve o mecânico chamando-o. O celular de Bruno tocava na porta do carro. Ele olha no visor do celular e ver o nome "Mãe".

Atendeu para dizer que Bruno tinha deixado o cel no carro quando a mãe dele interrompeu: Bruno, meu filho vem pra casa agora. Tem alguém que chegou de viagem hoje e quer te ver.

*

Fico estático enquanto sou abraçado. Não esperava ver aquela pessoa alí, nem em nenhum outra parte da cidade ou do país. Minha irmã dá um pulo de alegria e me beija o rosto com afeição.

Ela: Bruninho lindo(beijo), quanto tempo meu pequeno (beijo).

Eu tinha esquecido o quanto ela era melosa: Brenda... Não espera ver vc. To pasmo.

Ela: Eu sei, peguei os pais de surpresa tbm, viemos pra festa deles.

E então apresenta o marido, alto e loiro com os cabelos platinados, bem Gringo mesmo, e uma coisinha lindinha chamada Adam, loiro igual ao pai e gordinho que bem a mãe, que era meu sobrinho de 2 anos. Pego ele do colo do pai e fico meio abobalhado com ele... era muito lindo. Muito fofo. Jess se alto apresenta aos recém chegados assim como George. Meus tios ficam meio avulsos e eu fico envergonhado.

Vou até eles e dou um abraço nos dois: Bênção tio, bênção tia. Que saudades de vcs dois.

Minha tia já lacrimosa: Mas como pode dois sobrinhos que não vejo faz anos virem aqui por acaso - ela fala quando explico que tinha vindo chamá-los e que não sabia que Brenda estava na cidade.

Brenda: Cheguei em casa depois das 2 da tarde, a mãe ligou pra vc mas vc não atendia, aí vim aqui com o Franck (o marido dela) ver meus tios. Que coincidência heim, maninho.

Tio: Mas os pais de vcs não vão ficar zangados com a nossa presença?

Eu: Tio, eles sentem falta de vcs, mas não admitem por orgulho. Assim como vcs.

Conversa vai e conversa vem e todos riem, brincam com Adam e lembram da nossas peraltisses. A tia lembra de quando Jess quebrara o jarro preferido dela e que ficou perplexa quando a mesma colou tudo bonitinho e devolveu à ela. George falava de futebol com meu tio e cm Franck - embora eu duvidasse que ele entendesse alguma coisa dita, mas ele ria e assentia educadamente. Eu brincava com meu sobrinho. Brenda, tia e Jess conversavam sobre elas mesmas e tia contava suas histórias vividas. Então eu ouço por alto e finjo não prestar atenção.

Brenda: E o Vítor? Vcs tem falado com ele?

Tia: De vez em quando. Por telefone. Ele diz que agora está fazendo faculdade de química orgânica em uma escola da europa. Não falou bem aonde, mas disse que estava bem e que voltaria assim que... bom, quando ele vier eu estarei aqui.

Ouço ela fungar e decido sair dali com Adam e vou pros jardins. Brinco com ele até ele chamar pela mãe, provavelmente com fome. Ele se apegara fácil a mim que eu quase o levo no meu bolso comigo. De noite, meus tios vão com a gente até a casa dos meus pais e é aquele alvoroço todo. Meu pai e meu tio se abraçam, minha mãe e minha tia choram e todos eles paparicam Adam. Deixo George e Jess em suas casas e volto pra minha. Pego telefone e ligo pra Flávio. Digo que vou pra facu no carro dele pq, apesar de ser sábado, o professor resolvera dar uma aula extra antes das férias. Ele não viu problema mesmo pq meu carro só sairia da oficina depois das sete. Depois da aula eu encontrei ele no nosso apê pra ajudar na mudança, mas disse que tinha que ir pra casa pq meus pais estavam dando uma festinha pra minha irmã e cia. Convidei ele, só que o mesmo disse que não podiria

Eu: Flávio... hey, vc ta triste. O que houve?

Ele dá um risinho: Não é nada. Só queria ficar com vc hoje.

Eu: A gente vai ter tempo pra tudo. Espere só um pouquinho.

Ele estava estranho, não vi o brilho costumeiro nos olhos dele e o sorriso estava muito cansado.

Pergunto quanto foi o conserto do carro, mas ele diz que não foi nada, digo que vou pagar ele querendo ou não.

Então a semana passa rápido. Minha irmã disse que iria ficar só até depois da festa dos nossos pais; ela e minha tia faziam uma parceria para deixar a festa impecável. Minha mãe sabia de poucas coisa pq Brenda queria que boa parte da festa fosse surpresa para ela e meu pai. Minha casa ficou uma loucura e sempre quando eu saía do trabalho, ia direto brincar com Adam. Me apeguei ao garoto de uma forma assustadora. Acredito que todo tio seja assim kkk. Flávio viajou na terça à Brasília para falar com o superintendente da garda nacional a respeito do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Sinti um frio pq pensei que talvez pudessem mandar ele para longe mim, mas ele me garantiu que não ia sair da cidade, porque ele viveria comigo agora e disse que voltava na sexta. Na quarta levei Adam num parque com Jess e Diogo. Ambos brincavam feito dois patetas com o menino e eu me senti meio enciumado sobre meu sobrinho e aqueles dois bobocas. Diogo pegava ele e jogava para cima, o mesmo é alto, moreno claro e forte em todos os aspectos. Os cabelos de Diogo são encaracolados - estilo Hobbit - e bem bonitos. Sempre tive vontade de ter os cabelos dele, mas a vida não me deu essa sorte. Na quinta trabalhei de mais e se não fosse as férias da facu eu estava fodido. No mesmo dia de noite deu um temporal louco e parte da barraca que colocaram atrás de casa para festa, foi pro ralo. Então minha tia liga e diz que podíamos fazer a festa na casa dela pq o espaço lá é agradável e amplo. Eu gostei da ideia, amava a casa dos meus tios por ser grande, linda e rica. Na sexta estava tudo pronto e faltava algumas coisas, claro, uns detalhes foram improviso de ultimo momento, mas quando fui lá deixar o carregamento de flores eu quase cai pra trás.

O lugar parecia ter saído dos livros de contos de fadas; quintal enorme da tia, gramado até onde a vista alcançava, estava com uma tenda de pano enorne, cadeiras cobertas de plástico caso chovesse, mesas redondas espalhadas por todos cantos e tudo mais. Fiquei impressionado com o trabalho de minha irmã e minha tia. Era umas cinco horas da tarde quando Flávio liga e diz que ta na cidade, vou até ele e resolvo levar Adam. Pedia à mãe dele para irmos, nois dois, encontrar uns amigos e talvez eu apresentasse Adam à uma gatinha. Ela ri e deixa. Levo ele até o apê de Flavio... digo, meu futuro apê tbm, e Flávio logo se encanta com o garoto. Dou um beijo no meu macho e então ficamos brincando com o garoto enquanto o mesmo falava umas palavras estranhas em inglês ou português. Adam cai no sono depois de devorar um pote de sorvete e eu aproveito pra namorar meu homem. Ele está sentado no chão encostado no sofá e eu resolvo ficar em cima dele. Beijo ele com vontade e logo sinto o pau dele endurecer de leve por debaixo da calça. Então a campainha toca e eu olho pra Flávio.

Eu: Esperava alguém?

Flávio: Puts, esqueci, amor. Hoje ia ter uma festinha aqui. Ia.

Eu: Não, eu levo o Adam pra casa e vc curte ai, grandão... vc merece.

Flávio: Mas eu queria te apresentar aos meus amigos. Oficializar.

Olho pra Adam que dorme profundamente no sofá e decido ficar um pouco. Coloco meu pequeno na cama de Flávio e vou pra sala e quando chego lá vejo os 'amigos' de Flávio. Um era forte e bruto como meu macho, com a cara redonda e vermelha. Outro bonito e educado, outro loiro e alto de mais. Entre eles estavam a mulher falsa de Flávio a loira Janaina. Não falo nado e espero. Pelas minhas contas tem uns 7, incluindo Flávio, policiais federais ali.

O cara da cara redonda fala numa voz embargada: É esse aí, Flávio? Por Deus!, aproxime-se mais meu jovem, deixa eu te dar uma olhada.

Eu vou tímido até eles, uns olham e sorrem, outros cochicham e eu me incomodo. Um loiro alto fala: Bruno né? A paixão do Flávio.

Eu coro e olho pra Flávio e ele diz: Eles sabem que sou gay. Relaxa que eles não tão nem aí.

O gordo com a cara redonda: Fala, guri. Como vc aguenta esse cara na cama? Vc é muito pequeno pra ele - e aponta pra Flávio.

Flávio: Antoni... Já vai começar?

Os outros estão rindo. Falo com firmeza: Pq quer saber? Ta com medo de não aguentar quando alguém como do tamanho dele te pegar tbm?

O cara me fita e penso que o ofendi. Então ele explode em gargalhada junto com os outros e com isso cada um se apresenta. Noto que todos são muito legais e logo vejo eles pela casa à vontade. Uns abrem uma garrafa de vinho, uns fazem algo de comer e uns estão na sala vendo tv e falando com Flávio. Eu converso com um policial pequeno sobre a narcóticos quando ouço uma das policiais falar pra loura.

- Ele é lindinho. Eu o amaria fácil tbm, muito educadinho.

Sinto a loira me olhar: Flávio ta amarrado a ele de mais. Tenho medo disso quando ele contar que...

Uma explosão de gargalhadas explode no meio da sala quando Antoni termina de contar uma piada. Vou até ao quarto ver se Adam não acordou e Flávio me acompanha. Meu sobrinho ainda dorme bem. Então Flávio me abraça por trás e me dá um beijo na nuca.

Flávio: Eles são loucos né? Nem parecem policiais.

Eu rio: As vezes temos que espairecer, tirar as formalidades. E eu queria falar com vc.

Ele: O que é?

Me encosto mais no peito dele e sinto a jeba dele mole por debaixo do short. Falo: A Janaina tava no pub no dia que eu te conheci, não estava? Eu fiquei encucado com ela faz um tempo, mas não lembrava de onde. Hoje vi ela com o batom vermelho e lembrei.

Ele continua o abraço e fala: Ela tava lá sim.

Eu: Vcs estavam juntos? Lembro de vcs estarem em mesas separadas.

E eu me lembrava bem. Deixei no taxi a menina que eu pretendia fuder e quando voltei pra procurar Flávio, a loira me olhou com um olhar sugestivo (cap. 01). Nem tinha dado bola pra ela e ela pareceu meio desapontada. Flávio fala: Estávamos em missão.

Algo me incomoda no tom de voz dele e quando vou perguntar meu celular toca. É Brenda e quer o filho de volta, digo que já estou indo. Olho pra Flávio e ele parece meio triste de novo. Seja lá o que fosse que o pertubava tbm me deixava pertudabo: Hey, grandão, fala pq vc tava em missão naquela noite e mesmo assim saiu comigo.

Nessa hora um dos amigos pega Flávio pela camisa e puxa ele. O homem, como noto, está razoavelmente bêbado e pergunta a Flávio sobre os vinhos da Capadócia que Flávio comprara. Vejo que agora não é hora pra conversar com Flávio, mas sinto algo muito ruim rodeando nossas cabeças. Flávio diz um "Confia em mim que eu vou te contar tudo. Não agora. Amanhã". Me despeço dos amigos deles e uns me dão um abraço, outras pedem meu número, outros dão uma piscadinha pra mim. Eram uns loucos.

Flávio falando " confia em mim" me deixa ainda mais preocupado e na volta pra casa penso e repenso sobre o que uma missão e a presença de Janaina naquela noite em que a gente se conheceu no pub, significava assim de tão grave. Sou um cara que não sou muito curioso, mas aquilo de certa forma envolvia a mim. Então sábado chega e junto com ele a festa dos meus pais. Como recebi dispensa do trabalho hoje, durmo até tarde. Um dos motivos da dispensa era que meu patrão tbm iria vir à festa. O dia estava lindo e azul, bom para se fazer bodas de prata. Meus pais eram pessoas que se amavam e amavam a família, nunca vi pais tão amorosos e compreensíveis. Todas as mulheres vão pro salão de beleza enquanto o restante da macharada arruma aqui e ali sempre com a supervisão de Brenda. Eu não tive tempo para ver Flávio então decidi deixar a nossa conversa na hora da festa, ligo pra ele e o mesmo concorda e diz que vai me buscar às seis. Visto um smoking azul escuro e a gravata borboleta incomoda bastante. O smoking está apertado nos braços eu sempre me irrito quando mexo um deles, queria ir com uma roupa normal, mas minha irmã pirou quando propus isso. Espero Flávio chegar e quando a Dodge Ran dele para na frente de casa e ele desce do carro eu perco o ar. Ele estava em um Terno slim preto com fios azulados, parecia um Deus em uma roupa que não o merecia. Os cabelos aqui e alí com fios brancos estavam penteados e ele ria com marotagem pra mim.

Flávio pega minha mão e fala: Bonsoir, monsieur. Je suis venu pour vous rendre à votre destination. (Boa noite, meu senhor. Vim buscá-lo e deixá-lo em seu destino).

Eu: Gracias.

Ele ri da minha piada sobre os idiomas: Vamos então?

Eu: Flávio, vc tem certeza que vai falar com meus pais sobre nós dois?

Ele: Sim, estou de colete à prova de balas.

Ao longo do caminho vamos brincando dentro do carro, ele da uma paradinha no semáforo e enquanto espera o sinal abrir ele se inclina pra mim e dá um beijo calmo e gostoso. Passa o a mão grande no meu rosto e fala: Vc ta lindo, amor.

Eu: Obrigado. Vc ta incrível tbm. Aposto que todas e todos da festa vão babar vendo vc.

E babaram quando chegamos. Fico ao lado do Flávio e ouço murmúrios sobre quem era aquele homem ao meu lado, lindo, forte, alto e com um ar imponente. As meninas ficam loucas querendo saber mais sobre ele e eu logo digo que ele é compromissado. Meus amigos estão alí tbm na festa assim como outros parentes e amigos próximos. Meus pais chegam na festa e recebem um novo casamento, um amigo pastor renova as forças dos dois para que o casamento dos mesmos dure muito mais anos. Depois disso eles dão um beijinho. Minha mãe tem 47 anos e meu pai quase 60. Tiveram filhos ainda muito jovens mas souberam criar todos eles bem. A festa segue ao som eletrônico e valsas de quando em vez.

Então chamo meus pais até um quarto de hóspedes no andar de cima da casa para contar sobre Flávio e eu. O frio invade minha barriga e eu sinto uma ansiedade que me faz tremer. "Ainda bem que to de colete à prova de balas", lembro de Flávio falando isso e me preocupo é comigo que estou sem nenhum. Ele e eu já estávamos planejando em como dizer que íamos morar junto e revelar nossa relação. Flávio está ao meu lado sinto tranquilidade fluir dele. (Lembro desse dia, eu pensei que ia ter uma síncope kkk). Flávio fica do lado de fora do quarto e entro com meus pais. Eu iria chamar ele quando fosse a hora.

Eu nervoso: Pai, err.. hunhum... mãe. Quero aproveitar a ocasião...

Minha mãe: Para dizer que está com alguem. Acertei?

Eu olho surpreso pra ela e meu pai me estuda bem: Mãe, como a senhora...

Ela rindo: Da pra ver na sua cara, meu filho. Vai apresentar ela pra nós?

Ela. Ela. Ela. Ela. Ela. Ela. Aquilo me deixa tonto.

Meu pai: E então Bruno, vai ficar parado aí? Bruno, vc tá pálido. Ta se sentindo mal?

Eu: Não! Não, não... errr to bem. Mas é que vou sair de casa e morar com essa pessoa.

Minha mãe: Menino, mas assim tão rápido?

Eu: Bom, dependendo da reação de vcs acho que é o melhor.

Meu pai: Como assim?

Respiro fundo e vou tremendo até a porta. Eu não ia aguentar, eu ia morrer do coração. Abro a porta e falo um "vem" vacilante. Flávio entra e seu rosto é sereno. Bom, ele era forte, grande e daria conta de uns 10 homens de uma vez. Eu era esbelto e apanharia fácil de uma senhora e um senhor de idades notáveis. Minha mãe põe a mão na boca e meu pai ainda está com o olhar confuso.

Eu: Pai, mãe... quero que vcs conheçam meu namorado.

A reação de meu pai me pega de surpresa. Ele dá uma gargalhada a ponto de ficar vermelho. Ele fala: Bruno, meu filho. Meu caçula (risada), meu filho que amo - então ele para de ri e me encara sério - é gay.

Ele vem até mim e me pega pelos ombros, no mínimo levarei dois socos, penso, ou talvez ele bata em Flávio primeiro, esse último pensamento me deixa tranquilo pq ele não machucaria Flávio pq o mesmo era forte. Então meu pai fala: Eu confesso que não esperava isso. Mas to feliz pq vejo que ta feliz, meu pequeno. Era o Vítor não era? Não existia menina nenhum naquele tempo existia?

Eu tinha entendido a pergunta dele e meus olhos ardem: Pai... eu não queria contar, mas não estava enganando vcs...

Minha mãe: Filho... acalme-se. Não estamos dizendo isso, é que desde aquele tempo já imaginávamos que vc e seu primo...

Meu pai: Filho, tenho 58 anos, sou um homem que lutou pra ter o que tenho hoje, sempre batalhei para dar aos meus filhos tudo aquilo que eu não tive. E se vc ta feliz com quem que seja, eu estarei feliz, Bruno.

Eu estou lagrimando e quando ele se dirige a Flávio eu fico nervoso: Como vc se chama, rapaz?

Flávio: Flávio Augusto, senhor.

Mau pai: Vc não acha que é um pouco velho pro meu filho?

Todos rimos e meu pai continua: Escute aqui, Augusto, esse garoto vale ouro. É meu filho que mais prezo, é o meu caçula. Cuide bem dele, cuida bem desse menino pq ele merece alguém bom pra ele, me entendeu? E ai de você se fizer algum mal a ele. Eu te mato de maneira atroz, entendeu?

Vejo que ele está brincando e falo: Paiii.

Flávio rindo bondoso: Sim, senhor. Amo seu filho e vou fazer o possível para ele ser feliz.

Meu pai pega na mão dele, a altura de ambos me deixa meio bobo, meu pai batia no ombro de Flávio.

Minha mãe dá um abraço nele: Bem vindo a nossa família, meu rapaz. Cuide do meu filho assim como cuidaremos de vc.

Meus brincam conosco e falamos sobre quando e como Flávio e eu conhecemos. Eu pego a mão de do meu homem e falo o básico e quando digo que ele é policial federal eles paparicam ainda mais o genro. Flávio estava radiante e incrédulo pq esperava palavrões, algumas pragas e coisas do gênero. Meus pais dizem que devemos voltar pra festa e antes nos dão a bênção.

Pai: Vamos combinar uma bolinha, heim Flávio.

Flávio ri: Claro, seu Bernardo.

*

A festa já estava uma loucura, algumas pessoas estavam altas de mais e outras dançavam na pista improvisada por Brenda. Então pego a mão de Flávio e o arrasto pra parte mais distante do jardim.

Ele: Seus pais são muito especiais. Assim como o filho. E já vi de onde vc herdou esse senso de humor.

Eu abraço ele e vou direto ao assunto: Flávio, agora me conta tudo.

Uma música toca ao fundo e eu sinto ele se embalar levemente ao toque da batida: Eu te enganei.

Eu não querendo olhar nos olhos dele: Isso já conclui sozinho.

Flávio: Estamos atrás de uma pessoa a mais de dois anos, e descobrimos há menos de 7 meses que ele tinha voltado aqui. Que estava aqui - fico em silêncio com a cabeça no peito dele. - Então descobrimos que possivelmente essa pessoa estaria atrás de outra aqui na cidade.

Eu já estava chorando, mas Flávio continua: Seu primo está por trás de uma organização criminosa, ele comanda um cartel de drogas. Naquele dia no pub, Janaina iria te seduzir para ver se descobrisse algo sobre Vítor. Ela falhou, mas eu obtive êxitos.

Me afasto dele e dou um soco firme em seu queixo. Viro as costa e faço menção em sair de perto dele, Flávio me segura e fala: Deixa eu terminar, Bruno. Por favor.

Eu: Para quê? Pra ver se tira alguma informação valiosa de mim? Talvez eu venda drogas na minha casa e organize um assalto a cada semana para manter meus luxos criminosos. Me solta. Não tô com raiva de ti, mas de mim mesmo.

Flávio: Quando fiquei com vc no motel, eu me apaixonei por vc. Depois de dois dias eu desisti da operação, não iria usar vc em nada. Entenda, não faço parte de nada a não ser de sua vida. Eu te amo. Eu te amo. Por favor, Bruno.

Ele estava sério mas eu vi dor em seus olhos: Vítor ainda está na cidade?

Então tudo se ilumina e vejo a verdade que estava na minha cara. Vítor se envolvera com o crime quando eu e ele estávamos juntos, foi embora pq se cansou de mim e queria, provavelmente, uma vida ao lado de uma mulher e não de um viado. A polícia federal estava atrás dele e quando souberam do passado dele resolveram me investigar. No pub estava Janaina pra me seduzir e não Flávio, mas pelo acaso escolhi ele. Agora Vítor tinha voltado para talvez rever os pais e... calma. Tinha algo estranho ainda. Lembro do carro fumê, do telefonema estranho e tudo gira.

- Naquele dia, no seu carro, quando íamos pra alter do chão, era ele o tal chefão?

Flávio: Não sabemos ainda.

Meu coração batia forte que chegava a doer: E pq ele voltou?

Flávio fala com a voz irada e fecha os punhos: Acredito que seja por vc. Em um das buscas em um hotel cinco estrelas, encontramos um celular quebrado e uma foto sua rasgada e ambos estavam com Vitor como foi comprovado pelas digitais deixadas e...

Eu já não ouvia mais ele. Eu tinha entendido errado. Vítor se envolvera com o crime e para me poupar resolveu me deixar para trás. Agora ele tinha voltado por mim, para me vê. Ele estava aqui por mim. Ele ainda me amava assim como eu amava ele. Como um doente eu dou um riso de alegria e vejo uma oportunidade de ver novamente meu amor.

ContinuaSim. Podem me atear fogo e dizer que sou um louco. Flávio ali, todo se explicando e eu sonhando com Vítor. Posso dizer uma coisa, algumas pessoas não merecem outras, e eu não merecia Flávio. Mas tudo pode mudar né. Vamos ver quais burradas fiz. Desculpem por ter não ter postado onten... estou meio doente de gripe rs. Beijos a bagsy, R.Ribeiro, S2DrickaS2, holli, Kevina, esperança, Anjo Sedutora, lucassh, Martines, Jeff08, Fernando808, Atheno, Plutão, Edu19>Edu15, LC..pereira, Pequerrucha, crys12 e se esqueci alguém, saiba que esqueci no meu coração rs. Flw, meus parças.

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Comentários

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P.S.: ja fui a alter do chao e acho que fiquei na mesma pousada onde vc ficou... muito lindo o lugar: Caribe Amazônico.

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Comecei a ler ontem e ja to com vontade de estapear o Bruns... apesar que vivi um amor bandido e fiquei cego tbm!! Amando o conto!!

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Olhaaa muito bom se é doido mesmo rsrsrs. . . Gostei muito do conto e vou indo ler o outro!

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Dando risada pq vai ver Vitor bem na cara do Flavio, ai quando for chorar pq vai quebrar a cara de novo,quem vai te ajudar? Isso mesmo. Flávio. Você foi otário e não foi pouco cumpade

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Caracas sabia q o Vitor tinha seus motivos para deixá-lo. Não o culpo por pensar nele kkk mas Flávio é a melhor opção mesmo. Abração

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Não sei o que dizer!Ansiosa para ler o próximo capítulo.

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Oi? Para o mundo quero descer.

Como assim??? Q loucura.

Eu concordo com o Fernando808 e com Lucassh.

Ai que raiva heim? Melhoras para vc meu lindo.

Bjos e até a próxima. A.

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nao foi surpresa pra mim, ja esperava por isso... Continua q ta massa!

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Que ódio de vc porra tomara que o Flávio não queira mais saber de vc.

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Omg!!! Nao sei nem o que dizer desse capitulo, foram tantas emoçoes q to no chao kkk Mano, ja imaginei no começo do cap q fosse algo com o Vitor, o Flavio errou e estou qiase certo q vc vai errar com ele tbm :/ Mas bora la, to mto curioso pra ver o que acontece!! Abraço, e melhoras!

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Caraca, meu. Quer morrer queimado com gasolina comum ou aditivada? kkk. Nem sei o que dizer mas espero que não largue o Flávio. Aliás, sou do Pará tbm e uma vez fui ao Alter do chão e teve um temporal, será que não foi no mesmo dia em que vc se afogou? Podia deixar um email ou coisa do tipo pra vc trocar umas ideias heim. Abraços e melhoras.

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Nao vou falar nada, estou muito decepcionado para isso -_-

Mas... continua logo pelo amor de Deus qhsauhsauhsau, Abraços

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