Até Você Ser Meu - Capitulo 7

Um conto erótico de Jader Scrind
Categoria: Homossexual
Contém 3940 palavras
Data: 04/08/2015 22:47:05
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu só constatei o óbvio: Nada mudou na minha maneira de ver as pessoas na academia. Nenhum daqueles caras me chamava a atenção, fossem os senhores de quarenta e tantos anos que levantavam tanto ferro a ponto das veias das suas cabeças saltarem ameaçando explodir, quanto os rapazes da minha idade que só iam pra treinar alguma luta da moda ou fazer os braços e peito incharem porque sabiam que assim atrairiam garotas como a lâmpada com certeza deve saber que vai atrair os pernilongos. Eu já nem espiava as mulheres mais bonitas que desfilavam de equipamento em equipamento, eu ja nem pensava em como seria ficar com uma delas, embora ainda as achasse bonitas. Só pensava em uma pessoa, ou então em ninguém especifico, numa analise do Grande Sertão: Veredas que precisava fazer para a aula dessa noite, livro que eu nunca li de verdade, só resenhas e uns trechos soltos, mas que conhecia passo a passo da história. Riobaldo amava Diadorim, mas nunca se permitiu ir em frente, pois Diadorim era homem e Riobaldo era cabra macho incapaz de ficar com outro homem. Diadorim morre no final e Riobaldo descobre, então, que na verdade Diadorim era uma mulher que se vestia de homem para conseguir viver numa espécie de vida de cangaço e se vingar do homem que matou seu pai. Nao sei se é exatamente isso, mas a parte principal do que eu queria abordar - refletia enquanto trocava de aparelho, peito, bem onde William havia me beijado por último, antes de me abraçar e dizer que estava confuso e assustado com o que estávamos fazendo - era esse sentimento que precisou ser reprimido e nunca trouxe um momento de felicidade para as personagens. Diadorim morreu, Riobaldo passou a vida lembrando das aventuras que os dois viveram juntos. Ninguém Foi Feliz. E quem ganha com isso? Por que Riobaldo nao podia simplesmente ir em frente e tentar alguma coisa com Diadorim? Claro claro, uma hora ou outra ele descobriria que Diadorim era mulher, mas e se nao fosse? Aí estaria certo essa historia acabar assim? Os dois separados, infelizes? Com toda força puxava o equipamento para junto de mim e o afastava, raiva, fúria. Por que? Por que essas pessoas ao meu redor nessa academia e que apertam a minha mao quando me veem se preocupam tanto com o que eu faço da minha vida, por que dariam as costas se me vissem chegar com Wiliam e quando uma garota assanhada viesse pedir para eu apresentar meu amigo, eu dissesse "Ele é mais que meu amigo". No fundo, eu entendo que Riobaldo sofresse muito com medo de o que os outros pensariam. Mas nao aguento saber que ele nunca nem sequer tentou. E se arrependia pelo resto dos seus dias. Eu podia estar errado, mas meu erro seria por ir longe demais, e nunca por não ter ido.

- Noite boa, hein? - alguém disse ao meu lado, estraçalhando minhas divagações. Era o Daniel, amigo da academia desde que eu entrara ali ha tres anos, e que adorava o puxador alto onde estava agora, fazendo as costas ao meu lado.

- Oi? - perguntei surpreso, como ele sabia que minha noite foi boa? Estava na festa? Me viu entrando no quarto do Wiliam? - Como assim, cara?

Ele riu alto. - Olha no espelho o tamanho do chupão no teu pescoço, e teu ombro ta cheio de dentada cara. A Marina tava inspirada, hein...

A marca agora estava entre o roxo e o preto, Wiliam parecia mesmo disposto a arrancar um pedaço de mim naquela hora, e conseguiu, arrancou minha porra, mas foi de um jeito diferente, não menos delicioso, sorri com a lembrança. - Ah, isso... É minha noite foi mesmo muito boa, mas escuta, cara, tu sabe de algum jeito de eu fazer isso sumir ate a noite?

- Olha, eu diria pra voce ficar pressionando um gelo em cima, mas desse tamanho vai diminuir, mas sumir nao some de jeito nenhum - Ele aumentou o peso do seu aparelho, fez uma sequência de cinco em uma explosão só, depois, ao descansar os músculos, foi que finalmente entendeu o que a minha pergunta queria dizer, eu nao queria que a Marina visse aquele chupão - Porra, não foi ela que fez isso, né? Bem que eu tava vendo que a Marina não faz essas coisas normalmente... Quem foi a guria? É aqui da academia?

Analisei o rosto do meu amigo, Daniel era um pouco mais velho que eu, tinha vinte e dois anos, apesar desse jeito brincalhão dele, sempre fazendo amigos por todo lugar, tinha um lado serio, eu lembro que o ajudei quando o irmão começou umas drogas pesadas, ele virou outra pessoa, responsável, explicava o quanto aquilo fazia mal, era algo que os amigos estavam empurrando para ele, essas coisas, e eu assistia a tudo em silencio, só concordando. Depois Daniel me agradeceu por ter ido lá com ele e disse que podia contar com ele no que precisasse. Agora eu precisava, alguém para desabafar. Nao queria por o peso das minhas sobre Wiliam porque ele tambem tinha o peso das dele, então respirei fundo, Daniel com cara de "Por que voce esta me olhando desse jeito" e eu tomei coragem e joguei a verdade entalada dentro de mim para fora, para cima, e era como se ela voasse no ar, se espalhasse junto com a musica, por entre os aparelhos, me aliviando:

- Você disse que eu podia contar sempre com você, nao é, cara? Entao, eu acho que vou precisar da sua ajuda agora...

- Claro, cara. Nem que tu precise que eu mate um homem...

Eu ri, continuei minha sequência, meu rosto no espelho parecia mais confiante. Daniel nunca sairia por aí espalhando minha história, confiava no meu amigo - Nao é nada tao criminal, acho, eu só vou precisar que voce me ouça, mesmo... Depois da academia, pode ser?

Ele concordou e disse que precisava ir num dos aparelhos la dos fundos, onde "por coincidência" uma loira nova por ali estava se exercitando, mas me esperaria do lado de fora quando eu terminasse. Olhei no celular assim que ele trocou de aparelho se levantou, nada de mensagens de Wiliam. Somente algumas de Marina, que nao gostara nenhum pouco do meu sumiço, queria que eu jantasse na sua casa ontem a noite, sem saber que a uma hora daquelas eu devia estar chupando o pau do meu amigo la na casa dele. Eu pedi desculpas a ela, que entao fez um resumo detalhado de como foi esse jantar e me disse que contava mais quando a gente se visse a noite. Mal podia esperar, pensei comigo mesmo, pra lá de enfadado. Mas Wiliam que é bom, não me mandara mensagem nenhuma, clicava na sua foto, ele estava de boné e sem camisa, olhando para a câmera posta acima da sua altura, sorrindo de uma maneira cativante, sedutor pra cacete aquele sorriso. Eu podia mandar uma mensagem agora que ja estava com o celular recarregado, tinha medo daquele ultimo momento em que ele me abraçou e disse que era complicado. E se naquele momento ele decidiu que nao queria mais nada comigo, se arrependeu, e não quis dizer nada na minha frente mas me evitaria daqui por diante. Tinha medo, mas não dava o braço a torcer. Havia até armado um esquema na cabeça: se ele me mandasse uma mensagem ainda hoje era porque estava louco para repetir a dose o quanto antes, e ir mais longe ainda; se me mandasse amanhã eu precisava dar um tempo pra ele, uma semana talvez, convidava ele pra jogar vídeo-game lá em casa, sair com meus amigos, jogar bola, e depois investia outra vez; se ele me mandasse em em três dias estava seguindo o padrão do flerte, do mesmo jeito que devia fazer com as montanhas de meninas que passavam o numero para ele, e isso eu ja nao aceitaria. Aí seriamos amigos mesmo, e eu que vinha convicto de que essa ultima opção era a menos provável, agora começava a sentir algumas malditas duvidas por todo lado, a cada minuto que ficava sem mensagens dele eu a sentia essa possibilidade mais próxima, me torturando.

Nao podia esquecer que a uma hora dessas devia estar tendo aula, devia estar atolado em gráficos e rascunhos e maquetes, porque era assim que eu imaginava o curso de Engenharia, assim como ele devia imaginar o meu como um monte de gente sentado numa roda e declamando sua passagem favorita de Ulisses ou de Paixão Segundo GH. Esses clichês, tao falsos quanto a minha expressão de que nao estava ligando para a falta de novas mensagens.

Quando acabei, aquela sensação de sangue correndo depressa pelo corpo todo, principalmente as partes do meu corpo que eu me dedicava mais (e que foram as que Wiliam mais gostara de beijar, de tocar) com exceção da bunda, claro, que eu nao iria malhar ali, mas que na esteira deu uma trabalhada.

E quando encontrei outra vez o Daniel do lado de fora ele disse: - Agora pode me dizer o que que ta te incomodando? Ela é casada?

Eu o respondi com tanta naturalidade que ele podia ate pensar que não entendeu direito: - "Ela" é um cara, Daniel. Eu passei a noite com um amigo da adolescência.

Pensei em continuar andando, sem olhar para ele, sem querer saber qual seria sua fisionomia. Mas ele ficou para tras, parado, digerindo as palavras, entao eu tive que parar de andar, olhar para ele, esperando que dissesse alguma coisa. Ou nao dissesse nada, desse as costas, me ignorasse. Tinha medo de a verdade envenenar minhas amizades, tinha medo de virar motivo de piadas pelas costas, e tinha medo de que minha vida fosse essa eterna lista das coisas das quais teria medo.

- Mas... Mas... você curte isso também? - foi o que ele conseguiu dizer, notoriamente esforçando-se para nao assumir um tom de voz rude. - Voce é bissexual, ou só tava na seca, porque cara - verificou se nao havia ninguém por perto que ouvisse o que estava prestes a dizer- não estou te julgando, eu tambem já fiquei duas semanas sem mulher e me virei com umas bichinhas aqui da academia, mas nada sério... É isso? Porque isso nao quer dizer que voce seja...

- Nao é bem isso. Na verdade eu nao sei bem o que é, eu sou hétero, gosto de mulher, eu gosto da Marina, mas desde que eu conheço o Wiliam ele sempre... Mexeu comigo. Ele é diferente, entende? Dele eu gosto tambem, mas só dele, e é de um jeito muito muito diferente, nao dá pra fingir que nao acontece nada quando eu estou perto dele...

- Entao ele é gay? Voce é gay? Voce vai se assumir?

Eu ri. Ri pra nao chorar. Quem dera fosse simples assim. Quem dera soubesse as respostas para essas perguntas todas - Acontece que o cara que me deixou esse chupão é hetero também. A história é complicada, voce tá com tempo?

Daniel podia ate nao simpatizar a primeira vista em saber que seu amigo ficara com outro cara, podia ate estar com uma cara de julgamento no começo, mas tambem estava que era um bloco de curiosidade e eu via isso nos seus olhos ainda amigos quando ele falou algo como "com certeza, bora beber um suco que eu quero entender melhor essa treta" e era exatamente da mesma maneira de quando saiamos juntos da academia e ele queria saber como estavam as coisas, ou se gabar de alguma garota que traçou. A fogueira que eu esperava que ele acendesse para me queimar em praça publica nao veio, em vez disso, o máximo de discrepância entre aquele dia e os demais, é que naquele dia, quando eu comecei a minha história com o Wiliam, ele estava tao ansioso que tirou uma nota alta da carteira e pagou meu suco tambem, já me apressando outra vez para começar a contar logo.

E eu pensava que havia três maneiras de contar essa historia. Uma nao chegava nem a ser uma narrativa, era mais ou menos aquilo que eu ja tinha dito para ele na frente da academia "Cara, eu passei a noite com um homem, um conhecido do colégio que agora é meu amigo", simples assim, a segunda maneira era um meio termo, que era como eu planejava lhe explicar tudo. Diria que conheci Wiliam quando ele estava jogando futsal no colégio anos atras, fiquei de olhos nele, nao sei bem porque ja que eu nao gostava de homens, e depois as vezes a gente se falava mas nao era nada muito intimo os nossos assuntos, e entao de repente recebi uma notificação de festa da faculdade e que minha namorada queria ir, e que era - maior das coincidências - na casa dele. Entao a gente começou a conversar, entao a gente começou a perceber que tinha uma coisa a mais, que o jeito que ele me olhava me acendia e o jeito que eu o olhava o acendia, assim mesmo, naquele momento a gente nao pensava em consequências, só estávamos seguindo sem pensar nos porquês, e entao eu dormi na casa dele, e entao eu não aguentei mais ficar perto dele, e entao eu dormi com ele, nao do jeito que voce deve estar pensando, mas não por falta de vontade também, porque eu queria, mas a gente nao se aceitava fácil, a gente nao se deixava dominar, e nenhum dos dois aceitou ser pego pelo outro, mesmo que a gente estivesse com muita vontade, dois homens, entende? Não foi viadagem, acho que nao foi, nao sei como é, mas foi muito, muito intenso, pode ver pelas marcas que ele me deixou, e se voce visse as marcas que eu deixei nele então. E essa foi ou menos a que eu usei com Daniel, que ja estava no segundo copo de suco, ouvindo tudo, de olhos arregalados, nao diria de estupefação, mas sim de interesse mesmo, dava para ver que ele imaginava cada cena da minha historia, e no fim, quando eu ja me sentia tão leve que precisava segurar no meu copo para nao sair flutuando de alívio. E entao, ele disse:

- Cara, tu sabe que tudo isso é louco pra min, eu nunca senti nada assim, nem sei como é, mas tu é meu mano, teve comigo nos piores momentos e eu vou estar com voce no que for. E cá entre nós, eu posso ate nao curtir muito comer caras, se for bunda, prefiro de mulher mesmo, mas isso que você me contou me deixou duraço aqui. Não posso nem levantar se não todo mundo vai ver. Esse Wiliam é muito, muito foda, e eu acho que entendo voce, pelo jeito que voce fala nao dá pra esquecer uma foda assim.

- Entao tu me ajuda?

- Quer ajuda pra comer ele?

- Cala a boca, desgraçado! - gritei alto demais, todo mundo olhou, Daniel sorriu de leve, eu sabia que era brincadeira, mas nao gostava de ouvir aquilo nem brincando. Em um segundo todo o calor do meu corpo pareceu ter ido para a cabeça, e mais um pouco eu saltava aos socos sobre ele.

- Calma, cara, eu to brincando... Porra, como tu é ciumento. Claro que eu vou te ajudar, o que você precisa de mim?

- Primeiro, tirar essa marca do meu pescoço. Eu tenho outras marcas pelo corpo, mas eu sei que essas nao vao sair de jeito nenhum, e essa aqui é a única que a Marina vai ver porque o resto a roupa esconde...

- Você tem outras? mostra ae - ele pediu, se divertindo com tudo aquilo, e eu não iria mostrar, estava um pouco zangado pela sua sentença anterior, mas ao mesmo tempo estava feliz por ter meu amigo do meu lado, e era melhor se divertindo com a situação do que me rejeitando por ela. Levantei, tirei a camisa (o que nao era estranho ali na lanchonete em frente a academia) e meu corpo repleto de feridas de guerra se exibiu para os seus olhos assim como a surpresa das mulheres e alguns homens nas mesas próximas. Meus mamilos marcados de tanto terem sido mordiscados e sugados, o peitoral arranhado, cheio de marquinhas roxas de dedos que me apertaram forte, a marca perfeita de uma arcada dentaria abaixo do mamilo, igual varias e varias ao longo dos meus ombros, ele gostava de morder ali, um dos meus músculos mais duros, e nas costas arranhões sem fim, marcas roxas que pareciam socos, mas ele nao me deu socos, agora tambem nao valia a pena tentar saber de onde vieram. Daniel olhava para cada uma daquelas marcas e ria - Dá pra ver que ele trepa feito homem! - E ria mais

Impressão minha ou havia um pouco de inveja na sua voz. Não curtia as bichinhas que ele disse que pagava, ou nao curtia assumir que curtia? Bom, não importava, ele nao tinha chance com o Wiliam, isso era o que me tranquilizava, nenhum homem além de mim tinha chance com Wiliam, nem comigo. Daniel era meu amigo, mas amizade tinha limites, se tentasse ultrapassar a linha, me viraria contra ele também. E só pra dar a ele a ideia do que era o que ele nao podia ter, mostrei a foto do Wiliam no perfil dele em meu celular.

- Esse aqui é o cara.

Ele pegou meu celular, se ajeitou na cadeira, devia ter ficado ainda mais excitado, qualquer um ficaria. E entao murmurou - Tu tem bom gosto, isso eu tenho que admitir.

- Voce pode devolver agora - comentei e so entao ele largou meu celular. Chacoalhou a cabeça, afugentando alguns pensamentos e disse: - Bom, mas vamos ser mais objetivos, tu quer ficar com ele, beleza, entao porque quer esconder o chupão? Por que nao termina com a Marina e pronto. Vai ser difícil se adaptar, nao vou mentir pra voce, as pessoas vao comentar, mas depois de um tempo ja nao estão mais de olhos em vocês, nao é mais novidade...

- O que você não entendeu ainda é que por mim, eu ja tinha feito isso ontem mesmo, quando fiquei com ele. Mas é o Wiliam que nao quer, quero dizer, não sabe direito se quer ou nao, ele é mais novo sabe? Pra ele é mais difícil fazer algo assim, pior que ainda mora com os pais, então eu sei que pra ele é pior. E se ele nao quiser? Aí eu fico sem ele e sem a Marina...

- Tu tem que arriscar. Vai querer deixar Wiliam como amante? Ele merece isso? - viu o que eu disse sobre o Daniel ter seus momentos maduros de vez em quando (bem raramente, diga-se de passagem)

- Voce tem razão, é a minha relação não ia ser a mesma de qualquer maneira. Eu nao consigo nem me concentrar e pensar nela, e logo a imagem dele volta.

- Apaixonado fica tudo bobo mesmo - disse, me zoando.mas havia um rastro de verdade no que ele dizia. A-pai-xo-na-do. - E é por isso que é ate melhor aparecer esse chupão, ela vai saber que voce a traiu, mas nao vai saber mais nada, e isso ja vai ser motivo pra ela terminar com você, entao você vai estar solteiro de novo, resolvido.

- Nao sei, vou pensar nisso, mas de qualquer forma, foi bom desabafar com voce cara, voce deve imaginar que isso ta me deixando louco...

- Que é isso, se tu gosta de caras ou mulheres, não muda nada na minha vida... Mas escuta, agora eu tenho que ir, voce me manda mensagem dizendo o que aconteceu - ele se levantou, mas antes de ir embora dali - E ha, pode ir se preparando, coma bastante potássio porque esse cara ae vai gastar todas as tuas energias, já to ate vendo...

Saiu. Eu nao falei nada sobre isso, sabia que era verdade, Wiliam era fogoso, insaciável, e eu também. Ia ser sexo para a noite toda, para matar toda essa vontade que eu venho sentindo crescer cada vez mais.

Trabalhei todo o tempo pensando no momento em que fosse falar com marina. Ela fazia Pedagogia a noite tambem, nos encontraríamos em poucas horas.

E a noite, depois de apresentar minha nova visão de Grande Sertão: Veredas que recebeu um elogio do professor e surpresa dos alunos, que nao esperavam aquela interpretação vinda de mim. E no intervalo, quando eu sabia que ela iria me encontrar, eu simplesmente nao conseguir ficar lá com aquela camisa preta deixando o chupão a mostra, eu sentia como estivesse guiando-a para uma emboscada, que ela nao merecia passar, querendo ou nao, Marina foi uma boa pessoa na minha vida, foi bom enquanto durou, e eu tambem nao estava disposto a passar por aquela cena que entrevia acontecendo, no meio do patio ela gritando que marca era aquela no meu pescoço, quem era a piranha, me falando que sabia, sabia, eu tava muito estranho ultimamente, essas coisas. Estava cansado, frustrado, chateado. Wiliam nao tinha me mandado mensagem. Fui pra casa sem encontrar Marina, amanha resolvia isso com ela, numa conversa civilizada. Agora o que eu queria era deitar na cama e nao pensar em nada. Tirei minha roupa toda, um calor insuportável, me joguei no colchão e fechei os olhos para ouvir finalmente uma mensagem chegando no meu celular.

Podia ser da Marina me procurando.

Podia ser do Wiliam.

Valia a pena arriscar.

Dei sorte, era ele. E toda a minha chateação se desfez num sorriso bobo. Todo apaixonado bobo. Eu tava mais que apaixonado, eu tava sem chão por ele. "Tiago, ta podendo falar?"

"Claro, cara."

Ele me mandou uma imagem em seguida, e com ela a legenda "olha que eu fiz depois da facul, te disse que faria um desses um dia", ao carregar vi que era uma planta de prédio, com todos os fundamentos de arquitetura seria, escalas, proporções e detalhes, só que em formato de lágrima.

Eu mandei uma mensagem rindo muito para ele. Aquele projeto tava muito bem acabado, nao era um rascunho que se consegue em quinze minutos. Perguntei quanto tempo para ele fazer e respondeu que nao sabia ao certo, umas quatro horas talvez.

Eu chateado com ele e Wiliam havia saído saído do seu curso e ja começado aquele desenho so para me mostrar agora. Putz, eu tava cada vez mais arriado por ele. Era difícil ate descrever. "Ta incrivel cara, o prédio é a sua cara. Não sabia que você tinha talento para arquitetura também..."

"Tenho muitos talentos."

"Eu imagino."

"E ae, o que andou fazendo o dia todo?"

"Pensando em você"

"Vai começar..." ele mandou e logo em seguida uma longa sessão de risos.

"Você que perguntou, to só sendo sincero. E eu tenho certeza que pelo menos um pouquinho voce pensou em mim tambem"

Ele nao respondeu, ainda com problemas de aceitação? Resolvi tentar de outra maneira: "E só pra voce saber, teu chupão ta aqui ate agora, safado"

Dessa vez ele respondeu, pegou coragem: "Faria de novo!" eu ja estava me animando com a conversa, acariciei meu pau, que crescia gostoso. Será que ele também estava sem roupa do outro lado?

Me ajeitei melhor na cama, meu corpo todo irrequieto, e comentei mais porque de falar tudo da minha vida para ele do que por ser falta de ter o que dizer, que isso era o que nao faltava. "Nao me entenda mal, Wiliam, eu nao quero que voce pense que eu to te apressando, mas hoje eu decidi uma coisa, independente da escolha que voce tome, amanhã eu vou terminar com a Marina."

Agora eu precisava saber o que ele pensava disso, mas a resposta custava a vir. Isso me deixava nervoso, nervoso, nervoso e eu mandei mais uma mensagem "gatinho?" mas ainda assim, mesmo online, ele nao respondiaContinua...

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Comentários

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Ai que história é essa? Estou amando, continua logo. Estar de Parabéns!!!

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Esse conto tem uma profundidade psicológica gigantesca. Muito top essa história. Essa citação de Grande Sertão Veredas foi surpreendente. Vc ganhou mais pontos comigo. E agora dá pra saber de onde vem a sua fluência na língua portuguesa. rsrs Tomara que esses dois não fiquem como Riobaldo e Diadorim. Pelo menos já foram um pouco mais além... Cara, amando essa história. Abraços!

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Curioso pra saber se o investimento será das duas partes. 10

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Olá, Nando querido! Coloquei a leitura em dia! Bom ter você de volta!

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O Willian ainda vai fazer a burrada de trair o Tiago e o Tiago vai se decepcionar tanto com ele...

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