Eu Não Vou Desistir de Você 14° Capítulo | Capítulos Finais |

Um conto erótico de Ralph
Categoria: Homossexual
Contém 773 palavras
Data: 14/07/2015 22:30:30
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

 A cada segundo, ficava mais apreensivo.

- Dona Regina, pelo amor de Deus, o que diabos aconteceu? Estou ficando preocupado demais.

- Seus pais sofreram um atentado ontem. - Houve uma pausa causada pelo embargo proporcionado pelo choro. - Ela está em estado grave e seu pai... - Outra pausa - Já não respira mais.

Fiquei mudo e lágrimas começaram a sair de meu olho. Estava paralisado, em choque total. Meu pai que tanto amava, estava morto.

Lágrimas saíram com mais intensidade. O choro saiu alto. Alyne saiu correndo da sala ao ouvir meu lamento.

- O que foi, Ralph?

A abracei e comecei a chorar em seu ombro.

- Meu pai morreu Alyne.

Alyne se compadeceu e seguiu me dando colo.

- Mas, como foi Ralph?

- Eu não sei Alyne. Eu não sei. Tenho que ir para o Brasil com urgência.

- Eu vou com você.

- Não. Arrume as coisas. Não posso continuar morando aqui. Cuide de tudo e prepare para voltarmos fixamente ao Brasil. Está me ouvindo?

- Sim, mas...

- 'Mas' nada. Vou para o aeroporto.

Saí em disparada, levando apenas a carteira com documentos e o essencial.

Dentro do táxi, lembrei que não havia me despedido de minha pequena... Oh, minha filha... Falar com ela só ia piorar tudo... Crianças captam nosso estado e jamais iria querer prejudicar as emoções de minha amada e querida criança. Melhor não ter falado com ela mesmo.

Na viagem do táxi até o aeroporto pensei em meu velho. Sr° Manfred... Meu Deus... E minha mãe? Dona Lucélia... Numa cama de hospital, entre a vida e morte... Liguei pra empresa pouco antes de chegar ao aeroporto para providenciar o avião da corporação. Meu pedido foi aceito devido ao meu bom relacionamento com o alto escalão da empresa.

Cada hora que passava meu coração apertava mais e mais... Embarquei rapidamente e a medida que o avião levantava vôo, eu imaginava o que fazer da minha vida a partir dali.

10 horas depois eu desembarquei no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Peguei um táxi e toquei direto para meu antigo endereço. Cheguei em casa, paguei a corrida e fui de encontro a dona Regina que me aguardava em frente a porta de sua residência.

- Ralph, meu filho. - Ao me ver, dona Regina me abraçou como me abraçava quando era uma criança sapeca que saía correndo para seus braços com medo de levar broncas de meu pai. Voltando ao momento, muitas lágrimas foram derramadas naquele abraço triste porém reconfortante.

- Onde eles estão? - Pergunto á dona Regina

- Seu pai se encontra no Cemitério da Paz no Morumbi. Está sendo velado por alguns amigos próximos.

- E minha mãe, Dona Regina?

- Sua mãe está em estado crítico na UTI do Albert Einstein.

- Vou para lá, então. - Dei um beijo no rosto molhado pelas lágrimas de dona Regina em sinal de despedida.

- E seu pai?

Ia voltando ao Táxi que ainda me esperava, mas virei e respondi:

- Dona Regina, me recuso a trocar imagens de uma vida inteira ao lado de seu Manfred por um corpo estirado em uma caixa de madeira.

- Entendo sua vontade. Posso então autorizar o sepultamento?

- Meus tios vieram?

- Vieram sim. Estão hospedados no...

- Não me interessa. Por favor, diga-os para que decidam os detalhes. Não tenho cabeça para tanto. Apenas para minha mãe.

- Se você quer assim...

- Prefiro assim, Regina.

- Vá com Deus, meu filho.

- Amém, dona Regina.

A aflição misturada ao medo de perder minha mãe se misturava ao meu sangue. Uma adrenalina inexplicável e nunca antes por mim sentida.

Cheguei ao hospital, felizmente poderia visitar minha mãe. Entrei na UTI e a vi cheia de aparelhos, vitais naquele momento para sua sobrevivência. Não pude acreditar. Tive um acesso de choro ao ver minha única mãe literalmente morrendo frente aos meus olhos à cada minuto.

Apertei a mão que não apresentava reação assim como todo seu corpo.

- Oh mãezinha... Não me deixa, volta pra mim.

Me aconcheguei ao lado de sua cabeça quando a mão que segurava, apertou a minha.

- Raallpph

- Mãe

Alegria e emoção se misturaram em meu ser.

- Mãezinha, fica calma, vai dar tudo certo. E...

- Tome cuidado, muito cuidado meu filho. Eu vou ver seu pai agora porque não aguento tamanha dor, mas só descansarei em paz quando souber que nenhum perigo se abate sobre você. - Minha mãe levou minha mão a sua boca e a beijou - Fique com Deus, meu filho. Cuide-te e não se abata. Precisa ser forte.

Sua mão foi afrouxando aos poucos. A emoção me impossibilitou de prestar atenção com clareza mas o barulho do maquinário me tirou do transe. A esperança se soterrou. O coração de minha mãe parou e era oficial, eu era órfão de pai e mãe.

Continua...

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