Viçosa 12

Um conto erótico de Matheus Azevedo
Categoria: Homossexual
Contém 1602 palavras
Data: 03/07/2015 16:59:09
Última revisão: 03/07/2015 17:08:13

Então eu e o Marcos voltamos a nos encontrar. Furtivamente, é claro. Sua casa não era mais um lugar seguro, visto que se o Fernando nos encontrasse lá novamente, com certeza estaríamos encrencados. A casa em que eu morava vivia cheia de gente, mas como os outros moradores estudavam todos no período matutino, e somente eu durante à tarde, a casa ficava sempre livre às manhãs.

Logo, bastava o pessoal se levantar e ir para a escola, que passados alguns minutos o Marcos aparecia. Esgueirava-se comigo para dentro do meu quarto, e deitávamos juntos naquela cama de solteiro, debaixo do edredom, e ficávamo-nos “esquentando” até tarde naquelas manhãs frias.

Quanto ao Fernando, eu não o encontrei mais. Primeiro, porque não ia mais a casa deles, ainda tinha receio e vergonha de encarar o Fernando, pois agora eu sabia que ele tinha plena ciência do que havia acontecido entre eu e o Marcos. Segundo, porque inadvertidamente o Fernando havia me beijado e eu meio que retribuíra o beijo, e ainda pensava naquelas coxas grossas e morenas de jogador de futebol, mesmo quando eu estava nos braços do irmão mais velho dele.

Bela maneira, sem falar trágica, de começar a sua vida afetiva, dividido entre dois homens e, como se não bastasse, irmãos (pode parecer invenção literária... quem dera! rs)

Passado algum tempo e eu não tinha mais notícias do Fernando e continuava ficando habitualmente com o Marcos, embora não houvesse qualquer pretensão de que a coisa evoluísse além dos nossos encontros escondidos.

Certo dia, aproximando-se o fim de semana, na saída da escola, eu fico sabendo que iria rolar mais uma festa na casa da família do Marcos, e muitos alunos estavam marcando presença e me convidando para ir lá. Fiquei meio sem reação, porque parecia que a festa ia ser realmente grande e o Marcos não havia me falado absolutamente nada. Mas, de qualquer forma, falei que iria aparecer por lá.

Chega o dia da festa e lá vou eu entrando naquela casa, com um misto de sentimentos em meu peito. O lugar estava realmente lotado, tinha gente se aglomerando até na rua em frente à casa. A varanda e garagem estavam cheios de gente conversando, rindo, bebendo, fumando, beijando. Através da garagem tinha uma porta que conduzia para uma varanda interna na casa, onde havia uma área de piscina, que tinha sido toda iluminada com lâmpadas penduradas sobre as cabeças dos convidados, dando uma sensação aconchegante ao lugar.

Encontrei um grupo de conhecidos e logo comecei a me entrosar e, automaticamente, a beber algo. Enquanto conversava, vi o Marcos de relance no andar de cima, conversando com outro pessoal. A escada de acesso ao segundo pavimento da casa estava impraticável de tanta gente que ficara parada ali, então subir não era uma opção.

Não sei se o Marcos me viu também, mas não demorou muito e, enquanto ia buscar uma bebida, dei de cara com o Fernando, que me encurralou em um canto. Ele não era muito mais alto que eu, mas tinha os ombros e braços muito fortes, bem troncudo mesmo. Os cabelos bem pretos, os olhos escuros, a pele morena, não parecia nada com os demais irmãos. Usava um jeans surrado, botas, uma camisa de banda justa, um cordão sobre o peito. Aquela cara de malandro marrento, e ele tava praticamente em cima de mim.

- Tava querendo falar contigo, pode ser? – perguntou.

- Oi Fernando! Como vai?

- Melhor agora... – respondeu ele com um brilho malicioso no olhar.

- Sobre o que mesmo você queria falar? Quem sabe eu possa te ajudar? – disse, tentando parecer o mais casual possível.

- É um assunto meio sério, não dá pra falar aqui no meio de todo mundo, tá muito barulho.

Era verdade, mal dava pra conversar direito no meio daquela algazarra. Alguma música espalhafatosa do Queen explodia nas caixas de som potente. Fernando estava quase falando no pé do meu ouvido para que eu entendesse alguma coisa.

- Entendo – respondi sincero – Mas aqui não vai ter nenhum lugar mesmo pra gente poder conversar.

- Eu sei de um que dá de boa – respondeu Fernando, quase me arrastando com ele.

Ao lado da piscina, no fundo daquela varanda, havia uma edícula, um cômodo pequeno e simples. Até o momento eu não fazia ideia que aquele era o quarto de Fernando. Com o tamanho todo da casa, eu nunca havia me preocupado onde ele dormia, mas também não imaginava que o quarto dele ficava fora da casa principal.

Era um cômodo modesto, com móveis sóbrios, só uma porta o separava da varanda, o telhado era de telha colonial e não havia cobertura, então o lugar era meio frio, só havia uma janela, virada para a piscina, o que diminuía ainda mais a sensação térmica do quarto.

Estava completamente escuro e Fernando cerrou a porta atrás dele, trancando-a. Acho que foi o choque que senti pelo lugar, mas eu não percebi o que estava acontecendo até que me dei conta de que Fernando estava agarrado em mim, por trás, seus braços me prendendo contra o seu peito, sua boca afagando meu pescoço, um volume insistente roçando em minha bunda.

Tentei me desvencilhar, mas Fernando me segurou firme e me puxou para um ângulo entre as paredes, me apertando entre ele e o concreto frio em minhas costas. Não havia como eu escapar sem lutar ou gritar, o que causaria uma grande comoção, visto que do outro lado daquela fina parede podia-se ouvir as vozes e risadas daquela massa indistinta de gente que celebrava, sem se dar conta do que acontecia naquele quarto escuro.

Mas o pior é que eu também estava muito excitado com aquela situação, com as mãos grandes e firmes de Fernando me abraçando, sua língua provocante em minha orelha, seu cacete duro me espetando por entre aquelas barreiras de tecido.

Sem querer eu o estava beijando alucinadamente, sua língua enroscada na minha, nossas mãos percorrendo nossos corpos, os meus olhos fechados, a minha boca aberta. Fernando pegou a minha mão e começou a percorrer com ela o seu corpo. Pude sentir a sua barriga cálida, com poucos pelos, os seus mamilos tesos; ele desceu a minha mão por sobre a sua virilha, enfiando-a para dentro de sua cueca, me fazendo sentir o seu pau quente e duro, pulsando entre os meus dedos.

No início, ele conduziu aquela punheta lentamente, enquanto arfava em meu pescoço, depois, soltando a minha mão, deixou que eu assumisse o controle e, aumentando cada vez mais o ritmo descompassado, comecei a masturba-lo atrevidamente, tirando gemidos abafados dele.

- Ei, garoto, pare o que você está fazendo – disse ele, me forçando a parar antes que ele gozasse – Você vai me arruinar desse jeito...

Fernando me virou de costas e começou a despir a minha jaqueta, jogando-a em um canto. Tirou também a sua camisa. Ele foi beijando o meu pescoço, sua língua zombeteira em minha nuca, enquanto ele me sarrava por trás.

- Por que você não me deixa segurar você... desse jeito... deixe-me sentir você... – ele sussurrava em meu ouvido.

É sempre a mesma coisa. Mas eu estava tendo um ataque nervoso, estava praticamente enlouquecendo de desejo. Fernando me conduziu para a sua cama, tirou a camisa que eu estava usando, arrancou as suas calças, e se deitou em cima de mim, me cobrindo com o seu próprio corpo.

Começamos a nos pegar loucamente, na escuridão daquele quarto trancado, com o barulho e vozerio de dezenas de pessoas lá fora, o que aumentava a nossa adrenalina e volúpia. Sentia o cacete de Fernando deslizar pela minha barriga, molhando-me com seu liquido seminal, aumentando a sensibilidade daquela fricção.

- Eu sei de algo que acho você deveria saber – ele disse, de repente, em meu ouvido – Eu queria te dizer, que eu acho que gosto de você, garoto...

Aquilo era demais para mim. Se era verdade ou não, se ele dizia isso para todos/as ou não, se ele só tinha inventado isso para me encantar, eu não sei, mas, naquele momento, eu tava muito afim do Fernando. Ele me virou de bruços na cama, enterrou a mão em meus cabelos, chupava-me o pescoço, mordia os meus ombros, as costas. Puxou as minhas calças e desceu a sua cueca, seu pau duro roçando as minhas coxas.

- Eu quero segurar você em meus braços, sim... porque eu gosto de você.

Eu estava louco com toda aquela pirotecnia verbal. Eu me virei de frente para ele, tocando em seu pau, batendo uma para ele, até que ele finalmente gozasse, com longos e fortes jatos de esperma voando em direção ao seu colchão.

Fernando, sem fôlego, se limpou rapidamente, e me beijou intensamente.

- Eu queria transar com você a noite toda... mas, mais que isso, eu queria que você gostasse de mim também.

Eu não sabia o que responder. Ele me entregou a minha roupa, que eu vesti, meio sem graça, e ele achou melhor que eu saísse do quarto primeiro.

As pessoas lá foram não perceberam eu saindo disfarçadamente daquele cômodo nos fundos, estavam tão entretidas e algumas embriagadas que não estavam dando a mínima para o que acontecia a sua volta. Bem, nem todas delas, pois eu podia ver claramente Marcos me olhando fixamente do andar de cima.

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Mais uma vez gostaria de agradecer a todos que estão comentando, votando e lendo os contos. Espero novamente estar contribuindo em algo ao relatar trechos importantes da minha vida à vocês, e o feedback de vocês é interessante e encorajador.

Irish (adoro o seu nickname, é realmente irlandês? rs), você sempre pergunta sobre Dart, quem sabe um dia eu volte a falar dele por aqui.

Um grande abraços a todos.

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Comentários

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Meu nick é sim uma brincadeirinha com a Irlanda rsrs mas nao passa disso. Acho que Marcos e o irmao vao se estranhar feio por sua causa. Vamos ver. Lembro bem do seu conto sobre Darth, de como voce o conheceu durante uma excursao (pela Chapada?), da transa dos dois, de como ele te pegou prensando na parede, creio que pela primeira vez. Lembro da decadencia da familia dele, dos gatos que destruiram a mobilia de seus pais... De seus sumissos, retornos, dos altos e baixos dessa relaçao e de como voce sofria por ele. Lembro da vulgaridade da traiçao dele, infelizmente. Se foi parte ficçao(creio que nao), eu iria reler com o maior prazer.

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