Sem saída I

Um conto erótico de LucasBH
Categoria: Homossexual
Contém 1278 palavras
Data: 21/07/2015 21:03:02

“E se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer”

Quando Lulu Santos escreveu essa música com certeza não sabia da minha história (e não tinha como saber mesmo porque essa música é velha rsrs). Sim, estou metido numa enrascada. Desde que entrei na faculdade do curso de gastronomia, fiz um grande amigo, Alex. O que era só uma parceria pra estudos se tornou um laço forte, daqueles que a gente sempre incomoda o outro, mas faz pra se fazer notar, sabe?

Andávamos juntos o tempo todo, inclusive quando a gente tinha que fazer alguns trabalhos de casa, na cozinha no caso. Ao contrário de mim, que sempre fui de família humilde, que ficou no interior enquanto eu vim estudar em BH, Alex nasceu em berço de ouro. Foi preparado pelo pai para ser seu sucessor no escritório de advocacia que tinha há mais de 30 anos, bem famoso aqui em Belo Horizonte, mas meu grande amigo abriu mão disso tudo pra seguir seu sonho. Isso lhe custou um desafeto grande com o pai, enquanto ganhava o apoio da mãe.

Fazer trabalhos em sua casa era perfeito! Além de ser bem tratado, exceto quando seu pai estava em casa e se demonstrava hostil até num simples “bom dia”. Durante quatro anos de estudos, a amizade foi crescendo e, apesar de reservado, Alex foi se abrindo aos poucos e demonstrando o homem bom e inteligente que sempre.

Agora estamos aqui, como patrão e empregado. Isso porque, aos 25 anos, Alex pegou suas economias e abriu um restaurante numa região nobre de BH. Com pouca experiência, me propôs uma espécie de sociedade (ele que insiste nisso porque eu não entrei com nem 10% de dinheiro que ele nesse negócio). Desde então, há dois anos, conseguimos nos consolidar no mercado gastronômico da capital mineira. Alex construiu seu nome e eu... Eu só me mantive ao seu lado, afinal devo muito a ele. Mesmo estando num lugar superior durante esses anos, Alex nunca se esqueceu de mim, sendo um grande irmão até. Graças ao meu trabalho ao seu lado, conquistei bens materiais e um prestígio que sempre sonhei.

Mas nem tudo são flores! Se a vida profissional tava boa, a amorosa... Só Jesus na causa! Tentei relacionamentos que nunca deram certo. Sempre soube que era gay e, apesar da repressão que sofria no interior, me libertei de todas as amarras quando vim pra BH. Afeminado sim, com orgulho. Afinal, isso nada tem a ver com a minha habilidade e inquestionável competência no meu trabalho. Alex sempre soube da minha sexualidade e nunca se opôs a nada. Inclusive já me ajudou em várias cenas de discriminação que tive que enfrentar na vida.

- Lucas, hoje temos um jantar importante. Um grande empresário fechou a casa. O trabalho vai ser em dobro.

- E será que terá hora extra, Alves? Tinha combinado de sair com um carinha hoje.

- Acho que não. Qualquer coisa eu seguro a onda aqui.

Compreensivo, inteligente, sensato, apaixonante! Sim, comecei a me apaixonar por Alex quando percebi o homem incrível que ele era. Mas já me acostumei com seu carinho como irmão e isso não iria mudar. Com exceção dos seus ciúmes quando me relaciono, nunca senti que Alex tivesse outros sentimentos por mim. E tem outra coisa, além de rico, Alex é lindo. Nada parecido com esses atores de novela, mas lindo. Seu maior charme estava nos olhos verdes e grandes, contrastando com a pele morena, bronzeada de suas últimas férias em praias fora do país.

- Por que você é sempre lindo assim, Alex?

- São seus olhos, Luquinha.

- Meus? Não senhor. Quem tem os olhos lindo aqui é você.

- Assim você me deixa sem graça.

- Já disse que te amo hoje.

- Deve ter dito. Não só pra mim, mas pra uns dez caras.

- Palhaço.

E nossa relação sempre foi assim. Brincadeiras de todo lado e eu me apaixonando cada dia mais. Onde isso ia parar?

O jantar foi um sucesso e tudo ia bem, até o encontro que eu tinha ser desmarcado pelo carinha que tinha conhecido num bate papo da internet.

- Pronto, acabamos tudo. Bom que vai dar tempo de você ir encontrar o carinha né?

- E essa cara de ciúmes?

- Você sabe que eu não gosto de você se encontrando com esses caras que conhece na internet. Você não precisa disso.

- Tá, mas pode mudar a cara porque não vai rolar. O carinha desmarcou.

- Ainda bem.

- E eu queria tanto sair... Tive uma ideia: bora sair pra beber?

- Boate, Lucas? Tô morto!

- Que se dane. Também tô cansado, mas a gente vai.

Passamos em sua casa e fiquei esperando ele se arrumar. Enquanto estava no banho, seu celular tocou e eu atendi. Era Maíra, a namorada do Alex. Claro que um homem top como ele não estaria solteiro, ao contrário de mim.

- Maíra, é o Lucas. O Alex tá no banho.

- Oi Luquinha. Vocês vão sair?

- Vamos sim. Pegar uma boate. Anima?

- Ah não. Liguei pra avisar o Alex que vou pegar um plantão essa noite substituindo uma amiga. Avisa ele pra mim?

- Claro, linda. Bom trabalho.

- Beijo, juízo com meu gatinho.

Maíra é pediatra. Linda também, aliás eles fazem o casal perfeito. Assim que ele saiu do banheiro, dei o recado enquanto quase chorava de tesão só de olhar ele trocando de roupa na minha frente.

- E onde a gente vai então?

Disse o nome da boate. Boate gay, claro. Eu tô precisando beijar na boca, quem sabe algo mais...

- Já vi tudo, Lucas. Vai arranjar um cara bobão lá e me deixar no vácuo. Enquanto todo mundo tá se beijando eu lá bebendo no bar.

- Que drama! Eu nunca consigo ficar com quem eu quero mesmo. No máximo uns beijos e só.

- E a autoestima tá no bolso? Você vai precisar.

Rimos juntos e fomos. Eu dirigia, afinal Alex tinha dito que queria muito beber. Na verdade, não escolhi a boate gay só pra arranjar alguém. É que assim eu corria menos risco de ver mulheres dando em cima dele. Apesar de fiel, ele não controlava o assédio (nem tinha como). Mas o de homens ele sabia se sair melhor. Bom, melhor evitar.

Chegando lá, começamos a beber, a dançar, a lembrar casos de infância...

Noite perfeita.

Conheci um rapaz, novinho e bonito. Ficamos conversando por um longo tempo e nos beijamos. Alex ficava de lado, como quem quer participar dos assuntos, mas alguma coisa o prendia. Talvez pensasse que o novinho ia ser algo sério.

Mal sabia ele que eu só pensava no meu amigo. Beijava o novinho, que nem me lembro o nome, e pensava em Alex. E foi assim a noite toda. Enquanto eu beijava, Alex bebia.

Resultado: eu parcialmente bêbado e Alex quase desacordado. Por ser mais perto, fomos pra minha casa.

- Quero dormir na minha cama, Lucas.

- Eu num vou dirigir até sua casa não.

- Me coloca num taxi que eu vou.

- Claro que não. Você vai dormir aqui e pronto.

- Chama aquele novinho pra dormir com você.

- Vai ficar com essa bobagem?

- Bobagem não. Nunca mais eu saio com você. Me deixa de lado pra beijar o cara.

- Você sabe que só tenho olhos pra você, Alex.

Verdades ditas em tom de brincadeira.

- Mentiroso.

E Alex veio me empurrando, como que brincando, quando caímos no tapete. Olhei aqueles olhos verdes e não resisti.

O beijo estava delicioso e tudo foi muito rápido, ainda que perfeito.

Acordei horas depois e ao olhar pro lado percebi: estávamos nus. Eu tinha transado com meu melhor amigo hétero. E agora?

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Espero que gostem e comentem bastante. Esse é só o começo e tô bem empolgado com a escrito. Forte abraço! Até o próximo

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Comentários

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Obrigado, M/A e Guiiinhooo. Espero que continuem gostando

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Irish, estou com o Léo sim. Não continuei naquela época por falta de tempo e tenho até pensado em retomar aquele conto, mas fiquei com preguiça rsrs

Espero que goste dessa história!

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Poxa muito bom o conto.melhor dizendo perfect.

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Pô, vi seu perfil. É vc mesmo q namorava com o Leo! Porque nao continuou o conto? Nao apagou mas parou... Eu gostava muito mesmo anonimamente. Voces ainda estao juntos? Desculpe a indiscriçao...

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Gostei. É veridico? Achei da hora colocar um protagonista afeminado, afinal ha esse preconceito... Mas seu nick é o mesmo de um outro autor que escreveu sobre ele e o namorado ja faz tempo e depois apagou toda a historia. Nao sao a mesma pessoa, né?

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