Amor de Oficina - Parte XXXI

Um conto erótico de Nando
Categoria: Homossexual
Contém 1358 palavras
Data: 23/06/2015 21:25:38

Depois que terminamos a reunião, todos se levantaram.

- Pessoal da equipe de suspensão, depois vocês vem aqui. Quero reunir com vocês.

- Hoje? - um deles me perguntou.

- Por que não? Já estamos aqui – Todos estavam em silencio novamente.

- É que... Hoje tem Tia Nena e tem promoção se entrar até a uma – Olhei incredulo para todos.

- Sério isso? – A maioria dos presentes afirmaram com a cabeça.

- Primeira coisa que eu aprendi no baja efei: Festa não existe mais. Feriado não existe mais. Férias não existe mais. Gente, o carro de vocês não está pronto e vocês tão indo pra balada? Se alguem chegasse lá em Itajubá ou em qualquer equipe que se preze e apontasse um erro de estrutura desses...

- Então você ta falando que nossa equipe não presta? – Um deles me interrompeu.

- Sim, eu estou. Uma equipe que troca rendimento por festa não é uma boa equipe. Se isso fosse em Itajubá, o pessoal não deixava eu nem terminar de falar para arrumar o problema.

- A estrutura ta pronta! – Um deles se gabou.

- Parabens. 1% do trabalho ta pronto. Já fizeram a BOM? O motor ta funcionando? Escape? E ruído? Tanque de combustível? Banco? Business Case, já estão se preparando? Suspensão, vocês tem memorial de calculo? Já testaram? Quem garante que a bellcrank vai aguentar?

Um silencio baixou sobre a sala. Ninguem falava nada.

- Sério pessoal, há muita coisa que pode ser feita. Eu vejo no mínimo dois meses de trabalho aqui dentro e tudo pode ser feito. Se vocês vão ser assim, me avisem agora. Não quero estressar com isso...

- Vamos trabalhar galera – A contragosto todos desistiram da festa e foram fazer o que podia ser feito na oficina. Em alguns minutos eu já estava familiarizado com a oficina.

Ficamos até as 3 da manhã na oficina. Só depois que eu sai, eu liguei para o Nick, para saber o motivo da entrevista dele.

- Nando, tá tudo ok?

- Nick, eu li sua entrevista na revista da SAE Brasil. Por que você fez isso?

- Ãnh... Por que foi assim...

- Não Nick, você sabe que não foi! Você me ajudou demais e do jeito que você falou pareceu que eu sou um puta gênio. Isso não é verdade...

- Sei lá. Eu só contei do meu ponto de vista... Você ficou chateado?

- Não, na verdade...

- Então por que você ta bravo? – Ele perguntou calmo. Fiquei um tempo em silencio. Eu não respondi.

- Você é muito fofo, Nick – Ele riu.

- Eu sei – Ficamos um tempo em silencio. Eu sabia que ele estava sorrindo, onde quer que ele estivesse.

- Por que a gente não deu certo, Nick? – Eu perguntei. Ele demorou um pouco para responder.

- Quem disse que a gente não deu certo? – Ele respondeu com essa pergunta.

- Como assim?

- Olhe para nós. A gente namorou por um tempo. Mas isso, de certa forma, só nos uniu mais. Isso, ao meu ver, não é dar errado – Ele estava certo. Pensando por esse lado, ele estava certo.

- Verdade. Não tinha pensado por esse lado... – Ele riu.

- Amanhã tem festa open no DA, bora? – Ele me convidou.

- Hm’. Eu não posso sair assim do nada e ir pra itajubá!

- Por que não? – Ele perguntou de supetão.

- Por que... – Nenhuma resposta me veio a mente. Era verdade. Não tinha motivos para eu não ir. Ainda mais com o que eu estava vendo.

Eu estava sentado no meu carro, ainda na faculdade. Eu estava vendo o Théo com uma colega nossa do baja aos beijos. Aquilo queimou por dentro. Liguei o carro e falei para o Nick.

- Eu vou. Devo chegar de tardinha. Vou direto para sua casa. Pode ser?

- Pode!

Nós nos depedimos. Saí com o carro e passei do lado do Théo. Ele me olhou com olhos de... algum sentimento diferente... mas que não era ódio. Não sei nem se era ruim. Era um olhar diferente. Misterioso.

Saí dali e fui para um bar. Quase 4 da manhã não são todos os bares que estão abertos. Sentei em um qualquer e logo pedi umas cachaças. O garçom me serviu e ficou me observando beber sozinho.

Já era quase 5 horas, quando um cara sentou na mesma mesa que eu.

- Ela não te largou. Na verdade ela nunca pertenceu a você – Ele me falou. Olhei para ele. O cara não era bonito. Não era feio. Era comum. Como todas as outras pessoas.

- Como você sabe? – Perguntei.

- Você não está chorando. Você está imaginando. Se ela fosse sua e tivesse te largado, você estaria chorando. Mas não. Você apenas criou um universo utópico na sua mente onde tudo era perfeito, e feito para vocêsCapital Inicial? – Eu peguei a referencia. O homem riu.

- É. Eu estive te observando beber cachaça desde que você chegou. Eu percebi você cantando baixo mais musicas brasileiras do que estrangeitas...

- Você é bom em reparar – Falei, depois de um tempo. Os amigos desse cara o chamaram.

- Não se preocupe amigo. O que é seu uma hora há de vir para você – Ele me olhou no fundo dos olhos. Uma sensação estranha tomou conta de mim, como se esse homem soubesse o que falava... Mesmo sem me conhecer...

O homem bebeu minha ultima dose de cachaça, levantou e foi embora.

O negocio é que eu voltei para casa e de tarde fui para Itajubá. Passei na Nat antes de ir para a casa do Nick.

- Seu viado arrombado! Você some e do nada aparece aqui! Meu Deus! Eu juro que vou te matar! – Nat gritou quando me viu. Ela me apertou forte.

Conversamos por um bom tempo. Avisei o Nick que estava na Nat e ele foi para lá. Nós ficamos conversando até quase na hora da festa. Nat não ia, mas eu a convenci a ir.

A festa foi ótima. Encontrei alguns amigos, conversei, ri bastante. Contei para o Nick do baja que eu estava participando e ele deu risada de mim.

Já era quase seis horas quando a festa acabou. Um segurança estava tirando a gente da festa. Olhei para a aurora de um novo dia nascendo. Nick ficou do meu lado.

- Ei, vem, tenho que te mostrar algo! – Ele me puxou, entramos no seu carro e ele saiu em disparada para um lugar no meio das montanhas itajubenses. Chegamos no alto de uma cachoeira.

O sol já havia nascido, mas ali era lindo. Nós nem falamos nada. Só trocamos olhares e começamos a nos beijar. A gente fez sexo ali mesmo, no chão da floresta. Foi bom. Inesperado. Sujo. Prazeroso. Perfeito.

Voltamos para a casa dele e dormimos só de cueca. Acordamos na hora do almoço e fomos em uma churrascaria muito gostosa, por sinal, almoçar. Nós colocamos a vida em dia. Contamos histórias e tudo mais.

No fim da tarde de domingo eu voltei para minha cidade. Demos um longo abraço antes de eu ir embora.

- Volte mais vezes... – Ele falou no meu ouvido.

- Voltarei. Vá mais vezes me visitar também – Eu respondi.

- Irei, com certeza!

Demos um rápido beijo e fui embora. Passei na casa da Nat antes. Ela me fez ficar mais um tempo junto com ela.

- Esse predinho ficou mais triste sem você... – Ela me falou.

- Eu sei que eu sou foda – Ela me deu um tapa de brincadeira. Eu ri e fui embora depois de um longo abraço nela.

Cerca de um mes passou desde a minha visita a Itajubá.

Eu acordava todos os dias as 4 da manhã, corria e/ou pedalava até as 6 todos os dias. Ia para a academia, malhava um pouco e depois voltava para casa. Tomava um banho e ficava a toa.

Na hora do almoço eu fazia minha comida mesmo. Como já foi citado várias e várias vezes eu cozinhava bem e gostava disso. Além do mais isso preenchia meu tempo livre.

Durante a tarde eu estudava, fazia alemão e ingles, ia para a oficina e tudo mais. Minhas aulas eram apenas noturnas e matéria era bem mais simples e fácil do que eu via na Unifei. Para os meus colegas, eu era quase um genio.

E o baja? Bem, a situação no baja é mais complexa que o normal e são cenas dos próximos capitulos.

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Comentários

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Queridao!!! Só agora consegui voltar a ler. E lembra de meu último comentário??? Fiquei de queixo caído com o rumo que deu a estória! Realmente talento é algo divino!!! E o seu é inquestionável!!! Fico aqui torcendo pelo Nick, ou pra que surja alguém ainda melhor que ele(praticamente impossível). Até porque é melhor morrer seco e sozinho do que dar um beijo sequer nesse Theo! E também reverenciando seu sublime talento !!!!! Abraçao querido!!!

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E aí Nando?! Comecei a ler seu conto ontem por volta da meia noite e não consegui mais fazer nada até agora. Só sei vir aqui e ler hahaha.. Agora vou ter que me acostumar com a ideia de esperar o resto, mas tudo certo.. está muito bom!!! Quem sabe me identifiquei tanto por viver uma história parecida... curso engenharia, sou muito tímido também e extremamente apaixonado a 3 anos por um menino muito parecido com o Théo. Não fisicamente, mas pelas atitudes. Sei bem a barra que é. Hey, se quiser deixar algum e-mail, gostaria muito de trocar algumas ideias com você, se te interessar... é isso aí, conversamos! Abraço

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Dá logo na cara do Théo ele nem te merece e volta a fica com o Nick você tá enganando a si mesmo hahahaha :)

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Esse amor pelo Théo ja virou doença 😒 Só espero q tenha tidoo cura, pq ele ñ te merece

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Desculpa, eu posso está enganado, mas só tenho uma frase para sua historia de vida com o théo, sabe a aquele ditado " água mole em pedra dura tanto bate até que fura" unhum!!! é isso aí, né! não falo mais nada para não estragar o desenrolar do conto mas eu tinha que desabafar, kkkkkk!!!. Ah, um grande abraço, adoro seu conto!

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Muito bom, Nick te quero cara, seu lindo kkk zuera

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Acho que pro nick é só amizade colorida, o cara não parece ser do tipo que gosta de coleira. Eu tb to ansioso pra saber se vc vai pegar o otário do theo!

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To muito ansioso para saber se vc vai pegar o Théo ou não! Some não . Abração

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