e se fosse... parte.01

Um conto erótico de ane de oliveira
Categoria: Homossexual
Contém 2051 palavras
Data: 06/05/2015 12:50:04

Seis entre dez pessoas acreditam no amor verdadeiro, três correm atrás e somente duas encontram, ou melhor, elas se encontram.

“em um lugar muito especial ficam muitos anjinhos mas todos eles só possuem uma só asa, e toda vez que tentavam voar, tomavam um baita tombo.

Ai um anjinho resolveu ir até Deus perguntar o porquê de tanta maldade, porque ele não o fez com duas asas? Assim eles nunca irão conseguir voar, se for assim porque então não os fizeram sem asas?

Deus levou nosso pequeno anjinho para um lugar onde se pode ver todos os pequenos anjinho em sua fatídica batalha e depois de um longo silencio virou para o pequenino falou:

-olhe aquele grupo, eles viram que por ter uma só asa, logo se conformaram e nem sequer tentaram voar, e esses sentados ali tristes e sentindo sem forças por acharem que tentaram o suficiente para entender que não existe uma solução para eles- e Deus parou por alguns segundos e sorriu- mas quem diria, olhe meu filho, aqueles dois.

O anjinho olhou e ficou perplexo pelo que via.

Os dois anjinhos estavam abraçados e assim eles iam onde ninguém conseguia, e milagrosamente se uniram e viraram um anjo só e desapareceram.

-onde eles foram?

-entenda que vocês não estão aqui por acaso, aqui é onde ficam as almas que irão encarnar lá na terra, todos você possuem um determinado tempo para iniciar suas jornadas e é aqui que nasce a personalidade de cada um e aqueles dois anjinhos que desapareceram irão se separar novamente.

O anjinho coçou a cabeça

-mas por quê?

-porque eles irão nascer separadamente, e em um determinado tempo de evolução de cada um irão se encontrar e se unirão em um só novamente e serão um casal com uma só alma, que irão deixar suas marcas na historia e ensinaram os outros o maior ensinamento que podemos compartilhar, o amor, a gratidão, o respeito, a generosidade e tudo de bom que existe no universo independentemente da raça, religião, sexo etc....

-como assim?

-por que os anjos não possuem sexo, e assim será na descida deles, poderão nascer um homem e uma mulher, dois homens ou duas mulheres.

-como o mesmo sexo?

-a humanidade ainda não entendeu que para ser feliz temos que se esquecer da forma que aparenta e sim da essência que ela emana, preconceito meu filho. Mas enquanto não aprendem os casais verdadeiros e belos cada dia continuarão a dar bons exemplos e esses falsos moralistas que ate usam meu nome para justificar irão um dia em fim aprender a iluminar a alma e o coração ao invés irem mais e mais para a escuridão e puxando tudo ao redor juntos.

O anjinho virou para a colina dos anjinho e foi sorridente exercitar sua única asa para que possa estar no mesmo ritmo que sua metade, na qual ele não desistirá de achar.”

Ao fechar o livro, Daiane o abraçou e virou de lado em sua cama que se mostra agora enorme e solitária depois de sua amigável e dolorosa separação, ela não sentia mas aquele frio na barriga ao vê-lo nem a vontade louca de se jogar em seus braços quando ele chegava em casa, mas ela adorava sua companhia, suas historias, sua proteção e alegria, e agora ela se via sozinha sem ninguém para acompanha-la no jantar nem para ouvi-la contar como foi seu dia de trabalho. Ás vezes ela imagina que devia ao menos fazer um máximo de esforço por ele, para ele não ir embora, para ele não abandonar ela ali sozinha.

Ela sentia uma escuridão em seu coração, ela não estava pronta pra isso, ela não queria isso.

“nem parece que se passou um ano, aqui dentro de mim dói como se fosse ontem, ontem, ontemÉ tão deprimente isso, eu sei, mas não consigo disfarçar”.

O som inesperado da campainha a faz levantar da cama, ela pensa varias vezes em voltar pra cama, mas a insistência a convenceu ir ver quem esta lá fora. E para sua surpresa era quem ela menos esperava.

- oi?

-É... eu... eu sei que não devia estar aqui mas eu estou preocupada com você.

-comigo? Acho que você bateu na porta errada.

-entendo você, mas, queria que você esquecesse que sou a atual mulher do Cláudio e me veja como uma amiga, por favor.

-tá bom, quer entrar?

E sem entender a visita, Daiane preferiu ver onde isso ia dar.

- eu sei que esse mês você esta de férias e só vive aqui isolada, procure algo para ocupar sua mente, para com isso.

Ela sentiu que ela sim estava preocupada com seu bem estar, mas tinha que ser ela?

-Eliane, isso me parece ridículo ao ver das outras pessoas.

- e você liga? Eu vim aqui por que o Cláudio sempre diz que você é uma pessoa inacreditável, de mente aberta, que procura entender os outros.

Aquelas palavras a cortava por dentro, ela queria ser neste momento como todo mundo e botar ela pra fora na ignorância, mas ela não é assim.

-sabe Dani eu vim aqui por dois motivos. O primeiro eu querias uma companhia agradável pois o Cláudio está viajando e to me sentindo sozinha.

“que coincidência, mas só tem uma diferença, ele me abandonou”

-e a segunda é que queria ir a algum lugar legal com uma companhia agradável, e pensei em você, queria te conhecer melhor, ouço maravilhas e você.

-acho que não.

Ela juntou as palmas de suas mãos – por favor, por favor-

Daiane suspirou e novamente rejeitou o convite Eliane não insistiu mais e decidiu ir embora, na despedida a abraçou, mas Daiane não correspondeu, ficou ali parada esperando terminar aquele abraço desconfortável.

-sabe Dani eu ainda não acredito que você mora próximo da praia e não vai nem molhar os pés, eu vou lá pelo menos uma vez por semana, me sinto renovada, experimenta e você ainda ganha uma “corzinha”, pois você anda muito pálida, nem tá pegando sol, fica enfornada na tua casa.

Pior que ela tem razão, e Dani seguiu o conselho da inusitada amiga, se arrumou pegou o carro e segui pra praia.

Deitada no sofá estava Alexandra, lendo um livro, ela mora com a irmã Rafaela e a namorada dela dandara ela achava as duas o casal mais perfeito do universo, e estava triste por não ter a mesma sorte.

-mana! – Rafaela chegou de surpresa – em casa em pleno sábado?

-não tenho pra fazer-voltou os olhos para o livro.

-e aquela garota que estava saindo?

-deixei junto com os outros

-como?

-ora, ela era mais uma que nem podia chegar perto de mim que a mão procurava caminho pra dentro do meu short, coisa ridícula.

-complicado, concordo que hoje em dia não se acha um verdadeiro romance, mas você não pode desistir dele.

-já desisti colega! E vou dar uma volta antes que isso vire um longo e demorado sermão sobre a verdadeira felicidade e os obstáculos que aparece é só uma prova que iremos dar o merecido valor a ele.

-vai a onde?

-pra onde mais, à praia.

A agua estava morna aos pés da Dani, ela ouvia “vento no litoral – legião urbana” e decidiu subir nas pedras sentir o vento bater no seu rosto.

Alexandra estava com um coco na mão sentada na areia á alguns metros dali, e observava aquela garota nas pedras era capaz de apostar qualquer coisa que ela estava ouvindo “vento no litoral”, sabia isso de experiência própria.

Dani sentia que não estava sozinha, a praia estava deserta, mas se sentia observada.

Alexandra não tinha motivos para ficar a observando, mas não queria parar, ela queria ir lá falar com ela, mas não tinha coragem, ela poderia ser xingada pela garota.

Dani ficou lá ate o por do sol, ficou ali olhando e se sentindo cada segundo renovada.

“Eliane tinha razão”

Alexandra se levantou e foi pra casa, já estava quase na hora do ultimo ônibus, ela queria ficar mais.

Enquanto isso Eliane estava inquieta, ela queria fazer algo pela Dani, mas se mostrava arredia, logico pessoalmente sua reação seria pior.

Dani estava dirigindo de volta a sua casa, se sentindo melhor.

Alexandra só seu sofá novamente pensando na menina-mulher das pedras.

-que foi mana?

-eu vi uma garota na praia, e não consigo para de pensar nela.

-xonou? Rsrsrs.

-não sei, eu só sei que ela me pareceu triste e enigmática.

-que profundo, com ela se chama?

-não sei.

-como não sabe?

-ela estava lá nas pedras, sentindo o vento, admirando o horizonte e absorvendo o calor do por do sol que contrastava com a sua pele morena, se eu pudesse ficaria ali pra sempre observando.

-é, agora vi que o amor a primeira vista existe.

-para de graça.

Daiane estava deitada, mas não como antes, ela estava motivada a mudar seus hábitos, sair mais, comprar roupas novas se cuidar essas coisas, ela quer levantar sua auto estima que no momento esta tão caída.

Na manha seguinte Dani esta se arrumando para fazer compras, sua geladeira estava em uma situação de calamidade.

Alexandra foi com a irmã e a cunhada ate o supermercado comprar “besteiras” pois era o dia de assistir filme um atrás do outro.

-no caminho Rafaela estava de bom humor e resolveu tirar um pouco a paciência da Alexandra, Passa-Tempo preferido dela.

-sabia que a mana se apaixonou.

-de novo?

-mas essa é especial, é amor a primeira vista.

-e isso existe?

Alexandra ficou calada.

-diz algo mana.

-tudo que tinha que falar já falei- ela não gostou muito dos comentários, ela nem sabia o nome dela, nem se ela era daqui, o arrependimento de não ter ido lá falar com ela batia a cada momento que lembrava da garota.

-você esta de brincadeira?

A Alexandra ouve dandara falar.

-que foi?

-é verdade que você nem falou com a menina?

-é.

-que coisa interessante, adoraria encontrar essa garota e ver se ela também teve a mesma reação que você.

-está difícil, ela nem me viu.

-nossa! Fiquei agora sem palavras.

-entendo.

Foi a única palavra que Alexandra conseguiu dizer.

Seus pensamentos estavam longe, passava nos corredores do supermercado no “piloto automático” como um pequeno momento pode mudar o comportamento de uma pessoa.

E se súbito aconteceu uma batida.

Alexandra de frente com o carrinho da Dani (coincidência? Não acredito nisso).

-me desculpa eu estava distraída- tão distraída que ainda nem percebeu- desculpa mesmo-

-tudo bem foi só um acidente- ela sorriu

E um lampejo ofuscou a vista de Alexandra em um decimo de segundo e ela se lembrou da garota das pedras e notou que ela estava ali na frente dela.

“que eu faço, que eu faço, que eu faço, que eu faço?”

Dani deu a volta e passou por ela.

Rafaela foi ate a irma.

-que foi isso?

-mana! É ela!

-quem?

-a menina das pedras.

-mentira.

-é serio!

As duas viram pra olhar e vê que uma moça conhecida se aproxima dele.

-Dani, que surpresa!

-Eliane, tudo bom? Sabe segui seu conselho e tô melhor.

-nossa! Não sabe o quanto estou feliz em saber.

E na outra ponta do corredor.

Rafaela dá um tapa na costa da irmã.

-eita muleka de sorte, vai lá e fala com a prima e ai você é apresentada pra ela.

-vem comigo?

-claro!

E seguiram ate elas.

-olá.

-oi, que legal, estou encontrando todo mundo que gosto hoje, há. Dani essa é a Rafaela e a irmã dela Alexandra. São minhas primas.

Dani estendeu a mao primeiro pra elexandra

-já nos conhecemos.

-serio?

-nos trombamos agora pouco no corredor.

Foi uma manha magica para Alexandra, ela ficou no sofá desligada sentindo o calor da mão da Dani na dela, seu corpo estava ali, mas a mente estava longe.

Ela estava decidida em ir à casa da Eliane e saber mais sobre ela e quem sabe falar com ela novamente.

E assim fez, levantou do nada e saiu.

“não vou esperar”

ContinuaObs: queria deixar claro aqui, que minha estorinha dos anjinhos foi de invenção minha baseada na minha crença de que estamos aqui unicamente para evoluir nosso espirito, seguir o caminho de luz e o que fazemos em matéria em carne volta ao pó, se quiserem me corrigir me corrijam, mas não quero afrontar ninguém, só queria compartilhar.

Bjs: ane de oliveira.

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