DESVIRGINADA NA PISCINA

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 3744 palavras
Data: 06/05/2015 08:04:37
Última revisão: 06/05/2015 08:31:03
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

BRIGITE – PARTE FINAL

Quase seis meses depois do seqüestro lá no hospital, não tive mais notícias da sargento Simone, do policial bigodudo ou da atriz pornô. A jornalista, amiga minha, passou a me evitar. O sexo estragou uma amizade de muitos anos. Encontrei com a agente Tarsila algumas vezes, sempre que eu ia me reunir com meu amigo Angelo. Ela estava feliz com ele. O produtor de filmes pornográficos sumiu misteriosamente, antes que lesse o roteiro que eu havia escrito, e ninguém mais soube dele. Segundo as más línguas, fugiu de credores a quem devia muito dinheiro. Havia quem contasse outra história. O lado bom é que meus textos eróticos foram aprovados por escritores amigos de Tomasini e, por conta disso, comecei a escrever em parceria com eles, apimentando seus livros com trechos ricos em sacanagens. Passei a ganhar mais dinheiro com isso do que quando trabalhava para o jornal. Sexo estava em alta e, quem escrevesse bem o gênero, tinha garantia de sucesso. Prova disso era a Rede Globo investir em séries eróticas e programas sobre sexo, voltados a um público jovem. O nome Felipe Marques estava estampado em várias revistas e periódicos como um dos melhores autores do gênero. Junto com a má fase, foi-se embora meu vício de beber. Descobri que o homem satisfeito sexualmente e profissionalmente não se entrega ao vício de consumo de bebidas. Meus escritos me ajudavam a conseguir ótimas parceiras sexuais, e eu quase esqueci Brigite. Quase.

Certa noite, eu voltava ao meu apartamento quando vi um fusquinha lilás estacionado num restaurante. Já havia comprado um carro novo com o dinheiro que ganhei escrevendo textos eróticos - e algumas vezes pornográficos - e estacionei junto ao veículo que me lembrou minha amada. A placa do automóvel era a mesma do que pertenceu a ela. Depois de tantos morreu-não-morreu na minha vida, eu ainda tinha a esperança de encontrá-la viva. Estacionei meu Vectra bem atrás do Fusca e entrei no restaurante com o coração aos pulos. O local estava lotado. Procurei por minha amada com o olhar e não encontrei ninguém conhecido. Foi quando tive a idéia...

Falei com um dos garçons e disse que um fusca lilás estava impedindo minha saída do restaurante. Ele pediu que eu aguardasse e caminhou até uma mesa ocupada por um casal e duas crianças. Cochichou algo ao ouvido do homem e ele pediu licença, levantando-se. Tirou as chaves do bolso e dirigiu-se ao estacionamento. Segui-o calmamente até lá. Depois que a polícia não me deu mais notícias da sargento Simone nem do misterioso policial bigodudo, cismei de andar sempre armado. Estava com um revólver escondido entre minhas vestes, quando me aproximei do suposto dono do carro que pertenceu à minha amada. Ele assustou-se, quando encostei o cano da arma em suas costas, pedindo que ele não fizesse alarde. Começou a pedir por sua vida, achando que era um assalto. Fiquei a pensar o quanto era fácil roubar um carro num restaurante. Era só inventar que determinado carro estava impedindo a saída do seu, e logo o dono viria encarecidamente, com as chaves na mão, retirar seu automóvel de modo a liberar a saída do outro. Bastava rendê-lo, tomar-lhe as chaves e fugir com o seu veículo. Mas não era essa a minha intenção...

Entrei no fusquinha e sentei ao seu lado, perguntando-lhe como havia conseguido aquele carro. Ele disse ser técnico em efeitos especiais de cinema, e havia comprado o automóvel de uma atriz. Fiz com que ele descesse do seu veículo e entrasse no meu. Não precisei mais da ameaça da arma. Mostrei a ele as fotografias que costumo trazer guardadas em meu porta-luvas. Ele não reconheceu minha Brigite, nem seu namorado, mas ficou olhando detidamente para a foto da policial Simone, com um tiro na testa. Perguntei o porquê do interesse. Disse-me que a bala cravada era apenas um efeito especial, mas muito malfeito, como se tivesse sido produzido às pressas. Quando eu ia pedir que ele se explicasse melhor, passou para a próxima foto. Aí deu uma sonora gargalhada...

A próxima fotografia era um close do corpo carbonizado da minha Brigite. Disse que agora tinha certeza de se tratar de imagens “arranjadas”. Lembrou-se que emprestara uns apetrechos de maquiagem e efeitos especiais para uma atriz, meses atrás, depois de ela ter-lhe pago um bom dinheiro para que lhe ensinasse uns truques com eles. Ficaram amigos e ela acabou lhe oferecendo o fusquinha por um ótimo preço. Comprou-o com toda a documentação legal. Pedi que ele descrevesse a atriz e ele deu todas as características da prostituta Simone. Mas foi quando reviu a foto de Brigite e seu namorado que ele riu mais gostosamente. Disse-me que o bigodudo estava disfarçado. Para ele, era evidente que usava uma peruca. Fiquei embasbacado com essa observação. Peguei as fotos das suas mãos para observar melhor e levei um tremendo murro no rosto. Ele aproveitou para sair do meu carro e fugir para dentro do restaurante, pedindo socorro. Dei partida no meu automóvel e sumi imediatamente dali, antes que anotassem o número da minha placa.

No outro dia, bem cedo, procurei o delegado Vargas. Contei-lhe o ocorrido, suprimindo a parte onde apontei a arma pro cara. Dei-lhe o número da placa do carro que pertencera a Brigite, pois era fácil de memorizar e eu o sabia de cor. O delegado disse-me ser fácil de localizar um carro de cor tão diferente e, através dele, chegar à prostituta. Mandou-me aguardar notícias em casa. Fiz o que pediu. Mas, de repente, voltou a vontade de beber. Antes de chegar ao meu prédio, passei no mercadinho da esquina e comprei dois litros de Campari. Quando já estava por terminar a segunda garrafa, o telefone tocou. Era a mesma voz fanhosa e ameaçadora, exigindo que eu comparecesse sozinho a um endereço que pediu que eu anotasse imediatamente. Era o mesmo endereço de um motel que a garçonete do inferninho tinha colocado num pedaço de papel e deixado dentro do meu laptop, quando fiz sexo no banheiro imundo do bar com a policial Tarsila. Eu ainda tinha guardado o tal pedaço de papel. A voz ameaçadora disse que eu não avisasse a polícia, a menos que quisesse que alguém mais fosse prejudicado. Assegurei que iria sozinho. Estava disposto a enfrentar o opressor e resolver de uma vez por todas aquele mistério. Não tinha mais medo dele. Não aceitaria mais seguir suas ordens. Iria armado.

Antes mesmo de chegar ao endereço anotado, sabia ser o tal motel que eu havia ido com a prostituta atriz-pornô. Quando parei o carro na entrada, aproximou-se de mim um travesti moreno, o mesmo que eu vira caído no chão, na frente do meu edifício. O que fora socorrido, depois de um desmaio, pelo porteiro do meu prédio. Tinha uma pistola na mão e me fez uma ameaça muda com ela. Por mais incrível que pareça, eu estava tranqüilo. Aí, vi o policial bigodudo. Estava fardado e apareceu na porta de um dos quartos, o mesmo onde eu tinha acordado com a morena prostituta com a garganta cortada, ao meu lado. Não disse uma só palavra. Apenas fez sinal para que o travesti me levasse até ele. Entramos no quarto, cuja parede era revestida por um enorme espelho, e o policial pediu que eu erguesse os braços. Revistou-me, sem perceber que eu, antes de sair de casa, havia prendido com esparadrapo um revólver de pequeno calibre na parte interna do muque, cobrindo-o com uma camisa folgadona e de mangas longas, enroladas até o cotovelo. Suas mãos cataram-me desde as axilas até a cintura, sem nem tocarem perto da arma escondida. Respirei mais aliviado quando me mandaram sentar e aguardar. Achei que iriam me algemar ou amarrar. Olhei mais detidamente para o policial e vi que seu cabelo era mesmo uma peruca. Como se ele tivesse adaptado uma peruca feminina, picotando-a para tornar os fios mais curtos. Ele evitava olhar-me de frente, como se fugisse do meu olhar. Aí ela apareceu no umbral da porta, que estava aberta...

Meu coração bateu apressado. Era a minha Brigite, sem sombra de dúvidas. Carregava uma sacola pesada. A mesma que eu havia dado, cheia de dinheiro, à sargento Simone, para pagar a extorsão imposta pela voz misteriosa. A mesma voz que anunciou a chegada da minha amada. A voz do travesti. Minha Brigite, ao ver o policial bigodudo, exigiu que ele tirasse o disfarce. Não havia mais necessidade dele. Eu, ainda surpreso pela sua reaparição, não conseguia entender nada da situação. Aí o policial bigodudo tirou a peruca e arrancou o vasto bigode postiço, revelando seu verdadeiro rosto: o rosto da sargento Simone...

Fiquei estupefato. Jamais pensei que quem me chantageou o tempo todo fosse ela. Estava claro que usara o travesti de voz fanhosa e empostada para falar ao telefone comigo, mas por qual motivo? Eu não a conhecia, antes do suposto assassinato por incineração de minha amada. A policial, notando minha estupefação, fez questão de me explicar. Herdara o motel de um casal de lésbicas, que a adotara ainda bebê. Quando perceberam sua anomalia genital em forma de um clitóris avantajado, passaram a tratá-la como uma criança do sexo masculino, apesar de ela se sentir muito feminina. Tanto que teve suas primeiras relações sexuais com garotos, que sempre ridicularizavam a sua deformação. Envergonhada e sentindo-se discriminada e humilhada passou, então, a se interessar apenas por mulheres. Quando conheceu Brigite, esta era uma menina de rua. Apaixonou-se por ela imediatamente. Pediu ao casal de homossexuais que a tirasse das ruas e a trouxesse pra casa. Fizeram o que lhes foi pedido, contentes de que ela deixara de se interessar por homens, como elas próprias. Deram a Brigite educação e estudos, enquanto a pequena servia de brinquedo sexual para Simone, bem mais adulta que ela. Até que as lésbicas contraíram AIDS e acabaram falecendo num breve período de tempo...

Foi quando Brigite resolveu se rebelar. Estava já perto da maioridade, e gostava mesmo era de homem. Conseguiu um teste numa agência de modelos e logo estava trabalhando. Não queria ser vista em companhia de Simone, que se mostrava cada vez mais enciumada e apaixonada por ela. A lésbica passou, inclusive, a se vestir de homem só para ter o direito de poder pegá-la na saída do trabalho. Brigite tratava-a com indiferença, mas a outra não se desgrudava dela nem por um segundo. Temia que ela se apaixonasse por algum dos modelos e a largasse. Foi quando percebeu que seu disfarce masculino estava fazendo sucesso. As mais diversas mulheres passaram a lhe dar atenção. Mesmo quando descobriam que ela era mulher, não se afastavam como os homens costumavam fazer ao perceber sua anomalia. Claro que, muitas, faziam-no por interesse financeiro, pois costumava ser mão-aberta com dinheiro. Gastava todo o lucro do motel, deixado de herança pelas duas mães adotivas, com mulheres. Até que o estabelecimento faliu. Foi quando precisou trabalhar para se manter. Fez o concurso para a polícia e foi aprovada com mérito. Desde então, passou a intimidar Brigite, quase sempre usando ameaça das armas, para que ela não tivesse nenhum namorado. Até usava farda de policial, junto com o disfarce de cabelos eriçados e bigodão, para poder exibir arma e intimidar os pretendentes mais afoitos.

Conheceu um produtor de filmes pornôs, e este propôs um excelente acordo. Restauraria seu motel, que estivera entregue ao abandono e, em troca, ele o usaria para filmar suas pornôs-chanchadas. Adaptaram os cômodos de modo a poder filmar através dos espelhos. Com esse equipamento, filmariam os casais que alugassem inocentemente esses quartos. Eram usados, também, para chantagear ricos empresários e políticos, flagrados em pleno ato sexual com parceiras, quer fossem ou não suas esposas ou namoradas. Mas o próspero esquema foi descoberto pela polícia federal e o produtor cinematográfico pulou fora. No entanto, quis de volta parte do dinheiro investido no motel para torná-lo atraente para as vítimas de extorsão. Simone perderia a propriedade, por contrato, se não pagasse os 40 mil reais de débito. Adulterou documentos e conseguiu “vender” o motel para um policial bigodudo, personagem criado por si para enganar os credores. Usou, também, o disfarce para conhecer mulheres do baixo-meretrício. Foi assim que conheceu a atriz-pornô Simone, sua xará, e apostou uma alta soma na produção de um filme estrelado por ela. O filme foi um fracasso e ficou devendo mais ainda. Era aí que eu entrava na história...

Revoltada pelas constantes maracutaias de Simone, e cada vez mais interessada por homens, Brigite resolveu romper de vez o relacionamento de aparências. Depois que me conheceu, apaixonou-se por mim. Ainda era virgem, e queria ter certeza de que eu era seu homem ideal. Por isso não deixava que eu a tocasse. Queria garantir sua virgindade, caso o relacionamento não desse certo. Simone percebera algo errado no seu comportamento e simulou uma viagem. Conseguiu flagrá-la quando ela voltava do motel, depois de estar comigo. Confiscou meu cartão e, com ele, soube do meu telefone e endereço. Ameaçou me matar, como fizera com o produtor de pornôs a quem devia dinheiro - coincidentemente o mesmo que me pedira para fazer um roteiro de filme erótico e que desaparecera misteriosamente – e que assassinara com a ajuda do travesti, que conhecera através da prostituta. Brigite, temerosa de minha integridade física, cedeu à chantagem. Prometeu não mais se encontrar comigo, mas telefonava às escondidas, nas madrugadas afora. Até ser flagrada, novamente, pela policial sapatão, que passou a mantê-la vigiada em cativeiro...

A policial travestida e o travesti assassino quiseram dar um fim à minha vida, mas temeram reviravoltas por eu ser um renomado jornalista. O nome Felipe Marques era muito conhecido e estava sempre na mídia. Portanto, tramaram uma maneira de me assustar e me extorquir dinheiro, livrando-se assim de algumas dívidas. Conheceram, casualmente, um especialista em efeitos especiais, e usaram um de seus bonecos de plástico para simular o corpo carbonizado de Brigite. No escuro da noite, eu não consegui perceber que era apenas um FX que eu vira lá na rodovia, próximo ao fusquinha lilás de Brigite, que fora depredado para tornar mais convincente a farsa o crime. Lembro-me que vomitei até as vísceras quando vi aquele boneco de plástico retorcido. Depois a sargento disfarçou-se de policial bigodudo e seguiu-me até o inferninho. Simularam, também, a quase decapitação da prostituta, quando ela dormiu no motel comigo, que era para eu ficar em pânico e ceder à extorsão. Tinham cópias das chaves do quarto, pois a policial Simone era a dona. Aproveitaram a minha bebedeira para maquiar apressadamente a prostituta, para me aterrorizar. Deu certo. No meu apartamento, depois de se esconder no outro banheiro, a prostituta telefonou para o travesti, que já aguardava embaixo, na frente do prédio. Ele fingiu passar mal justamente na hora que achavam que eu botaria a cabeça na janela, ao perceber que a prostituta não estava mais ao meu lado. Também deu certo. Lembro-me do susto que tomei. Enquanto isso, a policial Simone fazia pressão, fingindo desconfiar de mim como assassino enquanto simulava investigar o suposto crime.

Agora vinha o melhor. Brigite estivera, às escondidas, conversando com a minha faxineira. Pediu para ela não me dizer nada, mas gostou de saber que eu vivia me embebedando por sua causa. Era um sinal de que eu realmente a amava. Por isso, não deu nenhuma importância aos vídeos gravados às escondidas pelas duas xarás, onde eu aparecia fazendo sexo com a prostituta atriz-pornô. Desdenhou quando a sargento confessou ter gostado muito de mim, por eu ter sido o único que não a ridicularizei por causa do seu grelo avantajado. Quando soube, através da minha faxineira, que a policial havia me extorquido os 40 mil reais, além de ter vendido a gargantilha de ouro branco que lhe dei, de modo a amortizar parte das dívidas, ficou revoltada. Rebelou-se de estar confinada em cativeiro, constantemente vigiada pela prostituta ou pelo travesti. Aproveitou um momento quando esteve a sós com a policial e discutiram feio. Ameaçou contar tudo à polícia. Temerosa de que ela cumprisse com a ameaça, Simone apontou-lhe uma arma e atirou apenas para assustar. Brigite partiu para cima dela, se engalfinharam e a policial levou a pior. Brigite golpeou-a com uma barra de ferro, várias vezes, e fugiu levando a bolsa contendo todo o dinheiro, que ainda não havia sido gasto. Pensando que ela tivesse morrido, procurou-me em meu apartamento. Queria me pedir ajuda e me devolver a grana. Encontrou-me bêbado demais, para que pudesse ajudá-la. Então, masturbou-me até que eu gozasse e foi embora, escondendo-se até saber notícias da policial. Quando soube que ela sobrevivera aos golpes na cabeça, sumiu para que a sargento não descarregasse sua ira sobre mim. Não ligara mais para a minha faxineira, temendo que eu a procurasse ao saber que estava viva. Isso facilitaria ser encontrada pela policial corrupta. Aí eu fiz a merda de pressionar o cara que havia comprado o seu fusquinha lilás, que havia sido presente da própria Simone e ainda estava em nome dela...

O cara entrou em contato com a prostituta que havia agilizado a compra do carro, que entrou em contato com a sargento Simone. Esta, antevendo que eu chegaria finalmente à verdade, resolveu jogar sua última cartada: enviou um e-mail para Brigite marcando um encontro naquele motel. Se ela não trouxesse o dinheiro, que serviria para pagar um monte de dívidas, me mataria. Estivera o tempo todo escondida, para que a polícia não a achasse. Apostava que eu e Brigite cederíamos à sua chantagem. Acertou em cheio.

Brigite agarrou-se a mim, chorando e me beijando várias veze na boca, sem se importar com os gritos de ciúmes da policial. Beijei-a efusivamente, agora confiante de que ela também me amava. Aproveitei para meter a mão sob a camisa e tocar a coronha da minha arma com uma mão, enquanto a outra acalentava minha amada. Mas faltava esclarecer a fuga do hospital. Perguntei como fizera para escapar. A sargento me disse, toda orgulhosa, que tivera ajuda da prostituta, que levara seu disfarce de policial bigodudo dentro da sacola, entre os livros. Ela apenas fingia coma. Na verdade, estivera o tempo todo engendrando um plano para escapulir dali. Saíra da enfermaria 306 fantasiada de policial bigodudo, pouco depois de a xará ter deixado o aposento, reclamando ter sido abusada pelo policial que estava no quarto. Dois policiais entraram no recinto, procurando pelo tal policial. A sargento havia se escondido, já metida na farda levada pela prostituta, em um dos armários da enfermaria. Quando deram o alarme do seu desaparecimento, saiu tranquilamente, vestida como representante da lei, exibindo seu vasto bigode. A peruca encobriu o ferimento na cabeça...

Nem deu tempo de eu saber mais detalhes do engenhoso plano para me extorquir. O delegado Vargas apareceu no motel, trazendo consigo a policial Tarsila e vários policiais. Resolvido a não sofrer mais chantagem, telefonei para o delegado e dei todos os detalhes do telefonema da voz misteriosa. Pegos de surpresa, nem o travesti nem a policial corrupta puderam esboçar qualquer reação. Brigite abraçou-se fortemente a mim, como a me proteger com o próprio corpo de qualquer bala perdida. Mas não houve tiros. Pediu-me que eu falasse a favor da prostituta atriz-pornô, pois ela havia ajudado na sua fuga, soltando-a das algemas às quais estivera atada à cama, impostas pela policial, no apartamento onde estivera mantida em cativeiro “amigável”. Concordei, a contragosto. Achava que a prostituta também era cúmplice de extorsão e devia ser punida por isso. Mas estava muito contente pelo final feliz, para contradizer a minha amada. Aí, ouvimos um rebuliço do lado de fora. A sargento Simone estava caída no solo e alguém tentava revivê-la com golpes aplicados em seu peito. Sofrera uma parada cardíaca...

EPÍLOGO

Deixamos o cemitério em silêncio. Brigite sempre soubera que Simone tinha o coração fraco. Reclamava de dores no peito e respiração dificultada, mas nunca procurava um médico. Havia tido uma parada cardíaca quando fora socorrida ao hospital, com a pancada na base do crânio, e o segundo enfarte foi fulminante. Faleceu antes de chegar a um hospital. O travesti foi direto para uma penitenciária por ter sido pego em flagrante delito, mas não acusou sua amiga prostituta em nenhum momento. Também a isentamos de culpa, dizendo que ela tinha sido usada inocentemente. O delegado, fez que acreditou. A policial Tarsila, também. A atriz pornô muito nos agradeceu por termos livrado a cara dela.

Mas, o que eu e Brigite queríamos mesmo era sair logo dali. Estávamos com uma viagem marcada para a Ilha de Fernando de Noronha, um paraíso natural, onde pretendíamos esquecer toda essa história. Quando descemos no aeroporto, ficamos maravilhados com a beleza natural do lugar. Águas límpidas, vasta vegetação em todos os lugares da ilha e um povo muito acolhedor. Ficamos num pequeno hotel, com piscina e hidromassagem dentro do quarto. Demos uma rápida arrumada nas nossas coisas, colocando tudo nos armários, e tiramos totalmente nossas roupas, entrando nus na piscina. Fiz com que parasse um pouco na minha frente e fiquei a admirar seu belo corpo, sua patinha de camelo, seu sorriso apaixonado. Ela se abraçou a mim, encostando seus biquinhos rígidos no meu peito. Beijamo-nos demoradamente, nos acariciando mutuamente. Aí ela virou-se de costas para mim e se inclinou um pouco, deixando-me ver seu sexo rosado. Já percebera que eu estava excitado, e a água da piscina era um ótimo lubrificante. Pegou o meu pênis com suas mãos de veludo e apontou-o para sua rachadura frontal...

“A flor era alva e estava submersa. Suas pétalas, recolhidas à gruta estreita, fervilhava em desejo. Sua brancura ansiava ser rubra. Apoiava-se no caule, mas exigia toques suaves e lascivos. Por várias vezes, ensaiou desabrochar, mas recolheu-se num esgar de dor. Bailava na ponta do caule, que fingia ser um beija-flor. Bicava e bebia o néctar dali aflorado em forma de cio. A flor, regada pela água, se fazia viçosa. Liberava cheiro de fêmea a cada toque em suas pétalas ocultas. Aí, tomou coragem. Fincou-se ao caule querendo torná-lo parte de si.

Então, seus lábios rosados e ocultos sorriram maravilhados. O prazer foi despertado e saciado. A dor mudou de cor. A água tornou-se manchada de rubro prazer.“

Exultei de felicidade e reguei profundamente seus mistérios. Finalmente, Brigite era tão minha...

Quanto ao vício de beber? Já não sinto tanta vontade, como antes. E, se por acaso o hábito de exagerar nas doses de Campari voltar, tenho ao meu lado a minha amada. Decerto ela saberá me distrair da bebida, com sua patinha de camelo...

FIM

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Comentários

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Oi, Gente, agradeço os elogios. Quem quiser receber este e outros contos completos, em PDF, é sóo escrever para tomasini2009@hotmail.com

Peça-me pelo título e eu tb enviarei um inédito de lambuja.

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Contos eróticos geralmente tem um aspecto de filme pornô, os seus criam uma atmosfera de novela erótica que nos prende a atenção e faz com que esperemos o próximo capítulo. Não esperava que a história tomasse esse rumo. Parabéns, na minha opinião você é um dos top 3 autores do site, se não, o melhor.

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Que história fantástica! Acompanho o site faz 6 anos, sempre como leitor e nunca comentei em contos, mas o seu me ''obrigou'' a vir comentar, pois foi de longe o melhor conto que já li. Li em outro que você poderia disponibilizar o conto por pdf se alguém te mandar um e-mail. Pode me passar seu e-mail? Eu ficaria muito grato em ter o livro em pdf. Obrigado e parabéns.

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