Vizinho safado 4 - Desculpas

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Homossexual
Contém 996 palavras
Data: 18/04/2015 16:30:44

Tudo aconteceu muito rápido e eu nem tinha pensado nessa possibilidade. Em uma hora eu estava ignorando Leonardo e no outro ele estava me xingando. Foi o seguinte: eu compartilhei a foto dele (fingindo que era minha) para o Lucas e Leo fez o mesmo quando conheceu o outro cara no Grindr. Só que, quando juntamos todos numa conversa só, o cara do Grindr e o Lucas conversaram e acabaram compartilhando as fotos, cada um dizendo de quem era o membro. Resultado: contaram para o Leo e ele ficou com muita raiva de mim.

Eu nunca tinha visto Leonardo desse jeito recentemente. Na verdade, durante o ensino médio ele sempre foi o esquentadinho do grupo, aquele que se envolvia em brigas pelo menor motivo e que sempre gostava de uma confusão. Mas comigo ele nunca tinha feito aquilo, eu fiquei espantado. Ele me xingou de tudo quanto era nome, falou que eu devia ter mostrado a foto dele para todo mundo e falou que não era para eu procura-lo mais. Só depois que ele parou de xingar é que eu percebi que talvez ele estivesse também magoado por minha causa. Foi nesse momento que decidi fazer alguma coisa.

Eu pedi desculpas, claro, ele aceitou, mas não totalmente. Mas naquela noite mesmo a gente resolveu toda a nossa situação. Eu sou meio frouxo quando o assunto é chegar em alguém, sempre fui assim, desde a época em que eu só pensava em garotas. Não sei por que, mas tenho essa insegurança. Isso me faz pensar que talvez toda essa confusão das fotos foi ótima para eu perder essa mania, pelo menos com o Leo. Eu decidi chegar nele, mas não sabia como. Eu queria contar que eu gostava dele há algum tempo e que tinha errado, mas estava arrependido.

Pedi ajuda aos dois caras que ajudaram na bagunça. Chamei os dois no privado e pedi para eles contarem para o Leo como eu me sentia. Não me importava mais com isso de gay, bi ou hétero. Eu queria que ele voltasse a ser comigo como era antes de outras pessoas interferirem. Os meninos falaram para o Leo tudo o que eu pedi, explicaram tudo. Mas não aconteceu como eu tinha imaginado, Leonardo não me respondia e isso estava acabando comigo. Decidi voltar lá no grupo e fiz uma coisa que eu jamais achei que fosse fazer tão naturalmente: pedi para ir à casa dele, naquela mesma hora.

Leo demorou um pouco para responder, mas depois de todos os três insistirem, ele acabou deixando. Mas no privado me disse que só queria me ver para poder conversar sobre o que estava acontecendo. Não pensei duas vezes, arrumei rapidamente e saí de casa. Eram umas 22 horas, estava frio demais, mas subi a rua e bati o interfone. A mãe dele atendeu desconfiada, pedi para chamar o Leonardo. Ele deve ter demorado uns 10 minutos, e eu lá fora igual trouxa morrendo de medo de ficar na rua sozinho. De repente ele abriu o portão e eu entrei para o jardim. Ele estava esperando no alpendre, estava com a cara fechada. Cheguei perto dele e ofereci minha mão, ele apertou e eu comecei a falar igual besta que a culpa não tinha sido minha (tinha sim), falei que ia apagar o kik e que ia parar com aquelas coisas. Ele só me escutava. Depois falou:

— Vamos lá para a piscina...

Eu só concordei e o segui. Contornamos a casa. Ele sentou num banco que tem perto da piscina da casa dele e eu sentei do lado. O idiota estava só de regata, morrendo de frio. Perguntei se não era melhor entrar e ele falou que os pais dele já haviam deitado para dormir. Ficamos um bom tempo em silêncio, e eu fiquei pensando no quão idiota eu era. Teria sido tão mais fácil se eu simplesmente tivesse saído com ele a primeira vez que ele chamou. Não estaríamos passando por aquilo, eu acho, e eu não estaria me sentindo igual a um retardado, virgem e inexperiente. Ele então disse:

— Eu não tô com raiva de você.

Não respondi.

— Estou chateado.

Ele estava chateado? E eu?! Fiquei nervoso e contei para ele todas as vezes que ele me chateou falando que estava conversando com outros caras. Ainda falei que ele devia ter saído com muitos caras do Grindr e que aquilo também me chateava. Falei que eu acreditei que éramos só nós dois. Ele riu na minha cara e me perguntou por que eu não tinha falado antes. Quando alguém acha que eu sou burro, ou quando eu me sinto burro, fico vermelho na hora. É a única coisa que me faz corar. Ele deve ter percebido e riu ainda mais. Falou que eu era bobo, não precisava de ficar com ciúmes daquilo. Prometemos então apagar o kik e eu instalaria o whatsapp. Até aí tudo bem, eu estava doido para ir embora, estava com muita vergonha.

Mas ele tinha outros planos.

— Então... quer dizer que você está apaixonado por mim?

Eu fiquei atônito. O que eu deveria responder?

— Tô — falei, sem pensar mesmo.

— Quer me dar um beijo? — ele perguntou alguma coisa assim e eu ri de nervoso.

— A gente pode tentar — era tudo o que eu podia prometer, eu nunca tinha tido experiências com homens, era uma coisa só de imaginação, aquilo ali ao vivo era diferente. Eu ainda nutria esperanças de não gostar.

Leo concordou. Ele olhou para mim, eu para ele. Aqueles olhos eram tão gentis... eu não sei explicar o que é um olhar gentil, mas eu reconheço um de longe. Leonardo definitivamente tem um. Ele se aproximou e eu só conseguia pensar: PUTA QUE PARIU ele vai me beijar. Eu fiquei ofegante, aquela noite tinha começado de uma forma tão diferente... A gente estava perto demais, e eu nem ligava caso alguém colocasse a cabeça para fora das janelas do segundo andar e nos visse. Eu avancei e encostei os lábios nos dele.

Continua...

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Comentários

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Pow, ja acompanho a algum tempo o teus contos. Comecei um também, dá uma forcinha lá (:

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Ótimo como todos os capítulos

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