O Travesseiro de Hugo – Capitulo 5 – Vida Niova

Um conto erótico de AndH
Categoria:
Contém 485 palavras
Data: 06/04/2015 19:59:57
Assuntos:

Hoje fomos agraciados com uma surpresa, desde cedo a mãe passarinho canta sua felicidade pelos novos filhotes que chocaram durante a noite. O som dos novos pássaros se mistura ao barulho das máquinas de costura no salão ao lado. Os pequenos cantam a vida, cantam a boa ventura de poderem respirar e estar junto de quem amam, enquanto as máquinas entoam um som frio e sem vida, reles manifestação das ações metódicas que realizam.

Estou totalmente sem inspiração alguma para conversar com vocês hoje. Uma nuvem negra paira sobre o bunker da confecção e uma chuva maldosa ameaça baixar a qualquer hora. Sem ter o que fazer, estou deitado aqui divagando sobre o tempo, maldita intempérie de todas as eras. Se houvesse mais tempo, um segundo que seja, muita coisa seria evitada. O Tic-tac, fazia o Capitão Gancho morrer de medo... sábio capitão.

Mais uma surpresa, dessas desagradáveis: um dos passarinhos fez cocô em mim. Agora estou desejando que desça a chuva. Bandido pássaro, mal veio ao mundo e já está causando problemas. Que Hugo o perdoe pela infame ofensa. Meu menino anda esses dias muito estressado com o serviço da fábrica. Encomendas e mais encomendas chegam todos os dias, sem nenhum descanso, nenhuma férias, coitado do pequeno.

Por falar em Hugo e seu estresse, hoje ele me jogou à parede, com raiva por ter pego novamente o turno especial. Já não bastasse trabalhar durante o dia todo, fazer serão à noite já era pedir demais do pobre garoto. Se bem que o dono da confecção poderia maneirar no trato com o menino, ele já se esforça tanto que não vejo o porquê de tanta exploração física.

Um pequeno guerreirinho, é isso que o pequeno é. Tanta força, em uma única pessoa daquele tamanho, não é comum de se ver, fenômeno da natureza, assim como os pequenos novos passarinhos que agora tentavam fugir debaixo das asas da mãe para tentarem pular de seu ninho em busca de realizar o primeiro voo das suas vidas afim de firmar sua liberdade.

Quando Hugo chegar ao quarto seu olhar triste e cansado será renovado ao observar que teremos novos moradores no bunker. Alegria de menino, um tesouro sem valores... espero por isso. Não quero vê-lo machucado, também não quero que se distancie de mim. Mais uma vez sobre o tempo, ele passa rápido e qualquer escolha mal feita pode fazê-lo passar mais rápido ainda e quando nos damos conta, não há mais como voltar atrás, coitado do que mal julgue o tempo.

Essa noite o quarto dormirá mais uma vez só. Esperar a sua volta da rua, cabisbaixo, cansado e marcado dos tapas e murros que o serão especial lhe proporcionava no outro dia é algo que nem eu estou suportando mais, que o tempo passe rápido e traga logo uma solução para o problema de meu pequeno e doce menino, enquanto sua alma ainda não foi marcada.

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