Lago dos Cisnes -cap9

Um conto erótico de escritor da noite
Categoria: Homossexual
Contém 2623 palavras
Data: 25/04/2015 04:04:35

Insônia. Dificuldade para dormir, ou estado de quem não dorme ou não consegue dormir, que afeta mais de 150 milhões de pessoas no mundo todo, e pode resultar em distúrbios da memória e concentração, ansiedade, depressão, irritabilidade, sentimento de insatisfação constante, baixo rendimento profissional, prejuízo do convívio social e aumento do risco de acidentes com veículos automotores. Jack havia dormido apenas duas horas naquela noite e já estava com os olhos abertos novamente. Não havia tido qualquer pesadelo, ou passado mal a ponto de acordar, só não conseguia dormir. Ainda estava abraçado ao garotinho e, a cada vez que acordava, abraçava-o mais forte, uma vez que cochilando seu corpo relaxava e se soltava dele. Talvez fosse esse o problema, a falta de seu corpo. Beijou seu pescoço, cheirou seu cabelo, sentiu o patinador se mover na cama, ajeitando-se em seu corpo e voltando a respirar suavemente, repousando calmo em seus braços, e voltou a fechar os olhos.

Poucos segundos depois estava aceso novamente, observando seu amante enquanto pensava no porquê de não conseguir relaxar. Talvez fosse o papel que ele faria, a dificuldade que teria em aprender todos os passos, o problema com o diretor, caso não acertasse as cenas, enfim, tinha que ser perfeito. Mas, mesmo sendo preocupações plausíveis, ele sentia que não era isso que o deixava inquieto. A solução para todos os problemas estava na tranquilidade, alegria e paz que o atleta lhe passava toda vez que se olhavam. Sorriu ao pensar nisso. A resposta pra tudo e a chave pra sua total felicidade estava do seu lado, ou melhor, na sua frente, junto a ele, junto dele. Olhar pra Kevin trazia toda a confiança necessária que ele precisava para exercer o papel, aliás, tinha que se sair bem, pra dedicar o trabalho a ele; não tinha que se desesperar com os passos, afinal, estava sendo treinando por um atleta olímpico, o melhor para o ator; e se o dia fosse ruim, o diretor zangasse-se com ele, tinha certeza, total e completa, na mais redundante de todas as formas possíveis, que o simples fato de vê-lo, apreciar seu sorriso, sentir sua presença, tocar sua mão, acariciar seu rosto, seria mais que suficiente para deixá-lo feliz. Sorriu novamente, apertou-se a ele, cruzou suas pernas nas dele, capturou seu cheiro, beijou sua nuca, seu ombro e tentou dormir.

Em vão. Jack não conseguia dormir e nem entendia o motivo. Tinha certeza que não eram nenhuma dessas questões envolvidas com sua ansiedade. Então por que ainda continuava assim? Tinha que saber, ou não pregaria os olhos naquela noite. Resolveu tomar um copo d'água, talvez passasse essa angústia, pelo menos o refrescaria. O único problema era deixar o garotinho na cama sozinho, podia sentir frio, acordar com o movimento dele, até mesmo ser perigoso. Com certeza estava exagerando e usando desculpas para não deixar seu protegido sozinho. Era um tanto engraçado como o contato de um com o outro os acalmavam, quando precisavam, e, em outros momentos, atiçava os instintos e desejos mais profundos entres eles. Será que isso que é o amor? Ou isso seria a famosa amizade colorida? Certo era o fato de naquele abraço, Jack acalmar Kevin, excitar-se, recebendo e causando os atos simultaneamente, e o ator tentar, ao máximo, não acordar o patinador com seu toque.

Torna-se óbvio dizer que a sensação de estar abraçado com a pessoa que se está interessado é a melhor possível. Ainda mais a Jack que sentia com Kevin o que ninguém havia conseguido despertar, algo acima do desejo, que o fazia agir sem pensar nas consequências, apenas para estar ao seu lado, brigar com seu amigo, esquecer sua tão sonhada chance para ter com ele, arriscar abraçá-lo e ser notícia para os incansáveis paparazzi, evitar beijá-lo para não se aproveitar de seu momento frágil, querer apenas dar apoio, ombro e colo quando o garotinho precisava. Essas razões faziam com que Jack não quisesse sair da cama, no entanto, quando se toca na palavra água e se sente sede, parece que quando mais se quer evitar, com mais vontade ela vem. A vontade de estar o tocando era tanta, que o artista cogitou a ideia de levá-lo nos braços à cozinha. A abstinência pelo líquido aumentava ao nível de alguém com ressaca e o fez beijar o pescoço de Kevin e sussurrar em se ouvido:

-Já volto meu garotinho. -sorriu e o beijou outra vez, agora no ombro.

Levantou-se cuidadosamente e saiu do quarto sem fazer muito barulho. Já na cozinha, abriu a porta da geladeira e aproximou sua cabeça, a fim de encontrar o litro. Coincidentemente ou não, o vapor gelado que saiu do eletrodoméstico, fez Jack pensar em algo que não imaginou minutos atrás quando estava tentando dormir. Eram as palavras de Stanley ao telefone. Era isso que de alguma forma não estava deixando o ator se concentrar em seu sono. Retirou um vidro e pôs um pouco de água num copo em cima da pia. Trocou os recipientes e ficou pensando na conversa de poucas horas antes. Stanley estaria certo? Será que aqui aconteceria de novo? Por que só Jack sentia aquilo? Por que ele tinha que ser assim? Não teria chance de com Kevin ser diferente? A imagem de suas ex chorando a sua frente e ele sofrendo por as deixar e ser como é, fazia seu coração se preocupar com o que poderia acontecer dali pra frente.

Jack não terminava seus relacionamentos pelo fato de ser uma pessoa fria. Ele não demonstrava que era frio, que não sentia mais nada pela pessoa com quem estava, pelo contrário, tentava se convencer de que eram as pessoas certas para ele. O que ele não se permitia fazer, era alguém sofrer. Porém, em certo momento, a situação se tornava insustentável, Jack começava a se incomodar, não sentia prazer em falar com a pessoa, mesmo que suas atitudes dissessem o contrário, buscava mil razões para não falar com ela, não se encontrar, mas quando estavam juntos era totalmente amável. De certa forma, a falta que sentiam dele e o jeito carinhoso como as tratavam, faziam o relacionamento se arrastar para Jack e para suas parceiras ascender e acender.

Após o fim dos romances, ele ficava mal. Não por que ainda sentisse algo por elas, mas pelo fato de estar as fazendo sofrer e de seu coração não se abrir para alguém. Ficava algum tempo focado em seu trabalho e não saía para nada, Jack não fazia o estilo de sair ficando com várias pessoas numa mesma noite, o que era completamente contraditório, já que não conseguia amar alguém.

O coração de Jack se apertava ao pensar que poderia fazer Kevin sofrer por um jeito seu. Ele começava a pensar que se isso acontecesse outra vez, que poderia fazer o seu garotinho sofrer ainda mais, e não se perdoaria de qualquer forma por isso. Kevin não merecia isso. Será que era certo arriscar? Será que ele deveria terminar o que eles tinham antes de começar a ficar sério? Guardou a garrafa na geladeira, sentou-se num banco do balcão, cruzou os braços sobre ele, apoiou a cabeça sobre eles e ficou pensando nas possibilidades.

Dentre todas os pontos, os que mais faziam seu coração se acelerar de desespero, eram os que se via sem Kevin, seja a curto ou a longo prazo. O patinador parecia ter invadido seu sistema e tê-lo feito enlouquecer. Jack já não se imaginava mais sem dormir agarrado a Kevin, sentindo seu corpo e cheiro, entrelaçando seus dedos e pernas, tocando os lábios em seu pescoço e ombro, velando-o dormir, acariciando seu cabelo, sussurrando ao pé do ouvido. Queria estar com Kevin. Mas por quanto tempo? Com todos os que se relacionava, Jack imaginava essas coisas, fazia plano para o futuro, mas de alguma forma, algo acontecia que o fazia se desesperar e repentinamente, esfriar. Agora Jack batia de vagar com a cabeça sobre seus braços, na tentativa de esquecer suas loucuras e se concentrar em seu momento com o atleta, ou achar uma resposta para seu coração maluco que se enchia de fervor e do nada se esfriava, como se um fósforo caindo num rio, sem dar qualquer vestígio de fumaça, ou que poderia ser aceso novamente.

Jack permanecia concentrado em seus pensamentos e nos movimentos da cabeça, que nem percebeu a aproximação de alguém que o abraçava pelas costas, cruzando os braços em sua barriga, e dava selinhos desde sua nuca, passando por seu ombro, pescoço, até chegar em seu ouvido, mordê-lo de leve, fazendo toda aquela tensão passar e permitir um sorriso no rosto do ator. Kevin agora, beijou o rosto dele, apoiou seu queixo no ombro de Jack e disse:

-Por que meu bebê tava batendo com a cabeça?

-Tava pensando. -sorriu Jack, Kevin o acompanhou.

-Jeito diferente de pensar. -beijou seu pescoço- Posso saber o que te estressou que o fez se debater?

-No porquê eu não conseguia dormir. -riu.

-Tadinho. -foi ao ouvido dele e sussurrou- Eu sei um jeitinho que faz a pessoa dormir num instante.

-Ah é? E qual é? -ainda sentado na cadeira, virou-se de frente para Kevin, que ainda cruzava seus braços em volta de seu corpo, e o abraçou também, deixando o patinador entre suas pernas.

-Se você tivesse ido lá no quarto quando falei, te mostraria. -indagou ele.

-E quem disse que eu não fui? -retrucou.

-Quando eu acordei você não estava do meu lado. -fazendo-se de desentendido.

-Pois eu digo que você acordou porque sentiu minha falta, do meu abraço, do meu cheiro, do meu beijo no seu pescoço -disse beijando-, da minha mão acariciando seu cabelo -subiu com uma até sua nuca, e foi ao seu ouvido-, de eu sussurrando em seu ouvido. -olhou-o nos olhos e sorriu- Não estou falando, seu rostinho lindo não mente.

-Bobo -deu um selinho nele-. Tem mais alguma coisa que eu possa fazer pra te deixar menos tenso?

-Muitas coisas. -sorriu safadamente- Mas só seu sorriso já me deixa bem mais leve.

-Você é perfeito -outro selinho.

-Chego nem perto de você. -devolvendo o selinho.

-Eu sou muito sortudo de você ter aparecido na minha vida, acho que se você não tivesse aqui nesses dias eu não teria forças pra mais nada. -olhando em seus olhos.

-Você não sabe o quanto você é forte Kevin. Eu que estou de fora fico te olhando reagir assim tão bem, a tudo.

-Alguém aí tem me dado muita força, sabe?

-Aposto que ele não fez nada demais.

-Se cruzar o país só com a roupa do corpo pra me dar um abraço não é nada demais e dormir abraçado comigo não é nada demais, ficar de mão dadas comigo, me abraçar no meio de um monte de pessoas, enfim, se arriscar pra me ver feliz... se isso não for nada demais, me diga então o que é. -desafiou.

-Demais é o que você faz comigo. Acredita que eu pensei em te trazer nos braços dormindo só pra não me afastar de você?

-E por que não trouxe? -indagou como se estivesse irritado.

-Não ia atrapalhar você dormir. -deu-lhe um selinho.

-Acho que não funcionou muito bem. -riu- Não sei o que você fez, mas parece que eu só durmo quando estou juntinho de você.

-Andei percebendo. -riu.

Os dois se olharam e o sorriso foi sumindo, dando lugar ao desejo. Eles revesavam entre a boca e os olhos, aproximando os corpos ainda mais. A cozinha estava precisando de um beijo, um de verdade, já que da primeira vez não tiveram tanta sorte. Nessa, ao contrário, foi diferente. Os quatro lábios voltaram a se encontrar, e, delicadamente, redescobriram suas extensões, movendo-se de um lado a outro de vagar. Era inegável a química que havia entre eles, o carinho que passavam um para o outro naquele beijo, muito acima do desejo. Terminado o beijo, Jack puxou o lábio inferior de Kevin com os seus, fazendo o patinador sorrir. Olhou para ele sério, passou sua mão esquerda dobre seu rosto, consertou seu cabelo um pouco bagunçado e tentou falar:

-Kevin... -tentou continuar, mas não conseguiu.

-Pode falar.

-Você sabe que eu tô muito na sua, não sabe?

-Se eu não soubesse não estaria aqui, abraçado a você.

-Convencido. -brincou.

-Você que perguntou. -entrou na onda.

-É que eu estava pensando e ... e...

-Pode falar, eu vou entender. -disse olhando-o apreensivo, soltando-se dele e pegando em suas mãos.

-Do jeito que você falou parece até que eu disse que não quero mais nada. -sorriu.

-Pareceu. -falou um pouco aliviado.

-Claro que não, não resisto mais a essa boquinha. -soltou-se de sua mão e dedilhou ela, Kevin sorriu- Ela fica ainda mais linda no seu sorriso, e ainda mais gostosa na minha boca.

-Para. Tá me deixando com vergonha. -beijando sua mão- O que você ia falar?

-Só queria que a gente fosse com calma. Eu não sou muito bom com essas coisas de relacionamentos, sei lá. Tenho medo de apressar as coisas e perder você. -falou olhando pra baixo.

-Você fica tão sexy quando é romântico. -sorriu beijando o rosto de Jack, que se levantava, e o abraçando- Vamos deixar as coisas acontecerem no tempo delas, tá bom? Sem forçar nada, ou apressar. Só curtir o momento.

-Obrigado por me entender. -uma lágrima rolou em seu rosto.

Kevin pôs as duas mãos em seu rosto, enxugou a gota e o olhou nos olhos:

-Desse jeito eu não aguento, é fofura demais pra mim. Mas eu adoro. -sorriu e deu um selinho rápido nele.

-É pra ir com calma, mas não tanta. -brigou Jack- Vossa senhoria poderia me dar um beijo de verdade?

-Que exigente. -riu e voltou a beijá-lo com mais vontade, brincando com suas línguas, segurando em seu rosto, aproveitando aquele momento ao máximo. Ao fim do ósculo, Jack girou o corpo dele e pôs em seu colo.

-Bem melhor. -disse o abraçando, beijando seu pescoço, dando-lhe um selinho, dois, três, e cruzando seus dedos- Sua mãe veio falar comigo hoje mais cedo, no caso ontem, né.

-Falar o quê?

-Que viu a gente de mãos dadas no carro. -falou naturalmente, enquanto Kevin quase tinha um ataque.

-E o que você disse? Falei que era arriscado Jack.

-Calma moço. Ela só pediu pra eu fazer uma coisa que eu tenho prazer de executar.

-Vai falar não? -curioso.

-Não. Quer saber? -sacaneando-o.

-Imagina, é sobre mim e eu nem ligo. Fala logo. -um pouco irritado.

-Essa irritação é falta de beijo? -brincou.

-Se você continuar assim que não vai ter é você. -retrucou.

-Vai aguentar? -desafiou.

-Fala logo Jack.

-Ela pediu pra eu cuidar de você. -beijando seu pescoço.

-Minha mãe não tem jeito. -riu.

-Ela só ficou preocupada com o diamante dela, mas eu já a deixei calma. Está em boas mãos. -beijou-o.

-Convencido. -beijou-o- Vamos lá que vou te mostrar como se dorme -descendo de seu colo e puxando-o pela mão.

-Não sei por que, mas gostei da ideia. -abraçando-o por trás- Fala a verdade, o sono bateu e você sabia que não ia conseguir dormir sem mim.

-Nem se acha você. -riu.

Não eram apenas os rapazes que estavam acordados no meio da noite. Em LA, Adrienne andava de um lado a outro no hotel em que estava hospedada. Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, justo agora. Não conseguia entender como tinha posto tudo a perder. Ela estava tendo a maior chance de sua vida e aquilo só retardava ou cancelava a realização de seus sonhos. A atriz estava sentada no sofá, com os pés sobre ele, escorando sua cabeça nos joelhos e chorando inconsolavelmente. Espalhado no chão da sala, exatamente a frente dela, estava o objeto que a causava tanto sofrimento: o teste de gravidez.

(perdoem-me os erros, muito obrigado aos que acompanham)

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Comentários

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Ola autor gostei muito desse conto mas nao vou começar a ler agora pq vc ja nao posta tem muito e nao quero começar a ler um conto sem final se vc puder continuar eu agradeço pq gostaria de le-lo.

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Por favor posta o próximo capítulo, não aguento mais.. Amo esse conto.

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As palavras do Stan, deixou o Jack preocupado e com insônia, a ponto dele começar a questionar se dará certo seu relacionamento com o Kevin, mas o que ele não parou para analisar, é que, seus namoros anteriores, na realidade eram uma carapaça para o proteger da mídia e do preconceito, não era algo consciente, mas agora com o Kevin, é amor verdadeiro, e o medo de magoar e de talvez não ser o bastante para o Kevin, o fará ser mais romântico e cuidadoso, com este amor. Em relação a nossa grávida, concordo com a Drika e comentarei no próximo. O conto está incrível, milhões de ósculo para vc, Mama Rose.

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esse capitulo foi muito fofo !! m fez lembrar do nosso papo dessa semana sobre o filme do começo ão fim.o dialogo do jake e do kevin foi muito fofo.e tbm muito romantico. foi muito top esse capitulo como todos os outros. quanto a Adriene vou deiar pra comentar no proximo.beijos da drika seu lindo

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